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Comunicação SEESP*

O Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) informa que vai ser instalada, no dia 6 próximo, a comissão mista que vai analisar a Medida Provisória 808/2017, que altera pontos da Reforma Trabalhista, configurada na Lei 13.467/17. Desse modo, na próxima semana a matéria começará, efetivamente, a ser discutida pelo Congresso Nacional. O texto recebeu mais de 900 emendas e vai reacender o debate em torno da Reforma Trabalhista, que começou a vigorar em 11 de novembro e ainda causa muitas e controversas dúvidas.

O movimento sindical deverá, a despeito das dificuldades de atuação para alterar a lei, manter firme posição contra o desmonte da estrutura sindical via asfixia financeira.

Controvérsia
O deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) pleiteia a relatoria da MP. Marinho foi relator do projeto (PL 6.787/16) na Câmara dos Deputados. O presidente do Congresso, senador Eunício Oliveira (MDB-CE) discorda do nome de Marinho, pois o deputado disse não ter compromisso com o acordo realizado no Senado para alterar a Lei 13.467/17.

A indicação do relator, pelo presidente da comissão mista, vai passar por esse impasse e o movimento sindical precisa atuar para que o responsável pelo texto não seja alguém que tenha preconceito com a organização dos trabalhadores, como é o caso do deputado Rogério Marinho.

* Com informações do Diap

 

De Assessoria de Comunicação*

Os estivadores avulsos e vinculados do Porto de Santos, no litoral paulista, trabalham em ‘operação padrão’ desde as 7h desta quinta-feira (1º/03). Eles não aceitam a decisão do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) local de implantar unilateralmente o intervalo de 11 horas de descanso entre as jornadas dos trabalhadores portuários avulsos (TPAs), sem negociar. A categoria reivindica uma contrapartida ao intervalo.

Foto: Paulo Passos/Sindicato dos Estivadores de Santos
Estivadores em assembleia, no dia 26 de fevereiro último, quando decidiram paralisar as atividades.

Os trabalhadores querem garantia salarial diária e mensal, com intervalo de descanso obrigatório de 11 horas entre duas jornadas de trabalho, no sistema de rodízio, na falta de engajamento no trabalho devido à sazonalidade. “Isso não é descanso. É impedimento de trabalho, que são duas coisas distintas”, esclarece dirigente do Sindicato dos Estivadores de Santos, Sandro Olímpio da Silva. O presidente da entidade sindical, Rodnei Oliveira da Silva, diz que “não aceitamos a imposição, queremos negociar". A categoria está em época de campanha salarial.

Ele reclama que o Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) não chamou o sindicato para conversar. "Não bastasse, faz esse anúncio altamente prejudicial aos trabalhadores, pois não contempla a garantia do trabalho e ganho, prevista em duas resoluções da OIT (Organização Internacional do Trabalho).”

* Sindicato dos Estivadores de Santos

Da Agência Sindical

Mais dois juízes trabalhistas, no Rio de Janeiro (RJ) e em Florianópolis (SC), apontaram inconstitucionalidade dos artigos da reforma trabalhista (Lei nº 13.467/2017), que tratam da contribuição sindical. Ambos determinaram em suas decisões que continue sendo descontado a Contribuição Sindical, equivalente a um dia de trabalho dos empregados.

Segundo a juíza Aurea Regina de Souza Sampaio, do Rio de Janeiro, os artigos da reforma que tratam da contribuição sindical (Artigos 545, 578, 579, 582, 583, 587 e 602 da CLT) são inconstitucionais. Ela afirma ser “inegável” a natureza jurídica de tributo da contribuição e que qualquer alteração deveria ter sido feita por Lei Complementar e não por Lei Ordinária.

O juiz substituto da 3ª Vara do Trabalho de Florianópolis, Alessandro da Silva, foi na mesma linha ao analisar ação foi movida pelo Sindicato dos Frentistas da cidade (Sinfren). Para ele, uma lei ordinária, como é o caso da reforma trabalhista, não poderia ter alterado a obrigatoriedade do imposto.

"Assim sendo, pelo paralelismo das formas, lei ordinária não poderia tornar facultativa a contribuição sindical", diz o despacho do magistrado.

As decisões vêm se somar a outras sentenças, que também determinam recolhimento do imposto. Em dezembro, uma juíza de Lages, também em Santa Catarina, já havia determinado que uma escola da região continuasse a descontar o imposto de seus funcionários de maneira obrigatória.

Guerra
Marcelo Mendes Pereira, advogado do Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública Municipal de Guarulhos (Stap), avalia que apesar da vitória há uma longa guerra a ser travada. “As decisões são a vitória de uma batalha, mas a guerra mesmo vai ser travada no Supremo Tribunal Federal (STF), por meio das ações diretas de inconstitucionalidade ajuizadas pelas Confederações de trabalhadores”, disse à Agência Sindical.

 

Hélio da Fonseca Cardoso*

O sonho de comprar um veículo mais novo e confortável está na cabeça de todo o brasileiro. Fazemos um grande esforço para adquirir aquele veículo que sempre quisemos e finalmente conseguimos.

Quando o sonho se torna realidade pensamos em usufruir da melhor forma possível, mas geralmente nos esquecemos de que por ser uma máquina, o nosso veículo requer manutenção, corretiva e preventiva.

A manutenção corretiva é requerida quando o problema já foi constatado e tem que ser reparado para que possamos continuar utilizando nosso veículo. Além do custo da reparação, neste caso, corremos o risco de que o problema ocorra durante uma viagem, numa estrada, à noite em lugares não recomendáveis, ou seja, o custo não é somente aquele da reparação, demanda a presença de um mecânico ou eletricista no local e, pior ainda, a utilização de um guincho para remover o veículo para uma oficina.

Vejamos, então, que a manutenção corretiva tem custos envolvidos que não computamos, mas existem.

Portanto, a manutenção corretiva é inevitável em alguns casos, uma vez que não é possível determinar a vida útil de todos os componentes de um veículo, porém, o caminho correto é o da manutenção preventiva.

No caminho oposto da manutenção corretiva está a preventiva. O nome já diz tudo, prevenir que ocorra um problema. E qual a vantagem desse tipo de trabalho?

Podemos considerar preventiva até a troca de óleo lubrificante e filtros do motor, o que evita problemas técnicos e aumenta a vida útil do motor.  

Se observarmos o manual do proprietário do nosso veículo verificaremos que muitos itens deveriam passar por manutenção preventiva, o que geralmente não ocorre. Quem realiza a troca o fluido de freio na época determinada? E o líquido refrigerante do radiador? A correia dentada do motor? As pastilhas de freio? Todos e outros tantos itens de manutenção preventiva que são relegados ao segundo plano e que provocam falhas durante o uso do veículo.

Até mesmo itens que só lembramos quando ocorre uma pane deveriam ser substituídos preventivamente, lembro-me, neste momento, da bateria. Normalmente este componente nos deixa na mão em momentos em que mais precisamos e fatalmente perderemos tempo para solucionar a falha. Se efetivássemos a troca preventivamente, isso não ocorreria.  

Mas neste caso como realizar a manutenção preventiva? A grande maioria das baterias à venda não possibilita a manutenção, pois são seladas, mas podemos verificar periodicamente seu estado, assim como se o alternador está carregando conforme requerido.

Outros itens devem ser verificados preventivamente, tais como alinhamento e balanceamento para evitar que os pneus se deteriorem precocemente, em alguns casos a vida útil pode ser duplicada realizando estes serviços.

Quantas pessoas efetuam periodicamente a verificação dos faróis, não me refiro à troca de lâmpadas, mas à regulagem dos faróis para melhorar a visualização e evitar o ofuscamento dos veículos que vêm em sentido contrário.

Obviamente, a maioria das manutenções preventivas deve ser realizada por pessoal habilitado com equipamentos e ferramentas corretas.  

Algumas delas, porém, podem ser realizadas pelo proprietário do veículo. Elementar, porém, poucos o fazem é a calibração dos pneus conforme determina o fabricante, ou ainda a troca das palhetas do limpador de para-brisa.

O consumidor no Brasil tem demonstrado nos últimos anos grande afinidade por veículos, mas deixa de lado o fator principal para que possa lhe dar segurança e conforto: a manutenção.

E nesse sentido, a principal é a manutenção preventiva que se for realizada de forma correta reduzirá nossos custos com o veículo e preservará nosso prazer de dirigir, segurança e conforto.

Pense nisso e aproveite melhor seu veículo.

* Engenheiro mecânico; professor do curso de Inovação nos processos de inspeção e manutenção veicular do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec); membro da Comissão Técnica de Segurança Veicular da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA); diretor do Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de São Paulo (Ibape), nas gestões 2010/2011 e 2012-2013

 

 

Comunicação SEESP*

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro João Batista Brito Pereira, recebeu, na manhã desta terça-feira (27/02), representantes de centrais sindicais de todo o País. Na audiência, a primeira desde que assumiu a presidência, o ministro ouviu reivindicações dos trabalhadores e recebeu memoriais das centrais.

Ex-funcionário do TST, membro do Ministério Público, professor e advogado trabalhista, Brito marca o início de sua gestão na presidência da Corte com a abertura de diálogo. Em sua posse, no dia anterior, ele havia destacado a independência dos Poderes e manifestado entendimento de que a Corte deve obedecer ao que estabelece a Constituição. “Se houver algum conflito, deve prevalecer a Constituição”, disse.

Foto: TST
Ministro João Batista Brito Pereira em sua posse no TST, em 26 de fevereio último.

Os sindicalistas mostraram-se preocupados com dispositivos da Reforma Trabalhista (Lei 13.467/2017) que alteraram normas relativas à contribuição sindical e às negociações coletivas, entre outras.

O presidente do TST, por sua vez, destacou que sua gestão será marcada pelo diálogo. “As portas do tribunal estarão sempre abertas para o diálogo, seja com as entidades de representação profissional, seja com a classe empresarial”, afirmou.

O ministro Brito Pereira enfatizou que o TST, por meio de uma comissão especial, deve equacionar as questões relativas à reforma, especialmente com a revisão de súmulas e orientações jurisprudenciais, e acrescentou que a jurisprudência da Corte será alterada progressivamente. “É importante que os recursos cheguem ao tribunal. Com isso é possível dar mais agilidade e segurança jurídica”, disse, lembrando que é necessário ter paciência.

Por fim, o presidente ressaltou a importância de a comissão especial promover uma audiência pública para os ministros ouvirem de maneira ampla todos os interessados. “Somos um colegiado, e vou levar as ideias apresentadas nesse encontro aos demais ministros”, assegurou.

Centrais
A Agência Sindical conversou com os sindicalistas após a reunião. O presidente da Nova Central, José Calixto Ramos, observou: "Foi muito positivo o fato de a primeira audiência ter sido com o movimento sindical. O ministro traz com ele a marca da humildade. Acho que podemos crer numa nova realidade para a classe trabalhadora e o movimento sindical."

Para Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), "a busca do diálogo é desafio permanente". Ele lembra que é preciso levar em conta que várias ações reclamam inconstitucionalidades na nova lei. “Vamos resistir a essa falsa modernização das relações de trabalho, onde os patrões defendem uma agenda regressiva para reduzir o custo da mão de obra e negar direitos duramente conquistados", afirma.

Já Sergio Luiz Leite (Serginho), 1º secretário da Força Sindical, alertou, na oportunidade, sobre o ataque aos direitos e ao movimento sindical. O secretário de Assuntos Jurídicos da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Valeir Ertle, também avaliou positivamente o encontro: “A iniciativa indica que a nova gestão terá um TST equilibrado e aberto ao diálogo, diferente da gestão anterior.”

* Com informações do TST e da Agência Sindical

 

Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP

A Lei 13.467/2017, em vigor desde novembro do ano passado, acabou com a necessidade de o sindicato da categoria ou o Ministério do Trabalho revisar a rescisão dos contratos dos trabalhadores. Audiência pública promovida, no dia 22 de fevereiro último, pela Subcomissão Temporária do Estatuto do Trabalho, no Senado, apontou que a medida deixa os profissionais desprotegidos.

Foto: Beatriz Arruda/SEESP
Karen Blanco fala sobre a assessoria prestada pelo sindicato para todos os profissionais na homologação.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Ângelo Fabiano Farias da Costa, cartórios já têm oferecido o serviço por meio de uma escritura pública que pode ser emitida, inclusive, por meio eletrônico, sem a necessidade de comparecimento ao local físico. Ele observou que a participação dos sindicatos e do Ministério do Trabalho garantia o pagamento correto dos valores rescisórios. “Estão fazendo por meio eletrônico, o que aumenta a possibilidade de sonegação de direitos trabalhistas. A reforma trouxe uma série de instrumentos para retirada de direitos trabalhistas. É preciso rever esses instrumentos”, alertou.

A posição é reforçada pela advogada do SEESP, Karen Blanco, para quem o profissional fica totalmente desprotegido no cenário criado pela nova lei. Ela explica todo o procedimento de homologação realizado pelo sindicato: “Oferecemos um serviço personalizado gratuito, para sócios e não sócios, com a assessoria de um técnico ou advogado para analisar detalhadamente a rescisão contratual.” Com isso, prossegue, “analisamos todos os documentos, como o PPP (Perfil Profissiográfico Previdenciário), registro em carteira, verificação de direitos previstos em norma coletiva ou em leis, como a do piso salarial (4.950-A/66)”. Ela diz que, às vezes, nesse momento, era praticamente o primeiro contato daquele profissional com todas essas informações. “Muitos não tinham a menor ideia de que tinham direito a entrega de um PPP com a descrição das suas atividades na empresa”, observa.

A homologação no sindicato, prossegue, era um espaço de conciliação, “porque conseguíamos estabelecer um diálogo entre as partes, esclarecendo dúvidas. Isso evitava demandas judiciais futuras”. A advogada lamenta: “No ambiente empresarial não vai ter isso. O trabalhador vai assinar e com o tempo vai perceber que existem coisas erradas; e vai ter de entrar com uma reclamação trabalhista.” Ao mesmo tempo, a nova legislação, como observa, traz em seu bojo normas que oprimem o trabalhador a entrar na Justiça. “Esse profissional vai ter medo de ajuizar uma reclamação, porque ele pode sair devedor dela.”

Blanco descreve as muitas rotinas da homologação sob os cuidados do sindicato: “Na descrição das atividades realizadas víamos se estava tudo certo com a Lei 5.194/1966, que regulamenta o exercício da profissão de engenharia. Com isso, mesmo com nomenclaturas de cargo de analista ou de gerente, conseguíamos mostrar que a função exercida era compatível à de engenheiro.” Ela questiona e receia: “Sem a homologação no sindicato como esse trabalhador vai saber quais documentos e informações que ele precisa ter? Fico preocupada que a empresa pode fornecer um PPP que não condiz à realidade daquele profissional, e ele acaba assinando por desconhecimento.”

Outro ponto que a advogada esclarece é que o sindicato não aceitava fazer homologação por justa causa ou de empregados que gozavam de alguma estabilidade provisória. “Esse tipo de homologação a gente não aceita, porque a justa causa já é uma questão controvertida.”

Como ela faz questão de salientar a condição do trabalhador na hora da dispensa é muito vulnerável e desconfortável. “Como fazer o embate necessário no momento em que o profissional está se sentindo assim?”, indaga. Para ela, as categorias estão numa situação complicada e complexa, que leva o empregado a ter receio até de reclamar horas extras não pagas.

Blanco finaliza: “O sindicato exerce uma função social que é defender todos os seus profissionais. Nas nossas homologações o trabalhador saía consciente dos seus direitos. Conseguimos corrigir muitas coisas, como empresa que não respeitava o piso salarial, ou algum tipo de problema no pagamento de hora extra, retirada de bônus, PLR (Programa de Participação nos Resultados) etc.. Agora o empregado está entregue a própria sorte ou as mãos do empregador.”

Rosângela Ribeiro Gil
Comunicação SEESP

A imprensa nacional, desde o dia 25 último, especula sobre a finalização do negócio entre a Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e a norte-americana Boeing, que preveria a criação de uma empresa para jatos comerciais onde a estadunidense teria 51% do controle acionário, e a brasileira, 49%.

Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), nesta terça-feira (27/02), assinado pelo vice-presidente Executivo Financeiro e Relações com Investidores da empresa, José Antonio de Almeida Filippo, afirma-se que “até o momento não há definição acerca da estrutura da referida combinação de negócios, incluindo os percentuais que as partes eventualmente possuirão caso venha a ser implementada a referida combinação de negócios”. Em outro trecho a nota pontua: “A Embraer reitera que não há garantia de que a referida combinação de negócios venha a se concretizar.”

Contudo, desde que a informação sobre as tratativas entre as duas fabricantes chegou ao conhecimento público, em 21 de dezembro último, o debate é grande sobre o País abrir mão de empresa estratégica. William Nozaki, professor de ciência política e economia da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FespSP), acredita que se tal negociação se concretizar será o “terceiro golpe desferido pelo atual governo contra a política de ciência, tecnologia e inovação no Brasil”. Ele explica: “O primeiro foi a aquisição do Ministério de CT&I pelo das Comunicações; o segundo foi o corte orçamentário drástico para políticas científicas, tecnológicas e de pesquisa. Por fim, a desnacionalização da Embraer, a principal empresa exportadora de bens de alto valor agregado do País e responsável por alguns dos principais projetos de alto desenvolvimento tecnológico.” Para ele, isso seria mais uma “vitória para a fração rentista representada dentro do governo e certamente mais uma derrota para o País”.

Nozaki avalia que essa transação mostra o desdém do governo “com o desenvolvimento da indústria nacional e um realinhamento 'associado-dependente' à política externa e de defesa dos EUA, na medida em que a Boeing é praticamente uma empresa paraestatal que atua em parceria com o governo norte-americano em todos os grandes projetos militares e aeroespaciais daquele país”.

O professor discorda tratar a questão apenas pela ótica comercial: “Ao tratar tal operação assim, e não como uma negociação estratégica, o Brasil perde soberania nacional, autonomia tecnológica, capacidade de defesa, potenciais científicos e apequena seu papel no tabuleiro geopolítico e geoeconômico global. Ser um país relevante no mundo exige riscos e dá trabalho, duas coisas de que a elite brasileira não gosta.”

 

Comunicação SEESP*

No dia 24 de fevereiro último, o Núcleo Jovem Engenheiro do SEESP realizou a sua primeira reunião do ano para dar início às atividades de 2018. Entre essas, está a segunda fase do “Cresce Brasil - Itaim Paulista” que visa a implantação do projeto na escola estadual da região. Jéssica Trindade, estagiária do núcleo, falou sobre reunião realizada com o corpo docente e os próximos passos. Também foi abordado que o NJE irá focar na formação e qualificação dos futuros profissionais e daqueles que já atuam no mercado de trabalho; para tanto, serão realizados minicursos sobre temas voltados à liderança, gestão, gerenciamento e engenharia. A coordenadora Marcellie Dessimoni ressaltou a importância de obter qualificações para corresponder às expectativas do mercado de trabalho.

Foto: Núcleo Jovem Engenheiro
Professor Ricardo Carmona com os estudantes de engenharia do núcleo do SEESP.

Outro tema colocado em pauta foi a cobrança de anuidade, num valor simbólico, para o estudante pela utilização dos serviços, benefícios e bolsas que os acadêmicos usufruem do sindicato. Tal encaminhamento foi aprovado por unanimidade.

Na última parte da reunião, foi realizada o “Círculo de Diálogo” do núcleo, cujo tema, desta vez, foi “Indústria e profissional 4.0” com palestra de Ricardo Carmona, graduado em engenharia mecatrônica pela Universidade de Mogi das Cruzes, mestre em engenharia biomédica, pós-graduado em planejamento e implementação e gestão da EaD pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Durante a exposição, Carmona enfatizou a importância dos profissionais da área treinarem suas habilidades humanísticas como a gestão de pessoas, liderança, visão holística do todo para encontrar saídas na resolução de problemas.

Carmona abordou os sistemas de produção inteligentes, internet das coisas, análise de dados, robótica, realidade aumentada, as tendências mundiais e principalmente a necessidade de profissionais voltados a essa área. Segundo ele, a engenharia tem um papel fundamental no desenvolvimento de novas tecnologias, mas para que isso aconteça é preciso investimento e profissionais qualificados, hoje já existem cursos de cientistas de dados uma nova profissão surgindo para atender à demanda dessa nova indústria.

O especialista esclareceu, ainda, dúvidas e indicou caminhos para os futuros engenheiros que ainda não conseguem vislumbrar um cenário positivo em suas profissões. “Concluímos que o profissional 4.0 deve estar preparado para suprir a demanda do mercado aliado à uma equipe multidisciplinar, mudando o conceito onde trabalhadores apenas exerciam o fazer agora passam a exercer o pensar (desenvolver)”, observou Dessimoni.  

* Com informações do Núcleo Jovem Engenheiro

 

João Guilherme Vargas Netto*

Para a massa de milhões de brasileiros uma nova Divina Comédia não teria o Paraíso somente o Inferno e o Purgatório. O Paraíso seria reservado para uma ínfima minoria de tubarões que se locupletam com a desgraça geral enquanto os lugares de sacrifício se encheriam com as multidões de trabalhadores e de seus aparentados.

No Inferno estão seguramente os quase 30 milhões de subutilizados (na terminologia do IBGE) somados os mais de 12 milhões de desempregados (com 5 milhões deles de longa duração), os 4 milhões de desalentados (que desistiram de procurar emprego) e os que trabalham menos horas do que precisam e os disponíveis mas que não podem trabalhar.

No Purgatório estão os milhões de trabalhadores informais (sem Previdência, sem direitos, sem qualificação) e até mesmo os trabalhadores formais, acossados duramente pela lei celerada da deforma trabalhista.

A malavita é generalizada e o pessimismo se faz acompanhar de choro e ranger de dentes com o “pavor nacional do dia de amanhã”, na expressão de Lima Barreto.

Neste quadro dantesco em que o movimento sindical dos trabalhadores, com uma taxa de sindicalização de 18% da população economicamente ativa, faz o possível e o impossível para ser relevante e resistir, qualquer boa notícia é alvissareira.

E uma boa notícia é a posse, hoje, dia 26, às 17h, do novo presidente do TST, ministro João Batista Brito Pereira.

Antes mesmo dela, ela recebeu em audiência uma delegação expressiva de dirigentes sindicais quando se declarou favorável ao diálogo social dando voz aos sindicatos dos trabalhadores e defensor do papel civilizatório da Justiça do Trabalho. E até já marcou para amanhã uma audiência com as direções das centrais sindicais.

O novo presidente é maranhense e integra o TST desde 2000. Foi advogado trabalhista militante e do Ministério Público do Trabalho, o que lhe deu acesso ao tribunal superior. Embora procurado por veículos de comunicação sindical e da grande mídia para entrevistas, sua assessoria somente a viabilizará após a posse.

O movimento sindical valoriza seu novo mandato como notícia boa e quer, quanto mais cedo melhor, conhecer suas orientações e determinações funcionais, apoiando-o no fortalecimento da Justiça do Trabalho, para enfrentarem juntos o dantesco quadro descrito acima. 

 


* Consultor sindical

 

 

 

* Imagem reprodução de quadro O Inferno de Dante, por Botticelli

 

 

 

 

23/02/2018

Artigo - W. O.

João Guilherme Vargas Netto*

O movimento sindical dos trabalhadores e seus aliados venceram a batalha contra a deforma previdenciária por Walkover quando seu adversário desistiu da luta por fraqueza e outro interesse oportunista.

Mas isso não deve fazer que o movimento diminua a vigilância e o esforço de resistência porque o adversário não dorme e, como a cobra, troca de pele mas conserva o veneno.

A conjuntura política mudou e embora não tenha mudado diretamente para os trabalhadores é preciso refazer a hierarquia das tarefas imediatas e urgentes que se colocam para o movimento sindical no curso de suas campanhas e negociações salariais costumeiras.

Continua essencial a descida das direções sindicais, dos ativistas e dos auxiliares dos sindicatos às bases. Esta descida, sob a forma de assembleias nas entidades e nos locais de trabalho, deve garantir a aproximação entre cúpula e base em defesa dos interesses dos trabalhadores prejudicados pela lei celerada da reforma trabalhista.

A resistência à aplicação da lei celerada continua a ser a tarefa primordial nos locais de trabalho, na Justiça do Trabalho e no Congresso Nacional.

É preciso reforçar também as campanhas de sindicalização e ressindicalização, fidelizando os trabalhadores aos sindicatos e demais entidades e oferecendo a eles mais serviços de maneira inventiva não discriminando entre associados e não associados.

A busca legítima de recursos para os sindicatos deve ser intensificada por ocasião das assembleias e de eventuais campanhas salariais ou negociações coletivas. O esforço que o movimento sindical tem feito para cumprir, com inteligência, esta tarefa suscitou amplas matérias de cobertura da mídia (e ao mesmo tempo editoriais raivosos).

E, por último, mas não menos importante, devemos nos preocupar com a disputa eleitoral já engajada aproximando-nos de candidatos em todos os níveis e em quase todos os partidos capazes de aceitarem nossas reivindicações e de se comprometerem com elas, não apenas os candidatos “sindicaleiros”, o que estreitaria nosso esforço.

Uma das tarefas mais importantes é a de fazer constar nos programas partidários e dos candidatos as reivindicações e propostas mais relevantes e unitárias do movimento sindical colocando-o como protagonista em um projeto nacional democrático e produtivista.


* Consultor sindical

 

 

 

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