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08/03/2013

Número de mulheres cientistas iguala o de homens

Na semana em que o Brasil comemora o Dia Internacional da Mulher, o Diretório de Grupos de Pesquisa (DGP) do CNPq mostra que o número de cientistas do gênero feminino é praticamente o mesmo do gênero masculino. O censo de 2010 indica que estão cadastrados na Base cerca de 128,6 mil pesquisadores, dos quais a metade são mulheres. Essa realidade já foi diferente: em 1995, por exemplo, de cada 100 pesquisadores apenas 39 eram do sexo feminino.

Distribuição percentual dos pesquisadores segundo o sexo - 1993-2010.

Sexo

1995

1997

2000

2002

2004

2006

2008

2010

Masculino

61

58

56

54

53

52

51

50

Feminino

39

42

44

46

47

48

49

50

Fonte: DGP/CNPq

Contribuíram para a evolução desse percentual a universalização da educação e o avanço da ciência e da tecnologia nos últimos vinte anos. Para as pesquisadoras Hildete Pereira de Melo (UFF) e Lígia Rodrigues (CBPF), as mulheres estão presentes na produção do conhecimento no Brasil e, em certas áreas, como nas ciências humanas e sociais, a presença feminina é inequívoca e sua atuação expressiva. Nas áreas ligadas à saúde cresceu muito o número de mulheres, e há importantes nomes femininos realizando pesquisas de relevância mundial.

Por outro lado, quando a liderança dos grupos de pesquisa é analisada, a participação feminina cai para 45%. Apesar disso, os números indicam uma evolução da presença feminina na realização de pesquisas ao longo dos anos. Se o critério comparativo for apenas por não líderes, o percentual de mulheres supera o de homens, respectivamente 52% contra 48%.

Distribuição dos pesquisadores por sexo segundo a condição de liderança - 1995/2010.1/

Condição de liderança

1995

1997

2000

2002

Masc.

Fem.

Masc.

Fem.

Masc.

Fem.

Masc.

Fem.

Líderes

5.820

3.020

6.572

3.902

9.971

6.485

12.493

8.569

Não-líderes

10.602

7.324

12.974

10.227

17.423

14.767

18.366

17.453

Total

16.422

10.344

19.546

14.129

27.394

21.252

30.859

26.022

Condição de liderança

2004

2006

2008

2010

Masc.

Fem.

Masc.

Fem.

Masc.

Fem.

Masc.

Fem.

15.431

11.058

16.289

12.420

17.297

13.890

20.452

16.802

Líderes

25.741

25.022

30.469

30.751

35.660

37.111

44.260

47.154

Não-líderes

41.172

36.080

46.758

43.171

52.957

51.001

64.712

63.956

Fonte: DGP/CNPq

Preferências por Gênero - As mulheres têm predominância nas áreas de Ciências Humanas e Sociais, como ilustra o quadro abaixo, mas as Ciências Exatas são dominadas pelos homens, principalmente as Engenharias. Há um equilíbrio, por sua vez, nas áreas de saúde e agrárias.

Predominância feminina:

Área

Nº de Homens

Nº de Mulheres

Homens (%) 

Mulheres (%)

Fonoaudiologia

59

484

11

89

Enfermagem

405

2636

13

87

Serviço Social

263

1158

19

81

Nutrição

227

976

19

81

Educação

4645

9451

33

67

Predominância masculina:

Área

Nº de Homens

Nº de Mulheres

Homens (%) 

Mulheres (%)

Engenharia Mecânica

1675

272

86

            14

Engenharia Elétrica

2873

420

87

            13

Engenharia Naval e Oceânica

55

8

87

            13

Engenharia Aeroespacial

143

41

78

            22

Física

2809

706

80

           20

Sem predominância:

Área

Nº de Homens

Nº de Mulheres

Homens (%) 

Mulheres (%)

Medicina

4026

4188

49

            51

Fisiologia

498

552

48

            52

Biologia Geral

161

139

53

            47

Genética

1185

1273

49

            51

Demografia

78

82

49

            51

Medicina Veterinária

1433

1291

53

            47

Para as pesquisadoras Hildete Melo e Lígia Rodrigues, na publicação Pioneiras da Ciência do Brasil, a inclusão das mulheres nas profissões científicas tem se dado em ritmo mais lento do que em outras áreas e há uma tendência das ciências exatas - matemática, física, engenharias - atraírem relativamente poucas mulheres.  Isso se explica, de acordo com as pesquisadoras, provavelmente pelas dificuldades em conciliar a vida familiar e a afetiva com a grande dedicação exigida pela prática da ciência, sobretudo considerando-se as atuais exigências de “produtividade” e a enorme competição inerente à atividade.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social do CNPq

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