O incêndio e desabamento em 1º de maio – Dia do Trabalhador – do Edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo do Paissandu, no Centro da Capital, reacendeu debate sobre a reforma e adequação de imóveis vazios à garantia constitucional do direito à moradia. A engenharia pública é fundamental para tanto. Essa está prevista na Lei Federal 11.888/2008, que assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e construção de habitação de interesse social.
A norma está em vigor desde meados de 2009. Todavia, à exceção de iniciativas pontuais, não tem sido aplicada ao longo desses nove anos, segundo Carlos Augusto Ramos Kirchner, diretor do SEESP. Autor da nota técnica sobre engenharia pública que compõe o “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento – Cidades”, publicado em 2016 pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), ele conta que no município de Bauru, por exemplo, a assistência prevista na lei funcionou por dois anos – até 2013 – para atender famílias com renda até R$ 1.600,00 em dois programas de regularização de imóveis com até 100 metros quadrados. “Tivemos 970 famílias atendidas no período.” Em Santo André está previsto especificamente dentro do programa federal “cartão reforma”, que destina 15% do valor aprovado a adequações no imóvel à assistência técnica pública e gratuita. Diretor da Delegacia do SEESP no Grande ABC, Helton Costa afirma que o sindicato está negociando parceria com a Prefeitura local para oferta da engenharia pública. Mesmo esse programa, lançado pelo governo federal em 2016, para famílias com renda bruta até R$ 2.811,00, tem alcance bastante limitado. E não houve nenhuma aplicação da lei voltada à reabilitação de imóveis vazios.
Enquanto isso, o déficit habitacional não só segue sem solução, como aumentou em números absolutos no País. Na região Sudeste passou de 2,425 milhões de domicílios em 2014 para 2,482 milhões no ano seguinte. Na Região Metropolitana de São Paulo, segundo dados da Fundação João Pinheiro relativos a 2015, hoje é de 639 mil domicílios, quase metade do total do Estado (1,3 milhão). A maioria – em torno de 370 mil – é contabilizada na Capital.
Pertencente à União e abandonado há 17 anos, o prédio que desabou, conforme o diretor do SEESP e engenheiro da Prefeitura de São Paulo, Carlos Eduardo de Lacerda e Silva, vinha sendo monitorado pela administração municipal – caso de outros 70 ocupados por 4 mil famílias sem teto no Centro. Após o desabamento, o prefeito Bruno Covas, conta ele, criou um grupo de trabalho para intensificar a vistoria.
O problema é que há carência de engenheiros na Prefeitura para dar conta das demandas da Capital – são cerca de 500 apenas, efetivo que precisaria praticamente dobrar, mediante concurso público. E mesmo ao quadro existente, como salienta Lacerda, faltam condições adequadas de trabalho e até equipamentos para vistoria. O SEESP, por meio de seus diretores junto à Prefeitura, pretende organizar debate amplo sobre essa e outras questões que afetam a população e apresentar propostas para saná-las.
Função social
A Prefeitura registra 853 imóveis cadastrados como vazios ou subutilizados na Subprefeitura da Sé. O número, no entanto, seria bem maior, aproximando-se na região central dos 20 mil, conforme revelam especialistas, entre eles a arquiteta e urbanista Raquel Rolnik, em artigo publicado no blog ObservaSP em 2 de maio. “É preciso aproveitar oportunidades para criar unidades habitacionais nos espaços vazios, colocando as pessoas num local da cidade que já tem os serviços e equipamentos públicos e possivelmente mais perto do seu trabalho, reduzindo os deslocamentos. A questão constitucional dos prédios que não cumprem sua função social não é bem administrada”, aponta Kirchner. E completa: “Há cidades que mesmo timidamente já aproveitaram imóveis abandonados, sem IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) em dia. Dá para fazer mais ações com menos dinheiro do que aquele gasto em construção de novos imóveis, que inflacionam o mercado”, destaca.
Para Rolnik, “o erro histórico da política habitacional no Brasil é achar que um modelo único, de produção de conjunto de casa própria, acessado por crédito hipotecário, vai enfrentar as nossas necessidades, que são variadas, múltiplas. Uma das soluções é a reabilitação usando parte dos domicílios vagos (290 mil na cidade, segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, de 2010) e prédios vazios para ofertar moradia na área central. Além disso, tem que ter urbanização e regularização de favela, construção de conjuntos novos etc.”.
Outra possibilidade, em que a engenharia pública seria fundamental, é a autoconstrução. “No Brasil quem construiu moradia de interesse social foram os trabalhadores e a população de baixa renda, só que nas piores localizações e sem nenhuma assistência. Ter uma política que disponibiliza áreas com infraestrutura, aporta recursos e assistência técnica de engenheiros, de arquitetos para autoconstrução é muito importante para enfrentar o déficit”, avaliza Rolnik. De acordo com Kirchner, o profissional pode atuar ainda a exemplo do médico da família, indo às casas em condições precárias, realizando um diagnóstico e tornando-as adequadas à moradia.
No caso da construção personalizada e com acompanhamento de profissional qualificado, modelo bem-sucedido é o Programa de Moradia Econômica (Promore), que já assegurou atendimento a milhares de famílias. Instituído pelo SEESP em 1988 inicialmente em Bauru, foi implementado depois em diversos outros municípios do interior do Estado em que o sindicato tem delegacias, em convênio com as prefeituras.
Por Soraya Misleh
Qualificação
Desconto especial aos associados em curso de AutoCAD
O SEESP, há 14 anos, mantém parceria com a TreinaSoft no oferecimento do curso a distância em AutoCAD 2D e 3D. Considerada líder de mercado, a ferramenta computacional é bastante utilizada pelos profissionais de engenharia – e de outras áreas também, como arquitetos, desenhistas etc. – para ganhar tempo, precisão e qualidade na apresentação dos trabalhos. Associados ao SEESP têm desconto especial, pagando apenas R$ 234,00 por curso.
A TreinaSoft – autorizada da AutoDesk, que é dona do software – dá suporte de dúvidas com professores especialistas e garante qualidade no ensino. Ao longo do curso serão apresentadas teorias e aplicações em exercícios.
O aluno que efetuar a inscrição receberá um e-mail com link para download de arquivo executável para instalação do curso em apenas uma máquina. No mesmo e-mail seguirá uma senha que liberará o uso da plataforma pelo prazo de três meses. As prorrogações, se necessárias, deverão ser solicitadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e terão um custo adicional de R$ 90,00 por mês. Mais informações pelo telefone (11) 3113-2640.
Segue a descrição dos cursos:
AutoCAD 2D Módulo I: Carga total – 40 horas
Objetivo inicial é capacitar o usuário de AutoCAD com relação aos recursos fundamentais à criação de desenhos técnicos e torná-lo apto a utilizar os principais comandos para 2D.
AutoCAD 2D Módulo II: Carga total – 40 horas
Complemento indispensável àqueles que desejam utilizar todo o potencial do software, ainda na modalidade 2D.
AutoCAD 3D: Carga total – 30 horas
Evolução natural para o usuário da ferramenta, esse curso passa por todos os recursos fundamentais para criação e manipulação de objetos tridimensionais.
Confira esse e outros bons cursos oferecidos pelo SEESP.
De olho no mercado
Novos serviços oferecidos pela área de Oportunidades
Desde abril último, o SEESP vem oferecendo novos serviços na área de Oportunidades. O objetivo é que o setor seja um canal para realizar boas e competentes aproximações entre os profissionais e estudantes da área, as empresas e profissionais liberais que necessitem dessa mão de obra especializada e qualificada, com demandas nacionais e internacionais.
Diversas ações compõem o trabalho: atendimento personalizado, sempre que necessário; espaço nas redes sociais digitais para a divulgação de vagas de emprego, estágio, trainee, concursos públicos e de parcerias para atividades de profissionais liberais e autônomos; acompanhamento e atualização de mapas e trilhas de empregabilidade, carreira e competências. E ainda orientação à formulação de currículo e outras necessidades do profissional e estudante da engenharia.
O aperfeiçoamento e a qualificação constantes também são atendidos na divulgação permanente de cursos técnicos e de gestão, bem como voltados à área do empreendedorismo, pesquisa e inovação e de outros saberes importantes. Contato: (11) 3113-2674 e Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Mais informações aqui.
Acontece
II Simpósio de Engenharia Ferroviária no dia 7 de junho
Iniciativa de pesquisadores das universidades estaduais de Campinas (Unicamp) e de São Paulo (USP), Federal do Espírito Santo (Ufes) e do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), o Simpósio de Engenharia Ferroviária tem a pretensão de estreitar a comunicação entre a academia e a indústria ferroviária. A atividade é focada em tecnologias voltadas para o projeto de material rodante e manutenção de via permanente. Nesta edição serão abordados os aspectos metalúrgicos de rodas e trilhos; dinâmica de veículos ferroviários; simulação de contato roda-trilho; e mecanismos de incentivo à pesquisa, desenvolvimento e inovação. As inscrições devem ser feitas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. O evento acontece na Faculdade de Engenharia Mecânica da Unicamp, que fica na Rua Mendeleyev, em Campinas.
Desafios da engenharia na agricultura e pecuária em debate
No dia 9 de junho próximo, às 9h, o Núcleo Jovem Engenheiro do SEESP realizará na sede do sindicato (Rua Genebra, 25, 2º andar, Bela Vista, Capital) debate sobre “Os desafios da engenharia nos setores da agricultura e pecuária”. O tema será ministrado pelo presidente da Associação dos Engenheiros Agrônomos do Estado de São Paulo, Ângelo Petto.
Na ocasião, ainda, a área de Oportunidades do SEESP vai orientar os acadêmicos e recém-formados sobre os desafios do mercado de trabalho e como se destacar em meio à concorrência. No mesmo dia, também serão abertas inscrições para uma visita técnica na fábrica da Toyota (que terá vagas limitadas).
A participação no debate é franca. Inscrições aqui até 7 de junho. (inserir link)
Diretor do SEESP recebe honraria
A Câmara Municipal de São Paulo concedeu ao diretor do SEESP, engenheiro e professor Leonídio Francisco Ribeiro Filho, a Medalha Anchieta, a maior honraria do Legislativo paulistano, entregue juntamente com o Diploma de Gratidão da Cidade. A solenidade ocorreu no dia 18 de maio.
Uma das principais referências da Engenharia de Segurança do Trabalho, ele recebeu a homenagem por iniciativa do mandato da vereadora Sâmia Bomfim (PSOL). O presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, prestigiou a solenidade, juntamente com outros dirigentes, como o vice Celso Atienza, que compôs a mesa.
Engenheiros da Sabesp aprovam proposta do TRT
Em Assembleia Geral Extraordinária realizada no SEESP no dia 17 de maio, os engenheiros que trabalham na Sabesp aprovaram proposta de conciliação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT – 2ª Região), com vistas à assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho de 2018. No dia anterior, a empresa havia formalizado apoio a essa proposta, através de comunicação aos sindicatos e ao Tribunal.
Entre os principais pontos aprovados, destacam-se manutenção da data-base em 1º de maio, das cláusulas preexistentes no Acordo Coletivo 2017/2018, da Comissão do Plano de Saúde e da avaliação de competência e desempenho do Plano de Cargos e Salários, além de reajuste salarial de acordo com o índice inflacionário IPC/Fipe de 1,29%, com aplicação de 2% para as cláusulas referentes a benefícios.
Frente Parlamentar debate privatização da Eletrobras
Em reunião no dia 23 de maio, na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), a Frente Parlamentar Mista da Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento Nacional – então presidida pelo deputado federal Ronaldo Lessa (PDT-AL) e que agora têm à frente seu colega na Câmara Leônidas Cristino (PDT-CE) – colocou em pauta a pretensão do governo federal de privatizar a Eletrobras. A desestatização consta do Projeto de Lei 9.463/2018, que tramita em uma comissão especial. O tema era objeto também da Medida Provisória 814/2017 (inserir links), mas em 22 de maio o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), decidiu não colocá-la em votação.
Posição contrária – Durante a reunião da Frente, Murilo Pinheiro, presidente da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) – que também está à frente do SEESP –, reafirmou a posição da entidade contrária à entrega do patrimônio público à iniciativa privada, em favor da retomada do crescimento socioeconômico nacional. Segundo observou ele, a desestatização pretendida é ruim para os trabalhadores e para todos os cidadãos brasileiros. “Precisamos trazer o presidente da Eletrobras e as equipes das usinas, questionar o valor que está sendo colocado para venda, muito abaixo do que vale, em detrimento do patrimônio nacional”, destacou Murilo, para quem o momento é de discutir oportunidades ao desenvolvimento e emprego.
A Eletrobras é a maior holding de energia da América Latina e responde por 31% da geração no Brasil e 47% da transmissão. A previsão de arrecadação ao Tesouro com a venda, como indicou José Antonio Latrônico Filho, representante da FNE nas negociações coletivas com a empresa e presidente da Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas (Abee), é de R$ 12,2 bilhões, ante ativos da estatal que podem chegar a R$ 350 bilhões, segundo dados do mercado.
Cadastro de profissionais com deficiência
A Delegacia Sindical do SEESP no Grande ABC está engajada na divulgação da campanha “Acessa ABC – Acessibilidade como mote de inclusão”, que tem como objetivo realizar um grande cadastro de trabalhadores com deficiência para encaminhá-los a uma oportunidade de emprego na região. A iniciativa é do Ministério Público do Trabalho e do Instituto Amankay e ocorrerá das 8h às 18h, nos dias 9 e 12 de junho próximo, respectivamente na Universidade Federal do ABC – UFABC (Av. dos Estados, 5.001) e na sede do Consórcio do Grande ABC (Av. Ramiro Colleoni, 05, Centro), ambos em Santo André. Os locais possuem acessibilidade e intérpretes de Libras.
Além do currículo, o profissional precisa levar o laudo médico ou certificado de reabilitação do INSS e exames que comprovem a deficiência. Podem se cadastrar pessoas com todos os tipos de deficiência – física, visual, auditiva, intelectual ou mental – e reabilitadas que tenham a partir de 14 anos e morem na região do ABC. Mais informações pelo
e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. (inserir link) ou telefone/WhatsApp (11) 95890-8129.
Diversos assuntos de extrema relevância para a nossa categoria e o desenvolvimento do País estão em pauta no Congresso Nacional e merecem a mobilização de todos para que os parlamentares tomem a decisão correta em relação a eles. O Projeto de Lei da Câmara (PLC) 13/2013 – que institui a carreira de Estado para engenheiros, agrônomos e arquitetos que ocupam cargo efetivo nos serviços públicos federal, estadual e municipal – está finalmente apto a ser votado no plenário do Senado desde o dia 19 de abril. Isso porque, na véspera, foi aprovado requerimento que aguardava apreciação desde 2015, desapensando-o do Projeto de Lei do Senado 122/2014, que dispõe sobre o exercício profissional do economista.
Quando da junção das duas proposições, a que dizia respeito aos engenheiros e já havia sido aprovada em duas comissões voltou à estaca zero. Com a nova votação, recomeça a batalha para que os senadores aprovem o projeto e esse seja remetido à sanção presidencial.
Outra questão importante ao exercício profissional está prevista no Projeto de Lei 9.818/2018, de autoria do deputado federal Ricardo Izar (PP-SP), apresentado em 20 de abril. Ele revoga a prerrogativa concedida equivocadamente ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) de definir atribuições profissionais. Baseado em dispositivo da Lei 12.378/2010, que o criou, o órgão estabeleceu como atividade privativa do arquiteto áreas de atuação de diversos profissionais, entre os quais engenheiros civis, ambientais, florestais, agrônomos e agrimensores.
Ou seja, acabou extrapolando a sua competência e criou-se ainda mais conflito nas questões ligadas à atuação compartilhada por várias categorias. Resolvida a falha da legislação por meio do PL agora em tramitação, o assunto poderá ser tratado devidamente e em comum acordo.
Está ainda em debate o Projeto de Lei 1.292/95, que altera a Lei 8.666/1993, a conhecida Lei de Licitações. A proposta, a pretexto de modernizar as regras para contratação pública e agilizar obras, pode trazer graves prejuízos que não dizem respeito apenas a questões financeiras, mas também ao bem-estar da população.
Durante audiência pública promovida pela comissão especial que analisa o PL, realizada em 24 de abril, expusemos a posição contrária do SEESP e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) à aprovação do projeto. Apontamos que entre os principais problemas do texto que hoje tramita na Câmara e já foi aprovado no Senado está o fato de dispensar projeto executivo para a contratação, o que vem na exata contramão do que precisamos. Para haver correta gestão de recursos públicos, garantia de qualidade e cumprimento de prazos estabelecidos, é necessário que tudo seja licitado com base em projetos completos, bem elaborados e realistas.
Em vez de revogar a Lei de Licitações, é preciso aprimorá-la, e esse processo deve passar por discussão democrática e transparente, com a imprescindível participação dos profissionais da área tecnológica e de suas entidades representativas. Continuaremos a travar esse debate visando a garantia de regras claras e corretas que preservem a engenharia nacional e o interesse da sociedade.
Eng. Murilo Pinheiro
Presidente
Valter Pieracciani
Diante de um futuro em transformação, as organizações e os empregos sofrerão mudanças, e das grandes. Como serão as empresas daqui a 15 anos? Como serão as relações internas, a remuneração e a meritocracia? E o mais intrigante: o engajamento? Existirão organizações sem vínculos claros com seus colaboradores?
Caberá a cada um de nós escolher entre reclamar da redução do número de vagas ou abraçar um futuro cujos prenúncios já estão bem vívidos. A febre das startups, por exemplo, e a energia que grandes empresas investem em tentar acompanhar – mesmo que de maneira atabalhoada – esse movimento são indicadores mais claros da transformação a caminho.
Uma experiência que abriu meus olhos para essa nova possível realidade do mundo do trabalho se deu em 2014, antes da Copa do Mundo no Brasil. Uma empresa precisava desenvolver aplicativos para celular, em diversos idiomas. O projeto estava atrasado. Ao invés de contratar 50 desenvolvedores, pedimos que nos deixassem estruturar, em 15 dias, um processo de inovação aberta que atraísse pequenas empresas, universidades e hackers. A proposta foi aceita. E o resultado, fabuloso: mais de 2 mil acessos nas primeiras três semanas. Centenas de projetos enviados, mais de 40 selecionados e cinco foram escolhidos e acelerados. Problema resolvido!
Motivados ao extremo, aqueles profissionais se sentiram desafiados e se entregaram ao projeto. Os competidores trabalharam sábados e domingos, em alta velocidade e produtividade. Muda a perspectiva de engajamento, e isso precisa ser compreendido. Naquela ilha de eficiência, estávamos, talvez, diante da mais profunda, rápida e verdadeira reforma trabalhista.
Para nós, esse é o desenho do futuro do trabalho e das organizações. Sistemas abertos, mas, ao mesmo tempo, centrados em desafios claros e compartilhados. Relações transitórias, porém carregadas de força e alinhamento. Muitos “você s/a” configurados como organizações temporárias, mas superpoderosas.
Passados alguns anos, emerge o conceito de open corp ou open business, modelo organizacional calcado nas ideias de rede e de colaboração aberta. Essas estruturas partem da premissa de que os resultados serão divididos entre quem de fato contribuiu para que fossem atingidos. Quer mais meritocracia e alinhamento estratégico do que isso? Considerando este cenário, acreditamos que os organogramas tradicionais vêm dando lugar a novas empresas e a uma nova forma de trabalho.
É tempo de parar de se preparar para bons empregos e descobrir e desenvolver o que você faz melhor que os outros. Mergulhar e aperfeiçoar-se com força e energia no que sabe e gosta de fazer e destacar-se por isso.
Valter Pieracciani é empresário, escritor e sócio-diretor da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas – Consultoria em Inovação. É autor dos livros “Qualidade não é mito e dá certo” e “Usina de inovações – Guia prático para a transformação de sua empresa”
Como já é tradição, o SEESP realizou em 4 de abril último, na sua sede, na Capital, o Seminário de Abertura das Campanhas Salariais dos engenheiros. Em sua 18ª edição, o evento reuniu especialistas, profissionais, representantes de empresas e dirigentes do sindicato. A tônica predominante, desta vez, foi o novo cenário criado pela Lei 13.467(inserir link), em vigor desde novembro de 2017, que alterou mais de 100 artigos da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Uma das principais mudanças trazidas pela nova norma é a prevalência do negociado sobre o legislado. Diante disso, como resumiu o representante da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL), Daniel Bocoli, “empresas e sindicatos têm o grande desafio de se sentar à mesa com muita maturidade e responsabilidade”.
À abertura, o presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, frisou que o cenário é difícil, complexo e atípico para todo mundo que vai participar das negociações coletivas, mas ressalvou que “a saúde do empregado é a saúde da empresa” e vice-versa. “O que nos ensina o momento é que teremos de conversar muito para entender de que forma poderemos seguir. A dificuldade é para os dois lados, por isso ainda mais importante se torna o diálogo com respeito.” O chefe de gabinete da Superintendência Regional do Trabalho em São Paulo (SRT/SP), órgão ligado ao Ministério do Trabalho, Caio César, concordou que o País atravessa uma situação crítica em todos os aspectos e que a sobrevivência das entidades dos trabalhadores e patronais, por falta da contribuição sindical, é uma questão que preocupa. “Precisamos de sindicatos fortes dos dois lados para garantir conquistas e benefícios. Empresa ajustada e empregado feliz ajudam a aumentar o PIB (Produto Interno Bruto) do País.”
O mesmo entendimento tem Lucas Pereira, da Eletropaulo, para quem é importante a aproximação entre sindicato, empresa e profissionais para se alcançar “momentos mais tranquilos”. Para Marco Antônio Oliva, do Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva – Regional São Paulo (Sinaenco/SP), a dificuldade da nova lei é sentida também pelo lado patronal. Ele expôs: “Tivemos uma arrecadação bem inferior em janeiro de 2018, ante o mesmo período do ano passado. Fomos obrigados a fazer uma reestruturação geral, com fechamento de regionais, e não sabemos como orientar as empresas a partir dessa lei.” A representante da Usiminas de Cubatão, Milena Moromizato, salientou: “A nossa palavra, em 2018, é superação, e a categoria é muito importante para isso.”
Balbúrdia jurídica e política
Para o consultor sindical João Guilherme Vargas Netto, o evento alcança a idade da maturidade, o que ajudará a superar três desafios. O primeiro é a própria sobrevivência da organização dos trabalhadores, já que “atravessamos a conjuntura mais agressiva contra os sindicatos”. Depois, “temos o enfrentamento de um amargo período de recessão, com indicadores preocupantes de desemprego”. Por fim, a reforma trabalhista, que define como “lei celerada”. Ele não tem dúvida que a norma é “um fator de perturbação para a sociedade brasileira, tendo criado uma balbúrdia econômica, política e jurídica”. Em face disso, acredita, a estabilidade das relações do trabalho vai depender da resistência unificada “à maléfica lei”.
O professor Antonio Corrêa de Lacerda, diretor da Faculdade de Economia, Administração, Contábeis e Atuariais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (FEA-PUC/SP), considera este um “momento crucial da economia brasileira”. Para ele, a recuperação do País será lenta, frágil e instável. Entre outras dificuldades, Lacerda destacou a ausência de crédito, que vinha, principalmente, de instituições públicas, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além disso, como apontou, “temos um quadro surreal: mais de 12% de desempregados e quase 10% em trabalho precário, o que chega a quase 20% da população sem renda e em condições ruins”.
Na verdade, explicou Lacerda, esse conjunto de fatores econômicos, como falta de investimentos públicos, inflexão no nível de produtividade, tímido crescimento dos níveis de produção industrial, taxa de juros alta para pessoa física, vem acompanhado de uma inflação muito baixa. “Mas para a classe média é outra realidade, pois vários dos serviços que ela utiliza e que tiveram aumento, como plano de saúde, escola, tarifas públicas, não compõem o índice inflacionário. O que implica um orçamento mais restrito, até porque esses preços não se refletem nos acordos coletivos. É um paradoxo: um falso controle da inflação.”
O professor observou que hoje o debate sobre as políticas do governo é dominado pelo “rentismo”. E criticou: “Vendem os interesses financeiros como se fossem os do País.” Sob essa ótica, lamentou “a panaceia” em que se transformou a abertura comercial recentemente anunciada pelo governo brasileiro, com a redução de alíquotas de importação, o que “agrava a desindustrialização”. Ainda compõem esse quadro, como descreveu o especialista, a privatização sem regulação e a desnacionalização desenfreada de setores estratégicos, como o energético. Na contramão do que o governo vem fazendo, ele defende reformas consideradas fundamentais, como a financeira e a tributária, para desonerar a produção e o trabalho. Ao final, Lacerda foi taxativo: “Reforma trabalhista não cria emprego, o que cria é desenvolvimento e crescimento econômico.”
Inconstitucionalidades
A desembargadora Silvana Abramo Margherito Ariano, secretária-geral da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), ressaltou que a Lei 13.467/2017(inserir link) contém “diversas inconstitucionalidades” e vem para desestruturar o Direito do Trabalho. Ela destacou, por exemplo, a criação de diversos tipos de contratos e jornadas, como a de 12 horas de trabalho e 36 horas de descanso (12x36) e a intermitente. Outro ponto negativo é que a norma dificulta o acesso do empregado à Justiça do Trabalho. Frente a esse quadro, para Ariano, as assessorias jurídicas dos sindicatos terão papel fundamental na criação de jurisprudências mais equilibradas para as relações do trabalho.
A magistrada discorreu sobre a 2ª Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho, evento promovido pela Anamatra, em parceria com outras entidades, que reuniu, em setembro último, mais de 600 juízes, procuradores e auditores-fiscais do trabalho, além de advogados e outros operadores do Direito, que, divididos em oito comissões temáticas, debateram mais de 300 propostas sobre a reforma. Foram aprovados 125 enunciados sobre a interpretação e aplicação da Lei 13.467. Esses, como salientou, “devem ser compreendidos como a expressão do pensamento e entendimento de uma grande parte dos magistrados do trabalho”.
Ariano disse que ainda se espera que o Supremo Tribunal Federal (STF) faça ajustes à nova lei. No caso específico da contribuição sindical, a juíza esclareceu que, por ser um imposto, a mudança deveria ter sido por meio de uma lei complementar e não ordinária. Portanto, como frisou, o fim da obrigatoriedade do desconto “não poderia ser reconhecido”. Enunciado aprovado na jornada tenta pacificar a questão, indicando a autorização prévia para o desconto a partir de decisão coletiva em assembleia de trabalhadores sócios e não sócios. Apesar do cenário complexo, ela acredita que as negociações salariais podem garantir um “patamar civilizatório” nas relações do trabalho para os próximos dez anos.
Amadurecimento
Nessa direção, o jornalista João Franzin, diretor da Agência Sindical, destacou que a iniciativa exitosa do SEESP deveria ser seguida por outras entidades. “Isso mostra um amadurecimento do movimento”, elogiou. Na oportunidade, ele falou de três experiências recentes vitoriosas já à luz da nova lei trabalhista: o sindicato dos hoteleiros de São Paulo homologou um acordo que beneficia mais de 12 mil empregados do setor; o dos padeiros da Capital realizou assembleias representativas, em que a categoria aprovou o desconto da contribuição sindical; e o dos servidores públicos municipais de Guarulhos acabou de assinar acordo junto à Prefeitura que garantiu todos os itens anteriores. “Isso mostra que é possível lutar e o sindicato sair ainda mais fortalecido”, concluiu.
O seminário contou com a presença, ainda, do vereador paulistano Eliseu Gabriel (PSB); de Gustavo Cerqueira (CPFL); de Norberto Zerbetto Hausmann e Lilian Rodrigues Alves, da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep), de Luiz Cláudio Xavier, da Telefônica; dos sindicatos dos engenheiros dos estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Santa Catarina e Tocantins; de diretores da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE); e da presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Distrito Federal (Crea-DF), Fátima Có.
* Confira todas as datas-bases dos engenheiros.
Por Rosângela Ribeiro Gil
Eleita com 200 de 217 votos válidos e empossada em 21 de março último, Liedi Légi Bariani Bernucci é a primeira mulher a assumir a diretoria da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP). Formada em Engenharia Civil, mestre em Engenharia Geotécnica, doutora em Engenharia de Transporte e docente no Departamento da área na Poli, ela fica feliz em ser exemplo às mulheres engenheiras. “Não há limite de gênero para os cargos, estes estão aí para serem ocupados pela competência, pelo talento, pelo preparo”, defende. A Poli tem hoje 5.241 alunos de graduação, sendo 19% mulheres (1.018), 17 cursos e 445 docentes, afora os de pós-graduação e extensão. Na sua ótica, é missão dessa estrutura e de todas as escolas de engenharia do País “preparar recursos humanos motivados à transformação do nosso futuro”. Vice-diretora na gestão anterior, Bernucci é realista quanto aos desafios a serem enfrentados nessa direção, como explicita nesta entrevista ao Jornal do Engenheiro.
Quais são os objetivos da nova diretoria da Poli
Vamos pesar sucesso e possíveis problemas da nova estrutura curricular (EC-3inserir link), implantada há cinco anos na graduação. Estamos com a turma no último ano, então é o momento propício a uma avaliação crítica e a um aperfeiçoamento da grade. Em pós-graduação, queremos aprimorar os cursos que têm notas menores, embora não ruins, na Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior). Visamos, ainda, incentivar programas de bolsas e mentoria, como o desenvolvido pela Associação dos Engenheiros Politécnicos de auxílio aos alunos com vulnerabilidades financeiras. Também pretendemos incentivar ao máximo os grupos de pesquisas. Temos um, por exemplo, em gás natural, composto por mais de 60 docentes, sendo 40 da Poli, com parcerias privadas e governamentais.
E quais são os atuais desafios da escola?
Temos que enfrentar a crise nacional, que atinge duramente a engenharia. Temos a concorrência externa e, ao mesmo tempo, as grandes empreiteiras passando por problemas de corrupção, de ética. Paralelamente, a universidade enfrenta uma crise interna, e há tempos precisa cortar gastos. Temos restrições orçamentárias de fato. Essa é nossa maior dificuldade, precisamos ser criativos e buscar diferentes soluções para financiar tudo o que a Poli faz. É muita coisa ao mesmo tempo. A engenharia brasileira precisa se reestruturar.
Como a Poli, que é referência no País, pode ajudar nesse sentido?
Podemos colaborar à reconstrução necessária da imagem da engenharia, com projetos e pesquisas que contribuem diretamente ao desenvolvimento e à possibilidade de aumento de riqueza (da sociedade). Outra parte é na formação sólida, com oferta de experiência no exterior. Não somente a Poli, mas as escolas de engenharia de modo geral, têm a missão de preparar recursos humanos motivados à transformação do nosso futuro.
Com esse objetivo, o SEESP criou o Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), com uma linha de ensino voltada à prática, e oferece a graduação em Engenharia de Inovação. Qual sua opinião sobre iniciativas como essa?
São iniciativas importantes, que apontam para uma melhoria do profissional do futuro. A gente precisa reerguer a engenharia, e vai ser por meio desses jovens, desse novo recurso humano. A nova imagem da engenharia vai ser consequência do trabalho deles. Mas nada no ensino muda a curto prazo. E não somente na engenharia, mas toda a educação no País tem que ser bem fundamentada. Sem essa educação muito bem baseada, eu não acredito no crescimento econômico do Brasil, nem em melhoria de vida da população.
O que significa ser a primeira mulher na direção da Poli?
Eu fico muito feliz de abrir mais uma porta para o gênero feminino. Espero dar um exemplo positivo às mulheres, de que elas podem ocupar qualquer cargo da engenharia. Não há limite de gênero para os cargos, estes estão aí para serem ocupados pela competência, pelo talento, pelo preparo. A engenharia ainda é uma área mais masculina, mas do meu tempo de graduação para hoje vejo que está mudando. E a gente precisa realmente combater o preconceito, porque ele é inimigo para se melhorar, aperfeiçoar e progredir.
Nesse esforço, em 2017, alunas e professoras da Poli produziram um vídeo de denúncias de casos de machismo e violência contra a mulher na universidade, que teve a sua participação. São ações como essa que combatem o preconceito?
Sim. Hoje a juventude está alerta, e as mulheres denunciam, não se calam e não devem mesmo. Isso é muito positivo. Na minha época não tínhamos a quem reclamar. Algumas pessoas falam que a vida está chata, porque comentários preconceituosos que antes eram vistos como piadas são totalmente condenados. Não acho chato coisa nenhuma, é chato para quem estava acostumado a mandar em tudo. Para quem sofria preconceito, essa mudança é muito boa.
Por Jéssica Silva
O Núcleo Jovem Engenheiro do SEESP realizou, nos dias 7, 14 e 21 de abril, o curso “Liderança e gestão de pessoas na engenharia”. “Trabalhamos temas que envolvem competências de um líder, comunicação, feedback, tomada de decisão, avaliação situacional, dentre outros”, disse a especialista e professora Alexandra Justo.
Ela explica que é impossível trabalhar essa liderança e gestão “se não pensarmos em nossas empresas e instituições de forma estratégica, considerando também a realidade econômica e social em que estão inseridas”. Para tanto, relata, “nesse curso apresentamos as premissas da liderança, administração estratégica e algumas rotinas da área de gestão de pessoal, como as informações da rotina trabalhista e as vinculadas ao e-Social – novo Sistema de Escrituração Digital das Obrigações Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas”.
Segundo Justo, é impossível tratar liderança e trabalho em equipe sem abordar a temática da diversidade, como, por exemplo, geracional e tantas outras. “Temos que atentar à inclusão das diversas idades e experiências no cenário de trabalho, assim como das pessoas com deficiência”, acrescenta. E conclui: “O que se coloca é como um gestor engenheiro consegue incluir todas essas demandas, trazendo as características principais de cada pessoa e que somam ao ganho em equipe e ao resultado da empresa, demonstrando vantagem competitiva.”
Foto: Lucas Gabriel Batista AlvesPrimeira turma do curso "Liderança e gestão de pessoas na engenharia", no sindicato.
Outro ponto relevante do curso, conforme a especialista, foi “a aplicação de algumas ferramentas de coaching para que os próprios profissionais se enxergassem e pudessem avaliar como está seu perfil enquanto líderes, como são seus processos de comunicação e relacionamentos com os outros pares”. Também foi tratada a inteligência emocional que o engenheiro pode se valer como facilitador em seu papel de líder gestor.
A primeira turma, informa a coordenadora do Núcleo Jovem Engenheiro, Marcellie Dessimoni, contou com perfis diferentes, o que gerou uma boa dinâmica nos encontros que foram realizados na sede do sindicato, em São Paulo. “Tivemos aqui com a gente estudantes e engenheiros já no mercado de trabalho, da Capital e do Interior de São Paulo.”
Oportunidades na engenharia
Vagas para estágio nas áreas de logística e tecnologia
A MRS, operadora logística que administra uma malha ferroviária de 1.643km nos estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, está com inscrições abertas para o novo ciclo do seu Programa de Estágio 2018/2019. Há vagas abertas para os estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. Na área de engenharia são as seguintes modalidades: civil, de controle e automação; de materiais; de produção; elétrica; mecânica e mecatrônica. Podem participar estudantes de nível superior e técnico com previsão de formatura entre julho e dezembro de 2020. Inscrições até 20 de maio.
Já a Henkel, líder global em marcas e tecnologias, está com processo seletivo para estágio a estudantes do penúltimo ano em qualquer área da engenharia até 31 de maio. As vagas são para atuação na Capital e em outras três cidades paulistas (Jundiaí, Itapevi e Diadema).
Fazendo diferente
Startup e consultoria na vida do jovem engenheiro
Em agosto de 2016, os engenheiros Renan Galvão Silva e Renato Morettini criaram a startup Modo de casas pré-fabricadas. Como consta da apresentação do site (http://www.modoit.com.br/), a proposta traz “um novo conceito de morar, não mais de construir, mas de montar e desmontar uma casa, flexível, que se adequa sempre às suas necessidades”. A ideia, conta Silva, surgiu dos vários trabalhos que ambos desenvolveram em empresas de construção civil. “Víamos como o setor segue os mesmos padrões e erros em diversos ambientes. Isso nos motivou a montar essa startup para eliminar esses problemas, que vão desde a execução do trabalho até o desperdício de material.”
Aos 24 anos de idade, Silva tem ainda uma empresa de consultoria na parte de Building Information Modeling (BIM) – processo que possibilita representação virtual de características de uma edificação ou qualquer construção, por todo o seu ciclo de vida. “Para mim tem sido vantajoso exercer a profissão assim, porque aprendo com projetos e empresas diferentes”, destaca.
SEESP passa a representar servidores de Osasco
O sindicato agora participará das negociações coletivas em prol dos engenheiros da Prefeitura Municipal de Osasco. A primeira Assembleia Geral Extraordinária ocorreu no dia 23 de abril, quando a categoria aprovou pauta de reivindicações para dar início a sua campanha salarial 2018. Há seis anos eles não têm reposição da inflação, e os vencimentos estão abaixo do piso da categoria (nove salários mínimos), garantido pela Lei 4.950-A/66(inserir link). As perdas chegam a 65,21%
Participaram da assembleia inaugural os diretores do SEESP Carlos Eduardo de Lacerda, Deodoro Vaz e Frederico Okabayashi; além dos presidentes do Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (Sasp), Maurílio Chiaretti; e da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Osasco, Leandro Fogaça. No ensejo, foram eleitas duas delegadas sindicais: Adriana Mendes Volpiani e Sueli Gusson. Os diretores do SEESP fizeram um balanço positivo da atividade, que contou com novas associações à entidade.
Aprovado acordo no Metrô
Com data-base em 1º de maio, os engenheiros que trabalham na companhia aprovaram em assembleia no dia 24 de abril último a proposta da empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2018. Destacam-se, entre os itens, reposição da inflação com base no índice inflacionário pelo IPC-Fipe acumulado entre maio de 2017 e abril de 2018 e manutenção de conquistas anteriores. Entre elas, os percentuais atuais de hora extra e adicional noturno; o plano de saúde Metrus nos moldes atuais – será feita alteração da base de cálculo para salário-base mais gratificação, quando houver, para o limite de 20% de despesa médica mensal; cláusula de recurso administrativo e disciplinar, em caso de demissão; estabilidade para acidentados do trabalho ou portador de doença profissional, bem como para afastados por doença, serviço militar e pré-aposentadoria; e cota extra do vale-alimentação, a ser paga no final do novembro de 2018. Também foram aprovados o Programa de Participação nos Resultados 2018 e o acordo sobre compensação de horas.
Pautas de reivindicações
Cetesb, CDHU, Dersa, EMTU, SPTrans, e CET – Nos meses de março e abril os engenheiros dessas empresas aprovaram em assembleias suas pautas de reivindicações, as quais já foram protocoladas nas empresas. Os profissionais aguardam as datas para realização das primeiras rodadas de negociação. A data-base é 1º de maio.
PMSP – Os engenheiros da Prefeitura de São Paulo (PMSP), cuja data-base é 1º de maio, protocolaram em 5 de abril a pauta de reivindicações aprovada em assembleia. No mesmo mês foi publicada a Portaria nº 37, da Secretaria Municipal de Gestão, que dispõe sobre a reposição, de 2 de maio a 15 de outubro deste ano, dos dias não trabalhados pelos servidores, por conta da greve deflagrada em protesto vitorioso contra o PL 621/16, relativo à reforma da Previdência dos servidores públicos da Capital. A paralisação se deu entre os dias 8 e 27 de março. (inserir links)
Energéticas – Com data-base em 1º de junho, os engenheiros da Rio Paranapanema Energia, da AES Tietê, da Elektro, da Eletropaulo e da Emae aprovaram, em assembleias na primeira quinzena de abril, suas pautas de reivindicações, as quais em breve serão protocoladas nas empresas.
Cesp – Aprovada em 6 de março último, a pauta de reivindicações dos engenheiros foi protocolada na empresa no dia 16 do mesmo mês. A categoria aguarda agora o início das negociações. A data-base é 1º de junho.
Engenheiros da Embraer discutem fusão anunciada com a Boeing
O futuro da empresa brasileira foi objeto de debate da categoria no dia 18 de abril último, na Delegacia Sindical do SEESP em São José dos Campos. Ocorrida em função do anúncio de fusão da Embraer com a Boeing, a iniciativa contou com a coordenação do presidente estadual do SEESP, Murilo Pinheiro. No encontro foram levantadas propostas a serem apresentadas à companhia. No dia 23 do mesmo mês, os dirigentes do sindicato se reuniram com o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP) para tratar do tema, especialmente no que se refere à manutenção de empregos e à preservação da capacidade técnica da Embraer, caso a transação comercial se consolide.
Carreira de Estado volta à pauta de votação do Senado
Após três anos de paralisação, o Projeto de Lei da Câmara (PLC) 13/2013 – que institui a carreira de Estado para engenheiros nas três esferas de governo – está pronto para ser votado no Senado desde 19 de abril. Um dia antes foi aprovado o Requerimento nº 660, de 2015, que solicitava o desapensamento do PLC do Projeto de Lei do Senado 122/2014, que dispõe sobre o exercício profissional do economista. A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), à qual o SEESP é filiado, segue mobilizada pela aprovação.
PL propõe corrigir atribuição profissional
O deputado federal Ricardo Izar (PP-SP) apresentou no dia 20 de abril último o Projeto de Lei 9.818/2018 que, se aprovado, corrige grave distorção sobre a atribuição profissional de várias categorias da área tecnológica. A proposição altera a Lei 12.378/2010, a qual, como ressalta o presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, impõe limite indevido aos engenheiros e amplia atribuições para outros profissionais sem qualquer respaldo legal. “Portanto, é bastante oportuno o PL apresentado, que pode sanar essa interpretação equivocada e preservar o espaço legítimo da nossa categoria no mercado de trabalho e no desenvolvimento do País”, afirma. Para pressionar por sua aprovação, é possível votar na enquete sobre o tema, disponível em https://forms.camara.leg.br/ex/enquetes/2169684.