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09/01/2023

Corpo humano será o computador do futuro

Carlos Magno Corrêa Dias*

 

Ciborgue tecnologia robôImagens: Freepik.No final do dia deita-se para dormir em uma realidade para se acordar na manhã seguinte em um outro novo mundo. A disrupção (a mudança) diária é tal que não apenas o dia seguinte estará repleto de transformações como, também, apresentará evoluções (criações) tecnológicas que brevemente deixarão de existir em decorrência da enorme rapidez da correspondente obsolescência (processo de tornar-se obsoleto).

 

Tal é a rapidez com a qual produtos tecnológicos surgem e desaparecem na vida diária do ser humano que, em muitas das vezes, até se esquece (muito facilmente) que foram antes indispensáveis para se viver (ou que se pensava eram “indispensáveis” para se seguir vivendo). Talvez, entretanto, o mais “assustador” é que não se percebe o desaparecimento (de uma hora para outra) de tecnologias usuais do dia a dia como acontecerá, em breve, com os smartphones. Sim, os indispensáveis smartphones serão extintos.

 

Conquanto possa até parecer impossível, os smartphones estão (sim) na trilha que os levará a uma simples recordação nostálgica; pois, atualmente, encontram-se em desenvolvimento novos tipos de dispositivos de uso pessoal tão ou mais poderosos que os smartphones que estabelecerão, de maneira revolucionária, uma nova e mais eficiente forma de interação/comunicação entre as pessoas.

 

Impossível substituir os smartfones? Isto não vai acontecer dirá a maioria das pessoas. Pense, contudo, só um pouco naquelas enormes televisões e monitores de computador de tubo (de raios catódicos) os quais pareciam insubstituíveis até pouco tempo atrás. Pois é, hoje não existem mais. E o mais incrível é que muitos dos mais jovens sequer sabem do que se fala quando se remete àqueles grandes aparelhos (“indispensáveis” na época e que se acreditava jamais iriam desaparecer).

 

Também não fazem parte do dia a dia das pessoas outros muitos equipamentos que foram essenciais tais como os disquetes, máquinas de escrever (máquinas de datilografia), fitas cassete, fitas VHS, máquinas fotográficas de filme, discman, iPod, dentre vários outros produtos que foram usuais e necessários no cotidiano das pessoas e hoje a maioria dos usuários (jovens principalmente) sequer conhece ou ouviu falar de muitos deles. Certamente, haverá dentre os leitores deste texto muitos que não saberiam ao certo o que seria, por exemplo, um “pager” ou um “MP3”.

 

Lá na (não tão distante) década dos anos 2000 os “MP3” atingiam o auge e foram uma verdadeira “febre de consumo” entre os mais jovens, pois não se podia ficar sem um “MP3”. Os “MP3” foram reprodutores de música portáteis genéricos que tinham apenas a única função de “reproduzir músicas”. Mais baratos e mais simples que um iPod os “MP3” tinham o formato e o tamanho de um “pen drive” do início dos anos 2000 sendo necessário o uso de pilhas para funcionar. Então, eram meio grandes e “gordinhos”, mas “quase todo mundo queria ter um”.

 

Veja-se, portanto, que há poucas décadas tal qual os aparelhos de “MP3” ninguém seria capaz de acreditar que eles como muitos outros aparelhos de uso corriqueiro naquelas épocas ficariam obsoletas ou, simplesmente, deixariam de ser produzidos, passando para a história como algo que um dia existiu e foi importante. O caminho das tecnologias segue disruptivo e agora os smartphones parecem estar mesmo condenados à extinção e ao esquecimento.

 

Informações dão conta que a principal tecnologia que substituirá os smartphones será aquela baseada em um sistema de “tatuagens eletrônicas” que passarão a ser aplicadas (“implantadas”) direto na pele do usuário desenhadas com tipo de tinta temporária que “carregará” chips de avançada nanotecnologia e desempenharão as funções dos atuais smartphones com eficiência e satisfação muito superior.

 

O processo consiste em aplicar temporariamente tatuagens constituídas de circuitos impressos sobre a epiderme os quais equipados com pequeninos (diminutos) sensores e rastreadores, alimentados por uma tinta própria especial, serão capazes de conduzir eletricidade e acessar dados. A ideia é incorporar ao organismo humano microprocessadores diretamente no corpo para, em tempo real, realizar toda sorte de troca de informações que tanto serviram para a comunicação entre as pessoas quanto para o estabelecimento de relações precisas entre partes orgânicas e partes cibernéticas evoluindo, em muito, a concepção “ciborgue” (ou “Cyborg”).

 

"Organismo cibernético", “ciborgue” (ou do inglês “Cyborg”, que se originou da junção das palavras inglesas “cyber” e “organism”), é um “organismo” que possui tanto partes orgânicas quanto partes cibernéticas de forma a ser um “organismo modificado” a partir do original concebido que tem ou suas capacidades preservadas ou ampliadas pela substituição de partes orgânicas por algum tipo de tecnologia artificial. Entenda-se, também, que, em geral, um “organismo” é considerado como todo ser individual que constituído de órgãos que interagem fisiologicamente possuem as propriedades necessárias para a vida.

 

A preocupação com os ciborgues surge a partir do momento que a humanidade chegou à conclusão que era necessário estabelecer uma relação mais íntima (próxima) entre os seres humanos e as máquinas quando se intensificaram as abordagens sobre a exploração espacial na década de 1960. Entretanto, não se deve esquecer que muito antes já haviam projetos efetivos de exploração direta do espaço tanto que a primeira ação foi consumada no dia 4 de outubro de 1957 quando a então União Soviética enviou ao espeço o satélite artificial denominado de Sputnik.

 

Deixando-se de lado questões metafísicas relacionadas com o ser humano tais como o “relacionamento entre o espaço interior e o espaço exterior” as quais objetivam uma “ponte” entre a “mente” e a “matéria” ou mesmo as infindáveis discussões sobre os “ciborgues típicos” da ficção científica que, invariavelmente, derivam questões problemáticas das comparações entre o ser humano e a máquina chamando, fortemente, posicionamentos sobre moralidade, livre-arbítrio, honestidade, compaixão, felicidade, dentre tantos outros; siga-se considerando apenas observações sobre os chamados “Ciborgues Reais” que são pessoas reais de “carne e osso” que utilizam “tecnologias cibernéticas” ou para reparar ou superar deficiências físicas ou mentais em seus corpos.

 

“Ciborgues Reais” são, por exemplo, as pessoas que possuem alguma parte de seu corpo constituída por componentes artificiais (mecânicos, eletrônicos, digitais) para melhorar seu desempenho biológico ou para se manterem vivos (sejam eles removíveis ou implantados em definitivo) tipo um braço robótico; um marcapasso cardíaco eletrônico; uma prótese de quadril, uma placa metálica para reconstrução parcial de parte do crânio lecionada; stents cardíacos (malhas feitas de aço inoxidável ou de liga de cobalto) para restaurarem o fluxo sanguíneo nas artérias coronárias infartadas; bolsas de colostomia drenáveis e não drenáveis; dentre tantos outros dispositivos que vão se tornando normais/usuais dia após dia e que são indispensáveis em muitos dos casos para se manter a vida.

 

Se se permitir a extrapolação do conceito e se avançar para além da concepção estrita de relação entre “a física e a metafísica” da humanidade, um Ciborgue Real seria qualquer pessoa que faça uso, também, por exemplo, de componentes artificiais como aparelhos auditivos; lentes de contato; lentes intraoculares para cataratas; implantes cocleares; implantes magnéticos: desfibriladores/cardioversores implantados; clipes de aneurisma; implantes ou dispositivos eletrônicos para neuroestimulação; fixadores ortopédicos externos; clipes utilizados em cirurgias de vesícula biliar ou de redução do estômago; próteses valvares cardíacas; implantes ortopédicos definitivos como próteses, pinos, parafusos ou hastes; dentaduras; articulações artificiais; sistemas de implante de medicamentos; pele artificial; o próprio dispositivo intrauterino (DIU); dentre uma gama muito muito grande de outras possibilidades ou que permitem manter os seres humanos vivos ou amenizam dificuldades apresentadas pelo organismo humano (pela falta congênita ou ou por deficiências adquiridas por intercorrências ao longo da vida).

 

Assim, as modificações (cibernéticas) ou implantações de componentes artificiais (componentes cibernéticos) como os citados passam a ser consideradas como elementos “cibernéticos" utilizados para criar Ciborgues Reais haja vista combinarem uma modificação artificial com algum tipo de resposta do organismo ultrapassando, em muito, a ideia original dos “ciborgues da ficção científica”. Não há mais lugar para aquela concepção primária “nostálgica” que um “Cyborg” seria “um ser superior que não é nem humano nem máquina, nem homem nem mulher”. Ciborgue Real é um ser humana que utiliza elementos cibernéticos para se manter vivo ou para viver melhor.

Imagine-se, então, implantar no corpo humano algo como dispositivos/compostos (chips) que possam mapear e enviar/trocar dados (em tempo real) pela Internet sobre o estado atual do organismo diretamente para um médico assistente que com base nas informações recebidas já poderia fazer o diagnóstico e iniciar um correspondente tratamento. Algo assim substituiria os atuais exames médicos físicos de rotina e agilizaria em muito todo o processo de avaliação clínica e poderia prever com antecedência várias doenças.   

 

A coleta de dados médicos e correspondentes análises corporais de forma remota já estão se tornando usuais e têm seus desenvolvimentos iniciados com a disponibilização de protótipos capazes de monitorar alguns quadros sintomáticos como a pressão arterial, o ritmo cardíaco, o nível de oxigênio no sangue, a temperatura corporal, dentre outros vários sinais vitais mediante a utilização de relógios de pulso ou mesmo de implantes de dispositivos cibernéticos no corpo humano.

 

Extensões semelhantes aos dispositivos mencionadas precedentemente são pensadas baseando-se em alternativas tais como aquela da tecnologia dos sistemas de tatuagens eletrônicas compostas de “nano chips” cibernéticos que deverão substituir de vez os smartphones em breve é uma forte tendência; sendo concebível, inclusive, em um futuro não muito distante, a substituição de membros protéticos permanentes e totalmente integrados comandados diretamente pelo cérebro, bem como a implantação de diversificada gama de implantes cerebrais específicos que poderão auxiliar a restaurar a audição de surdos, a visão de cegos, a memória e a cognição de pessoas afetadas com doenças mentais degenerativas. No mundo das possibilidades quânticas cibernéticas a máxima verdadeira é “desde que provável, tudo é possível”.

 

Os Ciborgues Reais estão, então, alterando drasticamente a forma da existência humana e a ampliação das possibilidades passa a ser um caminho sem volta no qual mais e mais se incorporarão tecnologias artificiais aos órgãos e membros humanos modificando o cotidiano tanto no modo de existir quanto de agir dos homens sobre o mundo circundante, bem como alterando, significativamente, as possibilidades de existência do próprio organismo humano.

 

As inúmeras possibilidades de implantação das tecnologias para corrigir problemas tais como deficiências, degenerações, fadigas ou falhas de partes do corpo humano ou para melhorar partes do organismo humano que embora funcionais necessitem ser melhoradas potencializam as ações dos seres humanos sobre a realidade (sobre a vida) e não estão em outra “dimensão” ou “universo paralelo” (tal como no tão comentado Metaverso de ambientes virtuais de realidade aumentada). Os seres humanos qualificados como Ciborgues Reais são “reais”, podem estar em qualquer lugar, ampliando-se os respectivos contingentes velozmente na medida que novas tecnologias vão sendo criadas e pensadas determinantemente para se ter uma qualidade de vida melhor.

 

Os Ciborgues Reais são pessoas que usam tecnologias ou técnicas engendradas pelas Engenharias incorporadas aos seus organismos que podem ser removíveis ou fixadas em definitivo para se ter uma vida melhor ou para poderem continuar a sobreviver como organismos inteligentes que com adaptões artificiais (entenda-se não orgânicas) seguem transformando a humanidade e o mundo.

 

Ciborgue robôs inteligencia artificialAssim, em sentido mais amplo, um Ciborgue Real é tanto qualquer pessoa com um órgão, membro ou suplemento artificial quanto qualquer pessoa que tenha seu metabolismo reprogramado (alterado) para resistir a doenças (tipo por imunização com vacinas) ou que seja obrigada a ser “drogada” para se comportar ou se sentir melhor devido a transtornos diversos (utilizando compostos gerados pela Psicofarmacologia).

 

As transformações operadas no campo da Ciborquização, que seguem contínuas e constantes, somente é possível devido aos desenvolvimentos das Engenharias em geral e da Engenhraia Biomédica em particular que cada vez mais se especializa ao entender mais adequadamente o corpo humano para melhor produzir modelos técnicos e tecnológicos terapêuticos aplicáveis ao corpo humano para sanar deficiências, corrigir anomalias ou melhor o desempenho.

 

De forma geral pode-se conceituar a Engenharia Biomédica como aquela forma de Engenharia que (efetivamente, na prática) integra intensamente princípios das Ciências Exatas e das Ciências da Saúde para o desenvolvimento de soluções aplicáveis na prevenção, diagnóstico ou terapia de doenças e deficiências apresentadas nos corpos humanos.

 

Embora o conceito inicial de ciborgue tenha evoluído e diversas classificações sobre os tipos de Ciborgues Reais surjam de tempos em tempos, ampliando as especificidades, a associação intrínseca entre a Medicina e a Engenharia é que dá origem a duas importantes e diferentes classificações de Ciborgues Reais que são aceitos pela maioria daqueles envolvidos no campo da Ciborguização; quais sejam: “Ciborgues Restaurados” e o “Ciborgues Realçados”.

 

No campo das “Tecnologias Restaurativas” o objetivo central é promover a recuperação de órgãos e partes do corpo humano (internas ou externas) que perderam suas funções originais ou que sofreram danos quer sejam provocados por doenças ou acidentes, ou mesmo que estejam presentes desde o nascimento. A Ciborguização Restauradora remete, basicamente, à restauração fisiológica que tem por finalidade a reparação de partes do organismo comprometidas (lesadas) ou faltantes objetivando salvar vidas ou possibilitar um nível saudável de existência com aceitável grau de desempenho sem, contudo, pretender qualquer tipo de aprimoramento posterior. Um Ciborgue Restaurado tem alguma função, órgão ou parte reparada objetivando atingir o funcionamento saudável.

 

Já no que diz respeito ao Ciborgue Realçado (ou Ciborgue Aprimorado) segue-se a ideia básica de ter um ser humano “melhorado” pautando-se no princípio do “desempenho excelente” o qual estabelece que “deve-se obter a máxima saída (as informações ou modificações obtidas) a partir da mínima entrada (a energia necessária para começar o processo).

 

Um Ciborgue Realçado é, então, um ser humano que é transformado por meio de substituições tecnológicas como implantes de membros ou órgãos cibernéticos com a intenção de se superar o “modelo biológico” usual (natural) para que se tenha um ser humano que não apenas passe a ter uma qualidade de vida melhor como possua, também, mais força, seja mais inteligente, tenha mais resistência podendo, também, enfrentar melhor os inevitáveis impactos negativos do envelhecimento e das doenças. Essencialmente é pretendido que o Ciborgue Melhorado seja capaz exercer com mais eficiência e eficácia os processos normais do humano comum que o gerou com a possibilidade de possuir outras funcionalidades não presentes no original.

 

Imagine, só imagine, a possibilidade de se apontar com o dedo indicador de sua mão direita para um objeto qualquer e com um comando direto para o cérebro tipo um piscar de olhos (determinado pelo seu desejo apenas) ter capturada e armazenada, imediatamente, em seu “HD biológico”, em sua mente, a correspondente foto para ser acessada depois quando se desejar. Loucura? Super imaginação? Nada além de ficção? Não mesmo, pois algo muito próximo já existe e começa ser difundido no caminho da plena Ciborguização.

 

Volte-se, então, a atenção para a questão do fim dos smartphones que serão (inevitavelmente) substituídos ou por aquelas tatuagens “eletrônicas” impressas sobre a epiderme ou por outro tipo de tecnologia cibernética implantada/incorporada no corpo humano que permita ter acesso às várias funcionalidades dos smartphones (sem ter, necessariamente, algum aparelho físico associado).

 

A ideia agora é o “You of Things” (Você das Coisas) quando a partir da utilização de dispositivos cibernéticos/inteligentes implantados no corpo humano ou apenas “vestidos” (acoplados, sobrepostos) no corpo (como óculos, anéis, fones de ouvido, pulseiras, dentre outros) seja possível a captação de dados diversos armazenados na nuvem por intermédio de uma rápida conexão em rede para ajudar a otimizar a vida em distintos aspectos e intensidades. 

 

Muito em breve as pessoas ao acessar o armazenamento de dados na nuvem via 5G (ou por outras redes mais avançadas) não apenas poderão manter interconexão de seus corpos com equipamentos e dispositivos como ainda terão o acesso a produtos inovadores e utilidades diversas desenvolvendo plenamente a “IoT” (“Internet of Things”, ou em português, Internet das Coisas). Pensa-se, por exemplo, na utilização de colares ou pulseiras para detecção de níveis de estresse; ou em implantes de sensores na pele para medir a pressão e o nível de oxigênio no sangue; ou no uso de dispositivos nanométricos introduzidos na corrente sanguínea para medir batimentos cardíacos e proceder exames clínicos de sangue; ou na expansão de funcionalidades sobrepostas à visão tais como realidade aumentada; ou na utilização de óculos que podem detectar e registrar dados biométricos sobre o funcionamento geral do corpo humano capazes de realizar teste diagnóstico para detectar se há algum problema de com a próstata ou alto nível de açúcar no sangue.

 

Tendo em vista os avanços das relações de interligação profunda entre componentes físicos e softwares de computador (algoritmos) na formação de potentes e excelentes CPS (“Cyber-Physical System” - Sistemas Ciber Físicos) que tornam possível tanto operar equipamentos e dispositivos em diferentes escalas espaciais e temporais como, também, possibilitam alternativas variadas de interação uns com os outros os Ciborgues Reais cada vez mais são “fusões” intencionais entre os Ciborgues Restaurados e os Ciborgues Realçados (sendo, de todo, quase impossível pensar algo diferente).

 

Assim sendo, a ideia de Sistemas Embarcados no corpo humano torna-se uma premissa condicional para que se dê especial atenção aos elementos computacionais na Ciborguização e não tanto se prenda exclusivamente às associações entre elementos computacionais e físicos propriamente. Embora, é claro, os CPS exijam maior combinação e coordenação entre elementos físicos e computacionais, os Ciborgues Reais tendem a ser independentes de “amarras condicionantes” e passam a experimentar toda gama de novas possibilidades tecnológicas “independentes”.

 

Neste sentido além dos exemplos precedentemente aventados estão surgindo outras aplicações cibernéticas como as próteses computadorizadas inteligentes para substituição de membros superiores ou inferiores; os implantes cerebrais diretos usados ​​para tratar a cegueira não congênita (adquirida) ou  mesmo a congênita; os implantes de eletrodos neurotróficos para recuperação de movimentos paralisados; os implantes de microchips multifuncionais injetados nas mãos para ler cartões, abrir ou destravar portas, operar dispositivos como impressoras ou mesmo para pagar com criptomoedas produtos e serviços diversos; a estimulação cerebral profunda por meio de procedimento cirúrgico neurológico com “implantes neurais” para tratamento terapêutico de várias doenças como Doença de Alzheimer, Epilepsia, Síndrome de Tourette, Distúrbios Mentais dos mais variados; dentre outras.

 

A Ciborguização implica, invariavelmente, a modificação do corpo uma vez que tecnologias tais como as interfaces de tatuagens digitais obrigam não apenas a transformação da estética do corpo com a interatividade e as funcionalidades extras como, também, promovem a alteração do “mindset” (mentalidade) sobre como a própria vida se seguirá no futuro. Pensa-se inclusive em se implantar dispositivos que possam gerar ou evitar sentimentos (não apenas controlar) como ansiedade, medo, bem-estar, serenidade, dentre outros, que seriam extremamente recomendados em situações de estresse, de pânico, de euforia, de angústia, como, por exemplo, nos pós-operatórios ou mesmo no momento de realização de cirurgias complexas tanto para aquele que sofre o procedimento quanto para o profissional que o realiza. Vislumbra-se, então, o que se tem chamado de “Alteridade Cibernética” a qual mudará definitivamente toda a vida humana levando o homem a novo patamar de evolução.

 

As possibilidades cibernéticas são das mais variadas ao se pretender que os sistemas cibernéticos sejam conectados integralmente ao corpo humano para que todos os dados possam ser comunicados (trocados) na internet de forma síncrona, eficiente e em tempo real centrada no conhecimento da humanidade para que no futuro (necessariamente) o computador seja o próprio corpo humano chegando-se, então, à nova fronteira ao se atravessar a ponte entre a mente e a matéria.

 

Mas, é claro, se o corpo humano, o Ciborgue Real, já for um computador (no sentido amplo do termo), não será mesmo necessário os ultrapassados smartphones naquele tempo.

 

 

 

 

 

 

 

 

*Carlos Magno Corrêa Dias é professor, pesquisador, conselheiro consultivo do Conselho das Mil Cabeças da CNTU, conselheiro sênior do Conselho Paranaense de Cidadania Empresarial (CPCE) do Sistema Fiep, líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Desenvolvimento Tecnológico e Científico em Engenharia e na Indústria (GPDTCEI) do CNPq, líder/fundador do Grupo de Pesquisa em Lógica e Filosofia da Ciência (GPLFC) do CNPq, personalidade empreendedora do Estado do Paraná pela Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep).

 

 

 

 

 

 

 

 

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