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Eliel

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CAMPINAS
Extecamp (Escola de Extensão da Universidade Estadual de Campinas)
Faculdade de Tecnologia
Site: www.extecamp.unicamp.br
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Telefone: (19) 2113-3353

• Gerenciamento de resíduos sólidos. Capacitar profissionais na gestão e no gerenciamento de resíduos sólidos através do conhecimento da legislação ambiental e das melhores tecnologias disponíveis para prevenção, reutilização, reciclagem, controle, tratamento e disposição final de resíduos. Com carga de 360 horas, a especialização será realizada aos sábados, das 8h às 17h. O preço é de 15 parcelas de R$ 633,00.

 

MOGI DAS CRUZES
Sinduscon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo)

Site: www.sindusconsp.com.br
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Telefone: (11) 4735-5274

• Entendendo a NR 33 – espaços confinados. A atividade abordará passo a passo os objetivos da NR 33 (Norma Regulamentadora) do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), que trata da segurança na execução de serviços em espaços confinados. Entre os temas, trabalhos de resgate, proteção respiratória e seus equipamentos e análise preliminar de riscos. O curso será realizado no dia 25 de outubro, das 9h às 18h. O custo é de R$ 230,00 para associados ao Sinduscon e de R$ 320,00 para os demais.

 

SÃO PAULO
AEA Educação Continuada

Site: www.aea.com.br 
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Telefone: (11) 2626-1594

• Especificação de materiais para edifícios sustentáveis. Para aprofundar o conhecimento sobre o conceito de sustentabilidade, a fim de atender as atuais demandas do mercado por construções civis e empreendimentos sustentáveis. O curso ensinará o profissional a definir e indicar os melhores materiais, a fim de garantir benefícios como economia de energia e de água, entre outros. A atividade acontece nos dias 25 e 26 de outubro, das 8h às 17h. O preço é de R$ 990,00.

 

Fundação Coge
Site: www.funcoge.org.br
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Telefone: (21) 3973-8493

• Manutenção e operação da distribuição. O programa inclui medidas de confiabilidade; continuidade e qualidade do fornecimento de energia; taxa de falhas; automação da distribuição; gestão da manutenção e da operação; dimensionamento de equipes; e cogeração. O curso será ministrado de 15 a 19 de outubro, das
8h às 17h. O custo é de R$ 2.270,00.

 

Fundação Vanzolini
Site: www.vanzolini.org.br
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Telefones: 0800 770 0608 ou (11) 3145-3717

• Administração para engenheiros. De forma interativa, o curso oferecerá conhecimentos, técnicas e habilidades para que o participante entenda a gestão corporativa integrada. Com carga de 160 horas, a especialização será ministrada às terças e quintas-feiras, das 18h30 às 22h30. O preço é de oito parcelas de R$ 630,00, incluindo a matrícula.

 

Ycon Formação Continuada
Site: www.ycon.com.br 

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Telefone: (11) 3816-0441

• Plano de regularização de empreendimentos habitacionais. O curso contemplará plano de ação, capacitação profissional e realização de obras complementares. A atividade acontece nos dias 26 e 27 de outubro, das 19h às 22h30 na sexta-feira, e das 9h às 18h30 no sábado. O preço é de R$ 690,00.

02/10/2012

Canteiro

Vitória do SEESP e dos concursados da Sabesp

Em Ação Civil Pública ajuizada pelo sindicato contra a terceirização de serviços técnicos de engenharia na região do Baixo Paranapanema, até então realizados por empresas contratadas por meio de licitações, o SEESP obteve importante vitória. O Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região deu provimento ao recurso da entidade e julgou procedente em parte a ação, determinando que os serviços técnicos de engenharia para manutenção e crescimento vegetativo em unidade de negócios da Sabesp, no Baixo Paranapanema, sejam executados pelos trabalhadores concursados e integrantes de seu quadro. Além disso, proíbe as licitações e contratações de empresas para realização de trabalhos ligados diretamente às atividades-fim da empresa, vedando a substituição de servidores por trabalhadores terceirizados e a contratação sem prévia aprovação em concurso público. O tribunal condenou, ainda, a companhia a uma indenização por danos a interesses coletivos e difusos, reversível ao FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador), no valor de R$ 100.000,00.


Encerrada campanha salarial na Telefônica

Em assembleia no dia 17 de agosto na sede do SEESP, na Capital, os engenheiros que trabalham na Telefônica (data-base em 1º de setembro) deliberaram pela aprovação da última proposta da empresa para assinatura do Acordo Coletivo de Trabalho de 2012. Destacam-se, entre os pontos contemplados, reajuste salarial de 5,5% a partir de janeiro de 2013; abono compensatório imediato relativo à data-base, de 35% e de 25% (respectivamente a engenheiros membros das operações fixa e móvel); piso de R$ 5.598,00; pagamento de PPR 2013 com base no modelo vigente, com compromisso de negociação dos indicadores e metas até junho de 2013.


Campinas e Bauru encerram ciclo com prefeituráveis

Além de Santos, nas duas cidades também teve fim o ciclo de debates “A engenharia e a cidade”, promovido pelo SEESP. Em Campinas, encerrou a série o candidato Rogério Menezes (PV), acompanhado de seu vice Gustavo Merlo, em evento no dia 27 de setembro. No dia 17, foi a vez de Jonas Donizette (PSB) participar. Os debates ocorridos nos meses de agosto e setembro contaram com a presença de candidatos a prefeito e a vice, bem como alguns a vereador, de cinco das sete coligações que disputam o pleito na cidade, lideradas pelo PDT, PT, PSTU, PSB e PV. Em todos os eventos, além de oferecer um espaço de discussão sobre os planos de governo, a diretoria da Delegacia Sindical do SEESP em Campinas procurou proporcionar um debate sobre diversos assuntos ligados à engenharia.

Também com o objetivo de esclarecer e sugerir propostas, a delegacia em Bauru realizou três debates, entre os dias 4 e 18 de setembro, recebendo os candidatos Chiara Ranieri (DEM), Rodrigo Agostinho (PMDB) e Clodoaldo Gazzetta (PV).

O SEESP completa, neste 21 de setembro, 78 anos de vida.  É uma longa história, repleta de conquistas e desafios, da qual os engenheiros paulistas muito devem se orgulhar. Ao longo dessas quase oito décadas, o sindicato passou por um processo contínuo de crescimento, fortalecimento e ganho de legitimidade junto à categoria, aos poderes públicos e ao setor produtivo. Essa trajetória vitoriosa vem sendo construída com empenho e trabalho coletivo e é fruto da profunda convicção de que a categoria dos engenheiros, responsável pela geração de riquezas ao País e bem-estar à sua população, merece uma representação sindical à altura de sua importância.

Assim, o SEESP vem trabalhando em prol desses profissionais em três frentes essenciais: a defesa corporativa, a prestação de serviços e a luta para que sejam valorizados no mercado e na sociedade, o que está intimamente ligado ao desenvolvimento nacional.

Nessa vertente, o sindicato, engajado ao projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, tem se mantido mobilizado continuamente em defesa da expansão econômica do País, com preservação ambiental e distribuição de renda. Com esse norte, tem desenvolvido inúmeras atividades buscando sensibilizar a sociedade para a necessidade do investimento, público e privado, na infraestrutura nacional e na produção, visando a geração de emprego e melhores salários, além de avanços científicos e tecnológicos e melhor qualidade de vida.

Uma das mais relevantes iniciativas da entidade nesse campo foi a criação do Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), que oferecerá em 2013, após a aprovação do MEC (Ministério da Educação), uma graduação em Engenharia de Inovação, que terá turmas de 60 alunos, em período integral e nível de ensino pautado pela excelência. A proposta é formar profissionais, não só extremamente bem preparados do ponto de vista técnico, mas aptos a enfrentar os desafios do século XXI e encontrar as soluções que a indústria e a sociedade precisam.

Ousada e ambiciosa, a empreitada assumida pelo SEESP, longe de ser uma aventura, é uma decisão consequente baseada na convicção de que o Brasil precisa dar um salto rumo ao desenvolvimento, especialmente em ciência, tecnologia e inovação. Sem isso, o País continuará a ser eternamente uma promessa para o futuro que jamais se realiza plenamente. É preciso construir, o quanto antes, essa nação que os brasileiros anseiam e merecem. E tal desafio passa pelos engenheiros e pelo seu sindicato.

Por tudo isso, ao comemorar mais um aniversário do SEESP, é possível vislumbrar à frente a continuidade de uma história que seguirá sendo escrita com coragem, determinação, espírito público e, sobretudo, confiança no Brasil.


Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

Paulo A. Soares


Coloque um elástico entre seus dedos e puxe até o limite. Só há duas alternativas: ele se arrebentará ou teremos uma estilingada forte em consequência da energia acumulada. A economia segue uma lei parecida. Se os produtos ou ativos são apreciados em desarmonia com os indicadores e preceitos do mercado, a probabilidade de que ocorra uma oscilação brusca ou instabilidade é alta.

Apesar de a tendência ser a reversão à média histórica quando o nível de risco é previsível, os períodos de crise geram situações de alto risco, inibindo os investimentos de longo prazo necessários ao setor produtivo de combustíveis para veículos leves, a gasolina e o etanol.

Isso se dá porque o segmento depende de complexos e vultosos sistemas de logística de abastecimento de matéria-prima, produção, importação, exportação e distribuição interna. Um exemplo disso são as novas refinarias da Petrobras, em discussão há quase uma década e ainda não operacionais.

A solução inovadora e de grande sucesso do automóvel flex brasileiro colocou nas mãos do consumidor a previsibilidade da demanda de cada tipo de combustível, o qual optará pela solução que lhe for mais vantajosa, em função do preço final. Essa situação é salutar por dificultar a possibilidade de que um único agente precifique todo o mercado e imponha suas próprias condições.

No caso do etanol, existe uma grande pulverização de produtores para os quais imperam as leis do livre mercado. Atualmente existem no Brasil cerca de 200 grupos em mais de 400 usinas.  O quadro contrasta com o da gasolina, produzida praticamente por uma só companhia, a Petrobras, que possui uma dezena de refinarias no Brasil e tem como controlador majoritário o governo federal.

Além da ampla concorrência que caracteriza o mercado, o produtor de álcool combustível também está sujeito a uma dinâmica em que retorno financeiro tarda a chegar. A cronologia das etapas de implantação de uma nova usina mostra um período de quatro anos no qual haverá investimentos sem amortização pelo caixa gerado. Usualmente, cada fase representa aproximadamente 30% da capacidade, mas a primeira requer acima de 50% do investimento, gerando um descompasso (veja quadro). Somente no oitavo ano é que se terá uma condição estável e, considerando que o prazo usual de amortização do investimento é de dez anos, levará mais que 15 anos para que se tenha lucro. Esse é o motivo pelo qual as usinas são concebidas para operar por 20 a 30 anos, sem a necessidade de grandes inversões de capital e/ou atualizações tecnológicas.

Diante desse cenário, é necessária e urgente a definição de uma política nacional de longo prazo para os combustíveis e, portanto, de Estado, não de governo. O critério básico de tal diretriz deverá focar não só os aspectos econômicos, mas também os ambientais, priorizando os biocombustíveis em geral, como é recomendado pela Organização das Nações Unidas para a economia verde.


Paulo A. Soares é engenheiro químico  e diretor da Delegacia Sindical do SEESP no Grande ABC

Rosângela Ribeiro Gil


É o que afirmam o professor José Marques Póvoa e o engenheiro Fernando Palmezan Neto, respectivamente diretores acadêmico e administrativo do Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia), projeto pioneiro do SEESP, que oferecerá, a partir de 2013, graduação em Engenharia de Inovação, após a autorização do MEC (Ministério da Educação).

Cumprindo mais uma etapa do processo de credenciamento junto ao órgão do governo, a futura instituição de ensino superior deve receber a visita da comissão de avaliação no período de 1º a 3 de outubro próximo. Os inspetores do MEC verificarão as instalações físicas da escola, como biblioteca, laboratório, salas de aula, acessibilidade e também a documentação interna sobre os professores. Numa segunda etapa, será avaliado especificamente o curso a ser oferecido. “Não só estamos preparados para receber a comissão, como também os próprios alunos. Todos os requisitos exigidos para essa primeira fase da faculdade foram inteiramente cumpridas”, afirma Póvoa.

As instalações do Isitec que serão visitadas pelo MEC, no edifício localizado na região central da Capital (Rua Martiniano de Carvalho, 170 – Bela Vista), foram totalmente renovadas. “Queríamos um prédio no centro da cidade para ajudar na revitalização da região”, explica Palmezan. O escolhido é uma construção da década de 1950, que abrigou o Colégio Santo Alberto, da congregação dos carmelitas, e, nos anos 1970, o Colégio Equipe, um dos ícones paulistas da resistência ao regime militar. Outras instituições de ensino também ocuparam o espaço até 2003, a partir de quando ficou desocupado por oito anos.

Em registros antigos da imprensa paulistana, o prédio é descrito como sendo o resultado de “um acurado estudo por parte dos engenheiros. É um modelar estabelecimento de ensino, com corredores e salas amplas e arejadas”. Foi essa marca original, que inclui excelente iluminação natural, que a arquiteta Nilce Meire Garcia preservou na reforma realizada entre março de 2011 e agosto último. O trabalho atendeu ainda as regras do tombamento, em 2002, pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental do complexo da Igreja do Carmo, onde está localizado.


Revitalização

O esforço de adaptação foi o grande desafio, relata Garcia: “Toda a infraestrutura teve de ser readequada para receber uma faculdade de inovação.” O tombamento impediu a alteração da fachada e toda a castilharia foi preservada, o que não aconteceu com as áreas internas. “Houve necessidade de integração de salas e abertura de novos vãos. Encontramos soluções dentro da arquitetura para fazer com que o prédio recebesse toda uma infraestrutura nova. Essa compatibilização entre arquitetura e novas tecnologias foi bem equacionada na transformação do antigo no novo, mas mantendo as características originais”, explica ela.

O diretor administrativo do instituto também concorda que houve uma boa integração entre engenharia e arquitetura no projeto do Isitec. “Imagine um prédio feito na década de 1950. A parte elétrica estava totalmente ultrapassada, resumia-se à iluminação e a uma ou outra tomada, os conduítes eram de ferro e a rede de dados não existia”, descreve. Hoje, as salas de aula têm de 40 a 50 tomadas para computadores e outros aparelhos eletrônicos e há possibilidade de conexão à internet em qualquer parte do prédio, que é climatizado. As instalações hidráulicas também tiveram de ser inteiramente refeitas. Completa o pacote o mobiliário feito sob encomenda para propiciar conforto e melhor aproveitamento aos alunos, inclusive nos trabalhos em equipes.

Finalizadas as obras, Póvoa afirma que a atenção se volta à proposta de ensino. “O prédio é indispensável, mas as pessoas são mais importantes. Vamos implantar uma metodologia diferente da tradicional. Todas as disciplinas serão articuladas entre si. É um projeto distinto e bastante ousado. A centralidade na sala de aula estará no aluno e não no professor ou na lousa.”

O conceito do curso de engenharia proposto pelo Isitec, segundo o professor, não estará vinculado apenas à tecnologia. “Fala-se muito em inovação tecnológica, mas ela é uma das possibilidades.  É mais amplo do que isso, é a engenharia capaz de resolver os problemas no dia a dia usando as ferramentas que forem necessárias, novas ou não. O fundamental é o aluno se sentir capaz de aprender, e cada vez mais rápido.”

Outra característica é a formação abrangente. “Por isso, não denominamos os nossos cursos de engenharia elétrica, mecânica ou qualquer outra, para que não se traga um modelo mental que pode não existir mais daqui a cinco anos. Queremos preparar o engenheiro para o que der e vier, e o que vem é a inovação, no sentido de resolver o problema que a sociedade tenha no momento”, observa.

Palmezan acrescenta que o profissional formado no Isitec deverá atuar na sociedade, na indústria, ou seja, fora da academia. “Ele terá uma característica muito grande de gestor, de coordenador de equipes, de empreendedor. E tudo isso com uma visão humanista muito forte nesse aprendizado, para que ele não precise massacrar sua equipe para executar um trabalho com eficiência, além de, obviamente, uma excelente formação técnica.”

O Isitec será a primeira faculdade do Brasil a oferecer graduação em Engenharia de Inovação. Serão duas turmas anuais de 60 alunos que estudarão em período integral. Haverá ainda cursos de pós-graduação e de educação continuada.

* Veja aqui mais fotos do Isitec

Rita Casaro


A notícia é dada em entrevista ao Jornal do Engenheiro pelo geólogo Juarez Fontana, coordenador do curso de Engenharia de Petróleo e Gás da Unimonte (Universidade Monte Serrat), localizada na cidade de Santos, um dos centros de exploração da Petrobras. Segundo ele, a empresa, pioneira na atuação em águas ultraprofundas, vem vencendo os inúmeros desafios tecnológicos representados pela camada do pré-sal, cujas reservas de petróleo podem elevar o estoque nacional significativamente, colocando o Brasil entre os principais produtores do mundo. Com isso, em 2020, o País já terá escala regular e crescente.


Quais as perspectivas de se ter produção do petróleo do pré-sal?

Até o final da década, já deveremos ter campos produzindo em escala comercial regular e, a partir daí, a curva começa a crescer significativamente. A primeira fase, que é de exploração e de identificação de reservas, está em estágio bastante avançado.


A batalha tecnológica, portanto, já foi vencida?

Hoje, os grandes desafios do futuro seriam mais econômicos que tecnológicos. A tendência na virada da década é qual seria o patamar de exportação de petróleo que o Brasil teria que alcançar, porque a autossuficiência certamente terá sido atingida. É claro que isso tem um elemento de inconstância que é dado pelo valor do petróleo no mercado internacional. Temos um custo de produção muito elevado. Esse é um segredo a sete chaves, mas eu diria que deve ficar entre US$ 25 e US$ 30 por barril. No Oriente Médio, é de US$ 2,5. Se o preço de venda cair a US$ 40, a Arábia Saudita continua no mercado. E nós? Esse é o risco calculado, porque existem projeções. Provavelmente, até o fim da década, o preço vai ascender progressivamente acima de US$ 100.


Apesar desses riscos, o pré-sal traz uma oportunidade real ao Brasil nesse mercado?

Estamos apostando numa realidade. Em tese, o que se pode projetar é que a humanidade ficará por várias décadas dependente dos hidrocarbonetos. No final do século, provavelmente teremos alternativas, mas ainda assim haverá a economia do petróleo. Isso é uma segurança para o fornecedor que está entrando no mercado. Que espaço será esse? Existe, por exemplo, uma condição geopolítica complicadíssima no Oriente Médio. Alguns países prefeririam fazer contratos de longo prazo, pagando até um bônus, contanto que tivessem tranquilidade. É uma oportunidade ao Brasil. O País será um importante exportador de petróleo e, claro, os benefícios se reverterão à sociedade.


Como fica o aspecto ambiental, já que as reservas ampliarão o consumo de um combustível poluente?

É uma questão de ponto de vista e temos que ser pragmáticos. Vamos deixar de vender petróleo? Isso não tem sentido. Vamos cuidar na nossa casa, reduzir o consumo interno. A questão mais crítica não diz respeito ao consumo, mas à prevenção de acidentes e à prontidão em situações em que eles ocorram. Nosso risco é alto e tende a crescer, porque tudo vai demandar conexões com petroleiros que vão fazer o desabastecimento das plataformas. Temos que estar preventivamente preparados para minimizar os riscos e em prontidão para atuar em caso de acidentes. Como profissional, eu me preocupo com isso, porque não vejo estrutura que se prepare, no mesmo ritmo da produção, para a prevenção e a prontidão.


No que diz respeito à mão de obra, o Brasil está preparado?

Infelizmente, não. Houve uma série de circunstâncias históricas que levaram ao que estamos chamando de o “apagão da engenharia”. Até o final da década de 1970, houve grandes projetos e depois tivemos um período em que as empresas de engenharia foram desestruturadas. Agora temos novamente demanda, mas o setor está desorganizado. Nós passamos por um período de mais de 50 anos de monopólio pela Petrobras, que era a única empresa que tinha condições de operar. A providência que ela tomou foi equipar para formar o seu corpo técnico. Não sobrou espaço para as universidades oferecerem cursos, porque não tinha sentido para fazer concurso na Petrobras. Quando mudou a lei, chegaram todas as petroleiras ao Brasil procurando engenheiros. Houve aumento de 37% na importação de mão de obra no setor. Os cursos ainda estão em amadurecimento. E com uma dificuldade: quem são os professores que atuarão? Existe uma perspectiva fantástica para aplicação dos profissionais afetos à área, engenheiros particularmente de todas as modalidades. Mas é preciso ter uma formação focada, eleger o setor como o de preferência de atuação.


Quais foram as dificuldades encontradas para se chegar ao pré-sal?

Dou um exemplo. O petróleo produzido no pré-sal vem com alto nível de aquecimento por causa do grau geotérmico, que beira os 200 graus centígrados. Porém, quando chega ao fundo do mar, está a zero ou abaixo disso. Se esse choque térmico não for minimizado através de um processo tecnológico, leva à deposição imediata da parafina nos risers, que são a tubulação de ascensão. Com isso, imediatamente perderia vazão, reduzindo o fluxo. A Coppe (Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro), em parceria com a Petrobras, teve que desenvolver uma cerâmica refratária flexível que é encapsulada nos risers para evitar o choque térmico. Se não houvesse esse avanço, que tem a ver com engenharia de materiais, aparentemente não relacionada a petróleo e gás, poderia impedir-se que houvesse a efetiva exploração de petróleo numa profundidade como essa. Existem milhares de exemplos correlatos a esse.

Em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, em 27 de agosto, o ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira critica a falta de capacidade de formulação do governo federal. Essa seria, na opinião dele, a justificativa para a decisão da presidente Dilma Rousseff de conceder à iniciativa privada a operação de alguns dos principais aeroportos do País, além de rodovias e ferrovias. Tal precariedade na gestão pública dá-se basicamente, resume ele, pela falta de engenheiros no Estado brasileiro. E compara: “Enquanto mais de 80% da alta burocracia chinesa é formada por engenheiros, no Brasil não devem somar nem mesmo 10%.”

A argumentação vem ao encontro do que propõe o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, lançado pela FNE (Federação Nacional dos Engenheiros) em 2006 e permanentemente atualizado. A iniciativa defende, entre outras, duas diretrizes fundamentais: a necessidade de um plano nacional de desenvolvimento e o crucial papel dos engenheiros na sua implementação, dentro e fora do Estado.


Onde estão os nossos engenheiros?

Luiz Carlos Bresser-Pereira


Dada a necessidade premente de investimentos na infraestrutura, o governo Dilma decidiu conceder à iniciativa privada os principais aeroportos brasileiros, e, em seguida, estradas de rodagem e ferrovias. Não há garantia de que os serviços passem agora a ser realizados com mais eficiência. O mais provável é que custarão mais caro, porque as empresas terão condições de transferir para os usuários suas ineficiências e garantir seus lucros.

Por que, então, a presidente Dilma Rousseff tomou essa decisão? Não foi porque faltem recursos financeiros ao Estado, já que caberá ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) financiar grande parte dos investimentos. Nem porque acredite na “verdade” que a iniciativa privada é sempre mais eficiente.

Não obstante, foi uma decisão correta, porque falta capacidade de formulação e de gestão de projetos ao governo federal. Ou, em outras palavras, porque faltam engenheiros no Estado brasileiro.

Há advogados e economistas de sobra, mas faltam dramaticamente engenheiros. Enquanto mais de 80% da alta burocracia chinesa é formada por engenheiros, no Brasil não devem somar nem mesmo 10%.

Ora, se há uma profissão que é fundamental para o desenvolvimento, tanto no setor privado quanto no governo, é a engenharia. Nos setores que o mercado não tem capacidade de coordenar, são necessários planos de investimento e, em seguida, engenheiros que formulem os projetos de investimento e depois se encarreguem da gestão da execução.

Mas isso foi esquecido no Brasil. Nos anos neoliberais do capitalismo, não havia necessidade de engenheiros. Contava-se que os investimentos acontecessem por obra e graça do mercado. Bastava privatizar tudo, e aguardar.

A crise da engenharia brasileira começou na grande crise financeira da dívida externa dos anos 1980. No início dos anos 1990, no governo Collor, o desmonte do setor de engenharia do Estado acelerou-se. Dizia-se então que estava havendo o desmonte de todo o governo federal, mas não foi bem assim.

Há quatro setores no governo: jurídico, econômico, social e de engenharia. Ninguém tem força para desmontar os dois primeiros; seria possível desmontar o setor social, mas, com a transição democrática e a Constituição de 1988, ele passara a ser prioritário. Restava o setor de engenharia – foi esse o setor que se desmontou enquanto se privatizavam as empresas.

Quando fui ministro da Administração Federal (1995-98), isso não estava claro para mim como está hoje. Eu tinha uma intuição do problema e, por isso, planejei realizar concursos parciais para a carreira de gestores públicos que seriam destinados a engenheiros na medida em que as questões seriam de engenharia, mas acabei não levando a cabo o projeto.

Quando o governo Lula formulou o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), reconheceu que os setores monopolistas necessitavam de planejamento, mas não tratou de equipar o Estado para que os projetos fossem realizados. Agora o problema está claro. Fortalecer a engenharia brasileira nos três níveis do Estado é prioridade.

A criação da empresa estatal de logística é um passo nessa direção. O Brasil e seu Estado precisam de engenheiros. De muitos. Vamos tratar de formá-los e prestigiá-los.


Quem é Luiz Carlos Bresser-Pereira

Acadêmico nas áreas de Direito, Administração e Economia, Luiz Carlos Bresser-Pereira é professor titular da Fundação Getúlio Vargas, em que oferece cursos regulares de teoria e sociologia política e de economia. Foi ministro da Ciência e Tecnologia entre janeiro e julho de 1999, no início do segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso. Na gestão anterior do presidente eleito pelo PSDB, entre 1995 e 1998, respondeu pela Administração Federal e da Reforma do Estado. Atuou ainda à frente dos Negócios da Fazenda, entre abril e dezembro de 1987, durante o governo de José Sarney.

17/09/2012

Canteiro

Debates no Interior

O ciclo “A engenharia e a cidade” prossegue nas delegacias do SEESP na Baixada Santista, Campinas e Bauru, reunindo os candidatos a prefeito das respectivas cidades. Em Santos, os debates começaram no dia 26 de julho e terminaram em 13 de setembro, recebendo José Antonio Marques Almeida, o Jama (PRTB), Prof. Fabião (PSB), Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), Nelson Rodrigues (PSL), Telma de Souza (PT), Luiz Xavier (PSTU), Sérgio Aquino (PMDB), Beto Mansur (PP) e Eneida Koury (PSOL).

Já em Campinas, serão realizados mais dois encontros, sempre às 18h: no dia 17 de setembro, com Jonas Donizetti (PSB); e no dia 27, com Rogério Menezes (PV), na sede da delegacia, na Av. Júlio Diniz, nº 605. Já debateram Pedro Serafim (PDT), Marcio Pochmann (PT) e o candidato a vice-prefeito Marcos Margarido (PSTU).

Em Bauru, a delegacia receberá Rodrigo Agostinho (PMDB), no dia 17 de setembro; e Clodoaldo Gazzetta (PV), no dia 18, ambos às 19h, no auditório da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos de Bauru, na Rua Fuas de Mattos Sabino, 1-15. Chiara Ranieri (DEM) e Paulo Sérgio Martins (PSTU) já apresentaram suas propostas aos engenheiros.

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