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Sindical – Retomar pauta trabalhista e assegurar igualdade de gênero

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Os dois pontos foram centrais durante a 8ª Marcha da Classe Trabalhadora, realizada em 9 de abril no Centro da Capital. Organizada pelas centrais, reuniu, segundo elas, 40 mil pessoas. Entre as demandas ao governo federal e ao Congresso Nacional, estiveram a retomada da pauta de reivindicações dos trabalhadores, o arquivamento de projetos de lei que retrocedem conquistas históricas, como o PL 4.330/04, que regulamenta a terceirização, bem como a manutenção da política de valorização do salário mínimo.

Além da luta por sua continuidade, João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical do SEESP, destacou: “A grande importância dessa marcha é garantir a unidade de ação do movimento sindical e levantar bem alto as bandeiras da redução da jornada sem redução de salário, redução dos juros, investimentos em educação e saúde e o fim do fator previdenciário.” Também fazem parte dessa pauta reforma agrária, valorização das aposentadorias, correção e progressividade da tabela do Imposto de Renda, transporte público de qualidade e o fim dos leilões do petróleo.

Miguel Torres, presidente da Força Sindical, lembrou ainda de outros itens, como a ratificação pelo Congresso Nacional das convenções 151 e 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A primeira dispõe sobre o direito de negociação coletiva dos servidores públicos e a segunda proíbe demissões imotivadas. “Se não resolver agora, faremos a marcha do basta”, afirmou. Torres também alertou sobre o avanço da terceirização no Brasil: “O trabalhador que morreu recentemente na construção do estádio em São Paulo era de uma empresa quarteirizada. O número de acidentes em empresas terceirizadas é o que mais cresce neste país, inclusive fatais.”

Como lembrou Adilson Araújo, presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), essa agenda foi sacramentada durante a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) em 2010. “De lá para cá, diferente da celeridade que vem alcançando o pleito dos empresários, a nossa pauta está contingenciada”, lamentou. Ele demonstrou preocupação com um possível retrocesso nas políticas progressistas por conta das eleições neste ano. “No cotidiano do Congresso tramita um pacote de maldades que visam flexibilizar e precarizar as relações do trabalho. A retomada do diálogo dos trabalhadores com o governo pressiona para que esse abrace uma agenda positiva, para potencializar as ações e investimentos em infraestrutura. Por isso, dizemos que não há contradição ao afirmar: queremos Copa, saúde e educação.”

Quanto à igualdade de gênero, Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), lembrou que a mão de obra feminina é mais explorada. “O empresário prefere contratar a mulher para pagar menos. Perdem o homem e a mulher. Não é só uma questão de gênero, mas de classe”, destacou. José Calixto Ramos, presidente da Nova Central Sindical dos Trabalhadores (NCST), enfatizou que os sindicatos lutam “acima de tudo, pela igualdade de tratamento entre homens e mulheres” e “pelo respeito a todas as categorias de trabalhadores”.

Ao final da marcha, foram anunciados os próximos passos do movimento, como a entrega de um documento unificado à presidente Dilma Rousseff e aos presidentes do Senado, da Câmara dos Deputados e do Tribunal Superior do Trabalho (TST), com as reivindicações trabalhistas. Os dirigentes também solicitaram uma audiência com a mandatária do País. Para Francisco Canindé Pegado, secretário-geral da União Geral dos Trabalhadores (UGT), a manifestação demonstra “para o governo federal e para os parlamentares que a agenda ainda está aberta, que muitas reivindicações não foram atendidas”.


Mais poder político para as mulheres

Além da pauta geral, as trabalhadoras que engrossaram a manifestação levaram às ruas uma de suas principais reivindicações neste ano de eleições nacionais: mais mulheres nos espaços da política. “Os sindicatos precisam assumir o compromisso de trazer a trabalhadora para dentro das direções. Somos cerca de 51% da população brasileira, 47% no mercado formal de trabalho. Nenhuma mudança virá neste país se as mulheres não estiverem presentes”, ressalta Ivânia Pereira, secretária da Mulher da CTB. Conforme ela, embora as mulheres representem 51,7% dos eleitores brasileiros, sua participação na Câmara dos Deputados é de 9% e no Senado, de 10%.

Com uma saudação especial à juventude e às mulheres, a secretária de Comunicação da CUT, Rosane Bertotti, lembrou ainda a luta pela democratização da comunicação. Na sua visão, ferramenta de combate à discriminação contra a mulher e forma de impedir a criminalização dos movimentos sociais.


Por Deborah Moreira

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