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O Carnaval em que precisamos ser sérios
Ritmo lento da vacinação contrasta com crescimento da contaminação do coronavírus e País chega a recorde de mortes. Mais do que nunca, é preciso que todos ajam com responsabilidade.
Até para o menos animado dos foliões ou para aqueles que fogem dos agitos do Carnaval, o cancelamento do mais brasileiro dos feriados representa certamente um anticlímax. Até por isso, o momento é propício para refletir e compreender a seriedade da situação que enfrentamos.
Na noite de domingo (14/2), registrou-se a maior média móvel de mortes por Covid-19 desde que pandemia do novo coronavírus chegou ao Brasil, com 1.105 óbitos por dia na semana anterior. O recorde até então era de 1.097, atingido em 25 de julho de 2020, quando se acreditava que o País atravessava o pior pico de contaminação.
Juntamente com os números elevados, preocupa a circulação de novas variantes do vírus cujas características são ainda mais desconhecidas que a cepa que deu origem à pandemia, trazendo mais incertezas.
Na corrida contra todo esse quadro de risco, estão as vacinas, que felizmente existem com segurança e eficácia, mas que demoram a chegar a toda a população ou mesmo à parcela mais vulnerável, tendo em vista a escassez dos imunizantes.
Nesse contexto, as prioridades nacionais, como vimos insistindo há meses, são assistência à saúde, agora incluída a vacinação, e o auxílio aos cidadãos, para que sobrevivam, e às empresas, para que mantenham empregos em meio à crise econômica. Trabalhar nesse sentido é a tarefa de todos os agentes públicos com poder de ação, decisão e influência nos rumos nacionais.
À sociedade em geral cabe cobrar que governantes e parlamentares atuem à altura de suas responsabilidades e compromissos assumidos com o interesse público, mas também é preciso que cada um faça sua parte.
Neste momento, enquanto acompanhamos o trabalho dos órgãos públicos e profissionais de saúde, torcendo para que os que adoecem tenham acesso ao melhor tratamento hoje existente e que todos nós sejamos vacinados o mais rapidamente possível, é preciso que sejamos responsáveis. Cumprir as regras sanitárias, com o uso correto de máscara, hábitos de higiene e distanciamento, é o mínimo que se espera de todos que têm condições de fazê-lo.
Neste Brasil de desigualdade atroz, em que milhares de pessoas vivem em situação de rua ou em habitações precárias, nem todos podem se dar ao luxo de ficar em casa confortavelmente e se deslocar apenas para o necessário e de forma segura. Mas aqueles que têm essa condição devem enxergar a gravidade da situação e se comportar de forma adequada.
Não me leve a mal, hoje é Carnaval, mas é preciso ser sério.
Eng. Murilo Pinheiro – Presidente
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Um compromisso muito bem-vindo que precisa ser cumprido
Em carta aberta, os presidentes recém-eleitos da Câmara e do Senado manifestaram-se acertadamente sobre a intenção prioritária de combater a pandemia e a pobreza resultante dela. Esperam-se, com urgência, ações que confirmem tal disposição.
Num ato simbólico, realizado no dia 3 de fevereiro para marcar o início de seus mandatos, os presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), divulgaram documento conjunto anunciando “compromisso do Congresso Nacional com o povo brasileiro para o enfrentamento da pandemia e a criação de possibilidade de maior oferta de vacinas e a retomada da normalidade da vida do País”.
Tal disposição, inclusive de trabalho integrado, é muitíssimo bem-vinda e extremamente necessária, tendo em vista as enormes dificuldades do momento, expressas em sofrimento indizível para as mais de 230 mil vítimas fatais da Covid-19 e em tragédia social para os milhões de desempregados sem perspectivas de garantir sua sobrevivência e de suas famílias.
Dessa forma, é alvissareiro o fato de os chefes do Legislativo demonstrarem compreensão sobre o que é prioridade e da importância de seus papéis na vida da população. No documento tornado público, Lira e Pacheco comprometem-se a atuar para ampliar e facilitar o acesso às diversas vacinas contra o novo coronavírus, desde que obviamente estejam garantidas a segurança e a eficácia mínima obrigatória, com destinação de recursos para tanto; buscar alternativas para manter o auxílio emergencial; e abrir o diálogo com o Poder Executivo, mas também com o conjunto da sociedade, inclusive os trabalhadores, para a busca de soluções à retomada do crescimento econômico.
Esperamos agora que as corretas intenções transformem-se em ações o mais rapidamente possível, pois não há tempo a perder. Colocar em votação e aprovar a continuidade do auxílio emergencial de R$ 600,00 é prioridade zero para evitar que tenhamos milhões de brasileiros mergulhados na miséria, sem dignidade e sem qualquer alternativa de subsistência. Trabalhar para que o País possa acelerar o
ritmo da imunização da população e, ao mesmo tempo, prover assistência médico-hospitalar aos que adoecem é ponto fundamental para que possamos voltar à normalidade e, acima de tudo, exigência ética e humanitária.
Por fim, promover o debate consequente, visando o reaquecimento da economia é a tarefa que permite haver esperança em dias melhores. A Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e seus sindicatos filiados, que vêm discutindo esse tema no âmbito do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, saúdam muito especialmente esse ponto e colocam-se desde já à disposição para contribuir.
As entidades reafirmam as propostas lançadas em outubro de 2020 de retomada de obras paralisadas como maneira de gerar empregos e oferecer infraestrutura urbana e de produção ao País. Destacam também a necessidade urgente de fortalecer a indústria nacional, setor imprescindível a uma economia forte.
É hora de trabalhar pelo Brasil e pelo bem-estar do seu povo. Que Arthur Lira e Rodrigo Pacheco mantenham-se nessa trilha.
Eng. Murilo Pinheiro – Presidente