Soraya Misleh
A constatação foi feita pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) em balanço sobre os reajustes obtidos no primeiro semestre deste ano em âmbito nacional. Os engenheiros paulistas enquadram-se nesse cenário alvissareiro. Segundo Nelson Karam, coordenador de educação do Dieese, o órgão acompanhou o banco de acordos e convenções coletivas de trabalho de 370 unidades de negociação.
O resultado foi que quase 97% das categorias obtiveram aumentos superiores à inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) – percentual também verificado no caso dos 100 mil engenheiros representados pelo SEESP, a maioria com data-base em 1º de maio, quando se utiliza como referência o IPC-Fipe (Índice de Preços ao Consumidor-Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) (veja quadro). Ademais, afirma Karam, “as faixas de ganho real se ampliaram em relação ao mesmo período de 2011”. Conforme o levantamento, em média, situaram-se em 2,23%. A elevação nas negociações que culminaram em aumentos reais entre 2% e 3%, ainda de acordo com o Dieese, neste ano foi de 29% e entre aquelas que superaram os 4%, de quase 14%.
Recortes
Na indústria, desde 2008, como aponta o estudo, “o primeiro semestre foi o que apresentou os melhores resultados, seja em termos de quantidade de reajustes com incorporação de aumento real – 98% diante de percentuais que variaram entre 79% e 88% –, seja em termos de sua magnitude”. O menor índice, no segmento, se deu em 2009, “o que pode ser atribuído, em grande parte, ao reflexo que a crise econômica teve sobre as negociações coletivas no setor naquele ano”. O maior ganho se deu em construção e mobiliário (3,27% acima do INPC-IBGE) e o menor, nas indústrias urbanas (0,92%). No comércio e serviços, o período avaliado também foi positivo aos trabalhadores. No primeiro, “se em 2011 os aumentos reais se concentraram nas faixas entre 0,01% e 2% acima do INPC-IBGE, em 2012 passaram a se concentrar entre 1% e 3%”. No segundo, os reajustes com ganhos superiores a 3% além da inflação subiram de 9% em 2011 para 21%.
Com variações muito pequenas, a média se mantém, segundo Karam, quando se analisa o quadro por região geográfica, exceção à Norte. Nesta, de acordo com o balanço, o “resultado foi levemente inferior ao obtido em 2010”. Foi ainda verificada pouca diferença quanto às datas-bases.
Para o coordenador do Dieese, esse cenário reflete a continuidade do mercado de trabalho aquecido, sem grandes oscilações, não obstante a economia apresente crescimento inferior. “As contratações não têm se dado na mesma velocidade, mas as taxas de desemprego não se elevaram”, complementa. Na sua ótica, isso dá a entender que a expectativa do setor produtivo é que o recuo na expansão do PIB (Produto Interno Bruto) seja mais momentâneo do que estrutural. Revela, além disso, sua crença nas medidas tomadas pelo governo para reverter essa situação. Essa confiança, aliada à intensificação da atuação sindical, seria o pano de fundo para o bom resultado alcançado e a indicação de que “no segundo semestre, esse quadro deve se manter”.
O País ainda se encontra em situação vantajosa em comparação ao panorama global. No caso dos engenheiros, profissionais do desenvolvimento por excelência, um conjunto de obras e investimentos em infraestrutura tem demandado essa mão de obra, o que garante sua valorização profissional. Além disso, como concluiu Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP, em reportagem publicada no Jornal do Engenheiro, edição 414, a conquista se deve a “muita discussão, movimentação e união da categoria”.
O seminário da VDI – Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha, que acontece no dia 28 de novembro, das 9h30 às 17h30, vem atender à demanda por qualificação mais ampla para os profissionais, que vá além do conhecimento técnico.
As competências devem incluir, portanto, a arte da comunicação, flexibilidade de compreensão e empatia para propor novas alternativas, além de capacidade de liderança e habilidade para coordenar o trabalho em equipe.
Assim, o treinamento tem como objetivo aprimorar as técnicas de negociação utilizando “As sete fases da venda – ©MCA Consult”.
Palestrante
Geraldo Leal de Moraes é consultor em estratégia empresarial e economista pós- -graduado em micro e macroeconomia. Possui ampla experiência ao longo de 35 anos de carreira. Os custos do seminário incluem material didático, dois coffee-breaks, almoço e certificado de participação.
O valor varia, conforme o tipo de inscrição, de R$ 450,00 a R$ 650,00. Mais informações no site www.vdibrasil.com.br ou pelo telefone (11) 5180-2325. O seminário acontecerá na Câmara Brasil-Alemanha (Rua Verbo Divino, 1488 – 3º andar – São Paulo/SP).
BAIXADA SANTISTA
Unisanta (Universidade Santa Cecília)
Site: www.unisanta.br
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Telefone: (13) 3202-7100, ramal 7259
• Mestrado em engenharia mecânica. Busca a formação de um profissional preparado para os desafios do novo milênio, focado na realidade regional, em que as tecnologias da informação e de automação desempenham papéis fundamentais. O perfil do egresso desse programa deverá ser de um profissional capacitado para desenvolver técnicas e práticas que lhe permitam oferecer serviços de consultoria especializada, por meio do desenvolvimento e gerenciamento de pesquisas aplicadas às necessidades de setores produtivos relacionados às atividades que compõem a área de concentração escolhida. O mestrado em engenharia mecânica está estruturado para ser realizado em um período de dois anos, incluindo a apresentação final de dissertação. Valor: 24 parcelas mensais
de R$ 1.200,00.
CAMPINAS
Extecamp (Escola de Extensão da Universidade Estadual de Campinas)/Faculdade de Tecnologia
Site: www.extecamp.unicamp.br
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Telefone: (19) 2113-3353
• Engenharia e administração de sistemas de banco de dados. Considerando o papel relevante dos profissionais da área de TI (Tecnologia da Informação) para as organizações, o curso tem como objetivo propiciar uma visão ampla das atividades relacionadas com o projeto de banco de dados e administração de recursos de armazenamento e gerenciamento de informações, destacando técnicas e responsabilidades frequentes e estratégicas para com as empresas usuárias de tecnologias de bancos de dados. Com carga de 360 horas, as inscrições, que já começaram, terminam no dia 1º de fevereiro de 2013. Formas de pagamento: R$ 8.500,00 a vista por meio de boleto bancário, com vencimento em 15 de fevereiro próximo; ou 20 parcelas de R$ 425,00, iniciando no dia 10 do mesmo mês.
LINS
Unilins (Centro Universitário de Lins)
Site: www.unilins.edu.br
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Telefone: (14) 3533-3200
• Engenharia de estruturas. Capacitar profissionais para desenvolver e aperfeiçoar conhecimentos que envolvam a análise, o dimensionamento e o gerenciamento de projetos de estruturas de concreto armado e protendido, alvenaria estrutural, aço, madeira e concreto pré-moldado. Apresentar os conceitos fundamentais, abordando as normas mais recentes e as novas tecnologias de projeto e construção. Com carga de 360 horas e valor de R$ 550,00.
SÃO PAULO
Ibape (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo)
Site: www.ibape-sp.org.br
Telefone: (11) 3105-4112
• Avaliações e perícias em veículos automotores. Fornecer subsídios técnicos para profissionais que atuam ou queiram conhecer melhor a área de avaliações e perícias que envolvem veículos automotores, apresentando casos e discutindo formas de melhor realizar os trabalhos. Com carga de 12 horas, o curso será realizado nos dias 5, 6 e 7 de novembro, sempre das 19h às 22h45. O custo é de R$ 401,00 (sócios) e de R$ 555,00 (não sócios).
Engenheiros do Metrô obtêm vitória histórica
Em audiência de instrução e conciliação realizada em 23 de outubro no TRT (Tribunal Regional do Trabalho), ficou estabelecido o pagamento proporcional da PR (Participação nos Resultados), no valor de um salário nominal para cada engenheiro do Metrô, inclusive os que ocupam cargo de chefia, dependendo do atingimento das metas. Para o SEESP, a decisão inédita e vitoriosa fortalece e gratifica, com justiça, uma categoria profissional comprometida com o transporte público de qualidade na Capital paulista. Ficou estabelecido prazo até 28 de fevereiro de 2013 para pagamento da PR.
VI EcoSP acontece em novembro
Importante fórum à discussão sobre o tema premente do desenvolvimento sustentável, o VI EcoSP (Encontro Ambiental de São Paulo), promovido pelo SEESP e FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), ocorrerá neste ano em 12 e 13 de novembro próximo, no Complexo Parque Anhembi, na Capital paulista. As plenárias técnicas terão lugar no Auditório Elis Regina e a feira ambiental, no Salão de Exposições (Hall Nobre 2 e 3). Entre os temas a serem abordados por especialistas estão: Inovação, tecnologia e sustentabilidade para o desenvolvimento; Aquecimento global: mito ou realidade?; Limites do crescimento e o mundo em 2052; Questões ambientais da implantação do rodoanel; Reciclagem de alimentos: compostagem; Gerenciamento de áreas contaminadas; e Controle biológico de pragas.
O objetivo é, segundo o coordenador da iniciativa e vice-presidente do SEESP, Carlos Alberto Guimarães Garcez, trazer para o debate novas tecnologias e paradigmas. Mais informações e inscrições pelo telefone (11) 3113-2616, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e no site www.ecosp.org.br (em que é possível também acessar a programação completa).
Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação é empossado
A cerimônia se realizou no dia 4 de outubro, na sede do SEESP, na Capital, com a presença do secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e do Trabalho de São Paulo, Marcos Cintra. Com renovação de 50%, entre os 48 membros empossados, foram reconduzidos os dois representantes do sindicato, Allen Habert e Antonio Octaviano. O mandato é de dois anos. O Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação foi instituído em 2010. Segundo divulgado no site oficial, Cintra destacou: “São Paulo não pode prescindir de ter um órgão desse porte. Em breve, colheremos grandes resultados com esse trabalho, visto os avanços nas análises da proposta da lei de inovação tecnológica por diversos segmentos.” Um dos temas sobre o qual tem se debruçado é a implementação da internet pública na cidade. Em dezembro, está marcada uma reunião no SEESP para discutir o tema. Além disso, o Conselho já definiu a realização, em 2013, de um evento sobre “Desenvolvimento, integração e democratização da Região Metropolitana de São Paulo”, em iniciativa conjunta com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo). O tema, como observa Habert, envolve a questão de cidades sustentáveis e vem ao encontro das propostas dos engenheiros ao desenvolvimento elencadas no projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”. Lançada pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) em 2006 e atualizada em 2009, a iniciativa conta com a adesão dos sindicatos filiados a ela, entre os quais o SEESP.
Eleições na Aesabesp
Acontece entre os dias 1º e 14 de novembro a votação para escolha dos membros dos conselhos deliberativo e fiscal da Aesabesp (Associação dos Engenheiros da Sabesp). No primeiro, 36 profissionais disputam as 21 vagas; para o segundo inscreveram-se três candidatos, número igual ao de cargos a serem preenchidos. Entre os que concorrem no pleito, são diretores, delegados ou sócios do SEESP os engenheiros Alisson Gomes de Moraes, Antonio Carlos Gianotti, Aram Kemechian, Carlos Alberto de Carvalho, Carlos Alberto de Toledo, Carlos Augusto Pleul, Cid Barbosa Lima Junior, Dejair José Zampieri, Eduardo Natel Patrício, Ernesto Gonzales, Gilberto Alves Martins, Hiroshi Ietsugu, Ivan Norberto Borghi, João Augusto Poeta, Luciomar Santos Werneck, Luis Américo Magri, Marcelo Serra de Lacerda Silva, Nelson Cesar Menetti, Orlando Antunes Cintra Filho, Paulo Eugênio de Carvalho Corrêa, Paulo Victor Vieira Sampaio, Reynaldo Eduardo Young Ribeiro, Sonia Maria Nogueira e Silva, Viviana M. N. de A. Borges, Walter Antonio Orsatti, Yazid Naked, Zenivaldo Ascenção dos Santos (deliberativo) e Helieder Rosa Zanelli e Nelson Luiz Stabile (fiscal).
Representativo, rico em conteúdo, articulado sindical e politicamente e vibrante. Assim foi o VIII Conse (Congresso Nacional dos Engenheiros), promovido pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) nos dias 24, 25 e 26 de setembro, em São Paulo. O sucesso, fruto do esforço coletivo nacional da categoria organizada pelos seus sindicatos e pela federação, demonstra o acerto do trabalho que vem sendo realizado pelas nossas entidades. Evento mais importante do calendário da FNE, o Conse acontece obrigatoriamente a cada três anos. Tendo tomado a decisão de ampliar sua ação para além das funções corporativas e organizativas, a entidade vê no seu congresso nacional a oportunidade de travar os debates que interessam estrategicamente à categoria, assim como ao conjunto dos trabalhadores e da sociedade brasileira.
Dessa forma, a programação, brilhantemente desenvolvida pelos palestrantes e participantes, pautou-se pelos temas prementes da atualidade. Simbolicamente, a abertura solene, realizada na magnífica Sala São Paulo, reuniu as principais autoridades dos três poderes da República para afirmar a relevância da engenharia ao desenvolvimento nacional e bem-estar da população. Na sequência, passando às atividades no Novotel Jaraguá, tiveram lugar as discussões sobre desenvolvimento sustentável, em seus diversos aspectos (leia aqui).
Um importante balanço do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado durante do VI Conse, em 2006, foi feito pela sua coordenação, com a participação muito especial do professor Carlos Lessa, cuja contribuição à iniciativa foi inestimável. Ainda no âmbito desse importante trabalho, a discussão sobre a Copa 2014 e os legados que o evento esportivo pode e deve deixar à sociedade. Os desafios do País após a conferência Rio+20, com a importante presença do ministro Gilberto Carvalho, e o fundamental debate sobre soberania e desenvolvimento nacional, contando com as análises do embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, da economista Ceci Juruá e do engenheiro Marco Aurélio Cabral Pinto, completaram o programa.
Finalizando os trabalhos, os delegados de todo o País elegeram a próxima diretoria da FNE, que comandará a entidade entre 2013 e 2016, e definiram suas diretrizes operacionais, políticas e sindicais, num valioso debate.
Ao cumprir essa agenda, tanto abrangente quanto profunda, a FNE e seus sindicatos filiados fortalecem-se para dar continuidade à batalha de defender a categoria, buscando valorização dos engenheiros por meio de remuneração justa, melhores condições de trabalho, qualificação profissional e inserção social. Também mantêm sua posição privilegiada para contribuir com o desenvolvimento nacional e a construção de um País justo e soberano.
Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente
João Guilherme Vargas Netto
Quando se viaja por uma região montanhosa, vencer um cume é descortinar vários outros da cordilheira. O VIII Conse (Congresso Nacional dos Engenheiros) é uma situação assim, a elevada posição alcançada pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) e seus sindicados filiados na luta pelo “Cresce Brasil”.
Tivemos a oportunidade de testemunhar a amplitude das relações políticas da entidade, a precisão do livro sobre a sua história e seus projetos, o denodo e a sabedoria dos convidados ilustres e a unidade de ações demonstrada pelos participantes.
Emocionamo-nos também e nos divertimos na Sala São Paulo e em outros ambientes com a música da Orquestra da Câmara da ECA-USP (Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo), com o samba do grupo de Monarco da Portela e com o humorismo brejeiro do artista piauiense Amauri Jucá.
O VIII Conse, cume, faz parte de uma sequência de pontos altos, é um entre eles. Em primeiro lugar, está a própria conjuntura socioeconômica nacional, com emprego, ganhos reais de salários e enfrentamento da crise.
Neste contexto, o movimento sindical dos trabalhadores recupera e afirma seu protagonismo, com suas conquistas, manifestações e greves. O Brasil é o único país do mundo hoje em que os trabalhadores lutam, com possibilidade de vitória, pela redução da jornada sem diminuição de salários.
E, finalmente, a FNE, com o seu VIII Conse, alcança a hegemonia do movimento profissional dos engenheiros, capacitando-os – na conjuntura favorável e com o movimento sindical – a enfrentar as tarefas necessárias que garantam a continuidade do desenvolvimento com distribuição de renda e sustentabilidade e afirmem seu papel na vida brasileira.
Que os ares limpos e a vista magnífica das altas serranias nos confortem em nossa viagem.
João Guilherme Vargas Netto é consultor sindical do SEESP e da FNE
Soraya Misleh e Rosângela Ribeiro Gil
Realizado entre 24 e 26 de setembro, na Capital paulista, em sua oitava edição, o Conse (Congresso Nacional dos Engenheiros) discutiu o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, os desafios atuais e perspectivas rumo a um país mais justo. Assim, reafirmou o compromisso da categoria com o desenvolvimento sustentável com inclusão social. Principal evento da FNE (Federação Nacional dos Engenheiros), culminou na eleição de sua diretoria para o período 2013-2016 e aprovação de suas diretrizes de trabalho.
Essa terá à frente Murilo Celso de Campos Pinheiro, reconduzido ao cargo. Na oportunidade, foi ainda lançado o livro “A FNE e o desenvolvimento nacional” e pôde ser vista a exposição “Cresce Brasil”. A programação foi permeada por shows culturais.
À abertura do evento, na Sala São Paulo, muitas autoridades se fizeram presentes. Entre elas, o governador do Estado, Geraldo Alckmin; o prefeito da Capital, Gilberto Kassab; o ministro do Esporte, Aldo Rebelo; o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado Barros Munhoz (PSDB), e o da Câmara Municipal, vereador José Police Neto (PSD); além de outros parlamentares, secretários de governo, bem como do desembargador William Carlos Roberto Campos, representando o presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Ivan Sartori.
Em sua saudação aos participantes, Murilo Pinheiro destacou o papel da entidade de influir nas políticas públicas, para além da atuação sindical, demonstrado no lançamento em 2006 do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”.
Perspectivas e balanço dessa iniciativa, atualizada em 2009, foram apresentadas pelo seu coordenador, Carlos Monte, no início dos trabalhos, sediados no Novotel Jaraguá. O “Cresce Brasil” apontava a necessidade de o País elevar seu PIB (Produto Interno Bruto) em 6% ao ano e diminuir a taxa de juros. Nesse contexto, traçou uma série de propostas, elencadas por Monte. Entre elas, expansão na oferta de energia de 7,8% ao ano.
Segundo o coordenador, a crise internacional iniciada nos Estados Unidos em 2008 reduziu essas estimativas. Não obstante, grandes projetos indicados no “Cresce Brasil” foram iniciados, como a construção das usinas nuclear de Angra III, em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, e hidrelétricas de Jirau, Santo Antônio e Belo Monte, no Norte do País. A geração eólica também começa a ampliar-se. Monte revelou a perspectiva de prolongamento da crise, mas enfatizou que o Brasil tem disponibilidade orçamentária para dar sequência aos investimentos. Entre os previstos no “Cresce Brasil”, grande parte incorporada ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em 2007, a obtenção da autossuficiência na produção de petróleo e gás – alcançada após a descoberta de reservas, em especial na camada do pré-sal –, ampliação sobretudo das malhas ferroviária e hidroviária, inversões em habitação, portos e aeroportos, bem como melhoria da gestão metropolitana.
O projeto dos engenheiros destacava já em 2006, ainda, a urgência de se aumentar o volume de recursos para ciência e tecnologia. O tema ficou de fora do PAC, como lembrou Monte, mas, posteriormente, as propostas dos engenheiros foram incorporadas pelo governo, fruto de conversas com o ministro da C&T, Sergio Rezende.
Outros resultados
O movimento lançado pela FNE verificou, além disso, outros resultados que vão ao encontro do “Cresce Brasil”. O coordenador do projeto salientou, por exemplo, obras de mobilidade em várias capitais; a criação da Empresa de Planejamento e Logística; a aprovação da lei que instituiu o Plano Nacional de Saneamento e o aumento de recursos a essa área (de R$ 4 bilhões/ ano em 2004 para R$ 14 bilhões em 2010); o lançamento pelo governo federal do “Minha casa, minha vida” em 2009, agora em sua segunda fase; a instituição do Plano Nacional de Banda Larga, com perspectiva de universalização até 2014; a manutenção e concessão de bolsas de estudo para 80 mil estudantes (entre doutorandos e mestrandos); a redução do desmatamento na floresta amazônica e o aumento da produtividade na agricultura.
João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical da FNE, destacou o protagonismo do movimento sindical dos engenheiros, capitaneado pela federação, em particular, e brasileiro como um todo. Tal papel tem, na sua opinião, garantido conquistas. Ele identificou dois eixos estratégicos à organização sindical na atualidade: a necessidade de luta contra a desigualdade social e, para tanto, de democracia, desenvolvimento e Estado com capacidade de ação.
Homenageado durante o VIII Conse, o grande colaborador do “Cresce Brasil”, Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), ponderou que ainda há muito o que caminhar para se alcançar um País justo. Criticando fortemente o projeto de instalação de multinacionais automobilísticas cujo início data dos anos 1950, em detrimento do desenvolvimento nacional e cristalizando no imaginário popular que ter um carro seria a realização de um sonho, ele enfatizou: “É urgente mudar a matriz logística nacional.” Ele revelou o dado alarmante do crescimento anual de 9% dessa frota nas cidades brasileiras (que concentram 80% da população), há mais de uma década e meia. Lessa vaticinou: “Não é viável o País enfrentar a crise mundial mantendo-se puxado por esse padrão. O movimento dos engenheiros vem dando substância às notas iniciais de um projeto nacional. Agora é preciso discutir soberania, sem o que não há desenvolvimento de fato. A chave para substituir o sonho do automóvel é investir no da casa própria.” Nessa direção, o secretário de Obras do Acre, Wolvenar Camargo, apresentou projeto habitacional e urbanístico que vem sendo desenvolvido em Rio Branco, capital daquele estado, intitulado “Cidade do Povo”.
Pode acelerar esse processo, ainda, a realização de megaeventos esportivos. Segundo Luís Antonio Paulino, secretário nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor do Ministério do Esporte, a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 são oportunidades para que se melhore a infraestrutura urbana.
Um novo modelo nacional
Está nas mãos dos profissionais da categoria assegurar um País justo e igualitário. O reconhecimento foi feito pelo ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho. Abordando a Rio+20, Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável realizada em junho último no Rio de Janeiro, Carvalho destacou que o documento obtido tem limitações, dada a necessidade de que fosse decidido por consenso entre 180 países, mas é um avanço. Para ele, o principal ponto a demonstrar o resultado positivo é a inclusão do combate à pobreza no texto aprovado. Ainda de acordo com o ministro, a Rio+20 evidenciou que o modelo de desenvolvimento almejado está fundado no direito ao crescimento com distribuição de renda e inclusão social, bem como preservação da natureza. Ao final, após ouvir uma série de reivindicações, preocupações e perguntas dos engenheiros, ele concluiu: “Temos que aproximar a FNE dos órgãos de governo diretamente envolvidos com essas questões. O governo e povo brasileiro têm a ganhar com isso.”
Também durante o Conse, foi abordado o tema “Brasil inteligente: um país desenvolvido, justo e soberano”. O embaixador Samuel Pinheiro Guimarães criticou a enorme desigualdade no País. A questão não se resolve, avisou, com transferência de renda, mas com geração de emprego, o que acontece apenas com aumento da capacidade de produção instalada, a partir de investimentos.
Na avaliação do professor da UFF (Universidade Federal Fluminense) e consultor do projeto “Cresce Brasil”, Marco Aurélio Cabral Pinto, para o País desenvolver inteligência com a urgência necessária, entre outras ações, é preciso aproximar o Sistema Nacional de Inovação e a educação básica e formar quadros tecnológicos.
Participaram ainda como palestrantes Ceci Juruá, pesquisadora da Universidade Estadual do Rio Janeiro; Wagner Costa Ribeiro, professor titular do Programa de Pós-graduação em Ciência Ambiental da USP; Valmir Gabriel Ortega, diretor do Programa Sênior de Política da Conservação Internacional do Brasil; Dario Rais Lopes, assessor especial para Aeroportos do Grupo EcoRodovias; e Roberto Siviero, gerente-geral de Estádios e Instalações do COL (Comitê Organizador Local da Copa do Mundo).
Confira a cobertura completa neste site.
Rosângela Ribeiro Gil
A comemoração do aniversário do SEESP, fundado em 21 de setembro de 1934, aconteceu no Clube Atlético Monte Líbano, com a presença de cerca de 1.500 pessoas, no dia 26 último. Além dos engenheiros do Estado e seus familiares, prestigiaram o evento autoridades e dirigentes sindicais de outras regiões do País. Todos ressaltaram o papel da entidade nos grandes debates em prol do desenvolvimento brasileiro.
O presidente Murilo Celso de Campos Pinheiro lembrou que, ao longo dessas quase oito décadas, o sindicato passou por um processo contínuo de expansão, fortalecimento e ganho de legitimidade junto à categoria, aos poderes públicos e ao setor produtivo. “No futuro, queremos crescer muito mais e ter uma participação maior nas políticas públicas. E fazer com que o engenheiro seja cada vez mais valorizado.”
Na mesma linha, os vice-presidentes da entidade destacaram iniciativas de vanguarda, como a implantação do Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia). A nova empreitada, para Celso Atienza, torna a comemoração do aniversário ainda mais especial. “A aprovação de uma faculdade de engenharia voltada para a inovação e a tecnologia capacitará os profissionais aos novos empreendimentos que proporcionarão o verdadeiro desenvolvimento do País.” João Carlos Gonçalves Bibbo ressaltou o amadurecimento da entidade, que representa aproximadamente 200 mil profissionais e presta um serviço muito dignificante à engenharia nacional. “A nossa preocupação com a categoria tem sido uma constante no nosso dia a dia. E agora estamos num momento especial, com a instalação do Isitec.” “Esse aniversário dá a dimensão dessa administração, e espero que no futuro possamos conquistar muito mais”, completou João Paulo Dutra.
Para Carlos Alberto Guimarães Garcez, a história da entidade está marcada pelas várias lutas em benefício de uma categoria que alavanca o desenvolvimento brasileiro. Na opinião de Henrique Monteiro, o sindicato, ao completar 78 anos, dispensa comentários e apresentações. “Ao engenheiro está claro que não existem duas entidades para defender os seus direitos, mas apenas uma, e essa atende pelo nome de SEESP.”
Valorização profissional
Para o diretor-1º secretário do sindicato e diretor administrativo do Isitec, Fernando Palmezan Neto, vive-se atualmente uma realidade diferente e importante para o engenheiro que, depois de quase duas décadas difíceis pela falta de trabalho e valorização, é visto como uma peça vital para o crescimento do País. “É um momento realmente de congratulação, que desejo continue por muito tempo”, afirmou. É o mesmo destaque feito pelo diretor-1º tesoureiro, Esdras Magalhães dos Santos Filho, para quem os 78 anos de lutas e conquistas credenciam o sindicato a novas ações em defesa dos interesses dos engenheiros. Flávio Brízida, diretor-2º tesoureiro, afirmou que a data é muito importante para a categoria e que o SEESP tem se notabilizado não só em São Paulo, mas em todo o Brasil “na defesa da profissão e na dignidade desse trabalhador tão importante para o desenvolvimento do País”. Marcos Wanderley Ferreira, diretor-3º tesoureiro, lembrou a atuação da entidade em defesa do cumprimento da Lei 4.950-A/66, que determina o piso dos engenheiros em nove salários mínimos para jornada de oito horas, e as campanhas salariais que, neste ano, conquistaram acordos coletivos positivos, com os maiores ganhos reais dos últimos anos.
Na avaliação do vice-presidente eleito da FNE, Carlos Bastos Abraham, o SEESP “está na vanguarda do movimento sindical brasileiro”. Maria Maruza Carlesso, diretora da CNTU (Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados), congratulou o sindicato “pelo trabalho, pela luta e pela democracia que vem demonstrando nesses anos todos”.
Participação social
Discutir os grandes problemas sociais, como o déficit habitacional, que priva milhares de famílias de moradias dignas, é um dos aspectos ressaltados por Laerte Conceição Mathias de Oliveira, também vice-presidente do SEESP. “Estamos construindo uma entidade que cresce tanto em trabalhos sindicais como sociais.” Fez coro à observação o diretor-3º secretário Edilson Reis: “É o sindicato presente nas questões mais delicadas e importantes para a sociedade, como é o caso da mobilidade urbana. Estamos na luta para dotar o transporte público de eficiência e, assim, garantir aos cidadãos um sistema regular, confortável e sustentável.”
Os secretários municipais de São Paulo Gilmar Tadeu Ribeiro Alves (da Copa do Mundo) e Miguel Bucalem (de Desenvolvimento Urbano) estiveram presentes à comemoração e realçaram o compromisso da entidade com os grandes temas da cidade. “Em todos os debates de caminhos e rumos e de desenvolvimento estratégico, o SEESP participa e faz valorosas contribuições. Precisamos de muitos engenheiros qualificados, com visão e perspectiva de futuro”, observou Alves.
O deputado estadual Simão Pedro (PT) destacou o papel do sindicato na formulação de políticas públicas. “A contribuição dessa categoria por meio do projeto ‘Cresce Brasil’, muito em sintonia com as ações do governo federal, merece todas as nossas homenagens.” A opinião foi endossada pelo deputado estadual Campos Machado (PTB): “São 78 anos de vida, de sonhos, de esperança, de realizações e de muitas conquistas. Vida longa ao SEESP.”
Com o objetivo de discutir o aproveitamento racional dos resíduos da indústria, da agricultura e do lixo urbano, bem como estimular novas tecnologias como fontes de energias alternativas, será realizado de 30 de outubro a 1° de novembro, na Capital paulista, o 7º Congresso Internacional de Bioenergia.
Durante a atividade, especialistas do Brasil e de vários países abordarão temas importantes, como as perspectivas, mercado, infraestrutura e inovação para o desenvolvimento da bioenergia; a utilização do lixo urbano, o uso e potencial do vento na geração de energia; biocombustíveis e projetos de carbono; energia solar; financiamento de pesquisa; e política de incentivo e investimentos em tecnologia.
A meta é estimular o uso de fontes renováveis, colaborar para o desenvolvimento sustentável, gerar oportunidades de negócios, apresentar contribuições acadêmicas e projetos científicos no setor, identificar oportunidades de investimentos e regiões potenciais e propiciar atualização aos profissionais sobre os últimos avanços tecnológicos.
Paralelamente ao congresso, acontecem vários eventos, como a 5ª BioTech Fair (Feira Internacional de Tecnologia em Bioenergia e Biocombustível), que reunirá empresas ligadas à produção de máquinas, equipamentos e tecnologias para produção de energias renováveis.
Promovido pelo Grupo Cipa Fiera Milano, o evento será realizado no Centro de Exposições Imigrantes, localizado na Rodovia dos Imigrantes, km 1,5. Mais informações sobre a programação e o custo das inscrições no site www.bioenergia.net.br, pelo telefone (54) 3226-4113 ou e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..