Mais engenharia por uma São Paulo mais feliz
A maior e mais diversa cidade do País completa 469 anos nesta quarta (25/1) com desafios importantes a serem superados; muitos deles dependem da ampliação do contingente de profissionais qualificados a assegurar desenvolvimento e bem-estar à população.
É impossível menosprezar a magnitude da tarefa de administrar São Paulo, com seus mais de 1.500km2 e 12 milhões de habitantes que a tornam a maior cidade do País, com variados problemas a serem enfrentados. Apesar das dificuldades, ao celebrar nesta quarta-feira (25/1) os 469 anos de fundação dessa megalópole, certamente é possível almejar melhores condições de vida ao conjunto da sua população, e não apenas aos que vivem nas ilhas de prosperidade, já que outra marca gritante do município é a sua desigualdade.
Para além da necessidade premente de crescimento econômico e geração de empregos, tem papel fundamental nesse esforço a oferta de serviços e infraestrutura urbana adequada, essenciais ao bem-estar e à vida digna. Como assinala nota técnica da mais nova edição do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, é preciso oferecer “aos trabalhadores que residem nas periferias ambiente funcional e organizado para a vida das famílias”. Ou seja, além de moradia adequada, com saneamento, energia e acesso à internet, exigem-se, por exemplo, vias e calçadas em boas condições e iluminadas, espaços públicos de convívio e lazer, como praças, parques, quadras esportivas e centros culturais; arborização com os devidos cuidados para evitar acidentes, além de sistemas de drenagem que previnam enchentes e inundações nos períodos chuvosos.
Essa lógica remete a outra proposta do “Cresce Brasil”, que é a implementação de órgão nas três instâncias administrativas (municipal, estadual e federal) voltado à Engenharia de Manutenção, encarregado por exemplo de manter a segurança de pontes e viadutos.
Alcançar tais objetivos pressupõe quadros técnicos qualificados em número compatível com os desafios da localidade. Portanto, ampliar o contingente de engenheiros e outros profissionais é uma urgência para a capital paulista, caso essa queira se tornar realmente uma cidade boa de se viver. Reivindicação permanente do SEESP, é preciso reverter uma dinâmica de esvaziamento que, segundo dados de 2022, reduziu a quantidade de engenheiros e agrônomos a cerca de 550, mesmo com a nomeação, em abril, de 140 profissionais aprovados em concurso realizado anos antes. Isso se traduz em situação chocante como a da Subprefeitura que abrange os distritos de Água Rasa, Belém, Brás, Mooca, Pari e Tatuapé, que somam quase 344 mil moradores e dispõem de dois engenheiros pra cuidar de vistorias, manutenção e zeladoria.
Importante passo foi dado na reversão desse quadro com a vitória que a categoria obteve em sua campanha salarial que possibilitou reposição de perdas e piso conforme a Lei 4.950-A/1966. Tal dinâmica deve ser mantida, já que tem o potencial de tornar a carreira pública para o engenheiro em São Paulo uma alternativa atraente, trazendo benefícios para quem vive na Capital.
Ao comemorar os 469 anos desta cidade admirável que acolhe gente vinda de todo o Brasil e de várias partes do mundo, fazemos votos que ela se torne cada vez mais um lugar em que todos possam viver bem e em paz. E recomendamos: mais engenharia por uma São Paulo mais feliz.
Eng. Murilo Pinheiro – Presidente