João Guilherme Vargas Netto*
É um episódio bíblico bem conhecido. Esau, faminto, vendeu seu direito de filho mais velho a seu irmão Jacó em troca de um prato de lentilhas. Está no livro de Gênesis, capítulo 25, versículos 29 a 34.
O prato de lentilhas passou a ser o exemplo de uma venda disparatada e infeliz em que o interesse momentâneo, imediato e aflitivo passa a valer mais que todos os outros interesses permanentes, definitivos e coerentes; troca-se oitenta por oito, ou nem isto.
O movimento sindical dos trabalhadores e seus dirigentes não podem se vender por um prato de lentilhas.
No caso, o prato de lentilhas seria a promessa de um candidato de abrandar o rigor da lei trabalhista celerada no que diz respeito, exclusivamente, aos recursos financeiros para as entidades, apesar de manter o apoio às inseguranças e perversidades da lei contra os trabalhadores, contra os sindicatos e sua capacidade de representação e negociação e contra a Justiça do Trabalho.
Que um dirigente partidário aceite esta barganha ou se refestele com o prato de lentilhas isto poderia até ser explicado (mas não aprovado) pelos interesses demagógicos e oportunistas da cena pré-eleitoral.
Mas para o movimento sindical isto seria mais que um crime, seria um erro.
A pedra de toque do apoio do movimento sindical a uma candidatura, qualquer que seja ela (qualquer que seja o partido de origem, qualquer que seja o cargo disputado) é a simpatia, aderência ou concordância dela com a agenda prioritária da classe trabalhadora, de 22 itens, aprovada unanimemente pelas centrais sindicais e já apresentada aos candidatos e à sociedade.
Se alguns dirigentes sindicais cometessem a vilania de trocar a promessa de afrouxamento dos rigores da lei contra os recursos sindicais pela aceitação de todos os aspectos negativos da lei contra os trabalhadores isto reforçaria a separação entre cúpula e base, entre direção e representados e a suspeita de que os dirigentes só “pensam naquilo”.
Ainda mais porque a aceitação da lei vem acompanhada de outras propostas direta e indiretamente lesivas aos trabalhadores configurando um programa de governo reacionário e contrário aos seus interesses.
As ilusões que, por ventura, tal arranjo suscitasse desprezam a constatação das que naufragaram sucessivamente depois da promulgação da lei.
É impensável um Congresso Nacional futuro que dê aval a um programa regressivo de governo e seja capaz, ao mesmo tempo, de “corrigir” os excessos da lei exclusivamente para beneficiar as entidades sindicais.
O movimento sindical não pode, em troca de um prato de lentilhas, desprezar o cardápio apresentado por um candidato reacionário onde, se todos os pratos são envenenados por que apenas o prato de lentilha não o seria?
*consultor sindical
Comunicação SEESP*
O SEESP se reúne novamente com representantes da Companhia Energética de São Paulo (Cesp) na próxima terça-feira, 24/7, às 10h30, na sede da empresa, para mais uma rodada de negociação visando o Acordo Coletivo de Trabalho 2018. Na última reunião, realizada em 16 de julho, não houve avanço nas negociações; por isso a campanha segue em curso.
Mais informações no departamento de Ação Sindical do SEESP, pelo telefone (11) 3113-2641, ou por e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
*Com informações da Ação Sindical
Comunicação SEESP*
Os profissionais da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep) mobilizam categoria com agenda de assembleias para apreciar e deliberar a contraproposta apresentada pela empresa e outros encaminhamentos relativos à negociação coletiva. Confira as datas:
Data: 19 de julho de 2018 (quinta-feira) – Subestação Bom Jardim
Horário: 11h (primeira convocação) e 11h30 (segunda convocação)
Local: Alameda Cesp, s/nº – Jundiaí
Data: 19 de julho de 2018 (quinta-feira) – Subestação Cabreúva
Horário: 14h30 (primeira convocação) e 15h (segunda convocação)
Local: Rodovia Vereador José de Moraes s/nº – Bairro Pinhal
Data: 20 de julho de 2018 (sexta-feira) – Edifício Celebration
Horário: 9h30 (primeira convocação) e 10h (segunda convocação)
Local: Rua Casa do Ator, 1155 – Vila Olímpia
Data: 20 de julho de 2018 (sexta-feira) – Subestação Pirituba
Horário: 13h (primeira convocação) e 13h30 (segunda convocação)
Local: Avenida Paulo Ferreira, 804 – Pirituba
Data: 23 de julho de 2018 (segunda-feira) – Subestação Bauru
Horário: 8h (primeira convocação) e 8h30 (segunda convocação)
Local: Rodovia Bauru-Marilia, Km 348 – Bauru
Data: 23 de julho de 2018 (segunda-feira) – Subestação Taubaté
Horário: 16h30 (primeira convocação) e 17h (segunda convocação)
Local: Rodovia Presidente Dutra, Km 116,5 – Taubaté
*Com informações do setor Ação Sindical do SEESP