Documento final da 13ª Jornada Brasil 2022 foi aprovado ao encerramento de plenária, na última sexta-feira (30), por aclamação.
Cá estamos. Sindicalistas, profissionais universitários, trabalhadores, conselheiros consultivos, amigos da inquebrantável CNTU. Reunidos na 13ª Jornada Brasil 2022. Leia abaixo.
Foto: Beatriz Arruda
Cá estivemos em agosto último e aprovamos uma carta importante expressando o nosso posicionamento nas e para depois das eleições de 2018. Cá estamos passadas as eleições para reafirmar a carta anterior e focar a democracia nesse novo momento do Brasil.
Democracia abre as asas sobre nós. Os desafios da ave democracia são a criação de caminhos que reinventa, que desenvolva possibilidades que temos. A revolução ética da democracia, da liberdade, da igualdade e da fraternidade. De uma sociedade livre, dinâmica e solidária, com igualdade de direitos, liberdades e oportunidades. Onde seja reconhecido o valor e força da nossa diversidade e pluralidade superando por inteiro todas as formas de discriminação, violência e autoritarismo.
Cá estamos. Sindicalistas, profissionais universitários, trabalhadores, conselheiros consultivos, amigos da incansável CNTU. Para afirmar sentidos históricos e atuais dos profissionais universitários em defesa dos trabalhadores e da sociedade, em prol dos direitos trabalhistas, sociais e civis. A CNTU nas asas das categorias ecoa , no seu existir, unir , resistir e construir, sempre além das eventuais diferenças, sua determinação e vocação para desenvolver um sindicalismo para todos. Ligado às melhores heranças de nosso processo civilizatório, cultural e de unidade.
A Nação talvez não faça mais sentido para alguns que vivem em bolhas acima dos países, mirando dos territórios apenas as riquezas e não o seu desenvolvimento social e cultural. Para nós, trabalhadores universitários, trabalhadores em geral e povo brasileiro, o Brasil faz sentido. É o nosso jeito de ganhar a vida, comer e amar.
Precisamos de mobilidade e vias para ligar os caminhos, transportar mercadorias, possibilitar as gentes de ir e vir, povoar os desertos, dar-lhes vida, mansas ou agitadas Muitas cidades se fizeram em torno das ferrovias e suas estações. Instrumento de democracia e de desenvolvimento, por isso não pode ser qualquer ferrovia, de qualquer jeito. A ferrovia como símbolo deve ir aonde o povo está. As metrópoles devem construir sua mobilidade apoiada nos sistemas metroferroviários.
A Ciência, a Tecnologia e a Inovação possibilitam o impensável e deve diminuir a canseira do homem. Não podemos abrir mão do sofisticado conhecimento, da pesquisa, do desenvolvimento técnico, fonte de poder das nações. Desenvolvimento só faz sentido se for para o povo melhorar de vida, ganhar mais fácil a vida, comer melhor e amar melhor.
Soberania é povo soberano. Sem desenvolvimento, o outro nome da paz, não há Nação soberana e livre. Seis pessoas não podem ter o equivalente aos 50% mais pobres. Desigualdade é 5% mais ricos da população possuírem o que 95% têm. No processo do Bicentenário da Independência fazer ecoar um 2º grito de soberania nacional.
Soberania é também saber se colocar no lugar do outro, evitar ao máximo a guerra. O povo quer paz para ganhar a sua vida, comer e amar. Não nos interessa matar. Viver é viver e deixar viver.
Os direitos humanos devem ser permanentemente defendidos, ampliados, renovados de modo a tentar chegar mais perto de uma democracia de raiz. Democracia com o povo para o povo, povo com letra minúscula, povinho, o zé povinho, a base, a sustentação da democracia.
Cá estamos. Para que a democracia abra as asas sobre nós. Tendo consciência crítica e sermos construtores de mudanças. A saúde pública é a escola da generosidade, da solidariedade, da compaixão. A produção da grande saúde pública não é só técnica, não é só razão instrumental, é sobretudo produção de humanismo, humanismo dos profissionais, humanismo dos doentes, humanismo da sociedade.
O humanismo não está pronto. É uma cultura em construção. O sentido da cultura humanística, a cultura de paz, é a construção de uma civilização artística, técnica, sem armas e sem escravidão.
É na comunicação amplamente distribuída, radicalmente democrática, que talvez se encontra a possibilidade de decifrarmos o enigma da paz.
Em todas essas frentes de ação hoje debatidas aqui, infraestrutura, soberania, direitos humanos, saúde, cultura e comunicação, busca-se fazer emergir uma nação de gente singular, qualificada, crítica, altiva, criativa e solidária, capaz de enfrentar e dar sentidos aos gigantes desafios que a contemporaneidade nos coloca. Incluir todos na cidadania dignificada da convivência democrática. Crescer e se desenvolver com emprego e trabalho de qualidade. Nos padrões de existência material e espiritual para que o ser humano possa realizar o que só ele pode:
dedicar-se à plasmação criativa do mundo, às artes, à intercomunicação profunda, à espiritualidade.
Cá estamos. Como modernistas do século 21 animar a realização do Bicentenário da Independência e a Semana de Arte Moderna de 2022. Conquistar com novas tintas da justiça social o nosso Abaporu. Reinventar o Brasil. Brasil 2022 – O País que Queremos.
E precisamos.
São Paulo, 30 de novembro de 2018.
Carta da CNTU - Democracia, abre as asas sobre nós: desafios e caminhos
13ª Jornada Brasil 2022 – O País que Queremos
14ª Plenária do Conselho das 1.000 cabeças