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Setor produtivo como protagonista do desenvolvimento nacional

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Jéssica Silva

 

Sob o mote “Hora de avançar”, a nova edição do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, elaborado pela Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) com o apoio do SEESP e de seus demais sindicatos filiados, aponta como direção essencial ao desenvolvimento do País medidas efetivas no setor produtivo, sobretudo nas áreas de ciência e tecnologia, indústria e agronegócio.

 

O engenheiro eletrônico e professor titular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), Marcelo Knörich Zuffo, aborda em nota técnica a necessidade de investimento em pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD&I) para a retomada econômica pós-pandemia. “Alguns países estão investindo fortemente, em patamares de 3% a 4% do Produto Interno Bruto (PIB), como estratégia deliberada de incremento de competitividade e de retomada da atividade econômica e social”, frisa.

 

No Brasil o cenário é desafiador, conforme destaca Zuffo embasando-se em dados da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O País teve média de investimento/PIB em PD&I entre 2014 e 2016 de 1,26% – abaixo da média mundial no mesmo período, de 1,76%.

 

Além disso, cortes profundos no orçamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTIC) nos últimos anos colocaram em risco a existência de agências de fomento como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e, em consequência, todo o setor.

 

Avançar, nesse sentido, passa primordialmente pela ampliação dos investimentos públicos e privados em PD&I, de acordo com Zuffo em sua nota técnica, ao patamar acima de 2% do PIB, e garantir recursos às agências de fomento federais e estaduais para promover a pesquisa e o ensino superior.

 

Zuffo Monte CruvinelDa esquerda para a direita, os engenheiros Marcelo Knörich Zuffo, Carlos Saboia Monte e Paulo Estevão Cruvinel, autores das notas técnicas. Fotos: Beatriz ArrudaAinda, efetivar com medidas jurídicas e institucionais parcerias entre universidades, indústria e governo – modelo de inovação e empreendedorismo chamado hélice tríplice –, visando resultados relevantes, “aproximando a oferta de conhecimento acumulada no complexo brasileiro de PD&I e a forte demanda do crescente mercado de startups e unicórnios brasileiros”.

 

Confira aqui a nota técnica “Retomada dos investimentos em PD&I para a hélice tríplice girar mais rápido”

 

Reindustrialização

 

Aliado ao avanço da ciência e tecnologia no País está o resgate do protagonismo econômico da indústria brasileira. É o que avalia o engenheiro Carlos Saboia Monte, consultor e coordenador técnico do projeto da FNE, na nota técnica “Reindustrialização ou a nova industrialização”.

 

Em sua análise, o setor atualmente se encontra em decadência e processo precoce de desindustrialização, com a participação de apenas 10% no PIB. “Sucessivas crises da balança de pagamentos, decorrentes de combinação perversa de taxas de câmbio irrealistas e juros elevados, penalizaram os setores mais dinâmicos da economia nacional e provocaram a gradual e constante substituição do consumo de produtos industriais fabricados no Brasil por bens duráveis e insumos básicos provenientes do exterior”, contextualiza o engenheiro.

 

E mesmo os resultados de exportação da agropecuária nacional não retornam, em sua maioria, à produção interna, são utilizados no consumo de produtos importados que poderiam ser industrializados no País – como exemplo estão os mais de US$ 14 bilhões gastos na importação de fertilizantes em 2021, conforme dados apresentados por Monte na nota técnica.

 

Como pontua o consultor, “é urgente e possível reverter esse quadro”. Para tanto, sugere alta tecnologia no setor do agronegócio e em complexos industriais da defesa, saúde e energia. Esforço que envolve incentivos dos bancos públicos e privados. Ele ainda demonstra que tal ação movimentaria áreas como construção civil, saneamento, alimentos, metalmecânica e de papel e celulose.

 

Confira aqui a nota técnica “Reindustrialização ou a nova industrialização”

 

Agronegócio

 

A nova edição do “Cresce Brasil” também coloca em pauta a importância de um modelo de agricultura que alavanque a economia e, especialmente, garanta a segurança alimentar e a preservação do meio ambiente.

 

agricultura familiar paraiba CrBrTrabalhador rural em plantação de milho. Foto: Slatan/Shutterstock/Governo da Paraíba“Há diferentes modelos, cada qual apresentando vantagens e desafios, mas é possível afirmar que todos demandam tecnologia, boas práticas e logística que atendam a acessibilidade aos alimentos, fibras e energia pelas populações”, aponta Paulo Estevão Cruvinel, mestre em Bioengenharia e doutor em Automação pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

 

Em nota técnica intitulada “Agricultura – Produção sustentável e com valor agregado”, ele destaca o aumento na safra de cereais, leguminosas e oleaginosas no mesmo período em que a autossuficiência alimentar ainda está longe de ser alcançada. “A fome atingiu 828 milhões de pessoas no mundo em 2021. Os dados mostram que, na América Latina, da ordem de 60 milhões estão nesse total”, ressalta.

 

Cruvinel analisa a tendência mundial e os desafios do Brasil em assegurar a produção agropecuária em seus principais modos – orgânica, familiar, agroflorestal e de escala e amplamente tecnificada – em acordo com as boas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG).

 

Confira aqui a nota técnica “Agricultura – Produção sustentável e com valor agregado”

 

Acesse a nova edição do “Cresce Brasil” no site crescebrasil.org.br

 

 

 

Foto no destaque: Robô Youmi, da suíça ABB, na fábrica da Unilever, em Aguaí (SP), durante inspeção no controle de qualidade / Eduardo Knapp-Folhapress

 

 

 

 

 

 

 

 

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