Incentivo ao transporte individual por parte do governo somado a falta de integração das políticas do uso dos solos figuram entre os desafios que o setor de transporte coletivo enfrenta, destacou José Geraldo Baião, presidente da Aeamesp (Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô), em debate no I Congresso Metroferroviário Brasileiro, realizado em paralelo à 15ª Feira Negócios nos Trilhos, que terminou nesta quinta-feira (08/11), em São Paulo.
No caso específico da malha ferroviária paulista, Baião ressaltou que o setor é responsável por empregar quase 28 mil profissionais diretos e transportar mais de dois milhões de passageiros/dia. A questão "como os operadores estão trabalhando para melhorar a mobilidade urbana” foi respondida pelos demais participantes do debate.
Mário Bandeira, presidente da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), falou das medidas atuais de modernização, expansão e os trens regionais da CPTM. Criada há 18 anos, a companhia tem por prioridade a modernização para atender o crescimento da demanda.
Atualmente seis linhas que percorrem 22 municípios (exceto Jundiaí), possuem um total de 254 km de malha. "Há nove estações em obras para um novo modelo de operação, 42 estações em reconstrução, além de três novas estações que estão sendo construídas. Até 2013 teremos 75% da frota renovada”, informou Bandeira.
Criada apenas dois anos, ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) conta com associadas responsáveis por 1.030 km de extensão, que operam 716 composições, 493 estações e 39 linhas. Conrado Grava, diretor da entidade, comentou que dos 63 municípios locais, somente 12 possuem sistema ferroviário de transporte de passageiros. "Até 2016, outras oito cidades serão integradas ao sistema”, afirmou.
Francisco Aragão, diretor do Metrô de Fortaleza, fez uma exposição do cenário metroferroviário do estado do Ceará. A obra do metrô que deveria ser construída em quatro anos consumiu 12 anos. Em fase de conclusão, o metrô tem um custo de R$ 1,8 bilhão e está sendo elaborado em três estágios, os 18 quilômetros que passam pela superfície, os 2,2 que vai pelo elevado e 3,9 subterrâneo.
A malha ferroviária carioca a partir da mudança de controle acionário com a entrada do Grupo Odebrecht, em 2011, foi a temática apresentada por Oberlam Moreira Calçada, diretor da Supervia, concessionária que atende 12 municípios. Para tanto, dispõe de 270 km de via, 163 trens, cinco linhas e mais o teleférico num total de 818 viagens/dia. "Transportamos 540 mil passageiros por dia, sendo que no último 6 de setembro registramos recorde de 593 mil pessoas”, comentou.
Os investimentos da Supervia até 2016 somam R$ 2,4 bilhões que inclui também a compra de novos trens. Este ano, a empresa recebeu 30 novas unidades e aguarda outras 60 até 2014. A estação Central do Brasil também deverá ser modernizada, incluindo a expansão da área de embarque para 4 mil m2.
Imprensa – SEESP
Notícia da Assessoria de Imprensa do I Congresso Metroferroviário Brasileiro