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Os prefeitos eleitos e a engenharia
Os que obtiveram vitórias nas urnas no domingo terão muito mais condições de atender às demandas da população se derem a devida importância às propostas e reivindicações dos profissionais da área tecnológica.
Em primeiro ou segundo mandato, os prefeitos eleitos no domingo (29/11) têm, em geral, desafios de monta pela frente. Obviamente, o grande tema em tela continua sendo a Covid-19, incluindo a vacinação quando ela for efetivamente possível e as necessidades na área da saúde em geral. Mas somam-se a essa tarefa hercúlea da atualidade todas as demandas das cidades que precisam ser atendidas para que haja qualidade de vida e desenvolvimento. Nesse conjunto, incluindo questões relativas à pandemia, a engenharia muito tem a contribuir.
Saneamento ambiental – abastecimento de água, esgotamento sanitário, limpeza urbana, drenagem, manejos de resíduos sólidos e de águas pluviais –, habitação, transporte e mobilidade, iluminação e internet pública, para citar algumas das questões mais fundamentais, são todos setores ligados à engenharia por excelência.
Portanto, é fundamental que os chefes do Executivo e os membros do Legislativo tenham em mente a importância dessa área para o município e tomem as medidas pertinentes. Em primeiro lugar, é preciso que haja na Administração profissionais da engenharia qualificados, em número suficiente e com condições adequadas de atuação para dar conta das várias e fundamentais tarefas que lhes cabem.
Para que isso seja possível, a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) e seus sindicatos filiados, entre eles o SEESP, já defendem historicamente a criação da carreira pública de Estado para engenheiros em todas as instâncias de governo. Em tramitação no Congresso, lamentavelmente a matéria segue paralisada, sem avanços. No entanto, nada impede que prefeitos atuem para garantir corpo técnico que possa atender a população.
É importante que esses gestores tenham visão abrangente e estratégica de seu mandato, não olhando para essa questão como gasto, mas sim como investimento essencial. Certamente, sai muitíssimo mais barato para os cofres públicos e, portanto, para os contribuintes a execução de ações e obras planejadas corretamente. É preciso lembrar que o improviso, além de prejuízos, pode representar também riscos para as pessoas e o patrimônio.
Nesse contexto, entra outra proposta da FNE, que é a criação de Secretarias de Engenharia de Manutenção. Essas teriam a função de garantir que as tarefas de inspeção e conservação permanentes de edificações, obras de arte e equipamentos públicos em geral sejam cumpridas adequadamente e de forma planejada. A iniciativa cumpriria o duplo objetivo de garantir segurança à sociedade e uso correto dos recursos, prevenindo para não ter que remediar em caráter emergencial.
A engenharia e seus profissionais estão a postos para colaborar com a melhoria das cidades brasileiras. Esperamos que os prefeitos, aos quais desejamos sucesso na futura gestão, acolham essa participação.
Eng. Murilo Pinheiro – Presidente
Mundo do trabalho
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Covid-19: aumento de casos, vacinas e a necessidade de bom senso
Números recentes apontam para segunda onda ou repique da primeira e exigem que todos, governos e cidadão, comportem-se com seriedade. Em meio à dura realidade, resultados positivos das vacinas em teste dão o tom de otimismo.

Passados oito meses do início da quarentena no Brasil, País se vê diante de novo crescimento do contágio, com risco de pressão sobre o sistema de saúde. Após semanas registrando quedas nos números de casos e de mortes por Covid-19, os dados voltam a ser preocupantes, puxados especialmente por São Paulo e Rio de Janeiro.
Na segunda-feira (23/11) à noite, registravam-se 169.541 mortes, conforme divulgação do consórcio de meios de comunicação que compila dados fornecidos pelas secretarias estaduais de Saúde. Com isso, a média móvel de mortes no Brasil nos últimos sete dias foi de 496. A variação foi de +51% em comparação a 14 dias atrás.
O quadro pode configurar uma segunda onda da pandemia em território nacional ou mesmo um repique da primeira, já que nunca se conseguiu interromper a transmissão do vírus totalmente. Independentemente de como seja classificado, a conclusão óbvia é que a situação exige seriedade das pessoas e dos governantes.
Em primeiro lugar, é preciso primar pela transparência e clareza na divulgação do quadro real, visando a melhor ação possível para proteger a saúde pública. Depois, as providências a serem tomadas devem ser planejadas com racionalidade e bom senso, tendo em mente que a prioridade sempre deverá ser salvar vidas.
É uma dura realidade, mas continuamos a conviver com os impactos da pandemia do novo coronavírus que nos afligem desde março. Portanto, juntamente com as medidas sanitárias, há que se garantir compensações aos impactos econômicos gerados por elas.
Se cabe às autoridades planejar e agir, também tem papel fundamental a responsabilidade individual dos cidadãos. Estamos todos exaustos do isolamento e das limitações trazidas por ele. Mas pessoas adultas devem se comportar como tal e temos que cumprir nosso papel nesse embate coletivo que travamos contra uma doença ainda misteriosa para a medicina. A retomada de atividades econômicas não pode ser vista como um convite à inconsequência, correndo-se o risco de se perderem os avanços obtidos ao longo de árdua caminhada pela volta à normalidade.
Nesse cenário cinzento, as notícias alvissareiras dizem respeito ao avanço no desenvolvimento de vacinas, tendo em vista os testes clínicos realizados em várias das alternativas para a imunização. Em que pese a ainda necessidade de verificação dos resultados divulgados, esses são animadores e apontam para uma solução que pode chegar em breve.
Continuemos no bom caminho, com fé na ciência, fazendo a nossa parte e cobrando que os governos façam a sua.
Eng. Murilo Pinheiro – Presidente