Comunicação SEESP
"Alternativas ao rodoviarismo: Novas possibilidades de mobilidade urbana contemporâneas e sustentáveis" foi o tema do II Seminário “Nova Raposo, não”. Realizado no dia 23 de abril último no auditório Teotônio Vilela da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o evento, sob o apoio da deputada Paula, da Bancada Feminista do PSOL, contou com a participação de professores da Universidade de São Paulo (USP) e especialistas em meio ambiente, transporte e mobilidade.
II Seminário Nova Raposo. Foto: Larissa Navarro/Agência de Notícias Alesp
Dentre eles, o diretor do SEESP Nestor Tupinambá, que trabalhou como engenheiro do Metrô-SP por 47 anos. Com esse know how, defendeu o transporte sobre trilhos como alternativa, detalhando o melhor projeto para a região.
A importância de se debruçar sobre iniciativas de mobilidade urbana sustentável tem sido pautada pelo movimento “Nova Raposo, não!”, que agora trava luta para paralisar a concessão da Nova Raposo à EcoRodovias por 30 anos, publicada no Diário Oficial do Estado em 18 de março último – projeto questionado no Ministério Público de São Paulo.
Os especialistas corroboraram a avaliação do movimento “Nova Raposo, não!", evidenciando a inadequação completa das novas pistas, que incluirá muitos pedágios "Free Flow" (eletrônicos) na rodovia.
Nestor Tupinambá: defesa do melhor projeto técnico de Metrô para a região.
Foto: Acervo SEESPTupinambá demonstrou que a melhor solução é a construção da Linha 22 – Marrom, subterrânea, cujo projeto é de 29,4km e 19 estações, com a vantagem ainda de integração com outras linhas. “Note-se que ela sai de Sumaré e vai até Cotia, passando por Pinheiros, USP, rodovia Raposo Tavares, bairros de Osasco. A demanda estimada é alta, de 680 mil passageiros/dia. Calcula-se que cerca de 380 mil pessoas deixarão o transporte individual, preferindo o Metrô. Aliás, teremos nos horários de ‘pico’ 46 mil pessoas/sentido.”
Segundo ele, monotrilho ou Metrô elevado levariam a desapropriação “nefasta” na região. Tupinambá destacou também a adoção de transporte elétrico e, portanto, não poluente. “Não se concebe, mais, estimular o uso do transporte individual. Transporte público, rápido, sem interferências, não poluente e de alta capacidade é o que se deve implantar.”
O diretor do SEESP trouxe uma série de informações técnicas para mostrar que a Linha Marrom subterrânea é a melhor solução, eficaz e limpa, cujos benefícios sociais (calculados em 2022), alcançam R$ 3,4 bilhões/ano. “Temos dados de que o modal a ser adotado, solução para durar mais de 100 anos, é o metrô, em túnel. Ficamos à disposição da população que compõe esse movimento ao uso correto da engenharia em favor da comunidade", frisou Tupinambá.
As audiências públicas para discutir as consequências da concessão da Nova Raposo estão previstas para setembro próximo. Para o diretor do SEESP, esse prazo deveria ser antecipado para este mês de maio ou junho, na busca por impedir que as obras rodoviárias comecem. “Há que se pedir um adiantamento desses encontros, já que todos os dados estão presentes, tanto do Metrô como das estradas." Portanto, é necessário avançar nesse ponto, enfatizou, defendendo a união de todos na busca da solução correta.
Os alertas sobre os impactos do processo de concessão e as alternativas ao projeto Nova Raposo foram abordados pela jornalista Fabíola Lago, que integra a coordenação desse movimento, na edição 584 do Jornal do Engenheiro, de novembro de 2024.
Confira aqui a entrevista no JE.
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Foto no destaque: Larissa Navarro/Agência de Notícias Alesp