Agência Sindical*
O Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública Municipal de Guarulhos (Stap) lançou nota de repúdio ao ataque do prefeito da Cidade, Guti (PSD), que enviou Projeto de Lei (nº 2718/2020) à Câmara Municipal pedindo a extinção da Proguaru. A medida pode afetar mais de 4 mil trabalhadores, que perderão o emprego.
A Proguaru é uma empresa de economia mista, que executa serviços públicos de coleta e remoção de lixo, fabricação de asfalto, blocos e pré-moldados, pavimentação, guias, sarjetas, construções de galerias e canalizações. Ou seja, cuida de toda a urbanização de Guarulhos.
No Projeto de Lei enviado ao atual presidente da Câmara, Professor Jesus – que é o futuro vice-prefeito de Guti -, está o pedido de extinção da empresa até 31 de dezembro de 2021. O prefeito alega constantes prejuízos aos cofres públicos. Já o Stap, em nota, afirma que esse ônus não é por causa dos salários dos trabalhadores.
O presidente do Sindicato, Pedro Zanotti Filho, enfatiza que o trabalhador não pode pagar a conta da má gestão do prefeito Guti. Ele afirma: “É um verdadeiro massacre. Os mais de 4 mil trabalhadores não podem ser demitidos, ainda mais num momento de grave recessão econômica e da violenta pandemia”.
Na manhã desta quarta-feira (17/12), trabalhadores da Progaru e apoiadores manifestaram em frente à câmara contra o PL, que está na pauta da assembleia.
Abaixo, a nota de repúdio do Stap.
Carta ao prefeito Guti e aos vereadores de Guarulhos
Não cometam esse massacre contra os trabalhadores da Proguaru e suas famílias!
Diariamente, durante todo o ano, de domingo a domingo, 24 horas por dia, os Servidores da Proguaru trabalham por nossa cidade. Esse trabalho ficou ainda mais pesado por causa da Covid-19.
Na limpeza de ruas e praças; na limpeza das unidades de saúde; nas entradas de escolas; metendo a mão na sujeira; tapando buraco; consertando bueiro – todo dia o cidadão guarulhense testemunha esse trabalho duro e incansável dos companheiros.
O cidadão guarulhense talvez não saiba que:
1) A extinção da Proguaru significará a demissão de aproximadamente 4.600 Servidores, cuja maioria é gente humilde, que recebe salário irrisório.
2) A extinção da Proguaru afetará a vida de aproximadamente 14 mil familiares dos demitidos.
3) A extinção da Proguaru levará miséria para cerca de 18.400 pessoas, somando-se os Servidores e as famílias.
4) O Servidor da Proguaru é humilde, ganhando Piso de R$ 1.171,00 a R$ 1.200,00 (no caso dos ASGs – serviços gerais -, que são a maioria) ou de R$ 1.270,00 a R$ 1.300,00, se for Agente de Portaria. Portanto, não é por causa do salário dos que trabalham duro que a Proguaru pode estar em dificuldades.
5) A Proguaru é lotada de cargos comissionados. Ou seja, de pessoas indicadas quase sempre por interesses políticos – seus salários começam em R$ 3.000,00.
6) A diretoria da Proguaru é imensa – com salários em torno de R$ 7.000,00.
O prefeito Guti tem o direito de equilibrar as finanças municipais – aliás, já teve quatro anos pra isso. Direito que ele não tem é de demitir tantos trabalhadores, principalmente num momento de grave recessão econômica e da mais violenta pandemia do último século. Demitir, nessa conjuntura, é condenar pais e mães de família à fila da miséria e da indignidade.
O prefeito Guti sabe que o Servidor da Proguaru é querido pela população, que reconhece o quanto esses serviços ajudam na qualidade de vida em nossa cidade.
Senhores Vereadores: Antes da lei vem a justiça. A decisão unilateral do prefeito Guti, de fechar a Proguaru, é uma violenta injustiça contra os trabalhadores. Respeitamos a autonomia do Legislativo. Mas essa autonomia existe pra promover a justiça e a paz social. E não o contrário.
O Sindicato lutará com todas as forças contra essa barbaridade. Esperamos que o prefeito reveja sua decisão e que, se a matéria for a voto, os senhores votem pelo justo, pois de tudo podemos nos livrar: menos do implacável tribunal da nossa consciência.
Guarulhos, 16 de dezembro de 2020
Sindicato dos Trabalhadores na Administração Pública Municipal de Guarulhos (Stap).
*Com agências. Texto original publicado no portal Agência Sindical em 16/12/2020.