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10/06/2022

Intralogística: fator-chave para o sucesso dos negócios

 É a logística interna de movimentação e armazenagem de materiais e produtos.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia

 

A atividade hoje descrita como intralogística (logística in house) ainda é pouco conhecida do grande público, ao contrário de logística, termo mais abrangente da cadeia de suprimentos, que logo se relaciona a gerenciamento de frotas, transportes externos, também integra a operação de armazenagem, separação e entrega de produtos etc. Todavia, especialistas destacam o papel estratégico dessa atividade dentro de uma empresa que não quer comprometer o desenvolvimento de seu negócio, como afirma o engenheiro Marcos André Passarelli, nesta entrevista especial dada à área Oportunidades na Engenharia do SEESP. 

 

MarcosPassarelli 400Engenheiro Marcos André Passarelli: a intralogística veio para agilizar e melhorar os processos dentro de um espaço produtivo. Crédito: Arquivo pessoal.A intralogística se refere às operações internas da logística, explica ele, que abrange a gestão de armazenagem, separação de pedidos, conferência, expedição, estoque e outras funcionalidades; já a logística é a forma mais ampla de gerenciamento, englobando todo o ciclo da mercadoria no ambiente externo, ou seja, aquilo que está fora da empresa, desde o fornecedor na indústria, até ao consumidor final, no extremo da cadeia. Passarelli reforça: “Podemos dizer que a intralogística envolve todas as operações dentro de um centro de distribuição, ou seja, onde as informações ‘nascem e morrem’, mas também dentro de unidades industriais”, diz o profissional. Portanto, entre os papéis do sistema estão os de otimizar, automatizar, integrar e gerenciar o fluxo logístico de bens materiais, com foco na rotina interna de gestão.

 

Isso equivale a dizer que é um instrumento com tecnologias de informação e operacionais que serão usadas no ambiente interno para se evitar desperdício de material, perda de tempo ou impedir o chamado “retrabalho”. O engenheiro explica que a intralogística se refere a operações de armazenagem, separação de pedidos, formação de kits, conferência, embalagem, expedição e toda a rede de informações e movimentações que embasam e suportam estas atividades de rotina”, ensina, acrescentando: “Para se compreender o papel da atividade, devemos entender que uma movimentação é sempre uma informação em trânsito.”

 

Principais etapas da intralogística

o recebimento e a conferência de materiais necessários nas ações;

o deslocamento dos materiais até suas respectivas áreas de armazenagem;

o lançamento dos produtos no sistema e no estoque;

a estocagem e o armazenamento dos itens;

eventuais operações de segregação por quarentena.

a distribuição dos produtos para cada setor solicitado;

a movimentação dos materiais dentro do local;

o monitoramento e o rastreamento dos itens e também das informações sobre o andamento de cada um deles.

operações de logística reversa.

 

A movimentação, a qual se refere Passarelli, é de materiais e produtos dentro de unidades fabris, armazéns e centros de distribuição ou galpão logístico. O objetivo, a partir de técnica e gestão apuradas, é garantir a condução adequada da distribuição de todos os insumos necessários para o bom funcionamento de um determinado negócio. “Ao agilizar processos e promover o melhor aproveitamento do tempo, por exemplo, a intralogística vai trazer benefícios, desde a otimização de gastos, melhora na infraestrutura, maior competitividade e aumento da produtividade, entre outros”, descreve.

 

Automatização
As operações intralogísticas são diretamente impactadas pelas inovações tecnológicas. Para enfrentar um mundo dos negócios cada vez mais ágil e célere, o grande aliado da atividade, endossa Passarelli, são as tecnologias de automação, que interligam todos os processos da corporação, da entrada à saída de materiais e produtos, integrando os sistemas computacionais da empresa, da operação às finanças, trazendo dados precisos para uma melhor tomada de decisão. “Será por meio dela que serão gerenciadas e integradas diversas etapas concernentes ao manuseio de materiais e produtos”, avalia.

 

As tecnologias, destacadamente as digitais e ligadas à informação (TI) e as operacionais (TO), impactam positivamente a atividade desta logística interna, pois a tendência mundial, reforçada pelo cenário pandêmico da Covid-19, é justamente a especialização em torno de todas as atividades humanas. “Estamos falando da automação industrial dos movimentos em paralelo à automação da informação”, reforça Passarelli, que vai impactar desde a organização e otimização do espaço operacional até mesmo garantir um maior controle e segurança, com a possibilidade de inventariar o estoque e controlar a operação via software e evitar tarefas mais insalubres e periculosas, menos ergonômicas, com redução de custo por exemplo.

 

A intralogística está presente em qualquer segmento da economia, relaciona o engenheiro, “desde a coordenação da movimentação de material para a indústria da construção civil, autopeças, de higiene e limpeza, medicamentos, produtos domissanitários [produtos de limpeza de uso doméstico], confecção ao agronegócio”. Ou seja, esclarece ele, a atividade estará presente onde existir algum material ou produto para armazenar, assumindo a função integrante da logística na movimentação e gestão da cadeia de suprimentos, o supply chain, com um recente desafio cada vez maior considerando-se a modalidade do e-commerce.

 

Como o campo de atividade é muito amplo, como expôs Passarelli, a intrologística pode estar presente no segmento comercial, industrial ou de serviços. Por isso, “a demanda de mão de obra é cada vez mais especializada na medida em que estão avançando os controles, programas com base na análise de demanda suportado pela inteligência artificial para subsidiar a gestão da cadeia de suprimentos, em termos genéricos”. Nesse sentido, ele considera que o profissional com forte demanda para o setor é o da engenharia nas suas diversas modalidades.

 

Por último, o engenheiro relaciona algumas das experiências na área de intralogística da qual participou: na instalação de um armazém automático na Roge Distribuidora de Higiene Pessoal, em Jarinu (SP); numa fábrica de parafusos em Vinhedo (SP); na Acrilex Tintas Artísticas, em São Bernardo do Campo (SP); na Cofema Atacadista, de material de construção civil, na capital paulista, e até no laboratório homeopático Almeida Prado. Outra experiência importante foi na instalação de movimentação automática no processo produtivo da Saint-Gobain Vetrotex, em Capivari (SP).

 

Quatro inovações que otimizam os processos intralogísticos

Robótica - Os robôs automatizam as principais tarefas e processos de um armazém ou centro de distribuição, como classificação de produtos, armazenagem, separação de pedidos, pesagem e empacotamento.

Gestão Omnichannel - É possível integrar completamente todos os sistemas utilizados nas operações intralogísticas, como WMS e ERP, por exemplo, e os canais de comunicação para uma gestão omnichanel. Isso garante a qualidade no atendimento aos clientes, tanto online quanto offline.

IoT - A Internet das Coisas, também conhecida como IoT (Internet of Things), nada mais é do que um ecossistema tecnológico para o controle e uso de objetos dedicados. Muitas vezes esses objetos são veículos, periféricos e equipamentos que podem ser controlados e operados remotamente via software.

Cloud Computing - A computação em nuvem é um item indispensável às operações intralogísticas. Por meio dessa tecnologia, há como ter a provisão de recursos indispensáveis, como é o caso da armazenagem ou da capacidade de processamento implementados para que um melhor atendimento seja prestado ao cliente.

Fonte: Engeclinic

 

Trajetória profissional do entrevistado
Diretor de Operações na Engelog Engenharia Industrial e Logística Integrada, Marcos André Passarelli se formou em engenharia mecânica pela Faculdade Armando Álvares Penteado (Faap), em 1973. Como se descreve, o engenheiro tem uma vontade de aprender temas técnicos desde criança, “aos 13 anos de idade fiz um curso de desenho mecânico. Depois, ainda jovem, ingressei no curso de máquinas operatrizes, no Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial]”.

 

Além da engenharia, Passarelli ainda fez Administração de Empresas com especialização em Finanças voltada à Indústria, na Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Numa trajetória profissional que vem desde os anos 1970, com mais de 46 anos entre empresas nacionais e multinacionais nos ramos eletromecânico, químico, bens de capital, domissanitários, alimentos, automação, entre outros, Passarelli vem se aperfeiçoando para entender as transformações na área da engenharia e também agregando novos saberes. Um desses, avalia ele, é entender a importância e necessidade da integração de objetivos entre as pessoas e as empresas, o coach executivo.

 

Desde 1994 atua na Engelog, uma consultoria industrial, com foco na redução de custos, melhoria da eficiência, aumento da produtividade na gestão de processos e da produção, garantindo o tripé da segurança do trabalho com sustentabilidade e qualidade, sempre com base no treinamento para adequação tecnológica da mão de obra e desenvolvimento de ferramentas de gestão na logística empresarial.

 

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