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Eliel

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Em 15 de dezembro próximo acontecem simultaneamente em todo o País as eleições gerais para o Sistema Confea/Crea e Mútua. Os engenheiros paulistas terão a possibilidade de exercer o direito democrático a voto direto e secreto para presidentes dos conselhos Federal e Regional de Engenharia e Agronomia (Confea/Crea-SP) e diretores geral e administrativo da Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea (Mútua-SP). Não haverá eleição para conselheiros federais no Estado. Os nomes dos candidatos constam do site do órgão. Os eleitos assumirão o cargo em 1º de janeiro de 2018, com mandato de três anos.

Poderão escolher seus representantes os profissionais registrados no órgão e com suas anuidades em dia. Para saber se consta da relação dos profissionais ou mutualistas aptos a votar, o eleitor deve clicar aqui. A quitação de obrigações em atraso precisa ser feita em até 30 dias antes da data do pleito e o comprovante deve ser apresentado no ato da votação.

O processo se dará em turno único. A votação terá início às 9h e seguirá até as 19h, quando o presidente da mesa receptora distribuirá senhas a todos os eleitores presentes que ainda não tiverem exercido seu direito democrático, aos quais será solicitado entregar à mesa documento de identidade, civil ou profissional. A partir de então, somente poderão participar do processo aqueles portadores de senha. Encerrado o pleito, terá início a apuração.

Em São Paulo, diferentemente de outros estados que utilizarão urnas eletrônicas cedidas pelos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs), o voto será feito em cédula de papel e depositado em urnas físicas. Para que seja válido, é fundamental assinalar a opção corretamente, de modo a não haver dúvidas. Por exemplo, deve-se atentar para que a anotação não extrapole o quadrado do candidato escolhido. Além disso, é importante não rasurar a cédula, sob risco de o voto ser anulado.

Além das sedes, inspetorias dos Creas e escritórios de representação em todo o Estado, haverá urnas em empresas, instituições de ensino e entidades de classe com atuação no âmbito do Sistema, conforme deliberação do Plenário do conselho regional. O profissional deve verificar onde há urnas instaladas próximas a seu trabalho ou domicílio e pode cadastrar-se para votar em uma delas até 14 de novembro, clicando aqui. Em caso de dificuldades, ligar para 0800-171811.

No dia da eleição, caso tenha se cadastrado devidamente e seu nome não conste na relação de aptos a participar, é possível votar em separado. Por garantia, imprima, guarde e leve o comprovante de realização do cadastro consigo na data. Conforme deliberação da Comissão Eleitoral Federal (CEF), caso não haja manifestação prévia do eleitor por local de sua preferência, a relação será elaborada considerando o endereço para correspondência constante do cadastro do Crea-SP.

 

O Sistema
Além do Confea – seu órgão central, com sede em Brasília –, o Sistema compreende 27 Creas. Nove coordenadorias de câmaras especializadas dos órgãos regionais, a Mútua, com 27 Caixas de Assistência, bem como os Colégios de Presidentes e de Entidades Nacionais – este último integrado por 28 organizações, representando cerca de 500 entidades de classe regionais e 200 instituições de ensino afiliadas e registradas nos órgãos estaduais – compõem ainda o Sistema.

Os conselhos são autarquias públicas que têm como função precípua a fiscalização do exercício profissional de engenheiros e demais categorias abrangidas por ele, como agrônomos, geólogos, geó­grafos, meteorologistas, tecnólogos e técnicos de nível médio de diversas modalidades. A fiscalização tem caráter coer­citivo, preventivo e educativo.

Ao regular essa atuação, a missão institucional dos órgãos, segundo consta do site do Confea, é, por meio dos serviços técnicos prestados ou obras executadas por profissionais devidamente habilitados, promover o bem-estar à sociedade, melhorias à qualidade de vida e geração de riquezas ao País.

O Crea-SP é o maior conselho de fiscalização do exercício profissional da América Latina, com agentes em 12 regiões administrativas. Conforme dados do Confea atualizados até 1º de novembro, congrega 358.165 profissionais ativos, de um universo de 1.377.682 abrangidos pelo Sistema em todo o País. Do total, 872.152 são engenheiros.

Já a Mútua foi criada pela Resolução 252, de 17 de dezembro de 1977, do Confea, em atendimento a autorização contida no artigo 4º da Lei nº 6.496 do mesmo ano. Sociedade civil sem fins lucrativos, tem como principal objetivo, segundo consta de seu site, “oferecer a seus associados planos de benefícios sociais, previdenciários e assistenciais, de acordo com sua disponibilidade financeira, respeitando o seu equilíbrio econômico-financeiro”. Todos os profissionais com registro nos Creas, bem como o quadro funcional do Sistema, podem se filiar.

 

Por Soraya Misleh

Um sério obstáculo à inovação no setor industrial é a ausência de recursos humanos qualificados. Apresentada em estudo publicado em 2015 pela Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), braço da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a constatação segue atual. Intitulado “O Fortalecimento das Engenharias”, o compilado sinaliza déficit entre o que as empresas necessitam e o que as faculdades oferecem. O Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), que tem como entidade mantenedora o SEESP, não se enquadra nesse contexto.Pelo contrário, é citado no estudo como exemplo positivo, revelando-se inovador no processo de aprendizagem e promissor na formação profissional.

Empresários e CEOs de grandes indústrias do País foram ouvidos para se descobrir as causas da deficiência e o que seria fundamental para supri-la. Salientou-se que para o incremento do Produto Interno Bruto (PIB), é preciso investimento e aumento da produtividade do trabalho. Ao alcance desses resultados, é mister inovação. Essa, como explica Paulo Mól, coordenador técnico da MEI, “pode acontecer em todos os ambientes de uma empresa, mas o engenheiro por formação já possui o olhar voltado a soluções de problemas, isso se torna relevante no processo”. Não obstante, conforme o estudo, apenas 54% desses profissionais está na indústria brasileira. Agravante à escassez de mão de obra qualificada, apontada na pesquisa, é a evasão de 60% nos cursos da área.

Para Mól, o gap está em como o engenheiro sai da universidade. Com novas tecnologias como internet das coisas, big data e inteligência artificial, ele observa que o mercado de trabalho é mais exigente e há demora na adequação das grades curriculares. “O tempo da academia, do preparo do professor e do contato do aluno acaba sendo descompassado”, critica o coordenador. Segundo ele, é preciso fortalecer a interlocução universidade-empresa – relacionamento considerado crucial a uma plataforma de desenvolvimento nacional sustentável, como propugna a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) em seu projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. “É uma convergência de propósitos”, ratifica Mól.

O Isitec foi mencionado como facilitador dessa conversa. Em 2015 o instituto iniciava suas atividades com a primeira turma de graduação em Engenharia de Inovação, curso pioneiro no Brasil. Hoje, são quatro e mais de dez ofertas entre extensão e pós-graduação. “Buscamos sempre trazer desafios reais para os estudantes, que não estão nos livros”, conta o professor e coordenador-geral de graduação do Isitec, José Marques Póvoa. A faculdade recentemente promoveu a Maratona de Inovação, que resultou em projetos feitos pelos alunos para solucionar problemas apresentados por empresas. Além disso, possui um projeto de apadrinhamento com a Citrosuco, que leva um aluno por mês para conhecer a planta de desenvolvimento da companhia. Diretor-geral do instituto, Saulo Krichanã Rodrigues, destaca: “Nós estamos criando aqui um centro de excelência para que as empresas venham buscar o aluno dentro da faculdade e assim contribuir em seu desenvolvimento, no processo de aprendizagem, tornando-o capaz de chegar ao mercado de trabalho.”

O modelo de aula também é diferenciado. “Os professores atuam muito mais como mediadores do aprendizado do que os únicos detentores do conhecimento”, conta Póvoa. Ele enfatiza: “O engenheiro de hoje, e do futuro, deve ser um eterno aprendiz, senão estará fora da profissão. Deve buscar sempre por cursos de especialização que o mantenham atualizado, não só com as tecnologias, mas também com a dinâmica em que vive a sociedade e as relações pessoais.”

 

Olhar inovador
Para garantir a inovação e, assim, crescimento econômico, Mól aponta ainda a necessidade de formação comportamental. Segundo a pesquisa, o perfil profissional desejado, diante dos desafios mercadológicos do século XXI, é do engenheiro com olhar inovador, capacidade de solucionar problemas, tomada de decisões, que saiba liderar e ser liderado.

Para Póvoa, a afirmação vai ao encontro da proposta do Isitec. “Hoje um engenheiro não pode ser somente técnico ou tecnicista, precisa conhecer todo o processo ao qual esteja engajado, participar de toda a cadeia produtiva da sua organização”, frisa. E conclui: “Não se faz engenharia ou tecnologia sem conhecimento, mas também não tem sentido tecnologia sem aplicação. Por isso insistimos que Engenharia de Inovação é a intersecção da sociedade.”

 

Por Jéssica Silva

A professora do Departamento de Engenharia de Construção Civil da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) Karin Marins, nesta entrevista ao Jornal do Engenheiro, discorre sobre o ensino da área e a atuação profissional conectados às demandas sociais atuais, entre essas, a exigência de desenvolvimento com sustentabilidade.

 

Como o profissional da área deve compreender e corresponder a essa demanda de desenvolvimento e respeito ao meio ambiente?

Atualmente todas as modalidades da engenharia estão, de certa forma, tocando o tema da sustentabilidade, tanto na busca pela inovação quanto em relação à gestão de processos. A chave do profissional bem-sucedido, no que diz respeito à questão, é buscar desenvolver uma visão sistêmica e abrangente das interfaces que a sua especialidade demanda para resolver os problemas que se apresentam. Buscar entender atuações complementares, e mesmo simultâneas, do objeto a ser tratado ajuda a identificar soluções mais efetivas e eficazes às demandas que se apresentam e, assim, impactos diversos, inclusive os ambientais, tendem a ser minimizados.

 

É fundamental ao estudante e ao profissional da área refletir sobre o papel da profissão na construção de um modelo de desenvolvimento econômico sustentável nas suas três dimensões: social, econômica e tecnológica?

Com certeza. Pela ampla inserção da engenharia na economia, na política e na sociedade. Mais do que isso, é necessário instrumentalizar seu aprendizado e reciclagem profissional de forma a procurar desenvolver uma visão sistêmica na busca e proposição de soluções para esses problemas, da forma o mais interdisciplinar e cooperativa possível. Essas ações têm sido buscadas em sala de aula, embora haja ainda desafios. Gostaria de exemplificar com o que vem sendo feito na Escola Politécnica da USP. Dentre as diversas iniciativas, que incluem disciplinas obrigatórias e optativas relacionadas ao assunto, chamo a atenção para alguns de seus módulos acadêmicos, que são conjuntos de disciplinas com um foco comum, que o estudante escolhe para completar o último ano. Tal liberdade de escolha permite que o aluno faça um módulo ligado a outro durante a sua formação. Temos 16 cursos e 43 módulos. São exemplos de módulos com forte conexão com a questão da sustentabilidade em suas diferentes dimensões: “Indústrias sustentáveis”, “Energia e meio ambiente”, “Planejamento, gestão e infraestrutura de cidades” e “Real Estate e ambiente construído”, sendo este último de responsabilidade do departamento onde atuo. O primeiro oferecimento dos módulos será em 2018.

 

 

Isitec

Agenda em novembro: vestibular e cursos
De 9 de novembro a 8 de dezembro próximo estão abertas as inscrições para o processo seletivo da graduação em Engenharia de Inovação do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec) para o primeiro semestre de 2018. Mais informações em www.isitec.edu.br. A instituição de ensino mantida pelo SEESP também oferece outros cursos. Confira alguns deles:

* Pós-graduação em Master BIM Especialista – O Modelador BIM é todo o agente da construção civil que participa do desenvolvimento de soluções de arquitetura e engenharia. Mais em https://goo.gl/rdLyJt.

* Pós em Gestão de Energia Sustentável no Rio de Janeiro – A gestão eficiente de energia é hoje um grande desafio para as empresas e fator essencial na competitividade, tendo impacto tanto na busca pela redução de custos quanto pela proteção ambiental. Saiba mais em https://goo.gl/ktgDHp.

* Teoria dos jogos aplicada à estratégia de negócios – O curso permite compreender diferentes aspectos de ambientes altamente competitivos, em que a informação muitas vezes é escassa. Parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe). Mais em https://goo.gl/9vUwV3.

 

 

QualificAção

Seminário sobre segurança no setor elétrico
Entre 22 e 24 de novembro, das 8h às 17h, acontece o 9º Seminário Nacional de Segurança e Saúde no Setor Elétrico Brasileiro (Sense). O evento, que conta com o apoio da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e de outras entidades, é realização da Fundação Coge, do Sindicato da Indústria da Energia no Estado de São Paulo (Sindienergia) e do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo (IEE/USP). Acontece no auditório deste último, à Avenida Prof. Luciano Gualberto, 1.289 – Cidade Universitária, Butantã, São Paulo. Programação e inscrições em www.sense.funcoge.org.br.

Frente às discussões relativas à primeira revisão do Plano Diretor do município paulista, após dez anos de implantação, o coordenador do Conselho Assessor de Transporte do SEESP, Jurandir Fernandes, proferiu uma palestra no auditório da Associação Comercial de Salto sobre a questão da mobilidade urbana, no dia 10 de outubro último. Promovido pela Associação de Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Salto (Aeaas), o evento teve o apoio do SEESP. A atividade contou com a participação do coordenador do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), Fernando Palmezan, também diretor do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec). Além dele e do presidente da Aeaas, Paulo Takeyama, esteve presente Luiz Roberto Steiner Fruet, à frente da Associação de Engenheiros e Arquitetos de Indaiatuba.

Na plateia, moradores, verea­dores, representante da Associação de Bairros, diretores da Associação Comercial, empresários de diversos segmentos, inclusive transporte público, estudantes de arquitetura, além de integrantes das coordenações de Pesquisa e Inovação e Pós-graduação do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) e de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp). O município de Salto integra a região atendida pela Delegacia Sindical do SEESP em Sorocaba.

 

 

Núcleo Jovem participa de Semana da Engenharia em Araraquara
“O papel da engenharia no desenvolvimento nacional” foi tema de atividade realizada na Semana da Engenharia da Universidade de Araraquara (Uniara), com a participação do Núcleo Jovem Engenheiro do SEESP, no dia 6 de outubro. O evento foi organizado pelo Diretório Acadêmico da instituição, cuja presidente é Mariana Esteves.

Na ocasião, a coordenadora do núcleo, Marcellie Dessimoni, falou sobre obrigações e direitos dos engenheiros no mercado de trabalho. Ela apontou ainda as consequências aos profissionais liberais da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017), que entra em vigor no dia 11 de novembro.

Dessimoni também salientou a responsabilidade da categoria na retomada do crescimento do País. “A engenharia é a mola propulsora do desenvolvimento nacional, e a juventude é o presente e futuro do Brasil; juntas, transformam e melhoram a vida das pessoas”, afirmou. A coordenadora do núcleo convidou os estudantes a montarem um movimento jovem junto à Delegacia Sindical do SEESP em Araraquara, representada no evento pelo diretor Rogério do Prado Lima, que colocou a entidade à disposição dos acadêmicos.

 

 

Eleição para delegado sindical no Metrô
Entre 20 e 22 de novembro, das 8h às 17h, acontecem pela internet as eleições para delegados sindicais do SEESP na Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô-SP), gestão 2018-2021. Para votar, o engenheiro que trabalha na empresa deverá acessar página específica que estará disponível no período, utilizando login e senha individual que serão encaminhados pelo correio no dia 13 de novembro. Caso não receba os dados até dia 20 deste mês, a orientação é entrar em contato com a Comissão Eleitoral. Mais informações aqui.

 

Revisão do Plano de Carreira na EMTU

Está em curso o processo de revisão do Plano de Carreiras, Empregos e Salários (PCES) da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU). Em reunião no dia 19 de outubro último com os representantes da companhia, o SEESP reiterou as reivindicações da categoria em relação ao tema: cumprimento do piso salarial dos engenheiros e arquitetos; implantação de procedimento e sindicância interna para efetivação de demissões de trabalhadores de carreira; e inclusão da avaliação da equipe para promoção. O SEESP recomenda aos engenheiros da EMTU que encaminhem sugestões para o PCES à sua representante sindical, Luciane Gama Ferreira, pelo telefone (11) 3113-4819 e
e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., ou ao Departamento Jurídico da entidade, (11) 3113-2660 e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

 

 

Prefeitura de São Paulo impõe 0,01% de reajuste salarial
Os engenheiros da Prefeitura do Município de São Paulo (PMSP) estão intensificando as ações da Campanha Salarial 2017. A administração municipal mantém-se intransigente em sua postura de não negociar e impor à categoria a retomada dos reajustes anuais de 0,01% que geraram grande arrocho salarial entre 2007 e 2016. Após terem conquistado uma reformulação completa da carreira no ano passado, agora os servidores reivindicam reposição das perdas do período, que já ultrapassam 7%. Assembleias e mobilizações devem ocorrer ao longo deste mês para pressionar a PMSP pela negociação.

Sampaprev – O município pretende ainda alterar a aposentadoria , representada hoje pelo seu Instituto de Previdência (Iprem), que passa por dificuldades de arrecadação, criando um Sistema de Previdência Complementar. Após pressão dos servidores, os vereadores retiraram o texto substitutivo que tramitava na Câmara e anunciaram que será marcada audiência pública, assim que for reapresentado.

A pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 29 de setembro aponta taxa de desocupação de 12,6% no período de junho a agosto, o que resulta em nada menos que 13,113 milhões de pessoas desempregadas no País. Em comparação com o trimestre anterior, o levantamento aponta uma ínfima melhora, com diminuição de 658 mil desocupados. No entanto, mostram os dados, o mercado informal responde por 70% dessas vagas. Ou seja, sem garantias e com salários menores. É urgente que se comecem a tomar medidas efetivas e corretas para tirar o Brasil dessa trajetória rumo a um país em que a pobreza e a precariedade sejam a tônica dominante.

Em que pesem as gravíssimas crises política e econômica vividas na atualidade, a sociedade deve exigir dos governos nas várias instâncias e também contribuir com iniciativas que possam reverter a tendência descendente da economia.

Um bom exemplo nesse sentido é o “Cresce Baixada” (leia reportagem aqui).  Inserida no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, a articulação reúne as entidades sindicais da Baixada Santista, com participação ativa da Delegacia Sindical do SEESP, e as prefeituras dos municípios que compõem a Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS).  O objetivo é buscar saídas para o quadro preocupante de desemprego crescente e empobrecimento das cidades. Para se ter uma ideia, deixaram de circular anualmente R$ 3 bilhões com a retração da arrecadação de tributos, resultado direto da estagnação econômica. 

O movimento sindical já elencou 30 propostas para fazer frente a esse quadro, como a criação de frentes de trabalho, a construção de restaurantes públicos que oferecem refeições a preços módicos, o fornecimento de “passe livre” no transporte público aos desempregados e a reabertura de cursos de qualificação e requalificação profissional. Também na pauta a implementação de política industrial que atraia investimento para a região e a instalação de um porto industrial.

É preciso que o exemplo da Baixada Santista seja seguido Brasil afora. Não é razoável que um país de dimensões continentais, riquezas diversas e uma população de mais de 200 milhões resigne-se a andar para trás, ao invés de avançar.

Entre as possibilidades em nível nacional no horizonte próximo, o SEESP defende, juntamente com a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e o movimento “Engenharia Unida”, a retomada das obras paralisadas no País. A decisão de reativar os canteiros abandonados teria impacto positivo no emprego, na movimentação da economia e na qualidade de vida da população que aguarda por milhares de equipamentos essenciais, como escolas e postos de saúde.

Clemente Ganz Lúcio

 

O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) é uma criação do sindicalismo brasileiro da década de 1950, período em que o País criava grandes instituições para promover o desenvolvimento nacional (Petrobras, BNDES, entre outros). Planejamento estratégico, visão de futuro e de desenvolvimento mobilizavam a história do Brasil, o que hoje é somente passado.

O Dieese se formou como uma livre associação de entidades sindicais que, de maneira solidária, investiram e investem nessa organização para que ela produza pesquisas, elabore estudos, preste assessoria e desenvolva formação. Uma decisão política ousada criou uma instituição intersindical e unitária que reúne, de maneira cooperada e racional, os recursos financeiros para produzir competência técnica a serviço dos trabalhadores. A reunião dessas entidades possibilitou a geração e a expansão de conhecimento de alto valor, que possui credibilidade em toda a sociedade. Conhecimento científico, a partir da ótica dos trabalhadores, que contribuiu com a fundamentação técnica e argumentação do movimento sindical e tem permitido, ao longo da história, que a classe trabalhadora se contraponha a dados improcedentes, usados em determinadas conjunturas para manipular a população. Trabalho que, de certa forma, tem ajudado a difundir na sociedade informação crítica, olhar sobre a diversidade e visão de mundo a partir de outras perspectivas, enriquecendo o debate e fortalecendo a luta sindical.

A credibilidade é uma construção permanente, que se renova a cada dia com o rigoroso processo de produção, as pesquisas e a análise crítica fundamentada. O Dieese também se caracteriza por ser uma instituição que produz conhecimento para a intervenção social do movimento sindical.

A sociedade e o capitalismo passam por grandes mudanças. O sistema produtivo se transforma com a globalização econômica e com o comando do sistema financeiro sobre as empresas; o ganho rentista transforma a lógica do investimento e da acumulação da riqueza; as novas tecnologias aceleram a produção e concentração da renda e desempregam trabalhadores; as desigualdades aumentam, a pobreza reaparece, a precarização do trabalho se expande; as instituições do sistema democrático são fragilizadas; o voto universal é constrangido.

No mundo, a reforma do sistema de relações laborais flexibiliza as formas de contratação e de jornada, cria condições para a redução do custo do trabalho, dos direitos e sistemas protetivos, facilita a demissão e reduz os custos das dispensas, inibe a formação de passivos trabalhistas para as empresas e fragiliza a atuação dos sindicatos.

Essas mudanças, com forte componente regressivo, exigirão que a luta social seja profundamente repensada. Será preciso recorrer aos clássicos para inventar novas formas de luta capazes de recolocar a dinâmica social na direção da igualdade, da liberdade, da justiça e da solidariedade.

A reinvenção do movimento sindical precisa buscar os fundamentos da organização de base, da capacidade de diálogo desde o local de trabalho, do permanente investimento em formação, do uso otimizado dos recursos financeiros e patrimoniais dos trabalhadores, da remodelagem de estruturas e serviços para a luta social e da disputa ideológica, entre outras iniciativas.

O Dieese também deverá se reinventar, a partir do que está na sua constituição. A primeira prioridade é reorganizar o trabalho de assessoria e atendimento para chegar a todo o movimento sindical e ajudá-lo a repensar as ações, planejar as negociações coletivas, produzindo estudos, disponibilizando informação e conhecimento no atendimento direto ou por meio da internet. A segunda é o investimento em formação, direcionada para entender as mudanças em curso e modos de desenvolver resistência, alterações e avanço. A terceira prioridade será produzir conhecimento – pesquisas e estudos – sobre a precarização do trabalho. Essa estratégia inclui ampliar a participação das entidades sindicais no Dieese, investir mais na cooperação com outras organizações e profissionais e melhorar a capacidade de captação de recursos financeiros.

Será preciso mudar o Dieese para aprimorar aquilo que constitui a entidade desde sempre e intensificar atividades, no contexto das adversidades e dos desafios atuais, para ajudar o movimento sindical em suas lutas.

 

Clemente Ganz Lúcio é diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese)

Ao longo de 33 horas, entre os dias 16 e 17 de setembro, alunos do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec) e de outras instituições de ensino ficaram acampados na faculdade mantida pelo SEESP, localizada em São Paulo.  Sem bandas de rock ou festa animada na programação, o que manteve os jovens alertas e em atividade foi a primeira Maratona de Inovação do Isitec, que incluiu pesquisa e elaboração de projetos. O desafio colocado era desenvolver soluções inovadoras para problemas reais propostos pela Empresa Metropolitana de Transporte Urbano (EMTU) e pela Elektro Distribuidora de Energia.

Participaram 31 estudantes e 16 professores mentores da Universidade de São Paulo (USP), das Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU), do Centro Universitário Capital (Unicapital), da Escola Superior de Engenharia e Gestão (Eseg), da Instituição de Ensino Superior e de Pesquisa Insper, do próprio Isitec e das empresas EMTU e Elektro.

Do total de oito projetos, foram escolhidos dois para serem incubados pelas empresas, um voltado à mobilidade e outro à energia. A apresentação das iniciativas e escolha dos campeões aconteceu na 4ª edição do Seminário de Inovação do Isitec, em 22 de setembro.

Estiveram presentes Jurandir Fernandes, professor da Universidade de Campinas (Unicamp) e coordenador do Conselho Assessor de Transporte do SEESP; Brasilina Passarelli, coordenadora da Escola do Futuro da USP; João Ronco Junior, da empresa de bilhetagem eletrônica Prodata Mobility Brasil; Ronaldo Pequeneza, da agência de inteligência Prospectiva; Julian Monteiro, da startup de mobilidade Scipopulis; Renata Veríssimo, gestora do Núcleo de Parceria + Inovação da EMTU; além do engenheiro de segurança da Elektro, Guilherme Megda Mafra.

 

Sistemas inteligentes e integrados

O campeão em mobilidade, grupo Hackafé, apresentou um software que integra o sistema de validação da bilhetagem dos ônibus com o GPS, para sanar o problema das zonas de sombra. “Nessas, a informação do transporte não chega à empresa, por problemas de sinal. É como se o ônibus não estivesse ali”, explica Gideão Gomes da Silva, do segundo semestre de Engenharia de Inovação do Isitec. O estudante conta que passou a madrugada da maratona aprendendo sobre programação para criar o banco de dados integrado. Na sua visão, o evento foi uma oportunidade de “fazer engenharia de inovação de fato”. “Percebi o quão longe posso ir, o quanto posso realmente fazer as coisas acontecerem”, disse. “A sensação que tivemos é de que todos estavam prontos para degustar qualquer desafio que viesse”, conta Veríssimo. Segundo ela, a EMTU realizou previamente uma maratona com os funcionários para elencar os problemas que seriam propostos aos alunos. O projeto vencedor, conforme conta, será “galgado e desenvolvido num programa de seis meses”, dentro do núcleo de inovação.

Já em energia elétrica, o grupo Capivara Real venceu a competição ao propor uma rede inteligente de dados, coletados através de um dispositivo por conexão wi-fi que permite mapear os locais em que o serviço é prestado. “Assim é possível religar a distância a energia de uma casa ou saber exatamente o poste que teve problemas, diminuindo riscos ao operador e otimizando o trabalho”, exemplifica Vitor Lima, do segundo semestre de Engenharia de Inovação do Isitec. Conforme Mafra, o desafio proposto foi pensado em cidades inteligentes e foi apresentada uma boa solução. Para ele, a maratona mostrou a importância de “colocar o estudante em contato com o mundo, ao invés de formá-los apenas na teoria”. E continuou: “Receberemos no futuro um profissional muito mais preparado.”

Apesar de ser uma competição, para o professor do Isitec, Diogo Dutra, todos saem ganhando. “A maratona é uma concentração de aprendizado, de networking. Teve espírito colaborativo e integrador”, ressalta. Aline Cristina Souza dos Santos, engenheira civil de Mato Grosso, participou como mentora, auxiliando os grupos durante a atividade. Na sua ótica, o evento foi “enriquecedor ao processo de aprendizagem dos alunos, uma possibilidade de compartilhar conhecimento”.

 

“Hackatona”

A maratona do Isitec seguiu passos de um movimento que vem se tornando conhecido no País, a “Hackatona”. A palavra original em inglês “Hackthon” combina os termos hacker, de programadores e trabalho com dados voltados à tecnologia, com maratona, pois o evento dura dias.

Segundo Dutra, a “hackatona” do Isitec representa epicentro da proposta de ensino do instituto. “É um resumo do que a gente vem trabalhando em sala de aula”, atesta. A proposta é ter uma maratona por semestre, sempre aberta a alunos de outras universidades. Para o professor, atividades como essa “materializam o que é ser um engenheiro de inovação”. E conclui: “Queremos que esses jovens cheguem ao mercado para inovar e trazer um novo olhar à engenharia e ao Brasil.”

 

Por Jéssica Silva

De 2014 a agosto último, a Região Metropolitana da Baixada Santista (RMBS) perdeu mais de 47 mil dos 72 mil empregos criados entre 2007 e 2013, segundo o consultor econômico Rodolfo Amaral.

Além da perda de postos de trabalho, no ano passado, continua ele, também deixaram de circular anualmente R$ 3 bilhões na sua economia, com a retração da arrecadação do Valor Adicionado Fiscal (VAF) – indicador econômico-contábil utilizado pelo Estado para calcular a participação municipal no repasse de receitas, como os impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e sobre Produtos Industrializados (IPI). “Todos os nossos índices apontam que estamos andando para trás. Estamos piores do que há duas décadas”, critica.

Em 2016, a região sofreu outro grande revés, uma vez que a maior empregadora local, a siderúrgica Usiminas, desativou a sua unidade de produção de aço, localizada no polo petroquímico de Cubatão. “O impacto foi muito forte e doloroso. Perdemos mais de 5 mil empregos, entre diretos e terceirizados, e ainda teve o “efeito cascata”, com a paralisação total ou parcial de fábricas de cimento que utilizavam escória dos altos-fornos; de manutenção de motores, de peças etc.”, lembra Newton Guenaga Filho, presidente da Delegacia Sindical do SEESP na Baixada Santista. A grave situação fez com que a regional e outras entidades de trabalhadores e segmentos sociais locais, em 2015, criassem o fórum “Cresce Baixada” para discutir saídas à estagnação econômica.

Os debates sobre o desenvolvimento regional foram retomados em agosto último, com o reforço do Conselho de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Baixada Santista (Condesb). Formado por representantes das nove prefeituras que compõem a RMBS, o órgão, por deliberação do seu presidente atual, Alberto Mourão – prefeito de Praia Grande –, manteve reuniões com os sindicatos e criou uma comissão tripartite – trabalhadores, empresários e instituições de ensino e pesquisa. O objetivo, explica Guenaga, é que “as forças vivas da sociedade discutam e definam caminhos para sair da crise”.

À superação do que o presidente da delegacia do SEESP definiu como “encruzilhada econômica”, o movimento sindical já elencou 30 propostas. Entre elas, a criação de frentes de trabalho, a construção de restaurantes “Bom Prato” do Governo do Estado, o fornecimento de “passe livre” no transporte público aos desempregados e a reabertura de cursos de qualificação e requalificação profissional.

 

Porto industrial

Propostas macro também estão na pauta. Sob essa ótica, inclui-se a discussão de uma política industrial, abrangendo isenção de tributos. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Administrativos em Capatazia, nos Terminais Privativos e Retroportuários e na Administração em Geral dos Serviços Portuários do Estado de São Paulo (Sindaport), Everandy Cirino, “sabemos que sem incentivo fiscal não vamos atrair nada para a região”. Ele salienta que a Baixada abriga o maior complexo portuário da América Latina: “O Porto de Santos representa quase 40% da balança comercial do País e quase 60% da arrecadação desse município.” Tal perfil pujante, justifica Cirino, credencia a região a postular a criação de um porto industrial. “Fazemos a exportação do produto final, por que não fabricamos aqui também?”, questiona. E acrescenta: “As cidades de Praia Grande, Santos e São Vicente, por exemplo, têm áreas para essas instalações. É uma forma de criarmos empregos e renda.” Ele cita a montagem de veículos e a indústria de pás eólicas como bons empreendimentos a serem atraídos. Também estão entre as demandas a retomada da produção do aço pela Usiminas e a utilização do material em empresas ferroviárias, naval e na construção de habitações populares, além da instalação de um parque de manutenção mecânica e elétrica de plataformas petrolíferas.

Para o assessor do Conselho Sindical da Baixada Santista, Plínio Alvarenga, a região precisa rediscutir, inclusive, seu perfil econômico e ter um planejamento global para os próximos anos. Ao mesmo tempo, ele reforça antiga reivindicação local de ter um parque tecnológico ativo e mais universidades públicas com cursos atinentes aos objetivos de desenvolvimento. Alvarenga destaca também o potencial turístico da região, principalmente nas temporadas dos transatlânticos, e a instalação definitiva de aeroportos regionais, como os de Guarujá e Itanhaém.

Criada em 1996, a RMBS é integrada pelos municípios de Bertioga, Cubatão, Guarujá, Itanhaém, Mongaguá, Peruíbe, Praia Grande, Santos e São Vicente. É responsável por aproximadamente 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) paulista e concentra 4% da população estadual (1,8 milhão de habitantes), segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2016.

 

Por Rosângela Ribeiro Gil

Diante da iminência da entrada em vigor da reforma trabalhista (Lei 13.467/2017), que ameaça direitos duramente conquistados, o movimento sindical articula sua resistência. As novas regras que flexibilizam conquistas – ao definirem, entre outros pontos, que o negociado daqui para a frente se sobreporá à legislação  (leia mais em https://goo.gl/JLBPwv) – passam a valer a partir de 11 de novembro próximo.

No dia 10, está marcado “Dia Nacional de Luta e Defesa de Nossos Direitos, com greves, paralisações e manifestações”, com a clara mensagem de que os trabalhadores não aceitarão a retirada de direitos.

A data foi definida em plenária nacional realizada em 29 de setembro, no CMTC Clube, na Capital. Chamada pelos metalúrgicos – que aproveitaram as campanhas salariais para convocar unidade de ação –, contou com a presença de diversas outras categorias, como metroviários, petroleiros, químicos, eletricitários, trabalhadores dos correios e do setor de alimentação, entre outros. Os engenheiros também endossaram a convocatória.

Ao final, a plenária aprovou carta intitulada “Um chamado à luta dirigido à classe trabalhadora brasileira”. Além de explicitar os efeitos da grave crise política e econômica à sociedade, entre eles o alto índice de desemprego e a perda de soberania nacional, o texto evidencia: “Os trabalhadores brasileiros, organizados em suas entidades de classe, vão resistir e lutar contra as reformas ultrajantes de um governo repudiado por 97% da população. O trabalhador não é responsável pela crise nas finanças públicas, muito menos pela recessão da economia e, ao longo da história, já fez sacrifícios demais. Recusamo-nos a pagar mais essa conta.” E complementa: “Todos os direitos trabalhistas e previdenciários que hoje usufruímos foram conquistados com luta e com muito sacrifício de nossos antepassados. Agora é a nossa vez de lutar para mantê-los e não condenar nossos filhos e netos a viverem em um mundo pior do que este em que vivemos hoje.”

Afora a batalha contra as reformas que precarizam direitos, a pauta do movimento inclui apoio à luta dos servidores públicos, garantia de geração de empregos com qualidade, oposição à terceirização, à desindustrialização e desnacionalização da indústria, bem como às privatizações, em defesa do patrimônio público. Nessa direção, durante a plenária, foi duramente criticado o desmonte da Petrobras e a proposta de desestatização da Eletrobras feita em agosto último pelo Governo Temer. Contra essas duas ações, os trabalhadores decidiram se somar aos atos públicos que vêm sendo chamados pelas categorias que atuam nessas companhias. A primeira iniciativa nesse sentido estava marcada para 3 de outubro – data da criação da Petrobras em 1953.

Presente à plenária, Edilson Reis, diretor do SEESP, destacou que os pleitos “basicamente vão ao encontro de todos os movimentos que o sindicato tem feito”. Assegurando a disposição da entidade em se somar às ações, ele saudou o movimento, diante de um quadro desafiador para os trabalhadores. “Já existem empresas tentando aplicar em acordos e convenções coletivas o que foi aprovado na reforma, mesmo antes de sua entrada em vigor. Na SPTrans (São Paulo Transporte) conseguimos inserir uma cláusula garantindo que qualquer ponto pretendido a partir da reforma não será implementado sem discussão com os sindicatos. Caminho que vamos buscar junto às demais empresas e entidades com que o SEESP negocia.”

 

Ponto de partida

Em preparação à plenária do dia 29, os metalúrgicos realizaram o Dia Nacional de Luta, Protestos e Greves em 14 de setembro último. Organizado por entidades sindicais da categoria reunidas no movimento “Brasil Metalúrgico”, abrangeu sobretudo assembleias em portas das fábricas dos principais polos industriais brasileiros. Segundo o consultor sindical do SEESP, João Guilherme Vargas Netto, foi “um esquenta de resistência às ‘deformas’ e de mobilização nas campanhas salariais em curso e projetadas para os próximos meses”.

Para Miguel Torres, vice-presidente da Força Sindical, “o movimento está crescendo e colocando o trabalhador em ação. À unidade necessária, essa plenária é o ponto de partida, rumo à greve geral”. Na mesma linha, Zé Maria, dirigente da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), ressaltou a importância da construção de processo unitário, que “tem como dimensão uma luta nacional”.

Diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Clemente Ganz Lúcio, aponta: “É um novo ambiente que a legislação traz às negociações. Assim, estão havendo iniciativas rumo a uma agenda de resistência, de modo que tenha efetividade para evitar a adoção por empresários de linha de desmonte de direitos.” Ele alerta que “não se sabe a extensão do que pode vir pela frente”. Face a essa incerteza, na sua ótica, o desenvolvimento e a pactuação de relações do trabalho devem integrar a agenda do movimento sindical.

 

Por Soraya Misleh

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