*Valter Pieracciani
No Brasil, um conjunto de mitos trava o avanço da inovação e bloqueia comportamentos inovadores. Muitas vezes ouço dirigentes afirmando, de maneira simplista e imprecisa, que nos falta uma cultura da inovação na empresa e/ou no País. Eis um desses mitos. Líderes, cuidado! A cultura de uma empresa é feita de valores e crenças. Quem rege uma cultura de inovação nesse ambiente é a própria liderança. Cabe a ela expressar claramente os valores, acima de tudo com seu exemplo vivo.
Aliás, emprestando uma frase do filósofo de origem alemã Albert Schweitzer, “quando se trata de expressar valores, dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única”.
Portanto, como líder, comece já a reforçar valores como a coragem, a multidisciplinaridade de conhecimentos e de tarefas, a importância das pessoas e tantos outros pressupostos que compõem o credo das companhias inovadoras. Inclusive valorizar o erro como aprendizado. É preciso abraçar, de verdade, as falhas como oportunidades de descobrir, mudar e inovar.
Outro mito diz respeito à convicção (distorcida) de que inovar é um processo solitário que depende de “lampejos” de alguns poucos iluminados. Bobagem! Está mais do que provado que as empresas inovadoras, as usinas de inovações, como as denominamos, têm processos robustos que envolvem as equipes fazendo com que a inovação aconteça. Essas empresas pavimentaram caminhos estruturados para que as ideias fluam, tornem-se projetos e, mais tarde, produtos. Há disciplina nas práticas para inovar.
Essas práticas dependem essencialmente da combinação de conhecimentos de pessoas diferentes e da mobilização de equipes inteiras, muitas vezes de áreas distintas. Uma espécie de polinização cruzada, como a das abelhas, na qual a ideia inicial, por melhor que seja, é refinada e ampliada pela ação de outros atores no processo.
Walt Disney, um dos líderes mais inovadores de todos os tempos, definia-se como uma “abelhinha” que conectava o trabalho dos vários talentos de seu time para criar maravilhas. Em seus quadrinhos, ofereceu uma grande lição de liderança inovadora por meio do contraponto entre o professor Pardal, a quem todos nós erradamente atribuíamos papel-chave na inovação, e Mickey Mouse. Pardal era um líder introvertido, que fazia coisas que nem ele mesmo sabia para que serviriam... Mas não era ele o inovador, e sim o Mickey. Este sim! Criativo e bem-humorado, mobilizava as pessoas, que acabavam gerando juntas soluções simples para situações complexas.
Crenças paralisantes e mitos como esses citados estão no coração e na mente de muitos dirigentes brilhantes que conhecemos. Chegou a hora de fazer as coisas acontecerem ao estilo Mickey, na mais pura e autêntica revolução da inovação. Da qual tanto nós quanto nosso Brasil precisamos. Feliz trabalho!
*Valter Pieracciani é engenheiro, sócio-diretor da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas e autor dos livros “Usina de inovações” e “Qualidade não é mito e dá certo”.
O Ministério da Justiça colocou em debate público o anteprojeto de lei para proteção de dados pessoais, que prevê que a coleta, o tratamento e a transferência desses tenham o consentimento “livre, expresso, específico e informado do titular”. A discussão está aberta até 30 de abril em uma plataforma na internet (http://participacao.mj.gov.br/dadospessoais/), na qual qualquer cidadão pode fazer sugestões e críticas. A iniciativa retoma o esforço feito em 2010, quando uma primeira versão do anteprojeto chegou a ir à consulta pública, mas acabou não seguindo adiante.
Mas, afinal porque é tão importante que as pessoas se preocupem com a segurança de seus dados? Desde quando vieram à tona as denúncias de Edward Snowden, ex-consultor da Agência Central de Inteligência (CIA) e da Agência Nacional de Segurança (NSA), dos EUA, em 2013, de que milhões de chamadas telefônicas e e-mails de brasileiros, incluindo a presidente da República, foram monitorados por essas empresas, o cidadão comum também passou a refletir ou, pelo menos, a tomar conhecimento do volume de informações gerado por cada um na internet.
Em um mundo cada vez mais conectado em redes digitais, incluindo bancos de dados públicos, todos passaram a gerar cada vez mais informação por e-mail e publicações nas redes sociais, blogs e sites. De acordo com a Cisco Visual Networking Index Global Mobile Data Traffic, de 2014 a 2019, só o tráfego global de dados móveis será multiplicado quase por 10, passando de 30 exabytes (ou 30 bilhões gigabytes) para 292 exabytes, ao ano.
“O aumento de dados é a tendência da internet e sociedades conectadas”, avalia o sociólogo Sérgio Amadeu, professor da Universidade Federal do ABC e especialista em cibercultura. Em 1990, as unidades de medida eram bit e bytes. Hoje, são megabytes e gigabytes. Daqui por diante serão terabytes, petabyte, exabyte, zettabyte, Yottabytes etc. “Estamos falando em 1 zettabyte, que equivale a 1 trilhão de gigabytes, que significa 1 bilhão de DVDs assistidos por dia, durante um ano inteiro”, mensurou Amadeu, durante o “Seminário Marco Civil da Internet: Neutralidade e Proteção de Dados Pessoais”, promovido pela Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, nos dias 17 e 18 de março, em São Paulo (SP).
Para o professor, governos e empresas devem se preocupar mais com a segurança de seus dados. Porém, faz um alerta ao cidadão comum: ter consciência de que também ele está se tornando alvo das agências de inteligência, que vêm investindo fortemente na espionagem de pessoas comuns. Em uma aula pública dada em 2013 (disponível no link http://pt.slideshare.net/sergioamadeu/vc-sabequem-invade-seu-computador), Sergio Amadeu conta como corporações, como a Microsoft, coletam dados dos usuários com seu consentimento, ainda que não plenamente consciente, e repassam às agências. Grandes empresas da internet e especialistas na compra e venda dessas informações constituem o chamado mercado de “big data”.
Escapando da espionagem
Danilo Doneda, coordenador-geral de estudos e monitoramento de mercado do Ministério da Justiça, também presente no evento, alertou para a falta de conhecimento das pessoas sobre o armazenamento de dados. “Quem detém essas informações, tem o poder de prever condutas, de classificar (o cidadão) dentro de etiquetas, de criar segmentações e discriminações sociais, que vão condicionar suas possibilidades e condutas futuras. Isso gera uma assimetria informacional”, adverte. “Na nossa proposta encampou-se o entendimento de que o indivíduo deva ter todos os instrumentos para tentar corrigir esses problemas”, acrescenta, referindo-se ao mecanismo do consentimento.
Para Katitza Rodriguez, da Eletronic Frontier Fondation, dos EUA, a invasão de privacidade maciça das corporações aumenta também a praticada pelo Estado. “Há uma retroalimentação da vigilância privada e estatal. O modelo de negócios incentiva os governos a nos espionarem.” Na sua opinião, é importante disseminar ferramentas como a criptografia para minimizar o efeito desse fenômeno.
Um das alternativas de proteção em debate e prevista no anteprojeto brasileiro é a criação de uma autoridade para tanto. Atualmente, 101 países dispõem de leis gerais sobre esse tema e 90% deles possuem um órgão responsável pelo recebimento de denúncias e fiscalização da aplicação da lei. Na Espanha, por exemplo, desde 1993 existe a Agência Espanhola de Proteção de Dados (AEPD), que é independente do poder público.
O órgão é formado por especialistas, como o engenheiro Luis Carrasco, que chefia a equipe de auditoria. De acordo ele, a agência impõe “sanções às empresas privadas e requerimentos a órgãos públicos para que sejam aplicadas adequadamente as normas de proteção de dados”, em valores que variam, em média, de 900 a 600 mil. “Tivemos problemas, por exemplo, com as companhias de seguro que queriam registrar dados excessivos, como raciais, opiniões políticas e de saúde”, exemplificou.
Maria Inês Dolce, coordenadora da Proteste, fez o alerta: “O consumidor tem o direito de saber todos os detalhes da coleta e utilização dos dados. As cláusulas referentes ao consentimento devem ser específicas, mais claras e transparentes. O consentimento não pode ser amplo, geral e irrestrito”, advertiu.
Por Deborah Moreira
Gestão e planos sustentáveis na agricultura são um caminho para enfrentar os desafios atuais, diante das crises hídrica e energética. Sob essa ótica, Arnaldo Jardim assumiu, em 1º de janeiro último, a Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. Engenheiro civil associado ao SEESP – como faz questão de frisar –, ele fala nesta entrevista ao Jornal do Engenheiro sobre os projetos para sua gestão à frente da pasta. Com longa trajetória na vida pública, o que inclui quatro mandatos como deputado estadual em São Paulo e três como federal, ele enfatiza a contribuição da engenharia e suas entidades representativas nessa trajetória, como demonstrado com o projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento”, iniciativa da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). Para Jardim, discussão fundamental à proposição de saídas de longo prazo, com a visão estratégica de continuidade do desenvolvimento nacional.
Qual o panorama da agricultura e abastecimento do Estado?
A pujança econômica do Estado teve na agricultura um fator indutor do seu desenvolvimento muito significativo. Nos últimos quatro anos, tivemos zero de crescimento econômico. A indústria cresceu menos cinco, serviços, menos dois, já a agricultura teve resultado positivo, o que impediu e deve continuar a assegurar que o desastre não seja maior em 2015, um ano difícil. A agricultura, portanto, tem historicamente um grande papel e conjunturalmente, nestes anos, continua mantendo uma vitalidade. Dos produtos agrícolas vem a sustentação da nossa balança comercial.
Quais os desafios à frente da Secretaria?
O grande desafio é mudar a imagem da agricultura, que apareceu, aos olhos da sociedade, como setor atrasado. A figura do Jeca Tatu, personagem de Monteiro Lobato, passou a visão de que nosso homem do campo é indolente, pouco produtivo, um pouco preguiçoso, isso está longe de ser verdade. A nossa agricultura hoje é altamente desenvolvida. Temos, no Estado de São Paulo, 90% da colheita de cana de açúcar totalmente mecanizada. Essa agricultura tem nanotecnologia já utilizada como referência nos nossos rumos, nos novos cultivares. Queremos realizar um seminário específico com a participação do Isitec (Instituto Superior de Inovação e Tecnologia) sobre a necessidade de melhoria dos nossos equipamentos de irrigação, até por conta de uma contingência que surge com a escassez de água. Nossa atribuição é mostrar essa face dinâmica da agricultura, dar condições para que isso se amplifique e fazer com que esse grau de conhecimento chegue ao produtor, particularmente ao pequeno, que muitas vezes, por falta de informação ou recursos, não tem acesso tão rápido a esses avanços.
As crises hídrica e energética podem comprometer o abastecimento agrícola?
É uma situação muito desafiadora. Queremos ampliar a produção de energia a partir da biomassa. A segunda questão é mudar o padrão de transporte. No Brasil, o escoamento agropecuário se dá em grande parte por meio rodoviário, o desafio é ampliá-lo por hidrovias e ferrovias. Menos chuva significa menor produção e encarecimento do ciclo de vida. Poderíamos restringir a oferta de água, estamos trabalhando para que não chegue a esse ponto. Enquanto isso, algumas questões estruturais precisam ser feitas. Vamos buscar melhorar a eficácia e eficiência dos equipamentos de irrigação e estamos desenvolvendo algumas experiências piloto de um programa de recuperação das nascentes, em articulação com os municípios. Além disso, há em São Paulo um programa de regularização ambiental e estamos acelerando o cadastro das entidades para a recomposição de matas ciliares e de reserva legal, o que é importante para evitar assoreamento e, assim, garantir a qualidade da água. Estamos ainda pedindo a todos os nossos institutos de pesquisa que priorizem o estudo de cultivares que melhor produzem com escassez de oferta de água.
O projeto “Cresce Brasil”, na etapa atual, tem priorizado soluções nos setores hídrico e energético sob o mote de “não à recessão”. Como o senhor vê essa contribuição?
Vejo com o maior entusiasmo. O SEESP sempre procura todos os candidatos nas eleições e apresenta as propostas dos engenheiros no que diz respeito à retomada do crescimento. Beneficiei-me muito disso, um dos projetos que tive aprovado como deputado estadual foi inspirado e proposto por esse sindicato: o que determina o período que as empresas estatais de São Paulo controladas pelo governo devem liberar os seus funcionários engenheiros para atualização profissional. A FNE e o SEESP têm presença ativa em Brasília. Quando fui relator da política nacional de resíduos sólidos que disciplinou a questão do lixo, o sindicato foi muito importante. Quando debatemos sistemas de energia, o SEESP auxiliou e agora espero que nosso “Cresce Brasil” seja mais uma vez bem-sucedido, é importante para orientar políticas públicas de longo prazo. Na Secretaria, vou me apoiar muito nessas entidades para a discussão de temas relevantes que nos ajudem a promover a inovação tecnológica.
Por Soraya Misleh, com colaboração de Deborah Moreira e Priscila Silvério
Reunidos em assembleia geral na sede do SEESP, na Capital, em 31 de março, engenheiros da Administração Municipal de São Paulo decidiram aguardar que o prefeito Fernando Haddad proponha o texto do projeto de lei que instituirá a carreira própria para a categoria. Na manhã do mesmo dia, representantes do Executivo receberam delegados sindicais do SEESP e membros do Sindicato dos Arquitetos no Estado de São Paulo (Sasp) e da Associação dos Engenheiros, Arquitetos e Agrônomos Municipais de São Paulo (Seam) e comprometeram-se a apresentar, no dia 7 de abril, em conversa agendada para as 9h30, a proposta do texto que depois será encaminhado à Câmara para votação. Também participaram os vereadores Juliana Cardoso (PT), líder do governo; Nelo Rodolfo (PMDB); e Aníbal de Freitas (PSDB).
O encontro marcou a volta do diálogo, que havia sido interrompido por quase um ano e foi reiniciado após uma série de mobilizações dos profissionais. A interlocução com a Prefeitura começou a ser retomada em 19 de março, quando o presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, reuniu-se com o secretário de Governo, Chico Macena. Na ocasião, o representante municipal reiterou o compromisso de enviar ao Legislativo a proposta já negociada com as entidades de trabalhadores. Depois, no dia 24, aconteceu um encontro com o secretário de Gestão, Valter Correia da Silva, que se mostrou aberto à negociação. Juliana Cardoso, que intermediou o contato, lembrou na ocasião o compromisso dos vereadores com o PL dos engenheiros e arquitetos. Ela também recomendou que o Executivo priorizasse a negociação e a elaboração do projeto.
Mobilização
Na sequência desses encontros, cerca de 400 engenheiros e arquitetos estiveram reunidos, na manhã do dia 25 de março, na Praça Patriarca, em frente à Prefeitura, para pressionar pelo envio do PL à Câmara. Durante a manifestação, que contou com a presença de representantes das três entidades, os dirigentes frisaram a importância da unidade na luta e fizeram um resgate do acontecimentos. Alguns dos presentes aderiam efetivamente à mobilização pela primeira vez, como o engenheiro Paulo Gama, da Regional do Butantã. “Agora é um momento decisivo. Venho acompanhando de longe e compreendo que temos que estar todos unidos e pressionando pela valorização da carreira”, afirmou.
Dando continuidade ao ato, o grupo dirigiu-se às escadarias da Galeria Prestes Maia, onde permaneceu para a realização de uma “miniassembleia”. “Estamos pedindo ao governo datas fixas de negociação que devem ser mantidas”, asseverou Sérgio Souza, delegado sindical do SEESP. De lá, os profissionais seguiram em direção à Câmara Municipal para acompanhar a votação do PL 311/2014, que criou 300 cargos, sendo 200 de Gestor de Políticas Públicas, com funções semelhantes às dos engenheiros e arquitetos, mas com salários bastante superiores aos que são pagos aos atuais servidores (de R$ 9 mil a R$ 21 mil). “O prefeito Haddad fez um grande esforço para aprovar esse projeto. Então, não vejo porque não dar celeridade ao PL da carreira dos engenheiros e arquitetos que estão há bastante tempo reivindicando essa valorização”, avaliou o assessor do SEESP, Carlos Hannickel. Ele lembrou ainda que a mobilização continua com reuniões todas as quintas-feiras, às 16h, na sede do sindicato. O presidente da entidade, Murilo Celso de Campos Pinheiro, que esteve na assembleia do dia 31, parabenizou “a luta que vem fortalecendo a categoria”.
Reivindicações
Os engenheiros e arquitetos da Prefeitura de São Paulo reivindicam, além de um plano de carreira próprio, piso salarial de 8,5 salários mínimos e a reposição das perdas salariais de 49,46%, acumuladas entre maio de 2007 e meados de 2014, segundo o INPC/IBGE. Para tanto, exigem mudança na Lei Salarial 13.303/02, que permite ao Executivo municipal conceder reajuste de apenas 0,01%.
Desde o início do atual governo, os servidores estão em campanha salarial e, em 2014, se posicionam contra a remuneração por subsídio, que desconsidera as especificidades das diferentes atribuições de cada profissional e transforma todos em analistas, com reajuste de 30% para engenheiros e arquitetos, somente a partir de 2017 e apenas àqueles em início de carreira.
Durante visita à Subprefeitura de Santana, em 20 de março, Haddad conversou com servidores e lhes garantiu: “Engenheiros e arquitetos, eu juro que vocês irão ficar absolutamente contentes com o projeto de vocês.” Os profissionais aguardam agora ansiosamente que a promessa do Prefeito se cumpra ainda no mês de abril.
Por Deborah Moreira
Novidades
Wizard Liberdade
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Tratamento Urológico
A Clínica Paulista de Urologia oferece aos associados ao SEESP tratamento nessa especialidade médica. Localiza-se na Rua Maestro Cardim, 560, conjunto 61, Paraíso, Capital. Mais informações pelos telefones (11) 3288-6588/6358 e e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Preço da consulta R$ 100,00, conforme tabela da AMB.
Psicóloga na Praia Grande
Psicoterapia, orientação individual e em grupo estão entre os serviços realizados por Cintia Jordão. Atende na Rua Jundiaí, 34, sala 303, Boqueirão. Mais informações pelo telefone (13) 99181-5664, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Desconto de 30%.
Estude um idioma em SBC
Cursos de inglês, alemão, espanhol, francês, italiano e português para estrangeiros podem ser feitos pelos associados na Life Idiomas. Unidades: Avenida Senador Vergueiro, 113, Jardim do Mar; e Rua Cristiano Angeli, 479, Assunção. Mais informações pelos telefones (11) 4330-3038, 4109-7373, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e no site www.lifeidiomas.com.br. Desconto de 10%.
Psicanálise e psicopedagogia
Yona Sousa trabalha nas duas especialidades com crianças, adolescentes e adultos. Faz avaliação e intervenção psicopedagógica; prevenção e tratamento das dificuldades de aprendizagem; técnicas de estudo; dificuldade de concentração e hiperatividade; e psicoterapia individual e familiar. Atende em Sorocaba, Rua Conde Francisco Matarazzo, 140, Jardim Vergueiro, telefone (15) 99151-3655; Campinas, Rua Sacramento, 1091, Vila Itapura, (19) 98928-4979 e e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Desconto de 40%.
Convênios
Lazer
• Parques de Diversões – Hopi Hari, www.hopihari.com.br; Thermas do Vale, www.thermasdovale.com.br; e Wet´n Wild, www.wetnwild.com.br. Adquira ingressos no SEESP pelo telefone (11) 3113-2664.
Educação
• Centro Britânico – Cursos de inglês e espanhol. Avenida Torquato da Silva Leitão, 308, São Dimas, em Piracicaba (SP). Informações pelo telefone (19) 3422-8760 e no site www.centrobritanico.com.br. Desconto de 15%.
• Microlins – Araçatuba: Cursos de informática, de AutoCad 2D e 3D e mais de 40 profissionalizantes. Rua Floriano Peixoto, 614, Vila Mendonça. Informações pelo telefone (18) 2102-8634 e e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Desconto de 10%. Rio Claro: Avenida 2, 460, Centro. Informações pelo telefone (19) 3533-6020 e e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Desconto em média de 35%.
Saúde
• Cardioendocrinologia – Doutor Sérgio Goldman. O consultório fica na Rua Itacema, 396, Itaim Bibi, Capital. Informações pelos telefones (11) 3078-1324/8320 e e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Desconto de 20%.
• Neuroclin Clínica Integrada – Consultas médicas em todas as especialidades, como alergologia, angiologia e cirurgia vascular, cardiologia, dermatologia, endocrinologia, geriatria, acupuntura e outras. Rua Virgínia Aurora Rodrigues, 542, no centro de Osasco. Informações pelo telefone (11) 3651-7070, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e no site www.neuroclinosasco.com.br. O preço da consulta é de R$ 60,00. Desconto de 10% nos exames e procedimentos.
• Massagem relaxante e auriculoterapia para reequilíbrio – Serviço realizado por Maria Cristina Guedes Gonçalves. Informações pelos telefones (11) 3834-8964 e 98358-9735 e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Preços promocionais.
• Viver Zen Terapias Orientais – Trabalha com acupuntura e shiatsu. Situa-se na Rua Nestor Pestana, 30, conjunto 43, Consolação, Capital. Informações pelo telefone (11) 3129-9034 e e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Desconto de 30%.
Turismo
• Agência CJ Turismo – Avenida Antônio Carlos Comitre, 510, Campolim em Sorocaba (SP). Informações pelo telefone (15) 3212-6666, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e no site www.cjturismo.com.br. Descontos especiais com várias formas de pagamento.
• D’lla Roche Operadora de Turismo – Rua Brigadeiro Tobias, 502, Centro de Sorocaba (SP). Informações pelos telefones (15) 3233-8823, 8126-1908 e (11) 9367-8755, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e no site www.dllaroche.com.br. Descontos de 5% e 10%.
• Guararema Parque Hotel Resort – Diária com pensão completa. Rua D´Ajuda, 438, no Centro de Guararema (SP). Informações pelo telefone (11) 4693-8904, e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e no site www.guararemahotel.com.br. Desconto de 15%.
SEESP entrega pauta de reivindicações da categoria ao presidente do Metrô
O presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, e os diretores Ubirajara Tannuri Felix e Emiliano Stanislau Affonso Neto reuniram-se, no dia 23 último, com o secretário dos Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo e diretor-presidente do Metrô, Clodoaldo Pelissioni. Na ocasião, os dirigentes entregaram a pauta de reivindicações da categoria para a renovação do Acordo Coletivo de Trabalho e destacaram itens, como a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e o cumprimento do piso salarial dos profissionais, conforme a Lei 4.950-A/66.
O sindicato defendeu reajuste salarial com aumento real, plano de cargos e salários (PCS), adicional de insalubridade e periculosidade para todos os engenheiros, independentemente dos cargos que ocupam, além de reunião mensal para solucionar problemas do dia a dia e gestão da empresa valorizando os quadros técnicos.
Isitec e Fipe promovem segundo seminário sobre concessões e PPPs
O cenário das Parcerias Público-Privadas (PPPs), no Brasil, será discutido com a participação de especialistas no “II Seminário sobre Concessões e PPP: fundamentos, marco regulatório e a nova matriz para investir e financiar projetos de infraestrutura no Brasil”, que acontece de 19 a 22 de maio, na sede do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), mantido pelo SEESP, na Capital paulista (Rua Martiniano de Carvalho, 170).
O evento dá continuidade à parceria entre a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) e o instituto, cujo intuito é aumentar o nível de entendimento sobre o assunto e qualificar profissionais interessados ou envolvidos no tema. A programação vai contar com três dias de aulas e um painel de debates no final. Mais informações pelo telefone (11) 3254-6850. Inscrições em http://goo.gl/FEqkpP.
Palestra técnica sobre sistemas de aeração por ar difuso
A Delegacia Sindical do SEESP em Taubaté, dando prosseguimento à série de atividades técnicas que vem realizando neste ano, promove, no dia 26 de maio próximo, às 19h, a palestra “Sistemas de aeração por ar difuso: conceitos, aplicações e vantagens”, que será proferida por Bruno Dinamarco. As inscrições devem ser feitas pelos telefones (12) 3633-5411 e (19) 3886-9633 e 3886-9601 ou e-mail taubaté@seesp.org.br.
CNTU participa de lançamento de frente parlamentar em defesa da Petrobras
A vice-presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU), Gilda Almeida de Souza, participou do lançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Petrobras, na Câmara dos Deputados, no dia 24 de março.
De acordo com o deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA), articulador e presidente do colegiado, o objetivo principal da frente é tentar separar duas pautas: a referente à apuração dos crimes de corrupção e a empresa em si. “A Petrobras não se confunde com corrupção e é um símbolo nacional”, afirmou.
FNE mantém representante em fundo nacional de habitação
Desde 25 de março último, a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE) está representada no Conselho Gestor do Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (FNHIS) – ligado ao Ministério das Cidades – pelo diretor da entidade José Ailton Ferreira Pacheco. Ele substituiu a também diretora Thereza Neumann Santos de Freitas, cujo mandato se encerrou no dia anterior, e ficará na função por dois anos. Como suplente de Pacheco, assumiu Antonio Ciro Bovo, presidente do Sindicato dos Engenheiros, Arquitetos e Geólogos do Tocantins (Seageto). O FNHIS é um fundo contábil de habitação de interesse social com destinação específica, composto por uma série de receitas a ele vinculadas.
Governador de Tocantins destaca importância da engenharia
No dia 25 último, o governador de Tocantins, Marcelo Miranda, recebeu, em audiência, os presidentes da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), também à frente do SEESP, Murilo Pinheiro, do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado (Crea-TO), Marcelo Costa Maia, e do Sindicato dos Engenheiros, Arquitetos e Geólogos do Tocantins (Seageto), Antônio Ciro Bovo.
Durante o encontro, além de apresentar a nova etapa do projeto “Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento” (www.crescebrasil.org.br), Pinheiro entregou ao governador a publicação que registra a história dos 50 anos da entidade. O governador ressaltou a relevância e a missão da federação, do sindicato e do Crea–TO. “São entidades muito importantes para o desenvolvimento ordenado do Estado, especialmente pelo papel de seus profissionais”, destacou.
Delegacia sindical de Franca participa de semana da água
Em comemoração à Semana da Água, 150 cavaleiros participaram, no dia 21 de março último, da Cavalgada Ecológica, realizada pela Associação Amigos do Rio Canoas, com o apoio da Delegacia Sindical do SEESP em Franca. O evento completou 14 anos e contou com a presença dos engenheiros da Sabesp. O percurso foi de 12 quilômetros. Realizada duas vezes ao ano, a próxima edição acontecerá em setembro em comemoração ao Dia da Árvore. A cavalgada ecológica faz parte do programa “Verde vida” da Sabesp e visa preservar e recompor as matas ciliares do rio Canoas e do córrego Pouso Alegre, que abastecem a cidade de Franca.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados (CNTU) entrou em 9 de fevereiro com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a Medida Provisória 664, que restringe o direito à pensão previdenciária. No dia seguinte, a entidade esteve representada na mobilização no Congresso Nacional contra o dispositivo (link para matéria Mobilização contra mudança nos benefícios sociais). Editada em dezembro último, juntamente com a MP 665, a medida altera as Leis 8.213/1991, 10.876/2004, 8.112/1990 e 10.666/2003, trazendo claros prejuízos à parcela mais pobre da população. Ninguém contesta a necessidade de se organizar a economia do País e ter controle sobre as contas públicas. No entanto, será um erro se a fatura for entregue a quem pode menos, enquanto são poupados o rentismo e os mais ricos.
Além da flagrante injustiça, a forma adotada pelo governo é claramente inconstitucional, como demonstra a Adin impetrada pela nossa confederação. O problema é identificado já na natureza da medida provisória, instrumento que pode ser adotado pelo Poder Executivo para atender a situações emergenciais, que não possam aguardar os procedimentos legislativos ordinários, o que certamente não é o caso em pauta. Na peça enviada ao Supremo, fica claro que o governo introduz inúmeras alterações na legislação relativa ao Regime Geral da Previdência Social, “fazendo crer, além da afronta direta aos princípios e direitos constitucionalmente assegurados aos cidadãos brasileiros, ser a sua intenção suprimir do amplo debate público com a sociedade brasileira e seus representantes um conjunto de medidas que tem o nítido propósito de sacrificar os direitos sociais (...)”. Ou seja, além de se prejudicar o trabalhador, impede-se a discussão necessária sobre o tema.
A MP traz ainda inconstitucionalidade formal, pois, conforme o art. 246 da Carta Magna, “é vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda promulgada a partir de 1995”. Além disso, a MP 664 viola frontalmente diversos preceitos constitucionais, entre eles os artigos 5º, 6º, 40, 154, 195 e 226. Ou seja, a saída encontrada para enxugar gastos que poderiam ser economizados, por exemplo, com a redução da taxa de juros tem equívocos diversos.
A CNTU, juntamente com o engajamento às ações do movimento sindical contra tais medidas, decidiu acionar o STF por entender que a MP 664 afeta diretamente os profissionais liberais, na condição de segurados obrigatórios da Previdência Social, estejam atuando na iniciativa privada ou no setor público. Porém, para além da defesa das categorias que representa, a confederação, assim como o SEESP, propõe uma pauta de enfrentamento da crise que valorize o trabalho e incentive a produção e o crescimento. Optar pelo corte de direitos e pela recessão econômica trará como consequência nefasta inevitável o desemprego e a piora das condições de vida da população. Ainda que tenhamos que conviver com níveis de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) inferiores aos desejáveis, é preciso que seja mantida a meta do desenvolvimento. Só assim superaremos as dificuldades sem criar tragédias sociais.
Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente
*Renato Becker
Há espaço físico para todos? Qual o limite? E a energia, teremos apagão? Não temos rios e fontes de água em abundância? Mas temos seca! A quantidade de água no planeta é constante, mas sofre alterações de estado físico, de localização e, principalmente, de qualidade. Precisamos ter o controle sobre essas e outras questões.
Estamos vivendo problemas sérios de infraestrutura, em especial de mobilidade (nas regiões metropolitanas), de abastecimento de água e de energia, que se agravaram nos últimos 12 meses. Encontrar a solução é um grande desafio aos governantes e ainda maior para os engenheiros que trabalham nessas áreas. Somem-se às dificuldades orçamentárias e técnicas a de decisões políticas muitas vezes sem considerar as melhores saídas apontadas pela engenharia.
Não são decisões simplistas, às vezes simpáticas à população, que vão solucionar os problemas, mas apenas disfarçá-los. Não basta pintar novas faixas nas ruas, criar slots de tempo para o tráfego (que tal o semáforo virtual?), definir tarifas públicas artificialmente, sem levar em conta estudos técnicos de engenharia e os investimentos necessários (sem o quê, não se obtém desenvolvimento).
Também não se deve ter receio de colocar em pauta e discutir realisticamente e sem paixões alguns “tabus”, como os entraves relacionados ao meio ambiente, formas de geração de energia (solar, nuclear), agricultura (setor que mais consome água – e muito exporta), indústria (o segundo em consumo de água e o que mais consome energia). Também não vamos nos iludir com propostas que não contemplem os respectivos orçamentos necessários à sua execução.
É fundamental ainda ter planejamento de Estado (e não de governo) bem definido para curto, médio e longo prazo, sempre realimentado e atualizado com a evolução das informações e da tecnologia. Esse é um grande desafio a nossa engenharia, pois os problemas atuais são de urgente solução, agravados pelas condições ambientais adversas e pelo longo período sem planejamento e ações. Some-se a isso o escasso quadro de engenheiros existente nas empresas de infraestrutura devido ao seu esvaziamento e às políticas de baixos salários e de terceirização.
Será preciso a contratação de muitos engenheiros para trabalhar no saneamento dessa situação delicada.
Cabe aos gestores públicos designarem técnicos para as funções específicas que necessitam conhecimento da área em que atuarão, seja nas empresas, nos institutos, nas secretarias.
E cabe a nós, engenheiros, o estudo de soluções, de viabilidade técnica e econômica, a apresentação das possibilidades e a sua execução, com inovação, qualidade, urgência e o sucesso requeridos pela conjuntura atual. Engenheiros, cabeça pensante e mãos à obra!
Renato Becker é diretor do SEESP
Qual importância tem hoje para o Brasil o Fórum Social Mundial (FSM)? E para os demais países? Para tentar responder a essas e outras questões, organizações brasileiras e internacionais promoveram o “Seminário FSM Rumo a Túnis”, em Salvador (BA), entre 22 e 24 de janeiro último.
O encontro, que reuniu 235 participantes de 130 organizações e teve mais 400 acompanhando-o online, foi preparatório ao FSM, que ocorrerá de 24 a 28 de março, na capital tunisiana. Membro do Conselho Internacional (CI) do fórum, Damien Hazard, da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) e da Vida Brasil, destacou: “O Brasil está bem representado. Há tanto organizações mais conhecidas, como centrais sindicais e movimento negro, quanto outras recém-criadas, de base, do interior do País, de pessoas com deficiência, de povos tradicionais e mais urbanas, como o MPL (Movimento Passe Livre).”
Esta será a segunda vez que a Tunísia sediará o FSM. Em 2013, fazer um fórum naquele país era algo natural após os protestos ocorridos desde dezembro de 2010, que deflagraram a chamada Primavera Árabe, o que na prática significou a derrubada de governos ditatoriais como o tunisiano e o egípcio, num primeiro momento. Agora, os organizadores avaliam que a realização do evento no mesmo local é estratégica. Nos últimos quatro anos, apesar de alguns avanços políticos, a situação econômica piorou muito na África, que sente os impactos negativos da crise na Europa. “O Mar Mediterrâneo se tornou um cemitério. Milhares morrem tentando atravessar para a Europa. O fórum é um espaço vital para os movimentos sociais, para a promoção dos direitos econômicos, ambientais, para encontrar alternativas ao neoliberalismo”, afirmou Hamouda Soubhi, diretor executivo da Rede Marroquina das ONGs Europeias e Mediterrâneas e cofundador no Marrocos do Fórum das Alternativas do Sul, que integrou uma das mesas.
Na sua ótica, só a unidade de ação poderá levar a novos avanços. Ele frisou a importância de fortalecer as lutas da região, como a pela libertação da Palestina e independência do povo saarawi e convocou: “Venham a Túnis para trabalhar conosco em nossas aspirações.”
O antropólogo Alaa Talbi, membro do Fórum Tunisiano de Direitos Econômicos e Sociais e um dos organizadores do comitê local do FSM Tunísia, falou da importância dos sindicatos. Em entrevista ao Jornal do Engenheiro, ele contou um pouco sobre seu papel na Primavera Árabe: “As centrais sindicais do país têm muita força e apoiaram realmente a revolução dos jovens. Desempenharam ainda um papel fundamental na transição política, de democratização do país.”
Em janeiro de 2014, a Tunísia ganhou nova Constituição, mais progressista graças à mediação de integrantes de centrais e entidades da sociedade civil, que fazem parte do Comitê de Organização do FSM. O texto estabelece a liberdade de crença e consciência, institui a igualdade entre homens e mulheres, assim como a paridade de representação nas assembleias políticas, a liberdade de expressão e de opinião e concede autonomia ao Poder Judiciário. Quatro membros dessas organizações locais integram o novo governo como ministros – duas mulheres e dois homens.
Ao ser questionado sobre a baixa representatividade dos novos movimentos no seminário internacional em Salvador, o antropólogo reconheceu que não havia muitos jovens presencialmente, mas lembrou que muitos acompanhavam online. “Temos que dar-lhes espaço. Essa será uma das questões debatidas em Túnis, a construção de uma nova dinâmica entre esses jovens”, relatou. De acordo com Talbi, das mais de 1.700 organizações já inscritas, somente 3% são da América Latina e Brasil.
Banalização
O economista, urbanista e cientista político francês Gustave Massiah, do Centro de Pesquisa e de Informação para o Desenvolvimento (Crid/França), apontou algumas reflexões, como a crise atribuída ao evento no Brasil que, para ele, é das organizações. “A diversidade é uma questão teórica”, enfatizou, lembrando que a dinâmica do evento não caminha em uma direção única, e isso torna difícil sua aceitação em alguns movimentos. “Eles (os movimentos) se sentem divididos pelo que chamam de banalização do Fórum Social Mundial. E em muitos países, como no Brasil, participaram da mudança política”, completou.
Massiah, que também é do CI, recordou alguns avanços nos últimos fóruns, quando se definiu uma proposta de transição. “Estão sendo construídos novos conceitos. E pela primeira vez são elaborados pelo conjunto dos movimentos sociais do mundo. Isso permite redefinir a questão da propriedade privada, do bem viver, dos serviços públicos”, destacou. Ao final, recordou a função do FSM: “É o espaço que temos para refletir uma estratégia mundial” em contraponto ao capital. Leia mais em http://twixar.me/l7w, http://twixar.me/g7w, http://twixar.me/97w, http://twixar.me/T6g, http://twixar.me/57w.
Por Deborah Moreira