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23/01/2012

Um protocolo para as redes livres

O horizonte é chegar ao II Fórum Mundial de Mídia Livre, a ser realizado como parte da Cúpula dos Povos na Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro, em condições de se aprovar um acordo internacional

       Trocar elementos para que as muitas redes sociais em desenvolvimento nos ativismos globais, baseadas em software livre, se constituam parte de uma grande rede livre e diversa, feita de muitas faces e identidades coletivas, é um dos propósitos dos encontros do III Fórum de Mídia Livre, que será realizado em Porto Alegre, de 27 a 28 de Janeiro, na Casa de Cultura Mario Quintana.

       Participarão entusiastas de projetos e redes como Lorea e N-1, dos indignados da Espanha, ou Global Square e #OccupyWallstreet nascidas das ocupações nos Estados Unidos, e de experiências que avançam no Brasil como Nosfero, implementada em projetos como o do Movimento Software Livre e Fora do Eixo ou ganham adeptos no país, como Diáspora e a plataforma Phyrtual, em cuja construção está empenhada a rede jovem brasileira, Viração, e será apresentada por Evelyn Ararype.

       Além de experiências, estarão em debate conceitos como o de computação soberana, que alem de arquivos permite compartilhar área de armazenamento, memória e processamento com membros da rede. Um exemplo, apontado por Marco Konopacki, da rede Soylocoporti, do Paraná, está implementado no site Sneer . "É a comunicação P2P levada ao extremo", segundo Thiago Skárnio, da Alquimídia.org, de Santa Catarina.

       Deve ser forte também o debate das redes federadas, defendido por Vicente Aguiar, do Colivre, da Bahia, por permitir que muitas redes sociais se constituam em uma só, sem deixar de ser uma entre muitas, que pode ser um dos objetivos do processo.

       Ainda será possível debater o conceito que levou a uma " confederação de recursos em rede pela democracia", caso da plataforma Coredem, da qual participa Francois Soulard, da Argentina, participante do FML.

       E é uma conversa apenas inicial. O III FML deve resultar em um espaço comum para aprofundar o diálogo com demais redes preocupadas em contribuir para protocolos que realimentem a todas. Por este meio, poderão gerar espaços e conexões livres dos controles mercadológicos, característicos das grandes redes de hoje, que detém o poder de retirar páginas coletivas do ar, por motivação política ou de qualquer natureza.

       O horizonte é chegar ao II Fórum Mundial de Mídia Livre, a ser realizado como parte da Cúpula dos Povos na Rio+20, em junho, no Rio de Janeiro, em condições de se aprovar um acordo internacional que estimule também acordos com movimentos e redes não necessariamente focados na comunicação e que buscam alternativas na internet.


Debate também ocorrerá no FST
       A programação autogestionada do Fórum Social Temático sobre Crise Capitalista e Justiça Ambiental e Temática também inclui atividades que poderão gerar subsídios para esse protocolo e para a própria comunicação inerente ao processo do Fórum Social Mundial. Uma delas será feita antes do III Fórum de Mundial de Mídia Livre, propondo a participação de interessados/as em debater "Princípios para uma rede social do/no FSM". O resultado dessa atividade será encaminhado tanto à Comissão de Comunicação do FSM quanto ao III FML, como elementos de contribuição.


(Rita Freire)
www.fne.org.br




 

 


 

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