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      O sistema elétrico nacional está cada vez mais caro. Só o custo da rede de transmissão, responsável pela interligação de energia entre as cinco regiões brasileiras, teve um salto de 500% nos últimos dez anos, de R$ 1,7 bilhão para R$ 10,5 bilhões, segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Esse foi o preço para expandir em 26 mil quilômetros (Km) a malha nacional, que até 1999 contava com 67.048 km de extensão.
       O alongamento da rede ganhou impulso após o racionamento de 2001. Na época o sistema de transmissão foi considerado o grande vilão do contingenciamento pelo qual o País teve de passar, já que as linhas não tinham capacidade para trazer energia do Sul - onde sobrava eletricidade - para o Sudeste, onde o consumo estava elevado. De lá pra cá, o tamanho da malha deu um salto enorme, até atingir 93.868 km.
       Hoje, o sistema está mais robusto, com maior capacidade de interligação entre as regiões Norte e Nordeste e Sul e Sudeste/Centro-Oeste. Para os próximos anos, a expectativa é que essa expansão continue forte, já que a maior aposta do governo está nas hidrelétricas distantes dos grandes centros urbanos. O complexo do Rio Madeira, em Rondônia, por exemplo, está a 2.500 km do Sudeste. Itaipu, hoje a maior usina do País, está localizada a 850 km da Grande São Paulo.
       Para especialistas, a localização dessas grandes hidrelétricas em regiões mais afastadas, por si só, representa um risco maior para a transmissão. "A expansão indefinida da rede traz riscos decorrentes de seu próprio tamanho. Reduzir esses riscos é o maior desafio do planejador a partir de agora", afirma o presidente do Instituto Acende Brasil, Claudio Salles.

Portal de notícias Estadão
23/11/2009
http://www.estadao.com.br

 

       Com resultado divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Diário Oficial da União, concurso para testar segurança das urnas eletrônicas teve vencedores mas nenhum sucesso nas tentativas de violação
       O sistema eletrônico de votação brasileiro foi considerado inviolável depois de diversos testes de invasão realizados , por especialistas entre os dias 10 e 13 deste mês, sob a coordenação do ministro Ricardo Lewandowski, do Tribunal Superior Eleitoral.
      A experiência, que foi inicialmente sugerida pelo PT e pelo PDT, e depois encampada pelo Ministério Público, contou com trabalhos de profissionais da área da Tecnologia da Informação. Os participantes que submeteram ao sistema aos testes mais sofisticados foram premiados.
      O primeiro deles, o consultor de Tecnologia da Informação na área de Segurança da Informação, Sérgio Freitas, recebeu R$ 5 mil. Ele concluiu que só seria possível captar os sinais eletromagnéticos de uma urna a 5 centímetros dela, "para que fosse possível eventualmente decodificar os sinais e saber o que foi digitado". Segundo ele, com essa distância, o equipamento estranho ficaria visível, pela sua estrutura física, o que não tornaria a experiência possível.
      Para o presidente do TSE, ministro Carlos Ayres Brito, os testes demonstraram que o sistema de votação adotado pelo Brasil "é confiável, sendo um fiador da legitimidade do processo eleitoral, assegurando a soberania do voto". Ele destacou que é um sistema de fácil manejo, rápido e absolutamente seguro, pelo que está demonstrado.
       O ministro Ricardio Lewandowski afirmou que o TSE vai redobrar a atenção ao lacre das urnas, porque é o único atrativo para quem quer burlá-las. Os testes feitos pelos chamados “hackers do bem" que testaram o sistema, sob sua coordenação, no entanto, não conseguiram retirá-lo sem danos.
       Os testes foram realizados com a presença de observadores da OEA (Organização dos Estados Americanos). Os demais premiados foram Fernando Andrade Martins de Araújo e a equipe da Controladoria Geral da União, em segundo lugar, Antônio Gil Borges de Barros e a equipe da Cáritas Informática, em terceiro. Os prêmios foram de R$ 3 mil e R$ 2 mil.

FNE – Federação Nacional dos Engenheiros
23/11/2009
http://www.fne.org.br

  

       O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (19) que o governo poderá vetar projeto em tramitação no Congresso que propõe o fim do fator previdenciário como elemento para calcular o valor da aposentadoria. "A linha do governo, dependendo da matéria, será vetá-la quando ela prejudicar as contas públicas", disse.
        Na terça-feira, 17, a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara aprovou por unanimidade o projeto de lei que acaba com o fator previdenciário como elemento para calcular o valor da aposentadoria. Agora, o texto segue para o plenário. Mantega afirmou que vai tratar desse assunto na semana que vem, ressaltando que por enquanto o projeto só foi votado na CCJ.
       Ao ser indagado se o governo estava tranquilo em relação à aprovação na CCJ, ele disse que "o governo está sempre preocupado quando se trata de gastos".
       O projeto do senador Paulo Paim (PT-RS), que trata do fim do fator previdenciário, ressuscita um critério de cálculo da aposentadoria anterior à reforma de 1998, no governo Fernando Henrique Cardoso. A aposentadoria voltaria a ser calculada com base nos últimos três anos de contribuição. Atualmente, são utilizadas na conta 80% das melhores contribuições feitas desde 1994. 
       Se o projeto de Paim for aprovado sem mudanças, muitos brasileiros poderão contribuir com base no valor do salário mínimo (R$ 465) para a aposentadoria e nos últimos três anos pagar para receber o teto, que hoje é de R$ 3.218,90. Isso provocaria um forte aumento das despesas da Previdência. 
       Para o deputado Pepe Vargas (PT-RS), responsável por um projeto substitutivo ao de Paim, é insustentável para o equilíbrio fiscal aprovar, sem alterações, o projeto que tramita na Câmara. Somente em 2010, conforme estudo da Consultoria de Orçamento e Fiscalização da Câmara, as despesas previdenciárias subirão R$ 2,53 bilhões com o fim do fator e alteração no cálculo da contribuição. Em 2011, esse valor salta para R$ 3,859 bilhões.
       O projeto alternativo de Vargas institui um novo critério de cálculo das aposentadorias: as pessoas só poderiam se aposentar com benefício integral quando a idade, somada ao tempo de contribuição, resultasse em 95 anos (homens), ou 85 (mulheres).

Portal de notícias Estadão
19/11/2009
http://www.estadao.com.br

 

       O clima econômico da América Latina passou por uma melhora no terceiro trimestre do ano e o Brasil foi um dos destaques, apresentando o melhor ambiente econômico entre os países da região. A conclusão consta da Sondagem Econômica da América Latina, feita em parceria pelo IFO (Institute for Economic Research at the University of Munich) e a FGV (Fundação Getúlio Vargas). Segundo as informações divulgadas nesta quinta-feira (19), o ICE (Índice de Clima Econômico) da América Latina atingiu patamar de 5,2 pontos em outubro deste ano, acima do desempenho de 4 pontos apurado na pesquisa anterior, referente a julho.
       O resultado de outubro, de acordo com as instituições, supera pela primeira vez desde janeiro de 2008 a média dos últimos dez anos (5,1 pontos). As entidades consideram que resultados abaixo de cinco pontos nos índices ainda indicam um clima ruim. De julho para outubro, o IE (Índice de Expectativas) da América Latina, um dos dois componentes do ICE, avançou de 2,6 para 3,3 pontos, enquanto o ISA (Índice da Situação Atual) da região subiu de 5,4 para 7 pontos.
       Ao se analisar o clima econômico de cada país, o Brasil ocupa posição de destaque. A pesquisa revelou uma sensível melhoria no ICE brasileiro, que passou de 5,5 pontos para 7,4 pontos de julho para outubro. Este é o maior patamar do índice entre os 11 países latino-americanos pesquisados para o ICE da América Latina de outubro.
       As instituições consideram que o clima econômico brasileiro entrou em uma fase de expansão. Considerando os climas econômicos de países de fora da América Latina, o País também é destaque. Entre os Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia e China), o ICE brasileiro é o maior em outubro, seguido por Índia (7,0 pontos) e China (6,5 pontos). A Sondagem Econômica da América Latina é trimestral. Na pesquisa de outubro, foram consultados 142 especialistas em 16 países.

Agência Estado
19/11/2009
http://aeinvestimentos.limao.com.br

 

        A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tem reunião extraordinária nesta quinta-feira (19), para avaliar a participação de novos empreendimentos no leilão A-5, que será realizado no dia 18 de dezembro.
       O objetivo da licitação é contratar novas fontes de energia, com início do suprimento previsto para 1º de janeiro de 2014. A resolução da Aneel aprovando o edital do leilão está no Diário Oficial da União desta quarta-feira (18).
       O leilão da Hidrelétrica de Belo Monte, previsto para 21 de dezembro, também consta da pauta da reunião. Para que o governo cumpra essa data, é necessário que o edital seja publicado ainda nesta semana, pois a publicação deve ocorrer pelo menos um mês antes da realização do leilão.
       Para o A-5 foram inscritos 81 empreendimentos, num total de 19.168 megawatts (MW) de potência instalada. Ao final da fase de cadastramento, a fonte com o maior número de usinas inscritas foi o gás natural, com 49 empreendimentos, somando 15.015 MW.
       Também foram inscritos EPE 9 Empresa de Pesquisa Energética) sete projetos de usinas hidrelétricas, cuja potência totaliza 905 MW, além de 12 pequenas centrais hidrelétricas com capacidade somada de 201 MW.
       Neste ano não participam do leilão térmicas movidas a óleo, consideradas mais danosas ao meio ambiente do que as movidas a gás natural. No leilão A-5, ano passado, foram licitados 25 mil MW, com grande participação de térmicas movidas a óleo.
       O presidente da EPE, Mauricio Tolmasquim, considera positivo o grande número de usinas interessadas em participar do leilão, mas vê com apreensão o fato de, até o momento, nenhuma das usinas hidrelétricas cadastradas ter obtido a licença ambiental prévia – pré-condição para que os empreendimentos possam ser licitados.

Agência Brasil
18/11/2009
http://www.agenciabrasil.gov.br

 

       O IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas), vinculado à Secretaria de Planejamento do Estado de São Paulo, começou a analisar toda a documentação técnica da obra do trecho sul do Rodoanel, em São Paulo, para apurar o que provocou a queda de três vigas de sustentação de um dos viadutos que vão passar sobre a Rodovia Régis Bittencourt. O acidente, ocorrido na última sexta-feira (13), deixou três pessoas feridas.
       Segundo nota enviada ontem (16) à imprensa, o IPT afirma que ainda não determinou um prazo para apresentação do relatório final sobre o desabamento. O relatório será enviado à empresa Desenvolvimento Rodoviário (Dersa), responsável pelo gerenciamento das obras do Rodoanel, que ficará responsável por sua divulgação.
       Além do IPT, o Instituto de Criminalística que é ligado à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo também deverá fazer um laudo sobre as causas do acidente que deve ser finalizado no prazo de 30 dias.

FNE – Federação Nacional dos Engenheiro
17/11/2009
http://www.fne.org.br

Noedi Monteiro*

       Zumbi vence a fúria branca. Desde os dias de Palmares, tem incomodado e inconformado os detentores do poder, desafiado a relação de domínio e colonização eurocêntrica, provocado a hierarquia e a hegemonia das relações étnicas e raciais no Brasil, pondo por terra o mecanismo de opressão, discriminação e exclusão.
       Até mesmo o Estado de Direito brasileiro que o havia considerado um perseguido, renegado, elemento perigoso, um bandido cuja cabeça estava a prêmio, como inimigo público nº 1, foi vencido de suas injustiças contra ele.
       O ordenamento jurídico que o vilipendiou hoje o reconhece, reabilita e promove. De uma vergonha para o Estado, passa a ser evidência e orgulho nacional num caso ímpar na história do País. Antecede Tiradentes 97 anos. A redenção histórica de Zumbi que começa em 20 de novembro de 1971 com Oliveira Silveira (1941-2009) e o Grupo Palmares em Porto Alegre (RS), num ato comemorativo transformado em Dia da Consciência Negra – que teve de ser aprovado pela Turma de Censura e Diversões Públicas/DR/RS da Polícia Federal dois dias antes do evento, assinado pelo censor Otto Dias Machado Filho –, supera o regime militar, o AI-5 (Ato Institucional) de 1968, a Lei de Segurança Nacional (LSN – Decreto-Lei 898) de 1969, que em seu art. 39, VI, promete prisão à incitação ao ódio ou discriminação racial e enquadra o racismo como crime de segurança nacional; e remete o guerreiro negro a novos traços e caminhos inimagináveis em sua geografia.
       De cabeça a prêmio e troféu do capitão sertanista André Furtado de Mendonça a serviço de Domingos Jorge Velho (1614-1705) em 1695, Zumbi dos Palmares é alçado a Medalhas de Mérito: Americana, Santa Bárbara d´Oeste, Piracicaba (SP), Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco, Florianópolis (SC), Uberlândia (MG), Duque de Caxias (RJ), Salvador (BA) etc.
       A essas, seguiram-se inúmeras outras homenagens, sempre reforçando a ideia de herói do abolicionismo. O dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi, tornou-se feriado em várias capitais, em centenas de municípios e em três estados brasileiros. Para o Estado de São Paulo engrossar essa fileira, tem a Ordem do Dia que espera a votação em Plenário, uma vez que o projeto de lei concernente foi aprovado pelas comissões pertinentes. O mesmo acontece no Senado Federal com o projeto que institui o feriado em nível nacional.
       Zumbi é a válvula de escape e a mola mestra dos movimentos negros contemporâneos, a pedra angular e o ponto de contato de um conjunto de ações que visam mudanças políticas e sociais nas relações étnicas e raciais brasileiras.


Noedi Monteiro é professor e organizador do Projeto Negro Arquivo & História
*Colaborou Aristides Galvão

       Em 29 de outubro último, ocorreu na sede do SEESP, na Capital paulista, o Dia da Engenharia Alemã. Promovido pela VDI (Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha), entidade com que o sindicato firmou convênio de cooperação para intercâmbio de conhecimento e realização de uma série de atividades conjuntas, o evento incluiu seminário e exposição de empresas multinacionais alemãs. Reuniu aproximadamente 250 participantes.
        “Alemanha: uma parceira para o Brasil” foi o tema da palestra inaugural, ministrada pelo cônsul-geral da República Federal da Alemanha, Heinz Peter Behr. Segundo ele, ambos países, as duas maiores economias dos seus continentes, são “parceiros naturais”. Nutrem colaboração estratégica em áreas bilaterais e multilaterais. Com três câmaras de comércio e indústria com a bandeira do país europeu – sendo a Brasil-Alemanha a maior em todo o globo –, o território nacional reúne “a maior presença econômica de empresas alemãs no mundo inteiro”. E todo ano acontece encontro nessa área entre investidores dos dois países. Em 2010, será em Munique.
        A crise financeira global atingiu os europeus em cheio, mas o cônsul-geral garantiu que não alterou o plano governamental de tornar a Alemanha a república da educação e pesquisa – a qual não se restringe à academia, mas acontece também nas empresas. Bertram Heinze, do Centro Alemão de Inovação e Ciência, salientou que foram investidos cerca de C 60 bilhões em pesquisas no ano de 2008 – em torno de 2,5% do PIB (Produto Interno Bruto) alemão. As indústrias, inclusive de médio e pequeno porte, tiveram papel importante nessa composição, muito embora o principal fomentador seja o Estado. Modelo a ser seguido pelo Brasil, esse relacionamento universidade-empresa consta do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) em 2006 e que vem sendo atualizado.
       Ciência e tecnologia também estão entre as prioridades do país central. Entre as três nações mais inovadoras do mundo, ao lado de Estados Unidos e Japão, conforme Behr, é a número um em patentes requeridas na Europa. “Os primeiros scanner, cartão com chip, tela de cristal líquido, microscópio eletrônico, MP3, bicicleta, lâmpada, telefone, geladeira, TV, turbina a jato vieram do país”, listou. O desenvolvimento da tecnologia “fuel flex” também teve a mão alemã, através da Volkswagen do Brasil e Bosch. Essa história de sucesso foi contada por Fabio Ferreira, dessa última empresa, que acrescentou: “A engenharia brasileira foi decisiva para a vitalização do flex no País e no mundo, pois só entendendo a realidade local é possível um bom desenvolvimento.”
       Diante dessas credenciais, o cônsul-geral aponta diversos campos em que os dois países podem incrementar sua parceria, em prol da sustentabilidade. Entre eles, em energia, clima, água, tecnologia de transporte e processos com baixo impacto ambiental. “A VDI e o SEESP são pilares importantes à inovação e a esse intercâmbio tecnológico”, concluiu.
       Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, Weber Porto ratifica que a troca entre esses parceiros é de enorme importância. “Atualmente há mais de 1.200 companhias de origem alemã no Brasil, sendo 800 sediadas no Estado de São Paulo. É a maior concentração no mundo, responsável por 10% do PIB nacional.” Ainda de acordo com ele, tais empresas geram 250 mil empregos e o trabalho de engenharia junto a essas multinacionais consta da balança comercial brasileira. “Nas suas exportações, aumentaram os produtos de alto valor agregado.”
       Com uma parceria histórica retratada no legado deixado pela engenharia desde o século XIX – que inclui estradas de ferro, centros de telefonia e outros –, Porto vislumbra ainda mais oportunidades de cooperação ao desenvolvimento do Brasil, dadas as demandas em infraestrutura com o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a exploração de petróleo e gás com o pré-sal, a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016.

 Fazer a mala
       Essa colaboração não se limita à atuação de empresas multinacionais em território nacional, vai além: conforme o presidente da Câmara, anualmente cerca de 2 mil engenheiros brasileiros são enviados para treinamento na Alemanha.
       Para garantir uma vaga em uma escola de excelência no mundo, como a Universidade Técnica de Munique, é preciso, contudo, se preparar bem. Quem ensina é o vice-presidente da Grob do Brasil, Christian Müller, um dos que seguiram essa direção. Além de apresentar um pouco desse universo durante o evento e elucidar os desafios e oportunidades a quem fizer essa opção, ele explicou: para estudar na Alemanha, normalmente faz-se Abitur (exame que permite o ingresso em instituições de ensino superior no país) ou um ano preparatório. “Noventa e cinco por cento dos brasileiros seguem esse caminho, que não é necessário para pós-graduação e doutorado.” Alemão fluente obviamente é essencial. Müller sugere ainda a aquisição de um livro de mão para estudantes internacionais, que traz dicas importantes. Vale destacar que a Alemanha incentiva esse intercâmbio, subsidiando parte dos estudos e mesmo moradia. E pode-se conseguir trabalhos por C 10 a hora, o que possibilitaria a sobrevivência durante os cinco anos em média para o término do curso (já incluindo mestrado). “O gasto médio seria de C 1.000 por mês, e a bolsa dada pelo governo, em torno de C 350.” Ao se formar, o engenheiro terá o diferencial da língua, de conhecer outra cultura e ainda a possibilidade de atuar numa empresa alemã. Com Müller, foi assim. Contratado pela Grob ainda no país europeu, viveu lá por 13 anos. Depois, foi transferido para a filial no Brasil, onde permanece até os dias atuais.


Soraya Misleh

       Provenientes de todo o Estado, quase 30 profissionais – entre diretores do SEESP e membros do seu CT (Conselho Tecnológico) – estiveram no dia 4 de novembro na cidade de São José dos Campos. A viagem visou a realização de visitas técnicas à Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) e ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que integraram a quarta jornada de ciência e tecnologia promovida pelo CT do sindicato.
        Na Embraer, que completa 40 anos de fundação em 2009 e foi privatizada em 1994, os engenheiros visitaram dois hangares, um reservado à confecção da fuselagem de aeronaves comerciais e outro relativo à linha de montagem. Segundo informação institucional, são atualmente mais de 19 mil empregados, sendo 6 mil engenheiros a garantir a fabricação de aviões, incluindo de defesa e executivos. A marca Embraer hoje contribui para encurtar as distâncias entre os diversos destinos e eleva aos céus a competência nacional no desenvolvimento tecnológico de produtos de alto valor agregado. Conforme Marco Túlio Grassi, diretor de Engenharia de Aviação Comercial da empresa, são necessários em torno de seis meses somente ao processo de produção, o que inclui desde o trabalho no chão de fábrica até a simulação em sistema de realidade virtual e testes diversos, inclusive em túnel de vento no CTA (Centro Tecnológico da Aeronáutica). A especificação, arquitetura, projeto e planejamento são feitos por brasileiros, assim como partes da aeronave.

No Inpe
       Criado em 1961 e ligado atualmente ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o instituto tem papel crucial para fazer cumprir a missão espacial brasileira. Sua parte é desenvolver satélites. São 2.500 trabalhadores, sendo 1.135 funcionários públicos, aproximadamente 40% da área de engenharia. Além disso, conta com 532 estudantes de mestrado e doutorado.
       O Brasil tem desenvolvido, através do Inpe, satélites para coleta de dados ao redor da Terra e de sensoriamento remoto, esses em parceria com a China. Dos primeiros, conta com dois, SCD-1 e SCD-2, lançados na década de 90. Juntos, contaram US$ 32 milhões de investimentos. Com vida útil estimada de um ou dois anos, continuam, contudo, em atividade. De pequeno porte, têm cerca de 1m de diâmetro e pesam aproximadamente 115kg. Levam 100 minutos para uma volta ao redor da Terra. Servem à meteorologia e hidrologia. Incluem experimentos de células solares desenvolvidos no Brasil. Protótipos desses e de outros modelos estavam em exposição durante a visita dos engenheiros.
       Entre os realizados mediante acordo de cooperação com a China, como parte do programa denominado “Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres”, a linha CBERS. Os três primeiros foram lançados em 1999, 2003 e 2007. Dois deles ainda encontram-se em operação. Permitem o monitoramento diário dos recursos naturais e regiões remotas. Levam 26 dias para a cobertura completa do globo. Cruzam a linha do Equador sempre às 10h30, horário em que o centro de controle recebe a informação, e ficam a uma altitude de 778km. Captam imagens numa faixa de 120km de largura em alta resolução, de até 20 x 20m por uma de suas câmeras. E a ideia para os próximos modelos – três deles em fase de testes e com expectativa de lançamento para final de 2010 – é ampliar a resolução espacial para 5 x 5 metros. O que significa que o nível de detalhamento no imageamento será ainda mais elevado. Através deles, é possível verificar a ocorrência de queimadas, desmatamento. Servem ainda a outros fins, como cartografia e planejamento urbano.
       Além de obterem informações gerais sobre o Inpe e os satélites, os engenheiros puderam observar, através de uma proteção de vidro, o LIT (Laboratório de Integração em Testes). Testes térmicos sobre um dos novos satélites sino-brasileiros foram realizados há três semanas no local e um protótipo em escala 1:1 do CBERS podia ainda ser visto na câmara de termovácuo. Nela são realizados testes de pressão e temperatura e simulado o ambiente espacial. Corresponde à primeira etapa do processo. Entre outras câmaras utilizadas às análises das condições de voo, estão as de vibração (no momento do lançamento do satélite) e a anecóica. Nessa última, o objetivo é testar a compatibilidade eletromagnética. Como conta José Sérgio de Almeida, coordenador do Laboratório de Simulação Espacial do Inpe, em seu interior não é possível escutar a própria voz, já que qualquer eco é eliminado. Dentro dela, também segundo sua afirmação, cabe um avião de pequeno porte.
       No planejamento do instituto até 2020, estão incluídos ainda os satélites Amazônia 1 e 2, de órbita equatorial, com o objetivo de monitorar de modo mais intenso toda a floresta amazônica. Já em desenvolvimento, o primeiro deve ser lançado em 2011/2012
e o segundo, em 2015.


Soraya Misleh

      Traçar rotas estratégicas para quem está preso no trânsito, reagendar reuniões, criar apresentações no Power Point ou até mesmo indicar uma programação para o fim de semana são algumas das tarefas que o “Clube de Serviços Prestus” realiza para seus associados.
       O conceito, inédito no mundo, coloca à disposição do usuário consultores e assistentes virtuais 24 horas por dia para atender qualquer tipo de chamado, seja de casa, do escritório ou em viagens. Se a necessidade for ainda mais específica, os atendentes colocam o associado em contato com especialistas. No caso de uma dúvida jurídica, por exemplo, será disponibilizado um advogado. A seleção dos especialistas é feita através de currículo, referências na web, portfólio, além de indicação dos próprios filiados.
       Para utilizar o sistema, basta apenas que o associado telefone ou mande um e-mail pedindo ajuda para ter acesso a uma gama de informações, como sugestão de restaurantes, teatros, shows e até serviços públicos. “São 7 mil soluções, entre sites e profissionais qualificados cadastrados no portal. Oferecemos desde uma simples encomenda de um motoboy para envio de documentos até agendamento de teleconferências, transcrição de reuniões e administração de agenda online”, informa o engenheiro Alexandre Borin Cardoso, sócio-diretor da Prestus e criador do negócio.
      Conforme explica, aderir ao clube é como ter uma secretária especializada em vários assuntos e serviços pronta para atender inclusive de madrugada. “Temos especialistas em compras que fazem cotação e sugestão de tudo, entramos em contato com call centers para reclamação ou atualização de dados, fazemos supervisão de idosos com lembretes automáticos do horário de medicamentos e agendamento de consultas médicas, enfim, criamos uma assessoria para resolver problemas reais”, descreve ele.

Como se associar
       Para ter acesso ao leque de facilidades, escolhe-se um plano para pessoa física ou jurídica. Em ambos os casos, paga-se uma mensalidade que varia de R$ 89,90 a R$ 349,90, que gera créditos e tem validade de até 90 dias para usar com os serviços do clube. A cada pedido, o valor é descontado como se fosse um cartão pré-pago, sendo possível recarregá-lo com valores adicionais nos meses que for preciso.
       No final de cada solicitação, o usuário pode avaliar e dar nota para o desempenho do assistente virtual e do prestador de serviços. Dessa forma, quando um novo chamado for aberto, o próprio sistema selecionará o profissional mais bem pontuado no ranking para atendimento.
       O sistema foi desenvolvido na Índia e melhorado no Brasil por Borin e pelo sócio Leandro Ferrari Crocomo. A ferramenta faz também a identificação do telefone cadastrado para que o atendimento seja personalizado, permite acesso ao histórico de solicitações pelos usuários e assistentes virtuais, visualização e compra de créditos, alteração de dados, mudança de plano, armazenamento dos contatos mais frequentes do cliente, facilitado na inserção de novos especialistas, e ainda possibilita que os funcionários possam trabalhar de casa. “Ser engenheiro foi fundamental para criar um sistema tão avançado, que integra telefonia e Internet. Ele é todo baseado em IP (Internet Protocol), faz tudo automaticamente, e essa é a base de engenharia”, comenta Borin.

Projeto recém-lançado
       A Prestus entrou em operação em setembro último e conta atualmente com 12 funcionários e 40 associados. A ideia de criar o clube de serviços surgiu há quatro anos da própria necessidade de Borin que, muitas vezes, sentia falta de apoio, apesar de dividir suas tarefas com uma equipe. “Percebi que terceirizar alguns serviços seria a saída”, relembra.
        Ele desenvolveu uma pesquisa que constatou que 79% dos profissionais que trabalham em empresas ou de forma autônoma em São Paulo não têm o suporte de uma secretária. “Na era da Internet, com smartphones e laptops sempre conectados, as pessoas têm a crença de que podem resolver tudo sozinhas, evitando pedir ajuda. Muitas soluções são até conhecidas, mas tomam tempo”, opina.
        Segundo Borin, várias empresas estão crescendo em projetos ou reduzindo pessoal, o que aumenta a sobrecarga rapidamente. “A nossa proposta é quebrar o paradigma da falta de tempo e superá-lo, de forma a proporcionar menos estresse e mais qualidade de vida para as pessoas. Queremos ser a retaguarda dos profissionais que precisam de suporte para se dedicar a tarefas realmente importantes, tornando-se mais eficientes e produtivos no trabalho”, finaliza.

Conheça mais: www.prestus.com.br


Lucélia Barbosa

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