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12/12/2025

SEESP homenageia destaques do ano com Prêmio Personalidade da Tecnologia

Soraya Misleh/Comunicação SEESP

 

Em cerimônia tradicionalmente realizada por ocasião do Dia do Engenheiro – 11 de dezembro –, o SEESP outorgou na data o Prêmio Personalidade da Tecnologia aos destaques do ano em suas áreas de atuação. Autoridades, profissionais da área, dirigentes da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e do sindicato, além de familiares e amigos dos agraciados compuseram o grande público no auditório da entidade, na Capital, que prestigiou o evento.

 

Grande público prestigia cerimônia de entrega do Prêmio Personalidade da Tecnologia 2025. Fotos: Beatriz Arruda

 

Em sua 39ª edição, foram agraciados Francilene Procópio Garcia (Educação), Arnaldo Calil Pereira Jardim (Energia), Francisco Gomes Neto (Indústria), Marcelo Augusto Boechat Morandi (Meio ambiente), Paulo Sérgio Amalfi Meca (Mobilidade urbana) e Ricardo Teixeira (Valorização profissional). Este último, que não pôde comparecer, por problemas de saúde, recebeu também os aplausos e reconhecimento na oportunidade.

 

Murilo Pinheiro, presidente do SEESP: reconhecimento e valorização profissional.

 

Abrindo a cerimônia, Murilo Pinheiro, presidente do SEESP, agradeceu os premiados pela “contribuição a um Brasil, uma Cidade, um Estado melhores”. Ele destacou que o prêmio, em sua 39ª edição, representa um marco de grande importância. “Depois de um ano inteiro de discussões no Conselho Tecnológico, escolhemos os homenageados por unanimidade”, frisou, expressando sua alegria em dar continuidade à entrega do Prêmio Personalidade da Tecnologia, como ocorre ano a ano, desde 1987.

 

Confira no JE 597: Busca por desenvolvimento e inovação marca Personalidades da Tecnologia 2025

 

Lembrou, assim, o momento por que passa o sindicalismo no Brasil, com muitos desafios. A despeito disso, foi categórico: o SEESP segue “cada vez mais forte, atuante e presente”.

Também salientou a importância da Engenharia Unida, iniciativa da FNE que busca articulação das entidades, academia, empresas e engenheiros em prol da valorização profissional, rumo ao desenvolvimento nacional sustentável.

 

Mesa de honra do evento e homenageados.

 

Nessa direção, a entrega do prêmio pelo sindicato é reconhecimento à dedicação a uma sociedade mais justa e inclusiva. A mesa de honra foi composta pelo secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo, Vahan Agopyan; os secretários municipais de Planejamento e Eficiência, Clodoaldo Pelizzoni; e adjunta de Obras e Infraestrutura, Adriana Boggio; e o reitor do Centro Universitário FEI, Vagner Bernal Barbeta. Todos fizeram saudações no ensejo, destacando a importância da engenharia ao desenvolvimento.

 

Os agraciados

 

Primeira a ser homenageada, na categoria Educação, a presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Francilene Procópio Garcia, saudou “a longa história desta casa em defesa da engenharia, da educação tecnológica e da dignidade no trabalho”. Cientista da computação e doutora em Engenharia Elétrica, ela completou: “Sindicatos fortes ajudam a construir um país forte.” E pontuou: “Não há futuro sem ciência, educação e engenharia.”

 

Francilene Procópio Garcia recebe o prêmio na categoria Educação das mãos dos diretores do SEESP Allen Habert (à esq.) e Antonio Areias.

 

Lembrando que acaba de se realizar a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em novembro último, na cidade de Belém (PA), afirmou: “Temos um ano para construir o mapa do caminho em tempos de um novo regime climático. É urgente transformar conhecimento em proteção. A engenharia precisa ser mais incentivada, atrair mais meninas e mulheres pela sua importância em termos de transformação e cuidado com a vida humana.” Defendeu, como política de Estado, um programa nacional de formação de engenheiros, para que não se sofra descontinuidade. “Ciência, engenharia e educação fortalecem nossa democracia”, concluiu.

 

Ao ser agraciado na categoria Indústria, o engenheiro eletricista Francisco Gomes Neto, presidente e CEO da Embraer, por sua vez, defendeu que se mantenha o Brasil na “vanguarda da inovação”, ao que o a empresa serve de exemplo. “É uma honra receber esse prêmio, em nome dos quase 5 mil engenheiros e 23 mil funcionários da Embraer”, ressaltou.

 

Em seu discurso, ele informou que a cada dez segundos “um avião da Embraer decola em alguma parte do mundo”. Quase 10% das aeronaves nos Estados Unidos são desenvolvidas nos pátios da empresa, no Brasil. Ali, disse, “são 100 milhões de passageiros/ano. Tudo isso graças à nossa engenharia, muito competente e respeitada no mundo todo”.

 

Francisco Gomes Neto, homenageado na categoria Indústria, recebe o prêmio dos diretores do SEESP Silvana Garcia e Fernando Palmezan Neto. 

Gomes Neto lembrou ainda que “a Embraer nasceu de um projeto de educação”, que resultou na fundação do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em 1950 para formar engenheiros aeronáuticos de modo a desenvolver o setor aeroespacial brasileiro. Dezenove anos depois era criada a empresa, sediada em São José dos Campos (SP).

 

Fazendo jus a esse legado, como descreveu o homenageado em Indústria, a companhia conta com Programa de Especialização em Engenharia de onde advieram quase 2 mil dos profissionais da área que hoje compõem seu quadro de pessoal. “Eles estão em todas as áreas. É uma empresa realmente de engenharia”, orgulha-se. A Embraer, como observou, representa um “ecossistema de tecnologia”. Entre seus produtos atuais, mencionou o eVTOL, a aeronave de decolagem e aterrissagem vertical elétrica, que “esperamos estar em serviço até 2027”.

 

Na categoria Meio ambiente, o pesquisador da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), engenheiro-agrônomo Marcelo Augusto Boechat Morandi, enfatizou a importância da profissão como instrumento de transformação. Na sua concepção, agricultura e engenharia se traduzem, tradicionalmente, em inovação e crescimento constante. “Produzir alimento é um ato técnico, político, econômico, social e, acima de tudo, humano”, ensinou. Morandi evidenciou a excelência do setor no País, que garante a produção desde flores a grandes grãos, em que “cultivar a terra é uma arte”.

 

Membro do Conselho Tecnológico do SEESP, o pesquisador Paulo Cruvinel, entrega, juntamente com a diretora do sindicato, Marcellie Dessimoni, o prêmio a Marcelo Morandi, na categoria Meio ambiente,  

Ele detalhou: “Há pouco mais de 50 anos tínhamos agricultura de baixa produtividade. Hoje o Brasil apresenta um mosaico de vantagens comparativas e competitivas, em que todos os modelos de produção têm seu papel.” Este inclui, conforme o agraciado em Meio ambiente, além de alimentos, produção de fibras, energia, biocombustíveis, animais, frutas, dentre outros.

 

Diante de um quadro de instabilidade geopolítica e mudanças climáticas, ele considera que a agricultura pode e deve ser parte da solução, na busca de produção sustentável com preservação ambiental e geração de renda. “Recebo o prêmio não como ponto de chegada, mas de partida. Que nunca nos falte coragem para continuar plantando o futuro.”

 

Já o diretor de Engenharia e Negócios Estratégicos no Grupo Agis, engenheiro eletricista Paulo Sérgio Amalfi Meca, ao ser laureado na categoria Mobilidade urbana, saudou o SEESP como uma de suas casas, onde ocorrem “debates sobre inúmeros assuntos relativos à engenharia brasileira”.

 

Tendo atuado por 36 anos na Companhia Metropolitana de São Paulo (Metrô-SP), ele asseverou: “Mobilidade urbana se confunde um pouquinho com minha vida.” Meca contou brevemente essa trajetória, que incluiu a participação no projeto da linha 2 (Verde), na extensão da linha 1 (Azul), assim como no desenvolvimento das linhas 4 e 6 e no projeto básico da linha 6. E, sobretudo, no desafio de implementar o primeiro monotrilho no País.

 

Acompanhado da esposa, o agraciado na categoria Mobilidade urbana, Paulo Meca, recebe a homenagem das mãos da diretora do SEESP, Jéssica Trindade, e do coordenador do Conselho Assessor de Transporte e Mobilidade do sindicato, Jurandir Fernandes.

 

Ele frisou a grande evolução tecnológica ao longo dessas mais de três décadas e meio, a partir de uma série de inovações. E destacou a satisfação de, a cada inauguração, observar o quanto a mobilidade urbana impacta a vida das pessoas. Mencionou, ainda, a importância de investimentos na área, acreditando que nos últimos dez a 15 anos “parece que caiu a ficha” dos governos federal, estadual e municipal de que “tem que colocar recursos”. Por fim, citou estudos que estão sendo feitos e projetos, como dos veículos leves sobre pneus (VLTs) e Trens Intercidades (TICs).

 

“Muito está sendo feito e há muito por fazer ainda na área de mobilidade urbana. Vocês não têm ideia do quanto esse prêmio é enobrecedor para minha carreira, para um cara como eu, que não tem veias, mas trilhos por onde corre o sangue metroferroviário”, emocionou-se Meca.

 

Por fim, ao ser homenageado na categoria Energia, o engenheiro civil Arnaldo Calil Pereira Jardim, em seu quinto mandato como deputado federal por São Paulo, celebrou: “Dia do Engenheiro, 11 de dezembro, viva! Temos o que comemorar, somos os artífices do desenvolvimento.”

 

E ratificou: “Nós nos orgulhamos de ser os profissionais dos números, do planejamento, das metas, daquilo que se faz no sentido de buscar boa gestão. Isso significa mudar a vida das pessoas. Por isso, somos apaixonados pelo que fazemos, dá sentido e propósito.”

 

Murilo Pinheiro e o coordenador do Núcleo Jovem Engenheiro, Matheus Mansano, concedem a homenagem na categoria Energia ao deputado Arnaldo Jardim.

 

O parlamentar apresentou algumas iniciativas que o levaram a ser agraciado, como ser o autor da lei que instituiu o Programa Nacional de Resíduos Sólidos, assim como para pagamento por serviços ambientais, legislação sobre concessões e parcerias público-privadas, bem como sobre o “Combustível do Futuro”.

 

Todo esse trabalho, disse, teve a contribuição do SEESP, a partir das discussões e encontros realizados. No comando da Comissão Especial sobre Transição Energética e Produção de Hidrogênio Verde na Câmara dos Deputados, Arnaldo Jardim informou sobre projetos na perspectiva de avanços à descarbonização. Ele aproveitou ainda para informar que em fevereiro próximo apresentará projeto de lei sobre minerais críticos estratégicos.

 

E vaticinou: “O País é muito maior do que as crises, desigualdades, tensionamento de poderes e momento de polarização. Precisa de política de Estado, para haver previsibilidade. Precisa de um projeto nacional.” O deputado, assim, afirmou aguardar a nova edição do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa da FNE com adesão do SEESP, frisando: “O desafio do sindicato e da FNE é fazer crescer o Brasil, o que significa engenheiros no comando. Vamos adiante.”

 

Assista a cerimônia de entrega do Prêmio Personalidade da Tecnologia 2025 na íntegra:

 

 

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