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Eliel

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Como tradicionalmente ocorre, o SEESP entregou em 11 de dezembro – Dia do Engenheiro – o prêmio Personalidade da Tecnologia 2013 aos destaques do ano em suas áreas de atuação. Cidadãos que têm colocado suas competências a serviço de um País mais justo e inclusivo.

Em sua 27ª edição, os agraciados são: Fredric Michael Litto (na categoria Empreendedorismo e inovação na educação), Sérgio Amadeu da Silveira (Inclusão digital e internet pública), Lúcio Gregori (Mobilidade urbana), Miguel Luiz Bucalem (Planejamento urbano), Dilma Seli Pena (Saneamento ambiental) e Paulo Teixeira (Valorização profissional), este último representado na oportunidade por seu filho Caio Teixeira. A cerimônia ocorreu na sede do sindicato, na Capital paulista, e contou com a presença de cerca de 250 pessoas. Entre as autoridades que prestigiaram a solenidade, esteve o deputado estadual Itamar Borges (PMDB-SP).  No ensejo, foi ainda conduzida por Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente do SEESP, homenagem póstuma ao seu vice-presidente, Laerte Conceição Mathias de Oliveira, que faleceu tragicamente aos 54 anos, em um acidente de automóvel, no dia 12 de outubro último.

Abrindo o evento, João Antonio Del Nero – que representou à oportunidade o coordenador do Conselho Tecnológico do sindicato, José Roberto Cardoso, agraciado na data como “Engenheiro do ano” pelo Instituto de Engenharia –, frisou o simbolismo de o prêmio em 2013 ser entregue a apenas dois profissionais da categoria – Bucalem e Gregori –, ante seis nomes de excelência: “Nada se faz na sociedade sem a engenharia, mas essa precisa de saberes diversos para assegurar o desenvolvimento nacional.”


Os agraciados

Consciente da importância da interdisciplinaridade, ao receber o prêmio, Litto afirmou ainda que a universidade precisa transmitir aos estudantes a ideia de que o aprendizado deve ser contínuo. Já Miguel Bucalem destacou o quanto a sociedade civil organizada pode contribuir no “desafio tão grande como é o planejamento da cidade”. Sob esse mote, enalteceu o exemplo singular do sindicato na elaboração do projeto SP 2040. Ao falar do pai, Caio Teixeira apontou: “Esse reconhecimento mostra que ele (deputado Paulo Teixeira) segue na boa rota pela coletividade e o desenvolvimento do nosso país.”

Emocionada, Dilma Seli Pena apresentou uma síntese de sua história de vida e atuação na Sabesp, destacando a dedicação para garantir a melhoria do serviço de saneamento em território paulista.

Sérgio Amadeu aproveitou a ocasião para expor ideias centrais na atual sociedade da informação. Entre elas, de que é mister “apostar no conhecimento compartilhado”. Segundo ele, a transmissão desse conhecimento é barrada por “aqueles que querem manter a desigualdade”. Para fazer frente a isso, defendeu a necessidade de se “construir redes digitais, ter ampla malha de banda larga no País”. E concluiu: “A internet é elemento chave para romper com a miséria e tem que continuar a ser livre, criativa, aberta, usada para compartilhar conhecimento e levá-lo a todos os lugares do Brasil.”

Pai da ideia da “tarifa zero”, ao apresentar projeto de lei relativo ao tema há 23 anos, Lúcio Gregori falou de outra questão crucial para uma nação justa e desenvolvida: garantir mobilidade urbana a todos, oferecendo “pleno acesso à cidade”. Expressando a emoção de ver o tema ser colocado no centro da pauta com as manifestações deste ano, ele afirmou: “É significativo que a Câmara dos Deputados tenha aprovado a PEC 90 (Proposta de Emenda à Constituição), que transforma o transporte em direito social no artigo 6º da Constituição Federal, como ocorre com saúde, educação, segurança. É uma conquista que devemos ao que aconteceu em junho e julho deste ano.” E encerrou citando frase do geógrafo Milton Santos: “O mundo não é formado apenas pelo que já existe, mas pelo que pode efetivamente existir.” Gregori acrescentou: “Um mundo sem catracas.”



Personalidades da Tecnologia


Empreendedorismo e inovação na educação
FREDRIC MICHAEL LITTO

Formado em rádio-televisão pela Universidade da Califórnia, dos EUA, em 1960, e doutor em história do teatro pela Indiana University, em 1969. É professor emérito da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP), na qual lecionou de 1971 a 2003. Foi coordenador-fundador do laboratório de pesquisa “Escola do Futuro da USP”, de 1989 a 2006. É presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) desde 1995. Em 2011, recebeu seu segundo Prêmio Jabuti da Câmara Brasileira do Livro, em Tecnologia e informática, pelo livro “Aprendizagem a distância”. É membro do Conselho Editorial de diversas revistas científicas, dos Estados Unidos, Inglaterra, Canadá, Austrália/EUA e Espanha, bem como do Board of Trustees do International Council of Open & Distance Learning (Noruega).


Inclusão digital e internet pública
SÉRGIO AMADEU DA SILVEIRA

Graduado em ciências sociais em 1989, mestre e doutor em ciência política pela Universidade de São Paulo, em 2000 e 2005. É professor adjunto do Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do ABC (UFABC). Integra o Comitê Científico Deliberativo da Associação Brasileira de Pesquisadores em Cibercultura (ABCiber). Presidiu o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação, de 2003 a 2005. É membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil. Pesquisa as relações entre comunicação e tecnologia, práticas colaborativas na internet e a teoria da propriedade dos bens imateriais. Autor dos livros “Exclusão digital: a miséria na era da informação” e “Software livre: a luta pela liberdade do conhecimento”. Idealizou e foi o primeiro coordenador do projeto de telecentros de São Paulo, em 2001. Foi um dos formuladores do projeto das praças digitais. É ativista do software livre e um dos articuladores do Marco Civil da Internet e do princípio da neutralidade da rede.


Mobilidade urbana
LÚCIO GREGORI

Engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) em 1960, na mesma instituição, fez pós-graduação em mecânica dos fluidos e transmissão de calor em 1969. Foi responsável pelo setor de controle e acompanhamento do Plano de Ação de Governo do Estado de São Paulo de 1960 a 1962. Foi gerente de programação e controle da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), de 1968 a 1971, e diretor de Planejamento da Empresa Municipal de Urbanização de São Paulo (Emurb), de 1971 a 1972. Desenvolveu suas atividades profissionais, também, na Empresa de Planejamento Metropolitano da Grande São Paulo (Emplasa) e na Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb). Foi secretário municipal de Serviços e Obras de São Paulo entre 1989 e 1991 e de Transportes de 1990 a 1992, quando propôs o projeto tarifa zero, com o pagamento dos serviços de ônibus feito pelo Fundo Municipal de Transportes, sem custos ao usuário.


Planejamento urbano
MIGUEL LUIZ BUCALEM

Engenheiro civil formado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) em 1984, mestre e professor na instituição em 1987. Obteve os títulos de PhD pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), dos EUA, em 1992, e em 1996, de livre-docente pela USP. Em 1997, tornou-se professor titular da Poli-USP, chefiando o Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica em 2006. Coordenou o curso de pós-graduação em engenharia civil da USP stricto sensu de 1994 a 1995. Ocupou de 2007 a 2008 a chefia da Assessoria Técnica de Planejamento Urbano do Município de São Paulo. De 2009 a 2012, foi secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e, nessa condição, presidiu o Conselho de Política Urbana e a Câmara Técnica de Legislação Urbanística. Esteve à frente, ainda, do Comitê Municipal de Mudança do Clima e Ecoeconomia de São Paulo. Foi presidente da São Paulo Urbanismo de 2010 a 2012. Hoje é coordenador acadêmico do USP Cidades, junto à Poli.


Saneamento ambiental
DILMA SELI PENA

Mestre em administração pública pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), iniciou sua carreira como funcionária pública federal em 1976, como técnica em planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Foi diretora de saneamento da Secretaria de Política Urbana e de Investimentos Estratégicos do Ministério do Planejamento em 1995. Participou da estruturação da Agência Nacional de Águas (ANA). No governo paulista, atuou como secretária adjunta de Economia e Planejamento de 2005 a 2006, ano em que coordenou a revisão do Plano Diretor da Cidade de São Paulo. Foi secretária de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo e presidiu os conselhos de administração das estatais paulistas Sabesp, Emae, Cesp e CPOS, de 2007 a 2010, além de ter participado da criação da Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo (Arsesp). Em 2011, foi eleita presidente da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e hoje é membro do Conselho de Administração da empresa.


Valorização Profissional
PAULO TEIXEIRA

Advogado formado pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em direito do Estado pela mesma instituição. Cumpre o segundo mandato como deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT) de São Paulo. Seu nome é referência no tema da tecnologia. Destacou-se na discussão do Marco Civil da Internet e na luta contra o projeto conhecido como AI-5 Digital. Autor do Projeto de Lei 2.793/11, transformado na Lei 12.737/2012, a primeira do Brasil a tipificar os crimes cometidos na internet. Ex-líder da bancada petista, é secretário-geral do Partido dos Trabalhadores e relator do texto de reforma do Código de Processo Civil na Câmara dos Deputados.


Por Soraya Misleh

Sob esse tema central, a Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) realizou seu 2º Encontro Nacional nos dias 5 e 6 de dezembro. O evento aconteceu na sede do SEESP, na Capital paulista, e contou com a participação de cerca de 200 pessoas.

Como resultado, foi aprovada a Carta do 2º Encontro Nacional, que abrange, entre as propostas, a "participação nas lutas unificadas dos trabalhadores e da sociedade pelo desenvolvimento sustentável". Teve lugar ainda o projeto “Brasil 2022: o País que queremos”, da CNTU, que prevê iniciativas ao longo dos próximos nove anos para se assegurar um País mais justo e soberano até o Bicentenário da Independência.

Entre as personalidades que prestigiaram a abertura, estão os vereadores de São Paulo José Police Neto (PSD) e de Campo Grande Edson Kiyoshi Shimabukuro (PTB), este último também presidente do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Mato Grosso do Sul; o superintendente Regional do Trabalho e Emprego de São Paulo, Luiz Antônio de Medeiros; e o secretário municipal do Trabalho e Emprego de São Paulo, Eliseu Gabriel. No ensejo, Murilo Celso de Campos Pinheiro, presidente da CNTU, observou que, no processo eleitoral de 2014, deve-se cobrar dos candidatos ideias e programas de trabalho. A confederação deve apresentar suas propostas a cada um.

A reindustrialização foi apontada por Waldir Quadros, economista do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas (Cesit/Unicamp), como um dos grandes desafios a serem enfrentados em âmbito nacional. Nos debates ficou demonstrado que ainda há muito por avançar, a despeito do que Armando Boito Jr., cientista político da Unicamp, chamou de nova fase brasileira, com ganhos reais em 96% das convenções e acordos coletivos de trabalho no ano de 2012, ante 18% em 2003. Da mesma forma, o perfil das reivindicações das categorias que, na década de 1990, era defensivo, pela garantia do não atraso do pagamento dos salários, nos anos 2000, passou a ser ofensivo, incluindo aumento real e produtividade.

Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), acredita que o cenário encontrado no Brasil permite “transformações mais robustas”. Assim, apontou o caminho das pedras ao sindicalismo dos profissionais universitários: constituir a unidade da classe trabalhadora para enfrentar a desigualdade. “A dimensão do desenvolvimento industrial e de ciência, tecnologia e inovação é central nesse processo.” É fundamental ainda, segundo sua análise, “disputar a produtividade, a qualidade do emprego”. João Guilherme Vargas Netto, analista político e consultor sindical da CNTU, propõe que o sindicalismo de classe média mantenha uma visão de conjunto e trabalhe para garantir e fortalecer a unidade.


Brasil 2022

Fazendo um paralelo sobre os desafios em prol da igualdade e justiça social no País que o projeto “Brasil 2022” visa enfrentar, o diretor de articulação nacional da CNTU e coordenador do 2º encontro, Allen Habert, citou como inspiração o líder na luta que pôs fim, em 1994, ao apartheid na África do Sul: Nelson Mandela – que faleceu aos 95 anos de idade, no dia 5 de dezembro. “Ele nos mostrou que não há problema que não tenha solução.”

O projeto da CNTU foi debatido pelo embaixador Samuel Pinheiro Guimarães e pelo secretário adjunto municipal de Cultura de São Paulo, Alfredo Manevy de Pereira Mendes. O primeiro indicou que, para haver crescimento, é necessária a combinação de processos políticos e econômicos e aumento da capacidade produtiva. Como lembrou, o País ainda enfrenta todo tipo de desigualdade. E destacou que é na área cultural que se formam as concepções de mundo, lamentando que hoje quem cumpre esse papel é sobretudo a televisão. Mendes enfatizou a importância da internet para mudar esse quadro hegemônico, revelando a disputa pelo marco civil, em tramitação no Congresso Nacional, que visa instituir os direitos e deveres dos usuários da rede.

Ao final, ocorreu a posse de 65 novos integrantes do Conselho Consultivo da CNTU, que agora reúne 600 membros, e sua 3ª Plenária, bem como a entrega da terceira edição do prêmio Personalidade Profissional 2013. Na oportunidade, foram agraciados como destaques do ano na luta por um Brasil melhor: Antônio Corrêa de Lacerda (na categoria Economia); o senador Romero Jucá Filho (Engenharia); Maria Socorro Ferreira, representada na homenagem por Ulisses Nogueira (Farmácia); o senador Paulo Roberto Davim (Medicina); Élido Bonomo (Nutrição); Maria Helena Machado de Souza (Odontologia); e Rosa Maria Cardoso da Cunha (Excelência em gestão pública).

Conheça os premiados e leia cobertura completa do encontro aqui.


Por Soraya Misleh e Rosângela Ribeiro Gil

O mercado de trabalho do engenheiro e de profissões correlatas valoriza quem também esteja apto para gerir equipes, administrar projetos e pensar em resultados de negócios. Diante dessa demanda, o Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), já devidamente credenciado pelo Ministério da Educação (MEC), lança para 2014 o programa Bridge to Business, com a realização de dois cursos: Gestão de recursos humanos e Administração contábil e financeira.

Outro tema em forte expansão no mercado de trabalho brasileiro e mundial é o do conceito de sustentabilidade aplicado à construção civil, prevendo projetos e empreendimentos capazes de impactar positivamente os grupos humanos por eles afetados, imediatamente e no futuro, por meio do controle de diversos parâmetros. Por isso, o Isitec inicia, também no próximo ano, o programa “Construção civil e sustentabilidade”, com a realização dos cursos Sustentabilidade na construção civil e Tecnologias e sistemas construtivos sustentáveis.

Todos têm 60 horas de aula e vão de abril a junho de 2014. As inscrições estarão abertas a partir de 10 de janeiro, e os cursos acontecerão na sede do Isitec, em São Paulo (Rua Martiniano de Carvalho, nº 170, Bela Vista). Investimento de R$ 1.100,00 – em até três parcelas. Será concedido desconto de 20% aos associados ao SEESP, ao Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco) e à Associação de Engenheiros Brasil-Alemanha (VDI). Mais informações pelo telefone (11) 3254-6850 ou no site www.isitec.org.br.

LIMEIRA

Educação Continuada da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp-Extecamp)
Site: www.extecamp.unicamp.br
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Telefone: (19) 2113-3353

Engenharia e administração de sistemas de banco de dados. Considerando o papel relevante dos profissionais da área de tecnologia da informação para as organizações, o curso tem como objetivo propiciar uma visão ampla das atividades relacionadas com o projeto de bancos de dados e administração de recursos de armazenamento e gerenciamento, destacando técnicas e responsabilidades frequentes e estratégicas para com as empresas usuárias de tecnologias de bancos de dados. O curso, com carga total de 360 horas, será oferecido de fevereiro próximo a dezembro de 2015, na Faculdade de Tecnologia de Limeira. Pagamento: R$ 9.856,00 a vista ou 22 parcelas de R$ 448,00. 


MOGI DAS CRUZES

Universidade Mogi das Cruzes (UMC)
Site: www.umc.br
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Telefone: (11) 4798-7066

Engenharia de segurança do trabalho. Objetivos do curso: habilitar engenheiros e agrônomos na área de segurança do trabalho; sensibilizar os profissionais para os problemas oriundos de condições inseguras de trabalho; discutir a importância da engenharia de segurança do trabalho desde a fase de projeto até a avaliação de resultados. Carga total de 612 horas. Início previsto para fevereiro de 2014.  Investimento: 15 parcelas de R$ 648,00, para ex-alunos da UMC (que tenham concluído curso superior) e R$ 810,00 para os demais.


SÃO CAETANO DO SUL

Instituto Mauá de Tecnologia
Site: www.maua.br
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Telefone: (11) 4239-3401

Engenharia de automação e controle industrial. A necessidade de aumentar a competência técnica em projetos de produtos e de processos, relacionados a aplicações de instrumentação, automação e controle, é uma atividade permanente dos profissionais da área. Integrando conhecimento e tecnologia e incorporando aspectos práticos absolutamente essenciais, o curso apresenta as mais atualizadas ferramentas para capacitação de profissional de alto nível. Início do curso em fevereiro de 2014. Carga total de 180 horas. Valor: 11 parcelas de R$ 1.130,00.


SÃO PAULO

Instituto de Engenharia
Site: www.iengenharia.org.br
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Telefone: (11) 3466-9260

Introdução aos métodos extrajudiciais de solução de conflitos. A Câmara de Mediação e Arbitragem do Instituto de Engenharia (CMA-IE) visa apresentar as Alternative Dispute Resolutions (ADRs) e suas aplicações nos contratos de engenharia e da indústria de construção, inclusive no segmento da construção civil pesada internacional. O primeiro módulo do curso abrangerá a mediação de conflitos, arbitragem e dispute board (Comitê de Solução de Controvérsias), com o objetivo de apresentar as noções básicas desses métodos e possibilitar a conceituação, comparação e aplicação no mercado da engenharia. Carga total de 12 horas. Associados ao IE têm 20% de desconto e pagam R$ 480,00; não associados, R$ 600,00. O curso acontecerá em 2014, com data a definir.

17/12/2013

Canteiro

Delegacia no Grande ABC e associações homenageiam Antonio Liporoni

A Delegacia Sindical do SEESP no Grande ABC e as associações de Engenheiros e Arquitetos do ABC, Santo André, São Caetano do Sul, Ribeirão Pires e Diadema celebraram o Dia do Engenheiro na Câmara de Santo André, em novembro, homenageando o engenheiro civil Antonio Sérgio Liporoni.


Prorrogado prazo para município assumir iluminação pública

A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), no dia 10 de dezembro, aprovou o pleito das prefeituras – expresso em audiências realizadas de outubro a dezembro, em São Paulo, Belo Horizonte (MG) e Recife (PE) – e concedeu a ampliação do prazo até dezembro de 2014 aos municípios, inclusive aqueles com população superior a 50 mil habitantes, para assumirem a iluminação pública. Sem isso, as cidades teriam de fornecer o serviço já a partir de janeiro próximo.

A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) tem participado das discussões para evitar prejuízo às prefeituras e à população e defende, ainda, a assinatura de um termo de responsabilidade pelas distribuidoras, atestando as condições dos equipamentos, endossado por um profissional registrado nos Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia (Creas), e a obrigação da entrega do banco de dados das concessionárias para as prefeituras, em tempo hábil e corretamente.


Carta aberta do GT de Mobilidade do Conselho da Cidade de São Paulo

O prefeito Fernando Haddad criou o Conselho da Cidade de São Paulo, cujo papel é auxiliar no desenvolvimento da sua gestão, composto por diversas representações da sociedade paulistana. Uma das prioridades definidas pelo órgão foi a mobilidade urbana, criando, para isso, um grupo de trabalho sobre a questão. O GT de Mobilidade lançou uma carta aberta em que apresenta suas considerações sobre o tema e revela que tem como conceito orientador do seu trabalho a redução do uso do carro, a priorização do transporte coletivo e do pedestre.


SEESP fala aos engenheiros da AES Eletropaulo

No Dia do Engenheiro, 11 de dezembro último, os diretores do SEESP Renato Becker, José Manoel Teixeira, Januário Costa, Alberto Pereira Luz e Gilberto Chaccur fizeram uma palestra para os engenheiros da AES Eletropaulo, no auditório da empresa. Na apresentação, os dirigentes falaram sobre legislação e registro profissional, recolhimento de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) e acervo técnico.

Entre as muitas mudanças que precisam ser implementadas no Brasil, estão duas questões que têm sido objeto da luta do movimento sindical, mas que ainda não sensibilizaram governo e Congresso Nacional. São elas o fator previdenciário e a tabela do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF), cujas regras penalizam majoritariamente os trabalhadores. No mês de novembro, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) produziu notas técnicas sobre os dois temas, demonstrando os equívocos praticados atualmente. O fator previdenciário foi instituído pela Lei 9.876, de 26 de novembro de 1999, com o objetivo de retardar as aposentadorias, forçando o trabalhador a permanecer mais tempo no mercado e contribuindo com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Em outras palavras, o mecanismo, que reduz o benefício a ser recebido de acordo com a expectativa de vida, desestimula o cidadão a pleitear um direito que é seu.

Conceitualmente injusto, o fator previdenciário tem também defeitos em sua formulação que concorrem ainda mais para prejudicar o trabalhador. Em primeiro lugar, como aponta o estudo do Dieese, adota uma taxa de juros arbitrária e subestimada, o que gera maior redução do benefício. Depois, está a expectativa de vida, determinada por cálculo feito anualmente, o que torna impossível ao beneficiário saber qual será o valor da sua aposentadoria.

Por fim, o Dieese aponta que deveria ser cristalino. O fator previdenciário prejudica a todos, mas especialmente aqueles que entraram no mercado de trabalho mais jovens e atingiram o tempo de contribuição para aposentadoria por volta dos 50 anos.  Ou seja, trata-se de mecanismo perverso a acentuar a desigualdade por afetar em especial os mais pobres.

Na discussão sobre o IRPF, coloca-se em pauta a necessidade de um sistema tributário justo e, portanto, progressivo. Ou seja, quem tem mais, paga mais.  Medida essencial para se chegar a isso é primeiramente corrigir a defasagem da tabela, que soma 61,24% desde 1996, apesar dos reajustes feitos desde 2007, de 4,5% ao ano. Se hoje quem ganha R$ 4.271,59 mensais já paga 27,5%, essa alíquota passaria a ser aplicada apenas a salários a partir de R$ 6.887,52, caso fosse levada em conta a inflação desses anos todos.

Ao tomar essa providência, o governo poderá inclusive compensar a arrecadação por meio de uma nova estrutura de tributação que contemple faixas de rendimento diversas.  Para se ter uma ideia, conforme a nota do Dieese, entre 1976 e 1978, havia 16 níveis de ganhos, o que tornava a cobrança do imposto mais adequada a cada contribuinte. De 1989 a 1990, eram nove; depois, caiu para três; a partir de 2009, passou aos atuais cinco. Em tese, é possível criar até alíquotas acima da máxima atual sem tributar excessivamente contribuintes cuja renda é considerada alta artificialmente devido à distorção gerada pela não correção da tabela.

O fator previdenciário e o IRPF têm em comum o fato de pesarem no bolso de quem trabalha e dá sua contribuição efetiva à construção do País. Já passou da hora de se introduzir um critério de justiça no regramento dessas questões.


Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente

Celso Rodrigues


As manifestações que observamos nas ruas são mensagens da população brasileira indicando que existe descontentamento geral e que algo deve ser mudado em nossos sistemas de governo. O fato não é tão evidenciado nas manifestações em si, mas se observarmos as pesquisas de opinião pública, veremos que o grau de confiança nas instituições democráticas está absurdamente baixo.

Destaque-se ainda que os graus mais baixos de confiabilidade incidem justamente sobre instituições que devem formar as bases do sistema democrático, quais sejam o Congresso Nacional e os partidos políticos. Assim, a população não se vê representada por seus eleitos.

Há décadas discute-se a reforma política com medidas que, no meu entender, não iriam mudar nada de concreto no cenário atual. Alteram apenas a forma de se elegerem representantes cujos desempenhos deverão manter as mesmas deficiências hoje expostas.

Devemos dar um passo importante e firme para o futuro, promovendo a participação direta da população nacional nas decisões relevantes do governo. Para tanto, pode-se utilizar os recursos atualmente disponíveis ao invés de persistir no ultrapassado sistema representativo que se mostra cada vez mais desgastado.

Hoje, a tecnologia permite que a opinião popular seja manifestada de forma segura e inequívoca por voto direto. Propostas de mudanças na legislação, consultas de opinião e projetos de lei relevantes podem ser submetidos diretamente à apreciação de todos, usando-se os meios eletrônicos. Isso inclui o reconhecimento biométrico, que resulta em ainda maior segurança. Dessa maneira, a participação do povo na condução de seu destino torna-se muito mais efetiva.

O processamento de valores monetários, feito com extrema eficiência e confiabilidade, evidencia a possibilidade de que medidas legais, que atingem a vida de cada cidadão, possam ser discutidas e votadas com participação dos mais afetados por elas. Isso sim seria uma reforma dos sistemas políticos.

Adotando-se essa nova postura, certamente despertaremos novamente o interesse do povo pelos assuntos do Estado nacional e o desenvolvimento político, social e cultural de nossa população.


Celso Rodrigues é diretor da Delegacia Sindical do SEESP em Campinas

A engenharia assumiu papel de destaque nos debates nacionais por conta da nova fase do País. O censo do ensino superior do ano de 2012, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), confirma essa tendência, mostrando que as matrículas nos cursos da área foram as que mais cresceram – 16,6% ante 2011.

Para o presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, o País está diante do desafio de ampliar esse contingente e garantir-lhe formação de qualidade. “É vital à nação dispor de mão de obra qualificada e apta a enfrentar as tarefas ligadas aos avanços necessários na infraestrutura e indústria nacionais”, afirma. Por isso, o JE conversou com alguns formandos de 2013 para saber quais as suas expectativas em relação ao mercado de trabalho e como eles veem a profissão no Brasil de hoje.

Um traço comum aos entrevistados é que todos dizem que escolheram o curso por afinidade com as ciências exatas, o raciocínio lógico e por gostarem de saber como “as coisas funcionam”. “Sempre fui uma criança curiosa. Ao longo do tempo, vi que os meus pais nem sempre poderiam tirar minhas dúvidas, e que eu mesmo precisaria começar a procurar as respostas”, sintetiza Rodrigo da Silva Benevides, aluno do quinto ano de engenharia física da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Ele faz questão de dizer que estudou em escola pública e que veio de uma família humilde na qual graduação era algo raro.

Na avaliação do professor Cláudio Antônio Cardoso, do Departamento de Física da UFSCar, a questão salarial e a empregabilidade também contam nessa decisão pela carreira. Benevides já tem uma ideia desse mercado, que considera exigente demais. “Disputas para vagas de estágio ou trainee em grandes empresas são concorridíssimas e, mesmo para quem passa, não é um mar de rosas”, diz. Ele critica que muitos engenheiros – e às vezes até estagiários – trabalham dez, 12 horas por dia, com pressão e prazos apertados. “Além disso, mesmo dizendo que haverá job rotation e um aprendizado individualizado para trainees e estagiários, muitas empresas acabam exigindo que estes façam trabalhos de funcionários já efetivos, mas com menor salário e direitos.”

Tiago Santiago, que tinha curiosidade de saber como as coisas funcionavam, que montava e desmontava brinquedos, hoje, aos 23 anos, está prestes a ser um novo engenheiro físico do País, também pela UFSCar, mas já tem uma visão crítica do que vem pela frente. “Creio que a engenharia brasileira está um tanto desvalorizada. Muitos vão para a área de finanças e de gestão devido aos melhores salários”, opina, e mostra que já conhece os direitos da categoria, citando a importância da lei federal (4.950-A/66) que estabelece o piso salarial do profissional. Ele reclama das empresas que exigem experiência sem dar chance aos recém-formados e que contratam o engenheiro como analista, “para fugir do piso”.

O aluno de mecatrônica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Fábio Seiti Aguchiku, 23 anos, reforça a crítica e afirma que a maioria das empresas quer um engenheiro qualificado, mas não paga uma remuneração condizente com a formação do profissional e ainda utiliza a jogada de contratar como analista. E é categórico: “Mão de obra experiente e boa não falta no Brasil.”


Engajamento

Na outra ponta está Túlio Benetom, graduando em agronomia pela Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq/USP), de Piracicaba. Ele optou pelo curso por gostar de plantas e animais e quer trabalhar na área de fitotecnia (produção vegetal). Aos 21 anos, chegará ao mercado com vontade de “fazer a diferença”. “Entrei pensando apenas em contribuir para a produção de alimentos, reduzindo a fome no mundo”, lembra. Depois de cinco anos, vê a sua carreira como uma “missão”: “Temos de usar todas as tecnologias e habilidades desenvolvidas durante a formação acadêmica para atuarmos na cadeia produtiva de alimentos, agroenergia (etanol), fibras (roupas) e plantas medicinais, respeitando o meio ambiente e atendendo as necessidades da sociedade em relação à qualidade e à viabilidade econômica.”

Ele tem uma opinião positiva sobre a engenharia brasileira. Acredita que os profissionais são “reconhecidos no mercado pela rápida capacidade de raciocínio e tomada de decisão, além da grande habilidade em liderança”. Ao mesmo tempo, Benetom aconselha que os estudantes da área prezem por uma formação de excelência “para contribuir de forma marcante na busca por melhorias e desenvolvimento do nosso país”. Santiago, que pretende atuar na área de pesquisa e desenvolvimento, também quer desenvolver tecnologias novas visando o bem comum. “Isso me traria uma grande realização profissional”, garante.


Risco de evasão

Para o consultor acadêmico do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), José Marques Póvoa – que, por 35 anos, lecionou na UFSCar e foi coordenador do Departamento de Engenharia Física da instituição –, é importante observar o aluno que entra no curso e o profissional que sai. Póvoa cita quase um “rito de passagem” do jovem, quase menino, que passa no vestibular e se torna adulto dentro da faculdade. Ele distingue entre esses os de período noturno e os da carga integral. Os primeiros, explica, são mais maduros e têm o perfil da pessoa que já sabe o que quer, “estão na faculdade para melhorar de vida”. Já os jovens de 17 e 18 anos de idade, que estudam o dia todo, têm uma bagagem ainda do estudante de colégio, habituado ao apoio do professor. “Com o tempo, ele vai perceber que no curso de engenharia o estudo deve ser diário, por um tempo de cinco a seis horas, e sozinho.”

Esse “choque” de realidade pode fazer o jovem desistir. Todavia, outros elementos compõem o cenário da evasão escolar, segundo o professor Cardoso, para quem os cursos superiores brasileiros são muito “arrastados”, sequenciais e abstratos, “enquanto nossos alunos são acelerados, multitarefas e gostam do trabalho prático”. No geral, indica ele, os responsáveis pelo abandono dos cursos de engenharia são: conteúdos e metodologias obsoletos, distanciamento entre aulas e práticas profissionais e falta de orientação e conversa com o discente. “Este último item é importante. O aluno é exposto a disciplinas difíceis, que exigem muita dedicação, e muitas vezes não sabe a importância disso. Se você é exposto a uma rotina dura que não tem sentido, é natural que você se pergunte se fez a escolha certa e se isso vale a pena. Está aberta a porta da evasão.”

Amanda Martins da Silva, 22 anos, que faz engenharia de produção no Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), no campus de São Caetano do Sul, concorda que o curso é muito puxado. Por isso, avalia, “mais ou menos 50% desistem porque não conseguem acompanhar o ritmo das aulas”.  Por outro lado, destaca, quem conclui a faculdade sai muito valorizado. “As matérias que são dadas no curso preparam você para um mercado muito amplo, que vai além até da engenharia”, observa.


Não é bem assim

Aguchiku relata que quando entrou na Poli-USP pensou que isso lhe proporcionaria um leque imenso de opções, com várias empresas lhe procurando. Além de admitir que é um pensamento “bem prepotente”, o formando percebe agora que a realidade não é bem assim. “É verdade que por estar na Poli recebi vários anúncios de vagas, mas não passa disso, durante o processo seletivo pouco importa, ou é até pior, devido à expectativa criada pelos selecionadores.” Atualmente, Aguchiku está fazendo estágio numa empresa de softwares.

Póvoa também fala da “síndrome” do mercado disponível. “Muitas vezes, o aluno acha que ao terminar o curso, o mundo vai bater à sua porta para contratá-lo. Aí, nas primeiras entrevistas de grandes empresas, ele vai enfrentar processos seletivos com mais de 10 mil candidatos até. Ele vai ver que tudo o que ele não fez nos primeiros anos de estudo vai pesar naquela hora.” Por isso, orienta o consultor acadêmico, esse aluno precisa entender que o aprendizado é contínuo. “No Isitec, vamos preparar um curso top para que o profissional seja solicitado praticamente à porta da universidade. A nossa proposta é um curso em que haja atividades de manhã à noite. Queremos incentivar o estudante a ficar dentro da faculdade para que ele adquira o hábito de estudar fora do horário de aula.”

A complexidade do aprendizado de engenharia, todavia, não foi obstáculo para Sabrina Barotto, 33 anos, do quinto ano de engenharia civil da Universidade Santa Cecília (Unisanta), de Santos. “A formação acadêmica se inicia com um turbilhão de informações novas e complexas. E é nesse universo que professores de diversas opiniões, indagações e áreas de conhecimento começam a ‘plantar’ a semente do futuro em cada um de nós.” Para ela, o Brasil mudou e acorda para a engenharia civil.  “Estamos vivendo um momento não mais de evolução, mas de revolução tecnológica em todos os setores.”

Barotto discorre sobre sua impressão em relação à profissão hoje no País, passados os anos de ostracismo, quando boas cabeças de engenharia foram parar em outras áreas. “Com o tempo, a criação de outras opções acadêmicas, a maior abertura política, a globalização e o crescimento tecnológico, isso foi mudando”, analisa e projeta, ainda, um futuro promissor com possibilidades de atuação em telefonia, na indústria do petróleo ou de alimentos, no setor naval, na aviação e na medicina.


Insuficiência de profissionais

A recente polêmica de que o Brasil carece de engenheiros também é discutida pelos formandos. Aguchiku diz que acompanhou o tema ouvindo a opinião de professores e lendo jornais. Para ele, o problema reside no fato de o País ter preferido comprar tecnologia de fora em detrimento de desenvolver algo em território nacional. “Então, ficamos um tempo sem investir na área técnica, por isso talvez tenhamos falta de profissionais experientes nessa área.” Barotto acredita que a situação vai melhorar à medida que existam mais investimentos em infraestrutura, pesquisa e tecnologia.

Benevides relaciona o descompasso entre demanda e oferta à própria formação econômica brasileira. “Passamos muitos séculos sendo considerados um país atrasado em termos de tecnologia, que só exportava matéria-prima e importava produto manufaturado.” No entanto, ela vê com bons olhos as últimas duas décadas, quando se começou a ter “uma maior preocupação em produzir tecnologia nacional”.

Santiago avalia que essa polêmica é antiga e que “sempre se ouviu falar na falta de engenheiros”. O grande problema, para ele, é que a maioria das empresas exige experiência e não investe no profissional recém-formado. “Deveria ter mais incentivo ao treinamento nas indústrias e, para isso, seria interessante uma maior aproximação entre a universidade e o mercado de trabalho”, reconhece.

Benevides, que não sabia muito bem o que ia cursar – “a minha ideia de engenheiro físico era próxima daquela apresentada em ‘O mundo de Beakman’” –, resume a trajetória de tantos jovens que entram no universo da engenharia, citando o físico alemão Albert Einstein (1879-1955): “Uma mente que se abre a uma nova ideia jamais volta ao seu tamanho original.”



Por Rosângela Ribeiro Gil

Em reconhecimento à importância da categoria para o desenvolvimento do município, a Prefeitura local tem pago o salário mínimo profissional aos engenheiros do quadro da administração direta – entre 15 e 20 no total. O piso é definido pela Lei 4.950-A/66 em nove salários mínimos vigentes no País para jornada diária de oito horas de trabalho – segundo o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Francisco Rezek, norma “recepcionada” pela Carta Magna, que lhe conferiu “estatura constitucional”.

Segundo o prefeito de Marília, Vinícius Almeida Camarinha, “nosso esforço é por reconhecer a carreira fundamental para o desenvolvimento do município. Assim, há interesse de cada vez mais valorizarmos o profissional, com plano de carreira e incentivos maiores”. O chefe do Executivo local enfatizou a importância da categoria para a cidade e o País como um todo, “no âmbito de geração de emprego, crescimento, formação”.

Marília vive, conforme ele, um ciclo virtuoso de expansão em que se aponta a necessidade de mais engenheiros no mercado, profissão essencial para a concretização do “imenso volume de investimentos que têm sido feitos aqui”. Camarinha informa que estão previstas para 2014 inversões públicas das três esferas governamentais (municipal, estadual e federal) da ordem de R$ 1 bilhão “em grandes obras de infraestrutura, habitação, educação, saúde, mobilidade urbana, todos os segmentos”. Ele salienta: “No sanea­mento, temos uma obra já iniciada, com previsão de término em dois anos, de mais de R$ 100 milhões, que garantirá 100% de tratamento de esgoto.” O prefeito ressalta ainda obra de mobilidade urbana que está planejada: “Estamos preparando parceria público-privada para construir o veículo leve sobre trilhos (VLT) na malha ferroviária do município. Vai ser uma conquista histórica a viabilização desse mecanismo de transporte público. Temos a ferrovia cortando a cidade, inoperante, e queremos fazer o VLT como se fosse um metrô de superfície para atender toda a população (220 mil habitantes, conforme informação oficial).” Observando que sem a categoria nenhum desses projetos poderia sair do papel, Camarinha prevê que inúmeros postos de trabalho serão gerados a essa mão de obra em Marília. A própria Prefeitura, como indicou ele, estuda a realização de concurso público para ampliar seu quadro “em diversos segmentos, inclusive de engenheiros, justamente para atender essa demanda, o crescimento do município de forma sustentável, permanente”. Soma-se a isso a expansão industrial que, de acordo com o chefe do Executivo, tem sido registrada na cidade, em especial nos setores alimentício e de metalurgia, “sobretudo genuinamente marilienses”.


À espera de reconhecimento

O pagamento do piso aos engenheiros e sua valorização, como ocorre no município, são bandeiras prioritárias levantadas pelo SEESP. Muitas administrações públicas insistem em não pagar o valor definido aos engenheiros que integram seu quadro funcional, alegando não estarem submetidos à legislação. Em palestra na sede do SEESP, na Capital, no dia 23 de outubro último, Rezek foi categórico. “A Lei 4.950-A/66 não estabelece limites ao seu alcance. E já li várias vezes a Constituição, também não encontrei nada nesse sentido.”

Ele destacou que “não só o inciso V do artigo 7º da Constituição Federal (que acolhe o tema do salário mínimo profissional) poderá ser invocado para resolver a questão do pagamento do piso a todos (celetistas ou não), mas a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 e todos os tratados de direitos humanos que o País é signatário, os quais asseguram que para igual trabalho deve haver igual salário”.


Por Soraya Misleh

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