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08/07/2016

Opinião - Oito ou oitenta

Em reuniões sindicais muitas vezes ocorre que uma discussão sobre um tema específico suscite o aparecimento de vários temas correlatos e, com o andar da carruagem e o ardor dos participantes, o que era um problema a ser enfrentado e resolvido transforma-se, com todos os seus desdobramentos, em uma tarefa insolúvel.

Ao querer resolver tudo, capitula-se na resolução do possível gerando uma sensação de impotência; é a derrota por excesso de ardor diversionista.

Uma variante desta patologia é o ataque ao “bei de Túnis”, tão praticado por Eça de Queiroz. Quando, como jornalista, ele não tinha assunto, atacava o potentado estrangeiro como origem inalcançável de todos os males e problemas. O bei, hoje, pode ser qualquer um, a gosto do atacante, mas o ataque não resolve nada.

Há um antigo apólogo grego que retrata muito bem esta situação e sua disjuntiva.

Um filósofo grego argumentava para outro:

 – “Podes levantar nos braços, facilmente, um ganso. Se podes levantar um ganso poderás levantar uma ovelha. Se levantas uma ovelha, nada impede que também levantes um bezerro. E, se fazes isto, o que impede que levantes um touro?

Mas ninguém acreditaria que podes levantar em teus braços o Partenon. Nem tu mesmo, por Hércules!”

Na grande maioria das situações o método gradualista, com etapas bem definidas e passíveis de ser enfrentadas com êxito, é bem melhor que os arroubos maximalistas irrealizáveis. Até mesmo porque, quase nunca, o oito ou oitenta é uma boa aposta.

 

* João Guilheme Vargas Netto, consultor sindical

 

 

 

 

 

 

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