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OPINIÃO - O lixo e as enchentes

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Silvana Guarnieri

        Mais um ano, e com ele as chuvas de verão, mais ou menos intensas, mas sempre presentes neste período. Com elas, os sacos de lixo boiando nos rios, córregos, piscinões, sem falar das doenças que acompanham tais situações. A população fica à mercê desses estragos, prejuízos econômicos e perigos que afetam áreas inteiras de várzeas, geralmente ocupadas por populações de baixa renda, que brigam por sua sobrevivência e de sua família.

        É evidente que, com a repetição do caos, temos que pensar de que forma vimos tratando o nosso lixo e o que podemos fazer para solucionar tais problemas ou pelo menos minimizá-los.

        Naturalmente, lidar com a dinâmica da geração de resíduos em grandes cidades não é nada fácil, mesmo com boa disponibilidade de recursos financeiros e materiais. Apesar de termos equipamentos, tecnologia e pessoal capacitado, a sistemática da operação muda em função do tráfego, horários de rush, áreas de pedestres etc. Assim, há necessidade de alterações na forma de execução, revendo até mesmo como acondicionar, tratar e destinar os resíduos sólidos.

         Com certeza, a implantação de uma coleta seletiva mais eficiente e de maior abrangência territorial faz-se necessária, pois através dessa é possível a reciclagem de diversos materiais, trazendo muitos benefícios econômicos e ambientais. Isso deverá ser feito com procedimentos de acondicionamento e recolhimento adequados e sob a gestão pública. Hoje é muito grande a ingerência de coletores particulares de resíduos recicláveis que, devido a condições sociais adversas, deixam grandes volumes nas vias e logradouros públicos. Esses, por não estarem acondicionados e não serem recolhidos com regularidade, prejudicam o bem-estar da população.

        A informação sobre horários e frequências de coleta é fundamental para o bom desempenho do sistema, mas somente isso não basta. Poder contar com os munícipes, respeitando as regras necessárias, para o melhor desempenho do sistema torna-se imprescindível. Como os custos não são baixos, nada mais natural que haja regras para o melhor aproveitamento dos recursos e uma efetiva fiscalização, além de evitar as taxas elevadas que recaem sobre o contribuinte.

        São necessárias ainda avaliações constantes sobre os processos técnicos e educativos para se buscar melhorias. Há muito também que se fazer no sentido de educar e conscientizar ambientalmente a população para o problema.

        De todo modo, não é possível que se mantenha a atual precariedade nesse serviço em pleno século XXI, com uma legislação considerada das melhores do mundo e um Plano Nacional de Resíduos Sólidos que demonstra a capacidade pensante sobre o tema e a necessidade de se preservar a vida. Fala-se tanto e age-se tão pouco!

 

Silvana Guarnieri é presidente da Delegacia Sindical do SEESP no Grande ABC

 

 

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