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20/02/2019

Mais de 10 mil na Sé contra reforma da Previdência

 

Soraya Misleh

 

Enquanto em Brasília o presidente Bolsonaro entregava pessoalmente ao Congresso Nacional sua proposta de reforma da Previdência, o movimento sindical unificado dava mostra de resistência à possibilidade de retirada de direitos, caso a matéria seja aprovada no Legislativo. Ocorria na manhã desta quarta-feira (20), na Praça da Sé, em São Paulo, a Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora contra o fim da aposentadoria.

 

Assembleia nacional unitária dos trabalhadores na Sé. (Foto: Beatriz Arruda)

 

Organizada pelas centrais sindicais, a iniciativa reuniu mais de 10 mil pessoas. Além de trabalhadores de diversos setores, estiveram presentes representantes de movimentos sociais e populares. Como informado no ensejo, houve atividades de resistência à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6/19 também em outros estados do Brasil, como Goiás, Paraná, Maranhão, Minas Gerais, Santa Catarina e Pará. Mulheres de várias organizações abriram as falas, enfatizando que as trabalhadoras serão as principais afetadas pela PEC em questão – que prevê, no regime geral, idade de 65 anos para homens se aposentarem e 62 para mulheres, além de 40 anos de contribuição para receber valor integral, entre outras perversidades, como redução no valor de pensões de 100% do vencimento para 60% a um dependente sem filhos – o que possibilitará que receba menos que um salário mínimo. Também convocaram os presentes a se somarem ao ato pelo 8 de março (Dia Internacional da Mulher), que ocorrerá às 15h em frente ao Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista.

 

Na assembleia em São Paulo, os trabalhadores ergueram suas mãos dadas em prol da unidade do movimento para derrotar a reforma da Previdência. Como lembrou na ocasião Atnágoras Lopes, da diretoria executiva da Central Sindical e Popular (CSP-Conlutas), essa unidade derrotou a tentativa de aprovar reforma da Previdência durante o Governo Temer. “É nossa tarefa apoiar 67% da população brasileira que não concorda com isso, montar um comando único nacional por um dia nacional de mobilização, paralisação e protestos.”

 

Além de deliberar por isso, em várias falas, representantes das centrais chamaram a necessidade de construir uma greve geral para barrar a PEC apresentada por Bolsonaro. “Se botar para votar, o Brasil vai parar”, ressaltou Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). O que demandará, segundo Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), “posicionamento firme das entidades sindicais nos locais de trabalho, no chão de fábrica”. Para Edson Carneiro Índio, secretário-geral da Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, é preciso iniciar amplo diálogo com a população para esclarecer que a proposta atinge a todos negativamente. José Avelino Pereira, o Chinelo, vice-presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), frisou a importância de se construírem assembleias regionais e atos em todos os estados do País.

 

“Bolsonaro decretou o fim do seu direito à aposentadoria”, vaticinou o presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas, que ratificou a premência de se construir um calendário de lutas unificado – o qual será discutido pelo movimento em reunião na Capital na próxima terça-feira (26). À frente da Força Sindical, Miguel Torres destacou a importância desse ato inaugural para mostrar ao País a “necessidade de lutar” contra essa proposta. “Um dia histórico”, concluiu Luiz Gonçalves, o Luizinho, presidente da Nova Central Sindical de Trabalhadores de São Paulo (NCST). Também se pronunciaram representantes dos movimentos e dos servidores públicos de São Paulo, em greve contra a reforma da Previdência municipal (Lei 17.020/2018) desde 4 de fevereiro.

 

Falas expressaram a solidariedade com essa luta e outras, como a dos cerca de 25 mil trabalhadores ameaçados de perder o emprego com o fechamento anunciado da fábrica da Ford do ABC; e por justiça diante da tragédia em Brumadinho (MG) resultante da ruptura da barragem do Córrego do Feijão em 25 de janeiro último.

 

 

 

 

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