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Sindical – Bons acordos coletivos para evitar a recessão

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Em sua décima quinta edição, o Seminário de Abertura das Campanhas Salariais do SEESP aconteceu em 8 de abril, na Capital. A atividade reuniu dirigentes sindicais e representantes de empresas e organizações patronais. Participaram ainda especialistas que traçaram um panorama da conjuntura política e econômica em que se darão as negociações para a renovação dos acordos e convenções coletivas de trabalho que abrangem mais de 100 mil engenheiros em todo o Estado de São Paulo.
No início do evento, o presidente do SEESP, Murilo Celso de Campos Pinheiro, enfatizou o esforço de diálogo que será feito durante as negociações. Para o jornalista João Franzin, da Agência Sindical, o ponto é essencial e demonstra a maturidade do sindicato e das empresas. Ele destacou ainda o saldo vitorioso dos engenheiros nas campanhas salariais de 2014, quando a categoria obteve o maior aumento real dos últimos anos.

Em sua palestra, o consultor sindical João Guilherme Vargas Netto defendeu que o resultado das campanhas salariais dos engenheiros em 2015 contribua para o enfrentamento da crise e para evitar a estagnação econômica no Brasil. “Se os acordos forem positivos, ajudarão na luta contra a recessão”, afirmou.

Airton Santos, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), corroborou a ideia de envidar esforços para evitar os impactos sociais que a recessão causaria ao Brasil, especialmente aos mais pobres que têm baixos salários e não possuem poupança para os dias difíceis. Nesse sentido, afirmou ele, é necessário que as campanhas salariais não sejam contaminadas pela instabilidade política. Santos defendeu ainda a adoção de medidas diferentes do ajuste fiscal anunciado pelo governo que instituiu cortes de benefícios trabalhistas. Entre essas, ele destaca uma reforma tributária com a taxação de grandes fortunas e heranças.

O quadro político nacional também preocupa o diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), o jornalista Antônio Augusto de Queiroz, o Toninho. No entanto, chamou a atenção para elementos favoráveis da economia brasileira, como um sistema financeiro saudável, principais gastos públicos sob controle, fluxo externo positivo e inexistência de fuga de capitais, além de reservas internacionais de R$ 375 bilhões, o que “garante exportação zero durante 15 meses ao Brasil”. Ele advertiu, contudo, para a ameaça representada por fatores do cenário internacional, como uma eventual mudança drástica monetária nos Estados Unidos, com o aumento da taxa de juros, ou a desaceleração do crescimento da economia chinesa.


Perspectiva positiva

Entre o patronato, as dificuldades também causam receio, mas há a confiança na realização de negociações que encontrem caminhos e soluções “para que ganhe o sindicato, as empresas e a sociedade”, conforme Walter Sigollo, superintendente de Recursos Humanos (RH) e Qualidade da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp). Para Maria Cecília Frozza, diretora de RH da Duke Energy, os dois lados devem se preparar para as negociações. Claudia Cantieri Fernandes, gerente de RH da Comgás, observou que o sindicato ajudou a modernizar os acordos coletivos da companhia e que, apesar do panorama, defende a criatividade nas negociações em prol do trabalhador, com o intuito de melhorar as condições de trabalho e garantir o emprego.

Rildo Martins da Silva, gerente de Relações Trabalhistas e Sindicais da Telefônica, informou que a negociação atual se dará com uma nova fusão da empresa, desta vez com a Global Village Telecom (GVT). Carlos de Freitas Nieuwenhoff, assessor jurídico do Sindicato das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva de São Paulo (Sinaenco-SP), lembrou que negocia com o SEESP desde 1989 e que apenas uma vez foi instaurado dissídio coletivo. “Todas as outras vezes, as convenções coletivas foram fechadas por consenso.” Já Luiz Brasil Dias Runha, assessor técnico executivo da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), reclamou que o Estado paulista teve a maior perda de arrecadação dos últimos 20 anos. Outro que lastimou a situação econômica foi o gerente de Relações Trabalhistas do Grupo Usiminas, Ítalo Quidicomo, afirmando que a siderurgia brasileira e mundial passa pela pior crise desde 2009.

Também compareceram ao evento Noemi Oga, gerente de RH da Elektro, Luis Humberto Gonçalves, gerente de Relações Sindicais da Companhia de Transmissão de Energia Elétrica Paulista (Cteep), Priscilla Marques Stanislau de Mendonça, especialista em Relações Trabalhistas e Sindicais da Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL Energia), José Armando Tortela, analista de Cargos e Salários da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), Eduardo Virgínio Zorzeto, do Departamento de Planejamento e Controle Operacional Leste da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET-SP) e o vice-presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Estado de São Paulo (Crea-SP), Nízio Cabral.

 

Por Rosângela Ribeiro Gil

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