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Editorial – Manter a luta pela valorização do trabalho

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Quarenta mil pessoas foram às ruas no dia 9 de abril, quando aconteceu a 8ª Marcha da Classe Trabalhadora, desta vez realizada em São Paulo. O sucesso de mobilização – que lamentavelmente não teve a repercussão merecida nos grandes meios de comunicação – é um indicador importante da manutenção da unidade que tem sido um marco do movimento sindical, na qual o SEESP se engaja fortemente.

Assim, seguindo a pauta aprovada durante a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) de 2010, encontro histórico promovido no estádio do Pacaembu, a manifestação reafirmou as nossas reivindicações essenciais: manutenção da política de valorização do salário mínimo; redução da jornada sem redução de salário; corte na taxa básica de juros; investimentos em educação e saúde; fim do fator previdenciário e valorização das aposentadorias; reforma agrária; correção e progressividade da tabela do Imposto de Renda; transporte público de qualidade; o fim dos leilões do petróleo; não à aprovação do PL 4.330/04, que regulamenta a terceirização; e igualdade entre homens e mulheres.

Num ano em que o Brasil sedia um evento importantíssimo que é a Copa do Mundo, que apesar dos problemas enfrentados em seus preparativos tende a deixar legado relevante ao País, e acontecem eleições presidenciais, é imprescindível que sejam considerados os pleitos dos trabalhadores. Num cenário em que bancos e multinacionais lucram bilhões, não é razoável que medidas de justiça e avanços sociais básicos não sejam tomadas. É urgente que governantes, parlamentares e setor privado sensibilizem-se para a importância de se valorizar o trabalho e a mão de obra responsável pela geração de riqueza para todos.

Não é possível que setores do empresariado sigam reivindicando o fim de direitos trabalhistas para reduzir custos. É ainda menos aceitável que o Congresso ou o governo optem por esse rumo. O caminho a ser perseguido pelo Brasil deve passar por uma pauta positiva de investimentos, qualificação profissional, ganhos de produtividade, busca de inovação e maiores salários, permitindo melhores condições de vida à população. Apesar das melhorias dos últimos anos, a média salarial no País está muito aquém das necessidades de um padrão de vida satisfatório, ficando em torno dos R$ 1.800,00, e as aposentadorias, em sua maioria, são miseráveis. Somam-se a esse fator da baixa renda a precariedade dos serviços públicos e um sistema tributário que penaliza os mais pobres e a classe média.

Ou seja, é muito o que se precisa avançar para que tenhamos uma situação aceitável, e o Brasil deve escolher com convicção um modelo que leve de fato ao desenvolvimento de forma sustentável e com distribuição de renda. Essa é a vertente proposta pelo projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado em 2006 pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), que em sua fase atual chama a atenção para a necessidade de se desenvolverem cadeias produtivas estratégicas. Sem valorizar o trabalho nada disso será possível.


Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

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