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10/02/2012

Mobilidade urbana no contexto do SP 2040

        Sob esse tema, aconteceu nesta quinta-feira (dia 9), no auditório do SEESP, na Capital paulista, seminário que contou com aproximadamente 300 participantes, incluindo autoridades, técnicos e especialistas do setor. À abertura, o coordenador da iniciativa e diretor do sindicato, Edilson Reis, destacou que esse é o primeiro de uma série de eventos que serão desenvolvidos ao longo deste ano com o objetivo de discutir o planejamento estratégico da cidade. Presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro salientou que, nesse contexto, o plano SP 2040 – apresentado em 2011 pela Prefeitura de São Paulo e em debate – é um caminho para se discutir mobilidade.´

         A iniciativa da gestão municipal foi apresentada na ocasião pelo seu secretário de Desenvolvimento Urbano, Miguel Bucalem. Segundo ele, a premência de desenvolver um plano de longo prazo vem sendo tema na administração desde 2007 e começou a se consolidar em 2010. Traz a visão da cidade que se quer e das grandes escolhas necessárias. O SP 2040, segundo sua fala, tem como um dos cinco eixos a mobilidade. Nesse sentido, Bucalem informou que a fluidez no deslocamento na megalópole foi um dos itens apontados como prioritários pelos cidadãos que participaram recentemente de consulta pública sobre o plano. Na sua opinião, talvez o grande desafio para resolver o problema da mobilidade – e do desenvolvimento urbano – seja dar conta de soluções que transformem o cenário atual, em que ¾ dos empregos estão concentrados no centro expandido, portanto, em ¼ do território. “Na periferia, há cem habitantes para cada emprego. É preciso intensificar os usos e aproximar as pessoas.” Outro desafio apontado por ele é ampliar o baixo índice de cidadãos transportadas por veículos sobre trilhos. Dialogando com planos do governo estadual – conforme enfatizado pelo secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes –, o SP 2040, que inclui um horizonte intermediário até 2025 –, traz como meta para daqui a 13 anos ter-se 220km de metrô, ante os cerca de 130km atuais. Seriam 10km por ano, o que Fernandes disse ser factível de se realizar. A importância de outros modais também está, de acordo com Bucalem, contemplada na iniciativa.

 

        Para Laurindo Junqueira, da SPTrans, nessa discussão de planejamento estratégico é fundamental levar em consideração a centralidade do município em relação ao País, cuja vocação não deve se alterar em 2040. “Fluxos diversos passam por São Paulo, que influencia diretamente 1.026 cidades brasileiras.” Assim, na sua visão, para solucionar o problema da mobilidade, é importante que as diversas instâncias de governo promovam ações articuladas. Ele salientou ainda o desafio de se mudar o panorama em que a frota de automóveis é de 7,3 milhões, sendo que metade sai diariamente às ruas, e de se priorizar o transporte coletivo. Na sua concepção, é preponderante pensar na escassez não apenas do ambiente, mas também do espaço urbano. “Os planos têm que levar isso em conta e tornar acessível o território aos cidadãos, diminuindo distâncias.” Fernandes ponderou que a cidade policêntrica e compacta, como refletido no SP 2040, é tema essencial.

        Para Nazareno Affonso, ao lado da priorização ao transporte público, é preciso ter uma política de estacionamento para disciplinar o uso de automóveis. O que, indicou, está previsto na nova lei de mobilidade urbana, a qual é preciso estar atentos ao cumprimento. 

        O seminário contou ainda com a presença do gerente técnico da Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana, João Alencar Oliveira Junior; do vereador paulistano Jamil Murad (PCdoB); de Eduardo Vasconcelos, da ANTP (Associação Nacional de Transportes Públicos); de José Roberto Cardoso, diretor da Escola Politécnica da USP (Universidade de São Paulo) e coordenador do Conselho Tecnológico do SEESP. Além deles, entre os palestrantes estiveram Vicente Abate, presidente da Abifer (Associação Brasileira da Indústria Ferroviária); Peter Ludwig Alouche, consultor na área de transportes; e Carlos Carvalho, técnico do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada). Diretores do sindicato integrantes do grupo de trabalho sobre mobilidade urbana coordenaram os trabalhos ou participaram como debatedores.



fotos: Bia Arruda
Soraya Misleh




 

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