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20/11/2025

Mercado de trabalho reproduz desigualdades, aponta Dieese

Comunicação SEESP

 

Embora representem mais de metade da população brasileira (56,4%), as pessoas negras ganham menos, encontram-se em cargos inferiores e em situação de maior vulnerabilidade do que as brancas. Para as mulheres, o cenário é ainda mais desafiador. É o que aponta análise do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que evidencia: o mercado de trabalho reproduz as desigualdades racial e de gênero.

 

Conforme o estudo, em média, homens negros recebem 41% menos do que não negros e 22,8% menos do que mulheres brancas. Já o rendimento médio das mulheres negras é 53% menor que o dos homens brancos, com metade delas ganhando no máximo um salário mínimo e uma a cada seis ocupada no trabalho doméstico ou na limpeza de edifícios.

A taxa de desocupação da população negra também é maior: 6,5%, enquanto a nacional é 5,8%. Para as mulheres negras, a situação é ainda pior, chegando a 8%.

 

Foto: Portal Nações Unidas/Brasil - Agência Brasil 

Nos cargos de gerência e direção, a população negra corresponde a apenas 33%. Também são maioria na informalidade: desse universo, os homens são 42%, ante 32% dos brancos; já as mulheres negras são 39% e as brancas, 29%.

 

Segundo análise do Dieese dedicada a raça e gênero, 30% dos lares brasileiros são chefiados por mulheres negras. “Dentro e fora de casa, boa parte do tempo delas é gasto com o cuidado de outras pessoas. Apesar disso, essas mulheres são pouco valorizadas: ganham em média menos da metade do recebido pelos homens brancos”, destaca o órgão.

 

E conclui: “As desigualdades que atravessam o trabalho das mulheres negras no Brasil não são resultado do acaso, mas de uma estrutura econômica e social que hierarquiza vidas com base na cor e no gênero, reproduzindo desigualdades históricas e naturalizando a precarização.”

 

Diante disso, o Dieese é categórico: “O enfrentamento desse quadro exige reconhecer o papel central das mulheres negras, como trabalhadoras, cuidadoras e pilares de sustentação das famílias e comunidades, e assegurar que esse reconhecimento se traduza em políticas públicas efetivas. Valorizar o trabalho em todas as formas, garantir proteção social, combater o racismo estrutural e o sexismo e promover condições para o bem viver são passos fundamentais para a construção de um país verdadeiramente democrático, justo e igualitário.”

 

 

Confira as análises do Dieese:

 

População negra – Inserção no mercado de trabalho

 

Mulheres negras acumulam funções e discriminações no trabalho

 

 

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