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11/05/2017

A cientista que nos protege

Conheça a história de Kalinka Castelo Branco, professora da Universidade de São Paulo (USP) que desenvolve pesquisas para aprimorar a segurança na internet. Durante o festival de divulgação científica Pint of Science, o público terá a oportunidade de conhecer mais sobre os estudos realizados nessa área e verificar o quanto ainda estamos vulneráveis

Ela acorda todos os dias para entrar na “montanha russa” que é a sua rotina. Diante dos altos e baixos dessa aventura, a passageira Kalinka Castelo Branco dedica todo seu trabalho como cientista para ajudar a nos proteger de criminosos virtuais. Os desafios diários desse campo de atuação é o que mais a motiva na empreitada: “Não existe nada desenvolvido com 100% de segurança. É uma área que exige muita criatividade e que a gente tente imaginar o que os outros estão tramando. Sempre terá alguém propondo um novo ataque virtual e isso estimula a pesquisa, pois a torna contínua”.

Desde muito pequena, Kalinka foi apaixonada pelos estudos e, talvez por isso, a opção pela carreira acadêmica não tenha sido tão difícil de ser escolhida. Ela se graduou em Tecnologia em Processamento de Dados pela Fundação Paulista de Tecnologia e Educação (FPTE), em Lins, no interior do Estado de São Paulo. Durante a pós-graduação, especializou-se em Ciências de Computação no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos, onde é professora desde 2008.

Para Kalinka, o ensino é um complemento à atuação como cientista. “Quando estamos em sala de aula, conseguimos respirar e ter mais ideias, pois os alunos nos trazem novos questionamentos. É um ciclo que se completa ao levarmos essas dúvidas às atividades de pesquisa e, posteriormente, trazer os resultados de volta aos estudantes”, ensina a professora-cientista. “Esperamos que nossos alunos sejam melhores do que a gente”, completa.

Já são 22 anos de contribuições científicas que, se depender de Kalinka, estão longe de terminar. Há uma década trabalha com segurança e sistemas embarcados críticos, área de pesquisa que estuda as vulnerabilidades de sistemas ligados à internet. Dessa forma, é possível propor meios de impedir possíveis invasões de criminosos virtuais.

Para Kalinka, sensibilidade e dedicação são primordiais para um pesquisador. A rotina é dinâmica, não existe feriado ou finais de semana e uma nova ideia pode surgir nas situações mais imprevisíveis. “Um dia estava em casa com minha filha na piscina e passou um avião com sistema de som fazendo propaganda de um circo. Achei curioso e resolvi testar aquele sistema em um drone para propor uma possível campanha de marketing. Isso é ciência”, relata Kalinka.

Em sua área de pesquisa, a professora começou a investigar uma nova vertente chamada internet das coisas voadoras: “Imagine que drones, por exemplo, estejam conectados à internet. Se essa rede não for segura, qualquer um pode ter acesso e fazer um grande estrago”. A cientista explica que, antigamente, não se dava muita importância à segurança virtual, mas, de alguns anos para cá, com as pessoas cada vez mais conectadas, a área passou a ser enxergada como essencial e inovadora.

Aliás Socorro: fui hackeado e o drone sumiu é o título de um dos bate-papos que acontecerão durante o festival de divulgação científica Pint of Science, no dia 17 de maio, em São Carlos. Além da professora Kalinka, participarão da conversa a doutoranda Natássya da Silva e o aluno de graduação Marcelo da Silva, ambos do ICMC, e o advogado Guilherme Guimarães. “Vamos dar uma dimensão do quanto todos nós estamos sem privacidade e vulneráveis. Também vamos mostrar que, nas universidades, existem pessoas trabalhando para diminuir os problemas que isso acarreta”, diz Kalinka.

Regulamentação
Uma nova regulamentação aprovada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no último dia 2 de maio evita o uso indiscriminado dos drones, delimitando o escopo de uso comercial e recreativo dessas e de outras aeronaves não tripuladas, incluindo aeromodelos. Na opinião da professora, a regulamentação é positiva, já que, quando são estabelecidas regras onde antes não havia, isso contribuiu para que a sociedade olhe para o setor de forma mais cuidadosa.

“Antes, as pessoas compravam um drone, não importa de que tamanho, e podiam usar para filmar uma multidão em uma passeata ou em um casamento, por exemplo. Agora, isso é crime se for realizado com uma aeronave que pesa mais de 250 gramas sem cadastro prévio na ANAC”, explica a especialista.

Além de demandar cadastro na ANAC, aeronaves que pesam mais de 250 gramas devem respeitar os 30 metros horizontais de distância das pessoas não envolvidas com a operação ou que não autorizaram aquela ação. Os drones também só podem ser pilotados por maiores de 18 anos: “Com a regulamentação, os pais não podem mais comprar um drone sem se importar com seu tamanho e dá-lo de presente para uma criança como se fosse um simples brinquedo, sem se preocupar com as consequências”.

De qualquer forma, a professora ressalta que o regulamento é apenas um primeiro passo em prol da promoção do desenvolvimento sustentável e seguro do setor. Há, por exemplo, dúvidas em relação ao tipo de curso que a ANAC exigirá dos pilotos. Mas Kalinka ressalta que as novas regras contribuem para preservar a segurança das pessoas.

Pint of Science
Na opinião da professora, ainda há uma grande distância separando a sociedade e a ciência. Para ela, eventos como o festival Pint of Science podem ser importantes ferramentas de aproximação. Como nos dias de hoje a maioria das pessoas possuem um celular, promover uma conversa com especialistas que darão dicas para as pessoas aumentaram a segurança ao navegarem em seus dispositivos eletrônicos também pode contribuir para promover essa aproximação.

Este ano, o festival acontecerá em 22 cidades brasileiras nas noites de 15, 16 e 17 de maio. Diversos pesquisadores de diferentes áreas do conhecimento estarão à disposição para conversar com o público nos bares e restaurantes onde a iniciativa ocorrerá. A participação no evento é gratuita e os interessados só pagarão o que consumirem nos locais.

Em São Carlos, o evento é realizado pelo ICMC e conta com o apoio de diversas instituições como a Embrapa, a regional do interior paulista da Sociedade Brasileira de Química, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a rádio UFSCar e o Laboratório de Aprendizagem Humana Multimídia Interativa e Ensino Informatizado (LAHMIEI) da UFSCar.

 

Comunicação SEESP
Texto de Denise Casatti e Henrique Fontes – Assessoria de Comunicação do Pint of Science Brasil

 

 

 

 

 

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