A luta continua para engenheiros e arquitetos da Prefeitura
O Plenário da Câmara Municipal de São Paulo aprovou em 11 de dezembro – Dia do Engenheiro –, em primeira votação, o Projeto de Lei 312/14, que institui o pagamento aos servidores por subsídio. Atendendo a uma das reivindicações de engenheiros e arquitetos da Prefeitura, os vereadores excluíram as duas categorias do PL, as quais terão carreira própria a partir de elaboração de um novo projeto de lei feito em conjunto com trabalhadores, parlamentares e poder Executivo. Agora, a luta é por reposição salarial ainda em 2014. O SEESP tem pressionado por sua aprovação, bem como pelo novo plano de carreira. As perdas salariais somam quase 50%.
Tendo em vista as argumentações de que não haverá tempo ainda neste ano para a conclusão de uma proposta de projeto específico para as duas carreiras em questão e que as demais categorias contempladas pelos PLs 507/14 e 312/14 terão reajustes retroativos a maio de 2014, os sindicatos já enviaram proposta reivindicando que os profissionais também sejam compensados de forma emergencial. A medida pode ser levada a efeito por meio de uma emenda no próprio PL 312/14 e ser aprovada durante a sua segunda votação em Plenário da Câmara.
Sindicato protocola proposta de carreira própria na CET-SP
O SEESP protocolou, no dia 11 de dezembro, a proposta para implantação, pela Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP), da carreira de engenheiro, conforme consignado no Acordo Coletivo de Trabalho 2014/2016. Tal foi aprovada em assembleia realizada na sede do sindicato, na Capital, na qual se deliberou ainda sobre os pleitos à empresa. Assim, a entidade encaminhará os seguintes itens à companhia: criação do cargo de engenheiro e reenquadramento dos gestores e analistas nesse; inclusão de um plano de carreira dividido em níveis, inclusive para os engenheiros de segurança do trabalho; promoção por antiguidade, mérito e competência; implantação do piso salarial da categoria, de acordo com as leis 5.194/66 e 4.950.A/66, conforme consignado no acordo.
Cresce participação feminina em ciências e engenharia
O número de mulheres na área de Exatas vem crescendo, apesar de ainda haver predominância masculina. O programa For Women in Science, criado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em parceria com empresas privadas, procura estimular e fortalecer essas profissionais. Neste ano, sete mulheres cientistas foram contempladas com uma bolsa-auxílio de US$ 20 mil para investirem em seus projetos.
Outras cinco cientistas mais experientes, uma de cada continente, recebem uma bolsa anual de US$ 100 mil. Em 2013, a representante das Américas foi a brasileira Marcia Barbosa, professora de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e especialista nas particularidades da água. O estímulo já resultou em dois prêmios Nobel. A química Ada Yonath, agraciada em 2009 por seus estudos com ribossomos que resultaram em novos antibióticos, e Elizabeth Blackburn, Nobel de Medicina, no mesmo ano, por seu trabalho com trechos de DNA que impedem o envelhecimento precoce das células.
No Estado – Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a desigualdade entre os gêneros tem diminuído em São Paulo. A proporção de mulheres entre o total de engenheiros no Estado subiu de 15% para 19% de 2003 a 2013 no Estado. O levantamento foi feito a pedido do SEESP, que lançou o estudo durante a solenidade em comemoração ao Dia do Engenheiro – 11 de dezembro.
Outro aspecto apontado, que acompanha as demais carreiras, é o fato de a mulher receber menos que o homem. Na engenharia, ela ganha 19% a menos. Comparado a 2003, houve um pequeno avanço, uma vez que a diferença era de 25%. No período, o salário médio de um engenheiro passou de R$ 7.722,60 para R$ 9.023,80 no Estado.
AutoCAD para estudantes agora é gratuito e sem marca d’água
Já é possível baixar gratuitamente alguns softwares da Autodesk, como o AutoCAD, que começam a ser disponibilizados para 680 milhões de estudantes e professores, em mais de 800 mil escolas e universidades em todo o mundo.
Além do AutoCAD, também é possível baixar sem custo o Revit, Maya, 3DS Max, Inventor, Fusion 360 e Sketchbook. Segundo a Autodesk, que há anos já disponibiliza a versão estudantil de alguns de seus produtos, agora não haverá mais a marca d’água. Isso porque trata-se da mesma versão comercial. No entanto, essa só deve ser utilizada para fins educacionais.
A licença do software é válida por três anos, com possibilidade de renovação. Para fazer o
download, é só acessar a página da Autodesk, criar uma conta e fazer o cadastro, inserindo o site da sua faculdade, sem a necessidade de comprovar matrícula.
Em 26 de outubro, os brasileiros foram às urnas e democraticamente reelegeram a presidente Dilma Rousseff para governar o País por mais quatro anos. Em primeiro lugar, temos a comemorar o amadurecimento da nossa democracia com a realização da sétima eleição direta para a Presidência da República, em perfeita normalidade. É importante lembrar que, num passado bastante recente, há 30 anos, isso ainda era um sonho a ser realizado e um direito a ser conquistado. À presidente eleita, cabe agora fazer jus a essa vitória, que traz a enorme responsabilidade de pôr em marcha iniciativas que possam recolocar o Brasil no rumo do crescimento econômico e de ampliação da justiça social.
Conforme propõe o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), é preciso reverter o quadro de baixa expansão econômica que voltou a afligir o País. Em que pesem as dificuldades causadas pela crise internacional, da qual não estamos imunes, são necessárias medidas que se contraponham tanto quanto possível ao cenário desfavorável.
Essencial neste momento é reverter o quadro de desindustrialização precoce que estamos vivendo. Essa meta exige que se adotem medidas macroeconômicas adequadas, administrando-se taxa de juros e câmbio de forma muito precisa. Requer também uma política industrial de fato. Temos que ampliar a produtividade do trabalho, mas também aprimorar a capacidade do capital, com modernização de processos, atualização de técnicas de gestão, capacitação gerencial e empresarial, contínua renovação de parques industriais e incessante incorporação de tecnologia avançada. Ou seja, a inovação deve ser a tônica.
Ainda como sugere o “Cresce Brasil”, deve haver incentivo ao adensamento das cadeias produtivas, levando-se em conta vantagens competitivas já estabelecidas ou potencialmente viáveis no curto prazo. Um primeiro grupo a ser considerado é o da industrialização local dos insumos agrominerais, em cujo fornecimento o País já tem condições privilegiadas de custos, acessibilidade e qualidade. Adicionalmente, deve ser estimulada a produção nacional de bens intermediários demandados por setores industriais em que já temos bom posicionamento internacional, pois as próprias empresas atuantes nesses segmentos podem operar como incubadoras de uma rede de fornecedores e satélites.
Simultaneamente a esse esforço de aprimoramento da nossa indústria, é imprescindível valorizar o trabalho. O Brasil deve caminhar para uma realidade de erradicação da informalidade, com garantia de direitos a todos, salários que assegurem uma vida digna e condições adequadas de exercício da atividade produtiva. Pautas históricas do movimento sindical, como a redução da jornada, combate à terceirização, fim do fator previdenciário e manutenção da política de aumento do salário mínimo, devem ser incorporadas à agenda do desenvolvimento.
Que o novo governo, democraticamente eleito com o compromisso de atuar em prol de todo o nosso povo, tenha sucesso nessa empreitada.
Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente
João Franzin
O primeiro boletim que fiz para um sindicato era datilografado em estêncil e rodado em mimeógrafo a álcool. Aquele boletim, precário, agitou e deu suporte à greve numa multinacional fabricante de pneus. Depois, evoluímos. Datilografávamos o texto em máquina elétrica, colávamos em colunas (paste-up) e fazíamos os títulos em letraset ou algo parecido, com cada letra decalcada de cartelas. Numa eleição, durante pouco mais de duas semanas, produzi 32 boletins por esse sistema. E ganhamos.
A tecnologia, em 30 anos, deu um salto fabuloso; o sindicalismo ampliou seu raio de ação. Mas os desafios da comunicação sindical permanecem: informar, mobilizar, agitar; ser às vezes retaguarda e em outras, ponta de lança da luta sindical.
Certos círculos prezam a discussão a respeito da linguagem adequada à mídia sindical. Eu não gosto. Creio que boa linguagem é dizer a verdade, de modo claro; levar informação relevante; municiar com dados; mobilizar rumo a objetivos palpáveis.
De alguns anos para cá, tenho concentrado o foco da comunicação das entidades onde atuo e da própria Agência Sindical no fortalecimento do conceito de sindicalismo: sindicato é bom; sindicato atua; sindicato assiste; sindicato organiza; sindicato mobiliza; sindicato constrói; sindicato melhora a vida do trabalhador e, por isso, a do próprio País. Penso que, assim, o sindicalismo “movimento” e o sindicalismo “instituição” se fortalecem.
Para mim, comunicação sindical é jornalismo e propaganda juntos. Jornalismo porque informa; propaganda porque divulga, massifica e repete ideias, palavras de ordem e conceitos.
Penso que um dos desafios do movimento sindical é conjugar a formação de quadros jovens com a renovação de suas direções. Vale o mesmo para a mídia sindical, cujos profissionais cumprem tarefas extenuantes, não têm tempo para se reciclar ou ensinar colegas que estão começando. Essa carência prejudica a qualidade do texto, da edição, da diagramação e é ainda mais marcante no aspecto gráfico e visual dos materiais.
Hoje, os trabalhadores filmam e gravam assembleias, principalmente em portas de fábrica. Os mais jovens dominam com incrível agilidade essas ferramentas. Muitos, sem saber, documentam a própria história, mas esse material se perde no vasto emaranhado da rede. Tais “repórteres de pés descalços” precisam aprender o caminho de levar conteúdo até suas entidades de classe. E essas devem se desdobrar no esforço de coletar, editar e devolver à base um conteúdo articulado e agregador.
A imprensa sindical, comunicação que organiza, será mais eficaz se repercutir a orientação de cada entidade, sabendo agregar novas tecnologias e ferramentas.
João Franzin é jornalista da Agência Sindical, apresentador do programa Câmera Aberta Sindical
E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Facebook: www.facebook.com/joao.franzin
Na chamada economia criativa, trabalha-se com um fator de produção cujo uso não reduz o seu estoque. Para completar, graças basicamente à internet, esses bens imateriais podem circular livremente por ondas eletromagnéticas. Para Ladislau Dowbor, professor titular do Departamento de Pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) nas áreas de economia e administração, esse cenário representa uma profunda revolução socioeconômica e cultural, que tem contribuído para melhorar as condições de vida das pessoas, reduzindo a pobreza e ampliando o acesso a serviços. Fazer com que os benefícios dessa nova dinâmica sejam universalizados, contudo, implica convencer o poder público da sua importância e vencer os interesses de grupos empresariais que insistem em lucrar “cobrando pedágio” sobre o compartilhamento do conhecimento.
O senhor tem afirmado que a conectividade melhora a vida das pessoas. Por quê?
O pano de fundo dessa realidade é a economia criativa. Por exemplo, no meu celular, posso ter 95% de tecnologia e design e, talvez, 5% de trabalho físico e matéria-prima. O principal fator de produção está se tornando o conhecimento e esse, que é imaterial, circula nas ondas magnéticas e pode se tornar acessível a qualquer pessoa do planeta. Os pequenos agricultores do Quênia têm um celular por meio do qual conseguem obter informação para o seu trabalho. Na era agroindustrial, os bens são materiais. Se eu te passo o meu relógio, eu deixo de ter o meu relógio, são os chamados bens rivais. Agora, se você me passa o conhecimento, ele continua com você, é um fator de produção cujo uso não reduz o estoque. Com isso, você tem um deslocamento radical da lógica econômica e cultural. Eu vejo isso como uma revolução tão profunda quanto foi a transição da era agrícola para a industrial.
Os dados disponíveis, como o Atlas do Desenvolvimento Humano 2013, mostram objetivamente melhoria no nível de vida das pessoas no Brasil. Isso pode ser atribuído à conectividade?
Há uma contribuição grande, porque a conectividade permite ter acesso à informação, e isso é vital para você ter acesso às outras necessidades da vida, aos outros direitos. Nos 20 anos cobertos pelo Atlas, o brasileiro ganhou nove anos de expectativa de vida. Em 1991, 85% dos municípios tinham IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) muito baixo, inferior a 0,50, que é o buraco. Em 2010, são apenas 32 nessa condição, ou seja, 0,6%. Na realidade, as coisas se conjugam. É importante entender que o viver melhor não é só a renda. O conforto da vida em grande parte não se dá através do consumo individual, e sim de como a sociedade melhorou.
E como fazer para universalizar o acesso à internet, o que ainda não é realidade no Brasil?
O que precisamos é de cabos de fibra óptica e sistema de satélites para fazer essa infraestrutura de retransmissão. Depois de criada e considerando que as ondas eletromagnéticas são gratuitas porque são da natureza, os custos se tornam absolutamente ridículos. Na economia, quanto os custos são ridículos é um problema para a empresa, porque ela diz: “Como é que eu ganho?”. O natural é que esses serviços sejam oferecidos como públicos e gratuitos. Mas temos os grandes grupos como Vivo, Claro, Oi etc., que ganham literalmente cobrando pedágio sobre o acesso. Isso gera uma disritmia. É como os senhores feudais que cobravam cada vez que alguém atravessava suas terras. E temos a infraestrutura individual, como o celular, o computador. Esses equipamentos hoje no Brasil basicamente estão generalizados. Veja que a televisão, que está em 97% dos domicílios, pode perfeitamente ser utilizada de maneira inteligente.
Mas os senhores feudais da sociedade da informação continuam cobrando pedágio.
Há um oligopólio nos celulares e no sistema de comunicação. Basicamente, quatro famílias, por meio de subconcessões – o que é ilegal –, controlam o conjunto da radiodifusão. A visão do acesso à informação como um bem público é uma batalha. Veja as dificuldades que temos para democratizar a mídia no Brasil. Mas há o lado positivo, um conjunto de sistemas que estão saindo em paralelo e fazem circular o que as pessoas acham que é bom. De certa maneira, o acesso ao conhecimento vai passar a se organizar nesse sistema, hoje alternativo e amanhã dominante, pela demanda e não pela oferta.
E como persuadir o poder público sobre a importância da conectividade?
Nós temos que divulgar a conta do setor. A cidade de Piraí, no Rio, através de Franklin Coelho, pesquisador da Universidade Federal Fluminense, a custos mínimos, assegurou banda larga para todo mundo, é o wi-fi urbano. A compreensão de que a conectividade torna a sociedade, no conjunto, incomparavelmente mais produtiva é o argumento chave para fazer as autoridades e o público entenderem que todo oligopólio tem que ser abolido para se resgatar a dimensão de bem público da comunicação e da conectividade.
Estamos treinados para gerir esse volume de conhecimento ao qual, em princípio, todos têm acesso?
O interessante é que se desenvolveu o sistema de algoritmos, que vai buscar suas raízes na álgebra booleana, bem lá atrás, que dá expressão matemática e, portanto, de linguagem de máquina, não só a números e palavras, mas a relações entre conceitos. Isso é importante porque, de um lado, temos zilhões de informações sendo produzidas e, ao mesmo tempo, houve uma evolução para um sistema inteligente de busca. A questão real é que a capacidade que se busca hoje não é mais a de encher a cabeça de informações, mas de saber navegar. E aí temos que repensar a educação e o nosso trabalho cotidiano. Mas é uma avalanche: a mudança das tecnologias, a conectividade das pessoas, o fato de que você pode estar muito mais conectado e ao mesmo tempo muito mais sozinho.
Por Rita Casaro e Fábio Pereira
De 13 a 17 de outubro, foi realizada a I Semana Municipal de Ciência, Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento, na Capital paulista, organizada pelo Conselho Municipal da Ciência, Tecnologia e Inovação (CMCT&I), do qual o SEESP faz parte. O painel que discutiu C&T e participação popular na gestão de riscos, desastres e a construção de cidades mais seguras aconteceu na sede do sindicato, no dia 14, e contou com a participação de técnicos, especialistas e população.
Sidnei Furtado, promotor para o Brasil do Programa de Cidades Resilientes da Organização das Nações Unidas (ONU), iniciou os trabalhos lembrando que atualmente mais da metade da população mundial vive em áreas urbanas. Diante desse cenário, apontou, planejar cidades mais seguras é o grande desafio da sociedade moderna, que vem se deparando, com maior frequência, com a ocorrência de desastres, por diversas razões, entre elas, climas extremos e alterados.
Tal cenário levou à realização, em 2010, de congresso na Alemanha, onde foi lançada a campanha pela construção de cidades resilientes. O Brasil, informou Furtado, até 2011, não participava desse esforço, fato que mudou, a partir do mesmo ano, depois que chuvas fortes provocaram deslizamentos de terras e mais de 900 mortes em municípios da região serrana do Rio de Janeiro, como Areal, Teresópolis e Nova Friburgo. Hoje, segundo ele, 292 cidades brasileiras se inscreveram no programa da ONU para se tornarem resilientes.
Furtado explicou que a resiliência e a redução de riscos de desastres devem fazer parte do desenho urbano e das estratégias para alcançar o desenvolvimento sustentável, acabando com a “cultura” da resposta e investindo na da prevenção. Por isso, ressaltou, são necessárias alianças fortes, envolvendo os setores público e privado, a sociedade civil, as instituições acadêmicas e os meios de comunicação.
A cidade resiliente a desastres combina residências e comunidades com serviços e infraestrutura organizados e que obedeçam a padrões de segurança e códigos de construção, sem ocupações irregulares; um governo local competente, inclusivo e transparente; o empoderamento dos cidadãos para participação, decisão e planejamento de sua cidade em conjunto com as autoridades locais, entre outros itens.
Gestão participativa
Geólogo do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), Eduardo Soares de Macedo abordou a gestão participativa dos riscos. Sob essa ótica, enfatizou a importância de se mudar o entendimento errôneo que a sociedade ainda tem da defesa civil, que seria aquela que vai à comunidade atingida por desastres climáticos para fornecer cesta básica, colchão ou lonas. “O nosso sistema precisa mudar urgentemente. Precisamos ter a consciência do risco, e não do desastre”, argumentou. A realidade, contudo, não mudou, desde o início do século XX, quando, em 1928, ocorreu o primeiro desastre por deslizamento na cidade de Santos, no litoral paulista, matando 40 pessoas. As áreas de risco continuam se formando todos os dias no País, o que, como frisou, somente será revertido com planejamento urbano e técnico, bem como com ações integradas da municipalidade, envolvendo desde as áreas de habitação, planejamento urbano, plano diretor da cidade até a educação.
Segundo ele, pelos dados do IPT de 2010, a cidade de São Paulo tem, ainda, 407 áreas de deslizamentos, totalizando mais de 500 mil pessoas em situação de risco. Macedo propõe a constituição de um comitê gestor de riscos, cujo contato com o Prefeito seja “estreito, direto e prioritário”. Também citou a Lei 12.608/2012, que instituiu a Política Nacional de Proteção e Defesa Civil com atuação articulada da União, estados, municípios e a sociedade.
Ronaldo Malheiros Figueira, geólogo da Defesa Civil da Cidade de São Paulo, falou sobre as ações da municipalidade para adequar o Decreto 47.537/2006, que regulamentou o trabalho da defesa civil no município, à legislação federal de 2012. Destacou como prioridade dar mais força à participação da sociedade nas definições das políticas locais. Na sua concepção, contudo, isso depende da articulação entre os vários níveis de governo.
Segundo ele, as 32 subprefeituras paulistanas já contam com coordenações de defesa civil. E os Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (Nupdecs) também cumprem papel importante para ações regionais integradas, bem como a criação de sistema de informação que reúna banco de dados, informações técnicas, com estatísticas e ocorrências, imagem em tempo real e integração de centrais operacionais, com as áreas de transporte, segurança, monitoramento hidrometeorológico etc..
Confira as apresentações em:
Por Rosângela Ribeiro Gil
A luta dos arquitetos e engenheiros da cidade de São Paulo pela valorização profissional vem ganhando o apoio dos vereadores da Câmara Municipal de São Paulo. No dia 23 de outubro, durante uma reunião entre servidores e o presidente da Casa, José Américo (PT), esse sinalizou positivamente sobre a retomada de uma carreira própria para as duas categorias.
A menos de dois meses para o final de 2014, a campanha salarial ganha força e passa a cobrar sistematicamente do Executivo Municipal o reajuste para este ano ainda. Desde maio de 2007 não há reposição, e as perdas chegam a 49,46%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (INPC/IBGE).
“Temos agora, de fato, uma chance de uma negociação verdadeira. A gente começou a estabelecer uma sequência de trabalho. Aquilo que a gestão não tinha permitido ainda. Eles (o Executivo) montaram uma comissão de negociação (Fórum das Entidades Representativas dos Servidores Públicos Municipais) que não funcionou, impondo algo que não nos interessa, o que nos causou insatisfação, assim como a outros setores”, lembrou Carlos Eduardo de Lacerda e Silva, delegado sindical do SEESP na Prefeitura Municipal de São Paulo (PMSP).
Nesse roteiro de trabalho, proposto em conjunto com a Câmara, já está estabelecido que o primeiro ponto a ser negociado é a retirada de engenheiros e arquitetos do chamado cargo largo, em que diversas carreiras recebem o título de especialista. O gabinete da Presidência da Câmara confirmou que a proposta foi encaminhada à administração municipal e está em análise.
Desde 2007, engenheiros e arquitetos estão nomeados no município como especialistas em desenvolvimento urbano (EDU). Os profissionais, no entanto, deixaram de ter suas carreiras próprias bem antes, durante a gestão Celso Pitta (1998), quando passaram à faixa conhecida por Quadro dos Profissionais do Desenvolvimento Urbano (QPDU). “É um desejo nosso antigo retomar a carreira própria para poder negociar as nossas pautas”, disse Lacerda. Questionada sobre um possível retorno à mesa de negociação, a Prefeitura não respondeu.
Apoio na Câmara
A pressão dos trabalhadores está surtindo efeito no Legislativo municipal. Na semana entre 20 e 24 de outubro, cerca de 150 engenheiros e arquitetos se revezaram para acompanhar a tramitação de alguns projetos do Executivo que, ao invés de avançar nas negociações, retrocede. Exemplo é a apresentação do Projeto de Lei (PL) 312/14, que define a reestruturação das carreiras com remuneração por meio do chamado subsídio – o que, de acordo com os delegados sindicais do SEESP, desconsidera as especificidades das diferentes atribuições profissionais, tornando todos analistas. A Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão defende que a proposta fará com que os salários dobrem de valor até 2016, chegando ao final da carreira com R$ 16 mil.
Também foi enviado o Projeto de Emenda à Lei Orgânica (PLO) 003/2014, uma vez que é preciso alterar a Lei Orgânica do Município de São Paulo para o pagamento dos servidores por subsídio. O PLO constava na pauta do Plenário para votação na semana passada. Mas, diante da mobilização dos servidores, não houve consenso entre as bancadas, e as sessões foram suspensas.
Segundo Lacerda, o texto está sendo reavaliado, e existe grande chance de retirada de alguns trechos. Foi consenso, por exemplo, que devem ser mantidas as gratificações por tempo de serviço – quinquênios (concedidas a cada cinco anos) e sextas partes (a cada 20 anos). Além disso, quando o servidor assume uma responsabilidade maior, também recebe uma gratificação enquanto estiver em tal cargo específico.
Subsídio
O denominado subsídio surgiu de uma Emenda Constitucional (19/98) do Governo Fernando Henrique Cardoso para restringir os altos salários de servidores e agentes políticos como parlamentares, governadores e prefeitos. A medida foi estendida (a partir de legislação específica) a outras carreiras de mais baixo escalão, o que acabou suprimindo diversos direitos e conquistas dos servidores. O pagamento por subsídio refere-se à soma do piso mais os adicionais, acabando com as gratificações, que passam a ser incorporadas ao piso uma única vez.
“Quando foi criado, a justificativa foi de que havia muitos penduricalhos e era preciso uma reorganização na folha de pagamento. Não é o nosso caso. É um discurso para achatar nossos salários, como já foi feito com outras categorias, como os policiais federais”, afirma Lacerda, que acrescenta: “A lei salarial do município em vigor é muito ruim para o servidor. Se recebermos por subsídio, sem correção da inflação, não teremos mais garantia nenhuma de reposição.”
Desde 2002, a Lei Salarial 13.303 permite que a administração municipal reajuste os salários em 0,01% por ano. “Precisamos que a Câmara se sensibilize sobre a necessidade da adequação dessa lei, que vem há muitos anos resultando em não reposição das perdas. Isso contraria a Lei Orgânica do Município e a própria Constituição Federal”, explica a engenheira Denise Lopes de Sousa, colaboradora do SEESP, que vem realizando apresentações às comissões e bancadas de vereadores sobre os efeitos negativos da legislação.
Por Deborah Moreira
Novidades
Berçário e educação infantil na Vila Mariana
Escola de Educação Infantil Olhar de Criança atende crianças de quatro meses a cinco anos de idade. Está instalada numa área de 612m2 com horta, playground, brinquedoteca, cinemateca, berçário, salas de balé, estimulação, computação e de aula, cozinha, refeitório, jardim e muito mais. Período mínimo de quatro horas e máximo de 12. Rua São Samuel, 141. Mais informações pelos telefones (11) 3589-4541/43 e e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Descontos de 25% (na mensalidade) e 50% (matrícula).
Clínica médica em São José do Rio Preto
A Partmed Saúde e Medicina oferece aos associados e seus dependentes consultas em todas as especialidades, além de exames de eletrocardiograma, ultrassonografia e check-up masculino, feminino e infantil. Rua Benjamin Constant, 3.435, no centro de São José do Rio Preto (SP). Mais informações pelo telefone (17) 3305-8045 e no site www.partmedsaude.com.br. Desconto de 24%.
Curso de perícias judiciais em São Bernardo
Interessados podem se inscrever nesse curso, marcado para ocorrer de 2 a 5 de dezembro, das 19h às 22h45, no auditório do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp-SBC). Rua Sarmento, 341, Centro, São Bernardo do Campo (SP). Mais informações pelos telefones (53) 3231-3622 e 0800-6003622, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e no site www.manualdepericias.com.br. Desconto de 10%.
Super Lanche na Bela Vista
Lanches tradicionais, especiais e naturais com grande diversificação de pães, frios e molhos especiais, bem como minilanches para coffee breaks e comemorações. Também comercializa kits alimentação para viagens, excursões, reuniões, feiras, palestras, campeonatos esportivos e eventos. Esse serviço pode ser contratado na Super Lanche – uma empresa que atua no mercado desde 1976. Rua Conselheiro Ramalho, 749, Bela Vista, na Capital. Mais informações pelos telefones (11) 3284-5398, 99392-7180, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e no site www.superlanche.com.br. Desconto de 10%.
Rede Cinemark na Capital e Interior
Adquira ingressos na sede do SEESP por R$ 16,00 e troque nas bilheterias dos cinemas da rede Cinemark. Promoção válida na Capital e Interior de São Paulo, exceto nas salas do Shopping Iguatemi, Vip Cidade Jardim, 3ª Dimensão e XD. Mais informações pelo telefone (11) 3113-2664 e no site www.cinemark.com.br.
Convênios
Diversos
• Despachante Vancar – Os serviços estão disponíveis aos filiados em Ribeirão Preto (SP). Informações pelo telefone (16) 3102-0169 e e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Desconto de 30%.
Educação
• Universidade Cidade de São Paulo (Unicid) – Campanha válida para 2015, com isenção da taxa do vestibular. Graduação presencial: matrícula por R$ 250,00 e desconto de 10% sobre a mensalidade. Pós-graduação: desconto de 20% (exceto na matrícula e ao curso de Medicina). Ensino a distância: na graduação, a matrícula é de R$ 90,00 e o desconto, de 30% sobre a mensalidade; na pós-graduação, 30% (exceto na matrícula e ao curso de Medicina). Informações pelo telefone (11) 2178-1589, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e no site www.unicid.edu.br.
• Universidade Cruzeiro do Sul – Campanha válida para 2015, com isenção da taxa do vestibular. Graduação presencial: matrícula pelo preço de R$ 250,00 e desconto de 10% sobre a mensalidade (na pós, é de 20%). Ensino a distância: na graduação, a matrícula é de R$ 90,00 com desconto de 30% sobre a mensalidade; na pós, 30% (exceto na matrícula e ao curso de Medicina). Informações pelo telefone (11) 2178-1589, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e no site www.cruzeirodosul.edu.br.
• Fundação Santo André (FSA) – Abertas as inscrições até o dia 14 de novembro próximo para o vestibular unificado da FSA e da Faculdade de Medicina do ABC. Informações pelo telefone (11) 4979-3300, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e no site www.fsa.br. Desconto de 10%.
Saúde
• Clínica Funchal – Atendimento com especialistas em acupuntura, cardiologia e ritmologia, cirurgias plástica e vascular, dermatologia, gastroenterologia e cirurgia digestiva, ginecologia e obstetrícia, nutrição, psiquiatria e urologia. Rua Funchal, 538, conjunto 81, Vila Olímpia, na Capital. Mais informações pelos telefones (11) 3539-0084/85. Desconto de 25%.
• Neuroclin Clínica Integrada – Consultas nas especialidades de alergologia, angiologia, cardiologia, dermatologia, endocrinologia e medicina nuclear, gastroenterologia e cirurgia digestiva, geriatria, ginecologia e obstetrícia, mastologia, neurologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, pediatria, reumatologia e urologia. Rua Virgínia Aurora Rodrigues, 542, no centro de Osasco (SP). Mais informações pelo telefone (11) 3651-7070 e no site www.neuroclinosasco.com.br. Preço da consulta: R$ 60,00. Desconto de 10% nos exames e procedimentos.
Turismo
• Club de Férias – Chalés, pousadas e apartamentos em várias cidades e convênios com uma rede de hotéis no País e no exterior. Rua Roberto Simonsen, 120, 3º andar, sala 305, Sé, na Capital. Informações pelos telefones (11) 3101-0002/5855, 3104-5644 e no site www.clubdeferias.com.br. Descontos de 10% a 40%.
Engenheiros de segurança do trabalho debatem eSocial
A Associação Paulista de Engenharia de Segurança do Trabalho (Apaest) realizou, no dia 20 de outubro, na sede do SEESP, na Capital, palestra gratuita sobre a implantação do eSocial – projeto do governo federal que vai unificar o envio de informações pelo empregador em relação ao seu quadro funcional – e seus reflexos no trabalho desses profissionais. O intuito foi atualizá-los quanto às exigências contidas no novo sistema e quais os aspectos discutíveis ou passíveis de serem melhorados, bem como orientar quanto ao preenchimento de vários documentos. O projeto está sendo desenvolvido em conjunto pela Caixa Econômica Federal, Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ministérios da Previdência Social (MPS) e do Trabalho e Emprego (MTE) e Receita Federal do Brasil (RFB).
Na ocasião, Rogério Luiz Balbinot, presidente da Associação Sul Riograndense de Engenharia de Segurança do Trabalho (Ares), apontou as diferenças dos critérios de avaliação e agentes agressivos do MTE e INSS ao preenchimento dos documentos de Segurança e Saúde no Trabalho (SST) e Anotação de Responsabilidade Técnica (ART). Segundo ele, o layout definitivo do sistema 2.0 sairá em novembro próximo.
SEESP usa água de chuva para limpeza geral
Desde 2009, o sindicato capta água de chuva que é aproveitada na limpeza geral de suas dependências, como calçada, quintal e jardim. O sistema foi implantado após reforma realizada na sede, como explicou o vice-presidente da entidade, Celso Atienza. Diante da crise de abastecimento enfrentada pelo Estado de São Paulo, o SEESP investirá em um novo sistema de reúso que reaproveitará a água distribuída pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). A captação da água de chuva é uma forma rápida e eficiente de se obter um grande volume de água em curto período de tempo. Pode ser feita a partir do teto ou laje do edifício ou do volume que é absorvido pelo solo. No sindicato, o aproveitamento pluvial se dá pela laje do edifício número 17 da Rua Genebra, onde está instalada a caixa d´água, com capacidade até 2.500 litros. Para canalizar a água absorvida e armazená-la, é utilizado um tubo de três polegadas. “Além dessa caixa, temos um poço que capta água do lençol freático quando chove muito”, completou Atienza.
Prêmio Personalidade da Tecnologia 2014
O Conselho Tecnológico do SEESP deu início ao processo de escolha dos profissionais que serão agraciados com o Prêmio Personalidade da Tecnologia 2014. Desde 1987, a entidade premia aqueles que colocam seu saber e dedicação a serviço do avanço científico e tecnológico, do desenvolvimento nacional e do bem-estar da população brasileira. Neste ano, serão homenageados expoentes nas seguintes áreas: educação; internet; reindustrialização; energia; reúso da água e valorização profissional.
Eleito delegado sindical na Emae
Em 28 de outubro foi eleito como delegado sindical suplente do SEESP na Empresa Metropolitana de Águas e Energia S.A. (Emae) o engenheiro Leilton Santos da Silva.
Luta da categoria também está na televisão
Desde 30 de abril de 2012, vai ao ar pela TV Aberta de São Paulo o Jornal do Engenheiro, produzido pelo SEESP. Com meia hora de duração e formato dinâmico, o programa traz entrevistas, reportagens, notícias e divulga os serviços oferecidos aos associados ao sindicato. Seguindo a linha editorial dos demais veículos do SEESP, o JE na TV foca sua pauta no interesse dos engenheiros e dos trabalhadores em geral e nas bandeiras históricas da entidade, especialmente a luta pelo desenvolvimento sustentável.
O programa é exibido às segundas-feiras, às 19h30, na Capital paulista, nos canais 9 (NET), 72 (TVA) e 186 (TVA Digital) ou pela internet no mesmo dia e horário. É transmitido, ainda, para mais 40 municípios paulistas e de outros estados, conforme grade variada. Todos os programas já realizados estão disponíveis aqui.
Seminário em novembro
Numa atividade conjunta do SEESP com a Corregedoria Geral da Administração do Governo do Estado de São Paulo e a Ordem dos Advogados do Brasil – Seção São Paulo (OAB-SP), será realizado, no dia 14 de novembro, das 9h às 18h30, o seminário “Preservação do patrimônio público – transparência, probidade e acesso à informação”, cujo objetivo é o combate à corrupção e a implementação do controle social. O evento é aberto ao público. Mais informações sobre a atividade aqui.