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30/01/2012

Luta pela comunicação integra a pauta dos Movimentos Sociais

Agenda debatida no III Fórum de Mídia Livre também é apresentada na Assembléia dos Movimentos Sociais do Fórum Social Temático e luta pela democratização constitui uma das prioridadades nas agendas comuns das entidades reunidas no Fórum Social Temático 2012, em Porto Alegre 

       Cerca de 1,5 mil pessoas participaram sábado (28) da Assembléia dos Movimentos Sociais, que reuniu mais de 100 organizações no Fórum Social Temático (FST) 2012, para debate da diversidade de problemas e alternativas levadas pelas entidades. A Assembléia trabalhou para construir uma agenda comum a todas, que passam a atuar em conjunto contra a economia verde e o capitalismo, a combater discriminações sociais e a exploração e também a concentração dos meios de comunicação nas mãos do poder econômico.

       A Assembléia ocorreu paralela à plenária final do III Fórum de Mídia Livre que também debatia a aproximação entre ativistas da comunicação e dos movimentos sociais para exigir a democratização dos meios e a promoção de leis que protejam o direito de expressão da população frente ao poderio das corporações. Um exemplo apontado no III FML foi a Lei de Medios aprovada na Argentina e que está sendo vista como modelo pelos movimentos sociais da América Latina. No Brasil, as propostas da Confecom - Conferência Nacional de Comunicação realizada em 2009 ainda estão a espera da boa vontade dos poderes de Brasília, entre elas a proposta de um Marco Regulatório para as comunicações, para atualizar e democratizar as regras do setor, e o projeto de lei do Marco Civil da Internet, que proteger liberdades no uso da rede e pode ser um exemplo para o mundo. 

       As intervenções na Mesa de Abertura do III FML foram iniciadas na manhã do dia 27, por Rita Freire, da Ciranda, ao afirmar que a realização desse terceiro encontro refletia o fato de que as midias livres, incluidos ativistas sociais preocupados com a comunicação, decidiram persistir em dialogar na diversidade, como único meio de intervir no ambiente "árido, controlado e monopolizante da comunicação no Brasil".

       Dois emissários do III FML, Soraya Misleh. da Ciranda/Icarabe e José Sóter, do FNDC/Abraço, sairam da Plenária que fechava a Carta da Comunicação para levar as principais mensagens do Encontro para a Assembléia dos Movimentos Sociais, enfatizando que é necessário o compromisso todas as entidades e ativismos em defesa do direito humano e social à comunicação. 

       A coordenadora da mesa da Assembléia dos Movimentos Sociais, Rosane Bertotti, explicou que as propostas da Carta dos Movimentos Sociais tem essa característica, que reunir o que é preocupação comum em meio à diversidade das organizações e agendas representadas na assembleia. Além da democratização da comunicação, a Carta combate a violência contra as mulheres, defende o o desenvolvimento sustentável e solidário, a reforma agrária, a agricultura familiar, o trabalho decente, e também descata a luta pela educação e pela saúde.

       Ela alertou para o fato de que " o capitalismo tenta se reinventar na proposta de uma economia verde", duramente combatida durante todo o Fórum Social Temático, que prepara os debates da sociedade civil mobilizada para a Cúpula dos Povos da Rio + 20, atividade paralela à Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável, que ocorrerá em junho deste ano, no Rio de Janeiro. Segundo ela, "não basta pintar de verde", quando o que se quer é garantir direitos, liberdade de organização, democracia, proteção social. Sem uma intervenção das mídias alternativas e redes sociais no debate da Rio+20, este posiciamento da sociedade pode não encontrar espaço na grande imprensa. 

       Para o período da Rio + 20, as midias e organizações em Porto Alegre, junto com participantes do Magreb Mashrek/África, América Latina e Europa, decidiram convocar uma edição mundial do encontro, o II Fórum Mundial da Mìdia Livre (o I ocorreu em Belém, em janeiro de 2009, seguido de uma Assembléia de Convergência pelo Direito à Comunicação, que deu continuidade ao processo no FSM de Dacar, Senegal, em janeiro de 2011)



www.cntu.org.br




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