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06/12/2013

Desafios ao sindicalismo de profissionais universitários

"Sindicalismo e organização dos profissionais universitários: desafios para o avanço" foi o tema abordado na tarde de 5 de dezembro, primeiro dia do 2º Encontro Nacional da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU). A iniciativa ocorre na sede do SEESP, na Capital paulista, até esta sexta-feira (6).

Além do debate, que contou com a participação do analista político e consultor sindical da CNTU, João Guilherme Vargas Netto, e do cientista político do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), ao final do primeiro dia do evento, foi aprovada a Carta do 2º Encontro Nacional da CNTU e, no momento cultural, feita apresentação do Coro Luther King, incluindo orquestra e madrigal com canções eruditas, regionais e populares.


Foto: Beatriz Arruda/SEESP
CNTU05DEZ2013dentroOs desafios do sindicalismo dos profissionais universitários
 

Inaugurando os trabalhos, Ganz Lúcio destacou o cenário encontrado no Brasil, que, na sua opinião, permite a promoção de "transformações mais robustas". Diante do que chamou de "a maior crise do capitalismo", que atinge sobretudo os países desenvolvidos, o cientista político apontou que um conjunto de iniciativas manteve a nação "em pé". Nesse quadro, ressaltou, "mais de 90% das categorias obtiveram ganhos salariais nas últimas negociações e o desemprego continua a cair". Após a onda neoliberal que predominou nos anos 1990, com a ideia de Estado mínimo, Ganz Lúcio enxerga que "mais recentemente, o Estado volta a ter papel determinante na estratégia de desenvolvimento". Concomitantemente, ampliaram-se os espaços de participação popular, com a realização de várias conferências. "Nesse período, o Brasil passou a ter políticas públicas de redução da desigualdade, que ainda é muito grave, mas encontra-se num processo gradativo e acelerado de diminuição." Ele indicou ainda a geração de emprego, valorização do salário mínimo e da qualidade do trabalho como medidas estruturais nesse sentido. "Não deveríamos perder essa oportunidade."

Na sua concepção, o Brasil encontra-se em posição de avançar e tem condições de fazer escolhas importantes, mas essa é a "etapa mais difícil". E apontou o caminho das pedras ao sindicalismo dos profissionais universitários: constituir a unidade da classe trabalhadora para enfrentar a desigualdade, com estratégias de ações políticas que produzam mudanças e "promovam o sentido da igualdade". Para tanto, o cientista político acredita que a capacidade de intervenção dessa parcela do sindicalismo precisa ser bastante superior, encarada como parte dessa luta. "Precisamos debater nossas escolhas, se o projeto de sociedade que queremos é da que produz laranja, suco de laranja ou vitamina C. É necessário agregar valor, o que requer uma estrutura econômica diversa e complexa. A dimensão do desenvolvimento industrial e de ciência, tecnologia e inovação é central nessa processo de reorganizar a estratégia do desenvolvimento." É fundamental ainda, segundo sua análise, "disputar a produtividade, a qualidade do emprego" nessa direção. Diante desses desafios, o cientista político enfatizou que "o papel do Estado é fundamental". E é mister "disputar a regulação do sistema, enfrentar o problema da terceirização".

Sob essa ótica, Vargas Netto propõe que o sindicalismo de classe média mantenha uma visão de unidade, de conjunto. Isso, na sua opinião, é importante diante do desafio colocado de a pauta trabalhista estar congelada em Brasília, ao mesmo tempo em que o movimento obtém ganhos salariais reais. "Temos a pressão empresarial, uma incompreensão da presidente (Dilma Rousseff) e a desorganização do Legislativo." Frente a essa conjuntura, em que a classe média saiu às ruas em junho último reivindicando avanços, o consultor sindical da CNTU acredita que o desafio dessa entidade é buscar a linha unitária. A primeira grande tarefa seria o fortalecimento das federações das categorias que a compõem, aproximando a confederação das exigências de sua base e do "grosso" do movimento sindical.

 

A Carta

"Participação nas lutas unificadas dos trabalhadores e nas lutas da sociedade pelo desenvolvimento sustentável com valorização do trabalho, distribuição justa dos frutos do trabalho e pela agregação de mais valor e conhecimento a produtos e serviços e fortalecimento da produção de bens e serviços orientados às necessidades que são de todos os brasileiros" está entre as recomendações apresentadas na Carta do 2º Encontro Nacional da CNTU. Além disso, a atuação nas lutas pela reindustrialização, desenvolvimento da ciência, tecnologia e inovação, contra a financeirização e desnacionalização da economia, garantindo a soberania; a promoção dos sindicatos junto às bases também integra o documento, o qual será divulgado após o término do evento.

 

 

 

Soraya Misleh
Imprensa - SEESP






  

 

 

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