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China: uma revolução nos trilhos

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Cid Barbosa Lima Junior

 

592OpiniaoA segunda economia e o maior país territorial do globo tem a maior rede ferroviária do mundo. Compatível! Mas cerca de 30 anos atrás não era assim. Tanto a ferrovia como o metrô na China desenvolveram-se nos últimos anos.

 

Já o Brasil seguiu a cartilha de Washington Luís que, em sua campanha à Presidência da República em 1920, soltou a famosa frase: “Governar é abrir estradas!“. Infelizmente era só de rodovias. Os demais presidentes seguiram na mesma toada. Juscelino Kubitschek repetia, até na fala, a expressão de Washington Luís. Já Fernando Henrique Cardoso, no seu modo neoliberal de governar, privatizou várias ferrovias. E, em seu governo, nenhuma foi construída.

 

Comparei com o Brasil, pois temos o 3º maior território do planeta. Enquanto a China possui uma rede de 162 mil km de ferrovias, o Brasil tem apenas cerca de 30 mil km. Aproximadamente cinco vezes menos a rede chinesa.

 

A China tem a maior rede ferroviária do mundo de trens de alta velocidade – Train de Grand Vitesse (TGV), em francês. São cerca de 47 mil km. Já o Brasil não tem nenhum quilômetro.

 

Saindo do papel, a ferrovia transoceânica que ligará nosso País ao Oceano Pacífico será a maior obra ferroviária da América do Sul, partindo do Porto de Santos, passando pela Bolívia e chegando ao Porto de Ilo, no Peru, sendo assim uma alternativa ao Canal do Panamá.

 

A China propôs o financiamento da ferrovia, com vistas a ser parte do que chamou a Rota da Seda, o que reduziria enormemente o transporte de carga àquele país. Esse financiamento está estimado em aproximadamente US$ 100 bilhões para sua construção. Essa ferrovia transportará inúmeros produtos agrícolas e minerais não só para aquele país, mas também para a Bolívia, o Peru e vários outros países asiáticos com melhores preços e benefícios econômicos.

 

Dentre as várias ferrovias chinesas, vale destacar a Haiji, considerada a maior ferrovia “aérea” do país asiático, pois parte significativa de sua extensão é sobre pontes e viadutos, embora inclua também vários túneis. A velocidade dos trens nessa ferrovia chega a até 120km/hora.

 

Evolução também no Metrô

 

Já no metrô a China avançou bastante no transporte em diferentes cidades e, em especial, em Pequim e Xangai. Essas redes estão próximas dos 900km de extensão cada. Dentre os dez maiores metrôs existentes no mundo, os nove primeiros estão em cidades chinesas. Já na 10ª posição encontra-se o metrô de Moscou. Em Pequim temos 815km de extensão e em Xangai, 800km.

 

O metroviarismo tomou conta de diversas cidades, graças ao crescimento das populações urbanas que, em 35 anos, saltou de 171 milhões para 910 milhões. Hoje a presença da economia urbana chinesa se tornou maior com o desenvolvimento industrial e tecnológico e a necessidade concreta de ter políticas sociais voltadas para esse fluxo migratório.

 

Também houve um grande avanço tecnológico ferroviário e metroviário, o que permite aos trens alcançarem velocidades elevadas, com alta segurança. Que esse país com suas redes metroferroviárias, o qual será em breve a primeira economia global, seja um exemplo ao Brasil e ao mundo.

 

 

 

Cid Barbosa Lima Junior é engenheiro civil

 

 

 

Imagem: EyeEm - Freepik.com/Arte - Fábio Souza | Foto Cid Barbosa Lima Junior: Acervo SEESP

 

 

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