Caminhar rumo à igualdade
Discriminação e violência contra as mulheres ainda são realidades lamentáveis na nossa sociedade. É preciso assumir o compromisso pela transformação e atuar efetivamente. Ampliar participação feminina na engenharia é demanda que segue na pauta.
A luta contra toda e qualquer discriminação de gênero e pela ampla e efetiva emancipação feminina é certamente desafio que precisa ser enfrentado todos os dias do ano. Mas a questão ganha visibilidade por ocasião da comemoração do Dia Internacional da Mulher, em 8 de março, quando temos uma ótima oportunidade para refletir sobre o tema e o quão difícil tem sido simplesmente garantir cidadania plena a metade da população brasileira.
Aspecto mais chocante da questão, a violência de gênero segue em alta, com ampliação dos feminicídios. Conforme dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, só no primeiro semestre de 2022, 699 mulheres foram vítimas do crime, que cresceu em relação ao ano anterior – quando o Brasil já despontava no mundo em vergonhoso quinto lugar desses assassinatos.
No mesmo período, segundo dados da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos (ONDH), a central de atendimento do órgão registrou 31.398 denúncias que somaram 169.676 violações envolvendo violência física, sexual, psicológica, moral ou patrimonial.
Outro campo essencial em que há muito o que avançar é o mercado de trabalho, já que as mulheres ainda recebem salários cerca de 20% a menos que os homens, de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Proposta de projeto de lei que, se aprovado, dará origem à “Lei da Igualdade” foi enviada pelo grupo de trabalho do governo federal responsável pelo tema à Casa Civil. Expectativa, conforme divulgado pela mídia, é que a proposição chegue simbolicamente ao Congresso ainda no mês de março.
A exemplo da iniciativa que visa fazer valer o que já está expresso na Constituição Federal e na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) quanto a equiparação de remuneração para trabalhos idênticos, a situação de gênero no Brasil exige políticas públicas bem estruturadas e que sejam cumpridas efetivamente. Tal esforço deve incluir ainda conscientização para a necessidade de se construir uma sociedade igualitária.
No capítulo específico da engenharia, nossa batalha continua a ser a ampliação do número de mulheres, que hoje são apenas 20% dos profissionais registrados no Brasil. Vencer o desafio de chegar aos 50% exige empenho que antecede a universidade; nos ensinos fundamental e médio, é preciso despertar o interesse das meninas pelas ciências exatas e eliminar qualquer desestímulo. Ao chegar ao ensino superior, as jovens devem encontrar um espaço acolhedor nas escolas. E, finalmente, é necessário que não haja discriminação no mercado de trabalho, assegurando possibilidade de as mulheres construírem carreiras de sucesso sem precisar superar barreiras que não existem para seus colegas homens.
Esse tema estará em debate no evento que o Núcleo da Mulher Engenheira realiza no dia 15 de março, a partir das 15 horas, na sede do SEESP, em São Paulo. Vamos todos participar dessa discussão e construir uma sociedade mais feliz e civilizada.
Eng. Murilo Pinheiro – Presidente
Parabéns!! Sempre contamos com sua parceria em nossa defesa. Obrigada