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24/07/2020

Artigo – Os cinco dedos da mão

João Guilherme Vargas Netto* 

 

GreveRenault 072020Ato dos trabalhadores da Renault. Reprodução Agência Sindical.Quem é preocupado pelas lutas sociais no Brasil de hoje deve voltar seus olhos ao que está acontecendo no Paraná com a greve dos metalúrgicos da Renault e apoiá-la com força.

 

A empresa, sob uma nova direção e depois de numerosos episódios de desprezo às negociações e propostas do sindicato, apresentou um pacote de medidas lesivas aos trabalhadores cujo ponto alto (ou cujo ponto baixo) é a demissão de 747 empregados.

 

A reação dos metalúrgicos foi imediata e, dirigidos pelo sindicato (cuja diretoria com a presidência de Sérgio Butka tem agido unitariamente e efetivamente), decretaram greve e a mantém com a exigência de que a empresa volte a negociar, modifique sua abusiva proposta e suspenda as demissões. Houve episódios emocionantes filmados com as luzes dos celulares das maciças assembleias que decretaram a greve e sustentaram as posições do sindicato.

 

Os resultados da greve na Renault serão decisivos para os próximos episódios da luta sindical em todo o país e em todas as categorias.

 

O sindicato tem trabalhado com cinco orientações principais que são como os cinco dedos da mão.

 

A primeira orientação implica a adesão maciça dos metalúrgicos à greve, com a determinação de que fiquem em casa e com a vigilância permanente dos ativistas nos portões da empresa.

 

A segunda orientação é a disputa de narrativas, com a empresa tentando fazer passar sua versão de uma intransigência sindical e a comunicação do sindicato demonstrando a justeza da luta e o apoio dos trabalhadores.

 

A terceira orientação é o apelo ao governador para neutralizar os arreganhos da empresa, já que ele próprio quando deputado foi o autor da lei de incentivo fiscal estadual com o compromisso de manutenção de empregos pelas empresas beneficiadas.

 

A quarta orientação é a de convocar o Ministério Público do Trabalho para que intervenha considerando as agressões aos direitos dos trabalhadores (com demitidos mesmo doentes e licenciados) e faça a mediação cabível.

 

E a quinta orientação é a de buscar a mais ampla solidariedade das entidades sindicais, aqui no Brasil e no exterior, de políticos e de personalidades – o que tem sido conseguido com êxito.

 

Quando os cinco dedos da mão se fecham com o punho levantado a luta pela vida e pelos direitos é pra valer!

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Joao boneco atual 

 *Consultor sindical.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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