Criado em 1934 no bojo do processo de modernização do Brasil, o SEESP comemora os seus 84 anos, que se completam neste 21 de setembro, ciente da tarefa hoje premente de multiplicar esforços para que o País retome o caminho do desenvolvimento socioeconômico. Os engenheiros são, por excelência, essenciais à construção de uma nação que possa assegurar à sua população condições adequadas de vida e exercício pleno da cidadania. Também, para que a categoria tenha oportunidade no mercado de trabalho e inserção social relevante, é preciso que haja investimentos públicos e privados, avanço tecnológico e crescimento.
Essa bandeira vem sendo defendida pelo SEESP de forma sistemática desde 2006 por meio do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. Desde então, vimos apresentando propostas concretas para o fortalecimento da indústria nacional, o aprimoramento da nossa infraestrutura de produção e urbana, a geração de empregos de qualidade e ampliação da renda com melhoria das condições de vida. Assim, em meio a uma crise econômica grave, que tem como pior sintoma 13 milhões de desempregados, o SEESP celebra este aniversário disposto a contribuir decisivamente à superação dos obstáculos que impedem a prosperidade e o bem-estar do povo brasileiro.
A missão é certamente de grande monta, pois as dificuldades econômicas são agravadas por medidas equivocadas e retrocessos sociais inexplicáveis, como a Emenda Constitucional 95, que impede investimentos públicos, e a Lei 13.467/2017, a malfadada reforma trabalhista. Essa última desregulamenta e desorganiza o mercado, traz insegurança jurídica a empresas e empregados e precariza o trabalho. Em resumo, lança-nos para um cenário pré-1930, anterior à industrialização do Brasil e à Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Ou seja, nada tem de moderna ou atual.
Além de propiciar a retirada de direitos e eliminar a proteção social ao trabalho, a legislação teve ainda o objetivo claro de enfraquecer os sindicatos, seja por meio da dificuldade de acesso a fontes de custeio ou ao buscar reduzir o seu papel como representante dos trabalhadores. Por mais que tal situação seja lamentável, será sem dúvida alguma superada pela nossa capacidade de trabalho e pela organização e mobilização dos engenheiros.
Portanto, do alto de nossa história octogenária, repleta de lutas e conquistas em prol dos engenheiros, do Estado de São Paulo e do Brasil, renovamos nossa disposição de arregaçar as mangas e enfrentar este quadro desfavorável, mas que será transformado a bem dos nossos profissionais, do conjunto dos trabalhadores e da sociedade brasileira.
Não devemos subestimar as dificuldades, mas tampouco nos intimidar diante delas. A missão à nossa frente é seguir defendendo a nossa categoria, o que implica garantir expansão econômica de forma sustentável, com distribuição de renda e fortalecimento da democracia.
Comemoremos nossos 84 anos com otimismo e determinação.
Eng. Murilo Pinheiro
Presidente
*Nelson Noronha Gustavo Jr.
No dia 22 de fevereiro deste ano o Superior Tribunal de Justiça (STJ) aprovou a Súmula 603, com o seguinte enunciado: “É vedado ao banco mutuante reter, em qualquer extensão, os salários, vencimentos e/ou proventos de correntista para adimplir o mútuo (comum) contraído, ainda que haja cláusula contratual autorizativa, excluído o empréstimo garantido por margem salarial consignável, com desconto em folha de pagamento, que possui regramento legal específico e admite a retenção de percentual.”
O entendimento do STJ baseia-se no fato de que a conduta da instituição financeira que desconta o rendimento do correntista para quitação de débito contraria o art. 7º, X, da Constituição Federal e o art. 833, IV, do Código de Processo Civil (CPC). Estes dispositivos visam a proteção do salário do trabalhador contra qualquer atitude de penhora, retenção ou outra conduta de restrição praticada pelos credores, salvo no caso de prestações alimentícias.
A aprovação dessa Súmula foi um avanço para se alcançar a segurança jurídica decorrente da interpretação dos artigos acima mencionados. Mas a Súmula vai além, preservando inclusive aqueles que contratualmente autorizavam o “débito em conta”. Com a possibilidade de retenção de seus rendimentos, os bancos eram elevados a uma categoria ultraprivilegiada contra qualquer outro credor.
E como bem afirmou a ministra Nancy Andrighi na análise do Recurso Especial 1.012.915/PR: “Se nem mesmo ao Judiciário é lícito penhorar salários, não será a instituição privada autorizada a fazê-lo.”
Em caso recente em que atuamos na Comarca de São Paulo, o Juiz titular da 6ª. Vara Cível do Foro Regional de Jabaquara deferiu a tutela provisória para impedir novos descontos na conta do autor, sob pena de multa de R$ 1.000,00 a cada episódio de descumprimento, e determinou a imediata devolução dos valores já retidos a título de cheque especial e diversas renegociações. E no curtíssimo prazo de dois meses a ação foi julgada totalmente procedente, confirmando a tutela provisória deferida e condenando o banco à devolução dos valores retidos, devidamente corrigidos desde o desembolso, além dos danos morais calculados em três vezes o valor que o banco deverá devolver ao correntista.
Nelson Noronha Gustavo Jr. é advogado, mestre pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC) e sócio do escritório Noronha Gustavo Advogados
Após adiamentos e a despeito dos inúmeros questionamentos apontados pelo SEESP – em especial no que se refere à Usina Hidrelétrica de Porto Primavera –, o Governo do Estado de São Paulo divulgou em 7 de julho edital de privatização (inserir link) da Companhia Energética de São Paulo (Cesp). O leilão da empresa, cujo preço mínimo é avaliado em R$ 4,7 bilhões, está marcado para 2 de outubro próximo. Mas atropelos legais podem, inclusive, levar a nova suspensão da venda.
Para atrair mais interessados, o Executivo paulista ampliou o prazo de concessão de Porto Primavera – de 2028 para 2048. A usina representa a joia da Coroa: é o principal ativo da Cesp e a maior barragem do País, em termos físicos. “São 11km de extensão”, indica Carlos Augusto Ramos Kirchner, diretor do SEESP.
O sindicato denunciou junto aos diversos órgãos competentes duas questões: a indenização prevista ao concessionário ao final do contrato e a conclusão do projeto de Porto Primavera, ainda não executado integralmente. Ambas ensejaram representação junto ao Tribunal de Contas da União (TCU) e a primeira delas foi, a partir de decisão desse órgão, solucionada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Caso a privatização ocorra, o concessionário não terá direito a indenização em função de investimentos não depreciados. O nó segue sendo a garantia de expansão do sistema elétrico, a partir da ampliação de Porto Primavera.
Sua implantação iniciou-se ao final da década de 1970. No projeto, estavam previstas, conforme o diretor do sindicato, 18 unidades geradoras, mas só 14 foram executadas até agora, totalizando 1.540MW. “As quatro faltantes já estão com as obras civis prontas e boa parte das máquinas, estocada no local. E é preciso encher o reservatório”, detalha Kirchner. Hoje, conforme explica ele, a usina funciona como fio d´água (ou seja, no limite, na cota de 257 metros, sem armazenamento). A justificativa de que havia dificuldades para obtenção de licença ambiental não se confirma. Como expôs o SEESP em documento enviado no dia 23 de abril último por ocasião de audiência pública sobre o tema, essa ficou de ser concedida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Não Renováveis (Ibama) em três etapas, sendo que “a última não foi solicitada”.
Interesse público em jogo
Não obstante, a resposta à demanda do SEESP tanto pelo TCU nesse caso quanto pela Aneel deixou a desejar. O órgão regulador colocou como obrigatório que o novo concessionário realize em 24 meses após a assinatura do contrato, como destaca Kirchner, “um estudo de aproveitamento ótimo para avaliar se fará ou não as obras previstas na usina”. Ele continua: “A Aneel está delegando ao concessionário a decisão. Está errado, os benefícios não devem ser pensados do ponto de vista do ganho que ele terá, mas de ampliação, de melhoria, de maior geração por exemplo em Itaipu, a usina que produz mais energia no mundo. A montante dessa, o reservatório de Porto Primavera serve também a Itaipu. Pode-se guardar a água excedente e rateá-la para outros concessionários. Quem tem que tomar a decisão é quem está enxergando o sistema como um todo. Isso trará enorme ganho, deixaremos de despachar termelétricas, que têm custo muito mais alto.” O TCU, por sua vez, recomendou – e não determinou – que o estudo seja feito pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
No documento elaborado por ocasião da audiência pública chamada pela Aneel, o sindicato enfatizou que a prevalecer a proposta do órgão regulador, essa “poderá estar a legitimar em definitivo o subaproveitamento da UHE Porto Primavera, mesmo estando as obras de expansão em sua maior parte executadas, com sério e irreversível prejuízo à sociedade brasileira”. E seguiu: “Questionamos se será permitido ao novo concessionário se desfazer das extensas áreas de terras desapropriadas e que não seriam mais necessárias e que geram custo de manutenção e de vigilância? Questionamos se será permitido que o concessionário venda os equipamentos já adquiridos para instalação da 15ª até a 18ª unidade geradora?”
De acordo com o diretor do SEESP, por lei, essa definição tem que ser feita antes da privatização, o que pode até ensejar adiamento do leilão. A expectativa agora reside em pedido de esclarecimentos feito pelo MME em 16 de agosto último à Aneel, também a partir de documento encaminhado ao Ministério pelo SEESP – com cópia para diversas entidades, de modo a se articular mobilização para barrar esse processo. “Denunciamos esse assunto, que tem que ser decidido por todo mundo que é afetado.”
Em seu ofício, o MME pleiteia que a agência, considerando suas competências, explique suas motivações para estabelecer a cláusula relativa às “obrigações e encargos da concessionária”. E acrescenta: “Em específico, solicito, ainda, esclarecer as razões pelas quais o procedimento proposto é o que melhor preserva a neutralidade na busca por uma solução sistêmica, ou seja, o procedimento mais adequado para o aproveitamento ótimo do potencial energético e para a observância das condicionantes socioambientais.” Kirchner comemora: “Nossa leitura é de que vão mandar alterar o contrato. Deve-se tirar da mão do concessionário essa questão e passar para o Ministério.”
Confira os documentos e ações do SEESP.
Por Soraya Misleh
Dez proposições para orientar ação unitária nestas eleições gerais, em prol da democracia, soberania e desenvolvimento nacionais. Esse foi o resultado dos debates realizados em 10 de agosto, na sede do SEESP, na Capital, por ocasião da 12ª Jornada Rumo ao Brasil 2022, promovida pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU).
As contribuições estão condensadas na Carta aberta "A CNTU e as eleições 2018", aprovada por unanimidade ao final do evento. A atividade incluiu ainda homenagem ao jornalista Audálio Dantas, conselheiro consultivo da entidade com amplo legado em prol do País, que faleceu em 30 de maio último. Também foram empossados na oportunidade 60 novos integrantes do Conselho Consultivo da CNTU, em sua 13ª Plenária. Agora são 1.378 membros.
À abertura, o presidente da confederação – que também está à frente do SEESP –, Murilo Pinheiro, lembrou que na data ocorria o “Dia do Basta”, promovido pelas centrais sindicais, com agenda de mobilizações por todo o País em defesa de empregos, preservação dos direitos e da aposentadoria. Ao encontro disso, ele apontou “a grandeza de nossas profissões, cada vez mais contribuindo ao Estado e ao Brasil”. E frisou a importância do pleito deste ano para se retomar a rota do desenvolvimento nacional.
A CNTU se coloca como protagonista nesse processo, representando mais de 2 milhões de profissionais de nível universitário, conforme destacou o coordenador do evento e diretor de articulação nacional da entidade, Allen Habert. “E nós temos um enorme desafio de reconstruir a democracia e o desenvolvimento do País”, salientou. Em sua fala, ele pontuou a venda da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) e o desmonte do Sistema Único de Saúde (SUS) como símbolos da desnacionalização e perda da soberania nacional. “A CNTU diz não a isso”, frisou. Apesar da 'deforma' trabalhista, o dirigente defendeu: “Vamos atravessar sim essa tempestade e mostrar a importância do sindicalismo.”
Também compuseram a mesa de abertura a vice-presidente da CNTU, Gilda Almeida de Souza, e os representantes das entidades congregadas à confederação (Economistas, Engenheiros, Odontologistas, Farmacêuticos, Nutricionistas). Estiveram presentes ainda o vereador de São Paulo Gilberto Natalini (PV) e o deputado federal Carlos Zarattini (PT).
Cenário e oportunidades
“O Brasil parou. O desenvolvimento depende muito de instituições que o promovem, as quais foram pegas de maneira violentíssima nos últimos quatro anos”, enfatizou no ensejo Júlio Sérgio Gomes de Almeida, professor do Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e diretor executivo do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). Segundo ele, é preciso reconstruí-las. Caso por exemplo do “BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), que financia o investimento e está numa camisa-de-força”.
Para Almeida, é crucial retomar o investimento público para o País avançar. Ao que “tem que se rever a lei do teto (Emenda Constitucional 95, que congela gastos públicos sociais por 20 anos)”. A partir daí, ele acredita que seja possível vislumbrar “uma luzinha no fim do túnel em menos de três anos”. Vinculada a essa questão, o diretor do Iedi indicou também a demanda por se repensar o orçamento de ciência e tecnologia, “se quisermos fazer parte da quarta revolução industrial”. Por fim, assinalou a premência de se fortalecer o mercado interno. “Não podemos deixar que esse processo, não inteiramente dizimado, acabe. É necessário defender programas sociais como instrumentos de crescimento”, frisou.
Antonio Corrêa de Lacerda, diretor da Faculdade de Economia, Administração, Contábeis e Atuariais da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e consultor do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), enxerga como principal desafio “trazer a decisão econômica para o que interessa à nação”. Ele explicou: “A ideia de que pretensa ‘austeridade’ levaria ao resgate da chamada confiança permeia a fala dos rentistas e os discursos na grande mídia. É uma escolha equivocada.” E questionou: “Como é possível sair da crise se os elementos centrais para a tomada de decisões estão distorcidos? Tem-se alta taxa real de juros, o menor nível de investimentos públicos (30% abaixo do de 2014) e sem perspectiva de se rever esse volume enquanto não se alterar a Emenda Constitucional 95(inserir link).” Para ele, as eleições se apresentam como oportunidade para mudar esse estado de coisas. Não obstante, para Aldo Fornazieri, professor da Fundação Escola de Sociologia e Politica de São Paulo (FespSP), “democracia” não existe no Brasil para 60% a 70% de sua população, submetidas a exclusão, opressão e violência de Estado.
Professor do lnstituto de Economia da Unicamp e diretor do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (Cesit), Denis Maracci Gimenez acredita, por sua vez, que um novo governo comprometido com canais de mobilidade social, desenvolvimento e crescimento terá que lidar com o alto número de desempregados – 13,2 milhões, além de 4,3 milhões no desalento. A força de trabalho subutilizada alcança 26 milhões de pessoas e praticamente 35% estão no Nordeste. Como explicou Gimenez, a regressão no trabalho levou ainda à queda de 1,5 milhão de postos na indústria e mais 1 milhão na construção civil, dos quais 500 mil somente no Nordeste. Ademais, entre os empregados, a maioria recebe até R$ 1.307,00. “Assentado historicamente em baixos salários e elevada rotatividade, o mercado está muito desorganizado e é sobre esse que se propõe reforma trabalhista como lenitivo aos problemas brasileiros, um desastre completo”, lamentou o diretor do Cesit. E acrescentou: “É mister repensar isso.”
Confira cobertura completa em www.cntu.org.br.
Por Soraya Misleh (*Colaborou Jéssica Silva)
Cerca de 5 mil profissionais da área sanitarista, em todo o País, participaram do Dia Nacional contra a MP do Saneamento(inserir link), em 31 de julho último, contabiliza a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), uma das organizadoras da atividade. A medida provisória em questão é a de número 844, enviada ao Congresso Nacional pelo governo federal no dia 6 do mesmo mês. A matéria altera a Lei 11.445(inserir link), que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico desde 2007.
Para o presidente da Abes, seção São Paulo, Márcio Gonçalves, a medida desestrutura totalmente o setor. O presidente da Associação Nacional dos Serviços Municipais de Saneamento (Assemae), Aparecido Hojaij, arremata: “A 844 é um retrocesso e um perigo para o Brasil.”
Como observam os dois dirigentes, a MP, cuja vigência termina em 20 de setembro próximo e que já recebeu 525 emendas, é inconstitucional, afeta a titularidade dos municípios e significa o fim do subsídio cruzado, prejudicando as localidades mais pobres. Também gera, prosseguem, um grande risco à população de aumento das tarifas de água e esgoto em todo o País. “Essa medida provisória atende apenas os interesses de grupos privados que querem transformar o saneamento num balcão de negócios”, lamenta Hojaij.
Outro ponto polêmico da matéria, explicam, é o que torna a Agência Nacional de Águas (ANA) órgão regulador do saneamento brasileiro. “Ela não tem a devida competência e capacidade para atuar num setor que envolve mais de 5 mil municípios. É uma centralização absurda para um País extenso e com tantas realidades diferentes”, observa Gonçalves. A proposta governamental, prossegue o presidente da Abes-SP, criará confusão também nas regiões metropolitanas, hoje pacificadas a partir de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2013, em julgamento de Ações Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs), pela gestão compartilhada entre o estado-membro e os municípios integrantes. “A MP traz uma divisão, não especifica como será essa gestão. Enfim, desorganiza tudo.”
A preocupação com o retrocesso é também do delegado sindical do SEESP junto à Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Carlos Alberto de Carvalho, que participou do protesto do dia 31 na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Engenheiro da empresa há 38 anos, ele não tem dúvidas de que a privatização do saneamento, embutida na MP 844, vai privilegiar tão somente os municípios ricos e rentáveis. “Os mais pobres não vão ter vez, porque não despertarão o interesse das empresas privadas. Isso significa dizer que a universalização do serviço ficará comprometida de vez no País, principalmente no Estado de São Paulo, que já está num bom caminho nesse sentido.”
Voltando ao século XIX
Dados recentes do Instituto Trata Brasil (inserir link) revelam que cerca de 35 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à água tratada e metade do País não tem coleta e tratamento dos esgotos, numa população estimada em mais de 206 milhões de habitantes. A situação é ruim, em todos os quesitos; na Região Norte, os indicadores apontam abastecimento de água próximo ou abaixo de 50%, destacando-se Porto Velho (RO), com 33,05%, e Macapá (AP), 39,11%. A coleta de esgoto é de apenas cerca de 10%, casos de Belém (PA), 12,62%; Manaus (AM), 10,18%; Macapá, 8,91%; ou ainda bem inferior, como ocorre em Porto Velho, que situa-se em somente 3,39%. Tal quadro já bastante negativo, avalia o presidente do SEESP, Murilo Pinheiro, pode ser agravado pela MP. “A universalização do saneamento básico no Brasil é absolutamente essencial à saúde da população e à preservação do meio ambiente”, defende, e reforça manifesto de sanitaristas, lançado também no dia 31, os quais temem um impacto muito maior à população mais pobre, em um momento em que os recursos para a área da saúde estão congelados por 20 anos – como consequência da Emenda Constitucional 95(inserir link), relativa ao teto dos gastos públicos. Diante disso, alertam no documento: “Não investiremos em saneamento para prevenir doenças nem teremos condições de tratar os doentes. Em pleno século XXI viveremos em um Brasil do século XIX.”
Para Hojaij, o saneamento básico tem de ser visto como uma política pública de inclusão e desenvolvimento. “O que precisamos é de recursos públicos para a expansão dos serviços, com linhas de crédito de fácil acesso e menos burocracia”, diz. Na sua visão, não faz sentido o governo brasileiro, de forma unilateral e autoritária, adotar um caminho que já foi descartado por mais de 200 cidades do mundo, que reestatizaram os sistemas de água e esgoto. “O caso mais emblemático é o de Paris, que chegou a ser o símbolo da onda privatista do setor, mas cujo serviço voltou às mãos do poder público municipal.”
Diversas representações da área sanitarista prometem fazer muito barulho contra a MP. Estão realizando um trabalho próximo aos parlamentares de esclarecimento para que a medida não seja aprovada. No dia 9 de julho, inclusive, estiveram em audiência com o presidente do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira (MDB-CE), em que solicitaram a devolução da matéria ao Executivo, o que não foi aceito. “Queremos abrir esse debate para toda a sociedade. Esse é o ponto principal. Não à MP!”, conclama Gonçalves.
Por Rosângela Ribeiro Gil
Diamantino Semedo é engenheiro civil formado pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap) e pós-graduado em Marketing Industrial pela Escola Superior de Propaganda e Marketing. Já são cerca de 40 anos de experiência no segmento, com atuação em diversas áreas. Em julho último, Semedo, aos 61 anos de idade, assumiu um novo desafio: o cargo de Chief Sales Officer (CSO), ou diretor comercial, na Âncora Engenharia, empresa com 25 anos, especializada no desenvolvimento de soluções em edificações. Já como CSO ele fala nesta entrevista sobre mercado, liderança e gestão.
Qual a sua avaliação sobre o setor de engenharia a curto, médio e longo prazo no Brasil?
No curto prazo, até por conta das eleições, o setor passa por um momento de poucas oportunidades, mercado retraído, aguardando o desfecho do cenário político. No médio prazo, imaginando no período pós-eleição e nos próximos dois anos, um cenário de otimismo, principalmente se tivermos alguma renovação no quadro político. Enfim, acredito que o mercado volte a ganhar fôlego. Já no longo prazo, pensando nos próximos cinco ou dez anos, a volta do crescimento será uma realidade. Vejo o setor da construção civil forte, gerando vagas e com uma demanda crescente.
Quais as competências que o senhor traz da engenharia para estar à frente desse novo projeto?
Meu perfil hands on (no mundo empresarial significa disposição para qualquer necessidade da empresa, refere-se também à expressão “mão na massa” ou “aprender fazendo”), que envolve a busca por clientes, atuação bem próxima ao comercial e constante parceria com fornecedores e prestadores de serviço, é a principal competência.
Quais as habilidades comportamentais necessárias ao bom gestor e à liderança de uma equipe ou negócio?
Acredito que a principal habilidade seja o entendimento das necessidades de cada membro da equipe. Com isso, é possível obter o melhor desempenho de cada um.
Estágio
Processos seletivos em engenharias
Petronas
A empresa nacional de petróleo da Malásia, responsável pela fabricação e comercialização de lubrificantes, procura estudantes que estão no terceiro período e com previsão de formatura a partir de dezembro de 2020. Benefícios: bolsa-estágio compatível com o mercado; vale-alimentação; vale-transporte e/ou transporte subsidiado; e seguro de vida em grupo. Inscrições aqui até 30 de setembro.
Logicalis
A multinacional provedora de serviços e soluções de infraestrutura de tecnologia da informação e telecomunicações tem 45 vagas para São Paulo, Barueri e Campinas para diversos cursos, entre esses os de Engenharia de Telecomunicações, de Computação, Elétrica e de Produção. Benefícios: bolsa-auxílio compatível com mercado; vale transporte e refeição; seguro de vida; assistência médica e odontológica; ônibus fretado; estacionamento no local etc.. Candidate-se aqui até 30 de setembro.
Santander
A Getnet, empresa de tecnologia do grupo Santander, está com inscrições abertas para seu Programa de Estágio. No total, 30 vagas – em São Paulo (SP), Porto Alegre e Campo Bom (RS) – serão preenchidas por jovens que atuarão em diferentes áreas, como finanças, tecnologia, produtos, comercial, logística, entre outras. Para participar, o interessado precisa estar matriculado no ensino superior em cursos de exatas e humanas, com formação entre dezembro de 2019 e dezembro de 2021. Importante ter nível intermediário do pacote office. Será considerado diferencial domínio dos idiomas de inglês e/ou espanhol. Inscrições aqui até 16 de outubro.
Engenheiro Empreendedor
Invista em aperfeiçoamento profissional
O SEESP mantém uma grade permanente de cursos para o engenheiro e público em geral que são realizados na sede da entidade, na capital paulista (Rua Genebra, 25, Bela Vista). Os associados têm desconto especial em todos. A seguir, destacam-se duas atividades, mas o programa tem muitas outras oportunidades que podem ser conferidas aqui.
* Programa de eficiência energética
15 e 22 de setembro, 9h30 às 13h
Os engenheiros Simanis Imants Novickis e Sokrats Novickis são os consultores desse curso, cujo objetivo é identificar, planejar e executar ações referentes à redução de custos de energia e sustentabilidade de uso de água, com aplicabilidade em projetos novos, antigos ou em construção. Associados ao SEESP têm preço especial de R$ 249,00; demais interessados, R$ 320,00. Confira mais informações e inscrições.
* Inteligência emocional
18 e 19 de setembro, 18h30 às 22h30
Os professores Evanildo Lessa Campos e Roberto Scardoa são os consultores desse curso. O preço promocional, até o sétimo dia útil anterior à data do início do curso, é de R$ 84,00 para associados ao SEESP e de R$ 108,00 para o público em geral; após essa data, sócio, R$ 98,00 e demais interessados, R$ 127,00. Conteúdo: o que é inteligência emocional, suas competências e como trabalhar com ela. Confira mais informações e inscrições.
A Câmara Municipal de São José dos Campos realizou audiência pública em 20 de agosto, por iniciativa do Sindicato dos Metalúrgicos da cidade e Ministério Público do Trabalho, sobre as consequências ao País da venda da Empresa Brasileira de Aeronáutica (Embraer) para a americana Boeing. Durante a audiência, o procurador Rafael de Araújo Gomes demonstrou que o modelo de negociação em curso não é uma joint venture, quando há acordo entre duas ou mais companhias que estabelecem alianças estratégicas, como vem sendo divulgado. “A Boeing terá o controle operacional da nova empresa, que responderá diretamente ao CEO, seu presidente mundial”, disse.
“Todos os países que possuem empresas desse porte não abrem mão delas, pois são geradoras de ciência e tecnologia”, argumentou a vice-presidente da Delegacia Sindical do SEESP em São José dos Campos, Rozana Nogueira. Ela enfatizou que a venda pode agravar a situação de desemprego nacional. Além disso, “valores de tributos e salários podem sair de circulação da economia”. “Se isso já é ruim para o Brasil, para a cidade e região será um tsunami”, alertou.
A diretora do SEESP, Maria Célia Ribeiro Sapucahy, completou: “Se tiver uma condução errada de algo, quem é da Embraer não poderá fazer nada.” Para ela, trata-se de uma perda imensurável.
SEESP sedia décima edição do Congresso Nacional dos Engenheiros
Nos dias 13 e 14 setembro, o SEESP, recebe, em sua sede em São Paulo, o X Congresso Nacional dos Engenheiros (Conse), promovido pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). O evento, que é o mais importante do calendário da entidade, reunirá representantes de seus 18 sindicatos filiados, elegerá a diretoria para o triênio 2019-2022 e traçará seu plano de ação para o período.
Realizada às vésperas das eleições 2018 e em um cenário de crise política e econômica, a atividade tem o objetivo ainda de debater a situação do País e as propostas da engenharia para a volta do desenvolvimento sustentável, com distribuição de renda, preservação ambiental, valorização do trabalho e, sobretudo, fortalecimento da democracia.
Servirá de base à discussão a nova edição do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, cujo mote é meta essencial para o SEESP e a FNE: a retomada da engenharia nacional. Entre os temas em debate, a necessidade de política econômica que favoreça a volta do crescimento, os investimentos necessários ao País, os setores de petróleo e energia elétrica e o agronegócio. Também na pauta os desafios do movimento sindical. Confira programação completa.
Campanhas salariais
SPTrans – Os engenheiros que trabalham na SPTrans aprovaram, em assembleia, no dia 30 de julho último, o Acordo Coletivo de Trabalho de 2018, que inclui reajuste salarial de 3,04% retroativo à data-base (1º de maio) e extensível aos demais benefícios de caráter econômico. A PPR de 2018 será paga com o mesmo valor do exercício de 2017, respeitados os critérios vigentes, sem correção do percentual.
Cesp – Reunidos em assembleia no dia 7 de agosto, os engenheiros da Cesp aprovaram a assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), com base na última proposta apresentada pela empresa. O reajuste salarial ficou em 1,54% (IPC–Fipe), retroativo à data-base (1º de junho), extensível aos benefícios de caráter econômico. A vigência é de um ano, prorrogável por mais um em caso de transferência do controle acionário da companhia, a contar da assinatura do novo contrato de concessão, e a empresa não promoverá demissão sem justa causa que não decorrer do descumprimento de obrigações contratuais ou que não se fundar em motivo disciplinar ou econômico previamente comprovado. Isso não se aplica aos contratos de prazo determinado, de aprendizagem e de dispensa por justa causa.
Emae – Em audiência de conciliação ocorrida no Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo – 2ª Região, realizada em 8 de agosto, entre a Emae e seus trabalhadores, o SEESP propôs que a empresa antecipasse, na folha de agosto deste ano, o reajuste de 1,54%, conforme o IPC-Fipe de 1º de junho, retroativo a essa data. A negociação foi para o TRT em função do resultado da assembleia dos engenheiros de 30 de julho último, que recusou a proposta final da empresa e colocou a categoria em estado de greve. As partes concordaram em suspender a audiência até o final do mês, de forma que a Emae pudesse apresentar a proposta ao órgão controlador com vistas à solução do impasse existente, relativo aos seguintes pontos reivindicados: vale-alimentação e refeição adicional no valor de R$ 850,00; adicional de 100% na hora extra e aumento da verba de movimentação de 2% para 3%. A próxima audiência está marcada para 4 de setembro.
Eletropaulo – No dia 11 de agosto, os engenheiros da Eletropaulo, em Assembleia Geral Extraordinária, aprovaram a proposta final da empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho 2018. Essa abrange piso salarial de R$ 8.586,00, a partir de 1º de junho; reajuste com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulado, de junho de 2017 a maio de 2018, no valor de 2,86% mais 0,5% de ganho real, totalizando 3,36%, que será aplicado sobre o salário de dezembro, para recebimento a partir de janeiro de 2019. O índice de reajuste dos benefícios também é de 2,86%, retroativo a 1º de junho. A Participação nos Lucros e Resultados (PLR) coletiva tem valor de referência reajustado no IPCA e antecipação da primeira parcela de R$ 5.350,00 em 12 de setembro. Também foi aprovado 20% de abono compensatório com base no salário de 31 de maio. A vigência do acordo é de dois anos (1º de junho de 2018 a 31 de maio de 2020), com manutenção das cláusulas sociais, sendo negociadas anualmente as de caráter econômico.
Segundo o Ranking do Saneamento editado pelo Instituto Trata Brasil neste ano, em 2016 havia 35 milhões de brasileiros sem acesso a água potável e mais de 100 milhões desprovidos de coleta de esgoto; somente 45% do esgoto gerado no País era tratado. Esse cenário bastante negativo e que aponta necessidade de avanços significativos pode ser agravado pela Medida Provisória 844, editada em 6 de julho último. Isso porque coloca em risco a meta de se garantir a universalização do saneamento básico no Brasil, questão absolutamente essencial à saúde da população e à preservação do meio ambiente. A proposta do governo tem erros graves na forma e no conteúdo. Em primeiro lugar, nada justifica a edição de uma MP para alterar a Lei 11.445/2007, que estabelece o marco regulatório do setor e foi fruto de amplo debate com a sociedade e com os especialistas da área.
Se há a intenção de mudar tais regras, que isso seja feito com novas discussões travadas de forma democrática.
O segundo equívoco é o fato de a proposta de alteração na lei desviá-la do seu objetivo central – a garantia de atendimento pleno em água, esgoto, resíduos e drenagem urbana – para oferecer oportunidades de negócios vantajosos. A medida pode custar o bem-estar das pessoas e ameaçar a saúde pública ao tornar inviável o subsídio cruzado e a prestação do serviço nas localidades mais pobres.
Esse risco real reside sobretudo no artigo 10-A da MP, que determina ao município que realize um chamamento público quanto ao interesse de empresas públicas e privadas em disputar a concessão dos serviços de saneamento. Ao tratar a área com tal lógica de mercado, gerará uma disputa pelas cidades superavitárias, deixando as demais sem cobertura. Importante notar que, segundo dados da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), apenas 500 entre os mais de 5.500 municípios brasileiros podem gerar lucros na operação do saneamento ambiental. É de se perguntar qual será o destino dos demais?
Saneamento ambiental é serviço público essencial e assim deve ser tratado. A sociedade deve estar atenta a essa questão, que é literalmente vital, e se mobilizar para impedir que a MP seja aprovada no Congresso e se transforme em lei. Hoje estima-se que 65% das internações de crianças com menos de dez anos se deem por males causados pela deficiência ou inexistência de esgoto e água limpa. Precisamos urgentemente melhorar essa estatística, não piorá-la para que alguns possam lucrar.
Eng. Murilo Pinheiro
Presidente
Felipe Coutinho
O Brasil tem, graças à Petrobras, forte indústria petrolífera. Embora nova, 63 anos, em indústria de 180, a empresa está entre as dez maiores do mundo. O País tem produção superavitária e reservas crescentes. É líder mundial em águas profundas.
Das cinco maiores petroleiras, quatro são estatais; entre as 20, são 13. A intervenção do Estado tende a crescer, imposta pelo valor estratégico do petróleo. A competência da Petrobras é reconhecida por concorrentes e sucessivos prêmios, concedidos por organizações de prestígio como a Offshore Technology Conference (OTC).
Exportar cru e importar derivados não é boa política para o Brasil. Nenhum país se desenvolveu exportando matérias-primas para multinacionais estrangeiras. É preciso agregar valor ao petróleo e distribuir nacionalmente a renda petroleira.
Da política de preços de Pedro Parente vieram os preços altos que culminaram com a greve dos caminhoneiros. A estatal adotou preços mais altos que os internacionais, apesar de produzir e refinar seu petróleo no Brasil. Preços altos, em especial do diesel, viabilizaram a lucratividade da cadeia de importação, que ocupou até 30% do mercado da Petrobras. O resultado foi o encalhe do diesel brasileiro, o que limitou a produção das refinarias com ociosidade de até 30%. Da política de preços resulta a exportação de petróleo cru, enquanto se importam derivados, e o parque de refino fica ocioso. Perdem os brasileiros, que pagam mais caro; a Petrobras, com redução do seu mercado. Ganham os refinadores dos Estados Unidos, os traders estrangeiros e distribuidores concorrentes. Temos capacidade de produzir e abastecer o mercado, mas a política de preços pode impedir.
Erros do passado não justificam os atuais. Errou Parente, erra Monteiro, ao abandonar investimentos no refino. Equívoco ainda maior é a venda de refinarias. Na verdade, alienação às empresas estrangeiras do mercado brasileiro de derivados. O mercado brasileiro do refino é aberto e competitivo, faz parte da Bacia do Atlântico, como demonstra a recente invasão do mercado pelo diesel produzido nos Estados Unidos, resultado dos preços altos da Petrobras.
É descabida a exigência de preços internacionais como condição para investimentos no refino. Ainda mais estranho é o desejo de impedir a ação do Estado brasileiro no setor. O que desejam? Acesso ao sétimo mercado do mundo e a renúncia do País ao controle sobre setor estratégico?
A dívida da Petrobras é proporcional às reservas em desenvolvimento do pré-sal, aos investimentos de mais de US$ 250 bilhões, de 2009 a 2014, e perfeitamente administrável para companhia que, entre 2012 e 2017, manteve entre US$ 13,5 bilhões e US$ 25 bilhões em caixa, apresentou geração operacional superior aos US$ 25 bilhões por ano e índice de liquidez corrente sempre acima de 1,5. O pré-sal já produz 1,8 milhão de barris equivalentes por dia, mais de 55% da produção nacional, nível alcançado em tempo recorde. A quantidade crescerá, significativamente, nos próximos anos.
Felipe Coutinho é presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras (Aepet)