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27/11/2015

Barragens de rejeitos

O processamento de minérios gera resíduos que normalmente são estocados em lagoas de decantação, ou de rejeitos, criadas a partir da construção de barragens denominadas ‘barragens de rejeito’. Segundo o pesquisador Luiz Antonio Pereira de Souza, do Centro de Tecnologias Geoambientais do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), métodos indiretos de investigação – geofísicos – podem contribuir em pelo menos duas fases de um projeto de construção das barragens e das lagoas de rejeito.

Em uma primeira fase, os métodos geofísicos contribuem efetivamente para os estudos de caracterização da natureza geológica do terreno onde o projeto será implantado, fornecendo informações relevantes para a avaliação da viabilidade, como os ensaios de refração sísmica realizados na superfície do terreno. “A partir deles é possível determinar a velocidade de propagação do som nos diferentes materiais geológicos que compõem o terreno investigado, um parâmetro fundamental para o dimensionamento das estruturas a serem implantadas”, explica o pesquisador.

Outros métodos geofísicos podem também ser empregados nesta fase do projeto, como eletrorresistividade e reflexão sísmica, que geram produtos igualmente correlacionáveis com a natureza geológica do terreno, contribuindo com o processo de avaliação da viabilidade do projeto.

Acúmulo de sedimentos
Com a barragem instalada e o lago inundado, os métodos geofísicos denominados ‘sísmicos’ podem ser utilizados para o monitoramento do processo de acúmulo de sedimentos. Se aplicados sistemática e periodicamente, os produtos dos ensaios permitem mensurar a evolução do processo de acúmulo de sedimentos na bacia projetada da lagoa de decantação, assim como avaliar se o processo de enchimento da lagoa evolui conforme previsto no projeto original. “Em determinado momento, o responsável pelo projeto poderá concluir se a lagoa de decantação atingiu o máximo de sua capacidade, determinando a interrupção do processo de lançamento de resíduos e a construção de uma nova bacia de decantação”, afirma ele.

Quando a lagoa de decantação encontra-se coberta por lama e água, o método geofísico empregado é o de perfilagem sísmica contínua, que consiste no uso de equipamentos acústicos instalados em uma embarcação de pequeno porte. A navegação ocorre em várias direções de um lado ao outro da lagoa, possibilitando a determinação da espessura dos estratos sedimentares acumulados ao longo dos anos.

A partir dos ensaios acústicos também é possível avaliar o nível de compactação dos ‘pacotes’ de sedimentos ao longo da coluna sedimentar, pois as ondas acústicas emitidas respondem às mudanças das características físicas das camadas. Ensaios sísmicos, que possibilitam a obtenção de dados desta natureza, são comumente executados com equipamentos que lidam com fontes acústicas de emissão de frequências controladas entre 2 e 20 quiloHertz.

Métodos geofísicos também podem contribuir na investigação do estado de conservação das estruturas. Ensaios de eletrorresistividade, executados no corpo da barragem, podem indicar a presença de setores com alguma fragilidade, o que pode ocasionar pontos de fuga ou vazamentos que, em médio ou longo prazo, irão comprometer a estabilidade. “O IPT possui um corpo técnico de alta capacitação e equipamentos geofísicos de última geração para a realização de ensaios geofísicos tanto no corpo da barragem quanto na área submersa. Isso permite gerar um conjunto de dados que contribui efetivamente para a maior segurança das barragens”, completa Souza.


 

Fonte: IPT








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