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08/06/2022

Cidades inteligentes para garantir desenvolvimento sustentável

 

Soraya Misleh/Comunicação SEESP

 

As primeiras sessões plenárias do V Encontro Ambiental do Vale do Paraíba (Ecovale) ocorreram no período da tarde desta quarta-feira (8/6), seguindo-se à abertura do evento. Os temas abordados entrelaçam-se com uma das preocupações centrais: como garantir cidades inteligentes e sustentáveis. Assim, além dessa questão específica, estiveram em pauta beneficiamento de resíduos urbanos e regularização fundiária e ambiental.

 

Promovida pelo SEESP e Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), com apoio da Universidade de Taubaté (Unitau), a iniciativa se realiza até amanhã (9/6) em formato híbrido – presencialmente hotel Ibis Styles, em Taubaté (SP), e com transmissão online pelo canal do Ecovale no Youtube. Os trabalhos da tarde foram abertos pelo coordenador e idealizador do encontro, Carlos Alberto Guimarães Garcez, diretor do sindicato, que enfatizou a importância dos temas apresentados.

 

Waleska Storani: "Não existe cidade inteligente se não for sustentável." Foto: Reprodução Youtube“Cidades inteligentes e sustentáveis” foi o objeto da palestra da engenheira agrônoma Waleska Del Pietro Storani, coordenadora da Comissão Permanente de Meio Ambiente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (Crea-SP).

 

Em sua fala, ela observou a velocidade das transformações que vêm ocorrendo, aceleradas pela pandemia de Covid-19, que explicitou os muitos desafios a serem enfrentados para garantir cidades inteligentes. Ou seja, em suas palavras, nas quais há “um ecossistema preparado que utiliza as tecnologias para melhorar nossa qualidade de vida, e de forma sustentável”. Assegurar serviços públicos e acesso a eles inclui-se nesse cenário.

 

Storani lembrou a importância fundamental do tema ao apontar: “Estamos vivendo a era da urbanização. Segundo a ONU [Organização das Nações Unidas], até 2050, mais de 70% da população mundial estará nas cidades. Em São Paulo chegam 18 pessoas por hora. O País que quer crescer precisa promover cidades inteligentes.” Estas se realizam quando são, na sua visão, humanas, eficientes e sustentáveis.

 

Para alcançar esse resultado, a coordenadora da comissão do Crea-SP propugnou a integração entre o que denominou “agentes da inovação”: setor público, iniciativa privada, cidadãos, sociedade organizada e instituições de ensino, “da educação infantil à universidade”. E vaticinou: “Não existe cidade inteligente sem a participação da engenharia.”

 

Storani enfatizou: “Temos a Agenda 2030 a seguir, que traz os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) apresentados pela ONU, com mais de 160 metas.” Assim, planos diretores e projetos devem ser pensados para garantir seu cumprimento.

 

Resíduo urbano

 

Lourdes Cristina Peloggia: resíduo zero. Foto: Reprodução YoutubeA bióloga Lourdes Cristina Pena Peloggia, diretora da Quimbiol Serviços Ambientais, abordou o tema “Usina de beneficiamento de resíduo urbano e fertilizantes”. Conforme sua apresentação, ponto que se encaixa em um “projeto de cidade inteligente humanitária”. Nessa direção, apresentou, entre outras questões, sistema em implantação em núcleo inicialmente para 10 mil habitantes na cidade pernambucana de Petrolina como um modelo de usina desenvolvido por engenheiros brasileiros junto à Quimbiol.

 

“Desenvolvemos tecnologia que chamamos de resíduo zero, em que tudo o que chega à área de transbordo e podemos chamar de ‘lixo’, resíduo urbano, se transforma em matéria-prima.”

 

O resíduo orgânico, de acordo com sua explicação, passa por processo de beneficiamento em “biodigestor diferenciado e se converte em energia elétrica para manter a própria usina. O que sobra pode ser distribuído para as pessoas que trabalham na esteira, catadores, fazer adubo. Não gera resíduo, lodo, portanto, não vamos mais precisar de aterros, que hoje não são mais nossa saída”.

 

Regularização fundiária e ambiental

 

Lincoln Delgado: "A regularização fundiária é a melhor aliada do meio ambiente." Foto: Reprodução YoutubeEncerrando os trabalhos da tarde, sob coordenação de Maria Judith Schmidt, diretora da Delegacia Sindical do SEESP em Taubaté, o advogado Lincoln Delgado realizou exposição sobre a importância da regularização fundiária e ambiental para assegurar dignidade às pessoas, infraestrutura e acesso a serviços públicos. Assim, apresentou a legislação disponível para ajudar nesse processo.

 

Como evidenciou o especialista, trata-se de problema histórico no Brasil. Atualmente, segundo ele, metade dos imóveis no País é irregular, e entre 40% a 70% da população das grandes cidades vive neles. “São 60 milhões de domicílios nessa situação. Trinta milhões não têm escritura. Muitos municípios pequenos não têm plano diretor.” E concluiu: “A regularização urbana é a melhor aliada do meio ambiente.”  

 

Assista às sessões plenárias na íntegra:

 

 

 

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