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“É preciso valorizar os trabalhadores da Embraer”

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 Rita Casaro

 

EdmilsonSaesEdmilson Saes: participação e mobilização dos engenheiros são fundamentais para que tenhamos o reconhecimento devido. Foto: Acervo pessoalHá 40 anos na Embraer, onde ingressou como profissional técnico projetista, Edmilson Saes – mais conhecido como "Baxo"  pelos colegas – é hoje engenheiro de Desenvolvimento de Produto no site Eugênio de Melo (EGM), uma das plantas de São José dos Campos da empresa, que também está instalada em Botucatu, Gavião Peixoto, Taubaté, Sorocaba e Campinas, além de possuir unidades industriais, escritórios e centros de distribuição de peças e serviços em todos os continentes. No total são 18 mil empregados, dos quais 3.800 engenheiros.


“É a maior concentração por metro quadrado no Brasil”, orgulha-se o diretor do SEESP, que também é vice-presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) e voluntário do Instituto Embraer.

 

Concorrendo à eleição para representante dos empregados no Conselho de Administração da companhia no período 2023-2025, pleito que tem o primeiro turno marcado para os dias 7 e 8 de fevereiro, Saes destaca a relevância desse assento: “Essa cadeira é muito importante e estratégica, é a oportunidade de os trabalhadores levarem sua voz à mais alta instância de administração da empresa.”


Conforme ele, que exerceu a função entre 2019 e 2021, inúmeras conquistas foram fruto dessa participação, inclusive pontos fundamentais do Acordo Coletivo de Trabalho firmado em 2022, que assegurou a data-base dos engenheiros e um patamar melhor de reajuste para a categoria, elevando o teto para reposição a R$ 14.000,00.

 

Confira aqui o balanço da Campanha Salarial 2022 e o planejamento para 2023

Nesta entrevista ao Jornal do Engenheiro, ele destaca a importância da mobilização dos profissionais para obter resultados ainda melhores na negociação coletiva de 2023, que já está em fase de preparação, e garantir valorização compatível com sua fundamental relevância para a companhia. “A Embraer é uma empresa de engenharia, o coração da empresa está na engenharia”, enfatiza. Confira a seguir e no vídeo ao final.


A Embraer nasceu como uma estatal, inaugurando o setor aeronáutico nacional, e foi privatizada nos anos 1990. Qual a importância da companhia hoje para o desenvolvimento nacional?

563EntrevistaDestaquesA Embraer nasceu como uma empresa estatal em 1969 pioneira, fabricando o avião Bandeirante, passou para o turboélice Brasília e outros, como o EMB 145. E hoje estamos com milhares de aviões voando pelo mundo com a bandeira do Brasil. Não é mais estatal, foi privatizada na década de 1990 e, desde então, tem o capital pulverizado, nas mãos de vários acionistas, mas é uma empresa nacional, é um orgulho para o Brasil, um país tão carente como o nosso, deter essa tecnologia, lançar produtos que incomodam os concorrentes; somos a terceira maior fabricante de aeronaves do mundo. Abaixo da linha do Equador, só tem a Embraer que detém toda essa tecnologia de projetar, desenvolver, fabricar, entregar e dar suporte aos clientes. Temos 3.800 engenheiros trabalhando, é a maior quantidade de profissionais por metro quadrado do Brasil. Temos que defender a Embraer e a categoria dos engenheiros.


Que papel tem a engenharia em uma empresa como essa?

A Embraer é uma empresa de engenharia, o coração da empresa está na engenharia. Tem o engenheiro de desenvolvimento de produto, de projeto, que projeta o avião; a engenharia de manufatura, que realiza; o pessoal de certificação, que garante que os aviões estão obedecendo a todas as normas internacionais; a engenharia de qualidade, que certifica a excelência do produto; e o engenheiro de suporte ao cliente, que vai ajudar a operar o avião, resolver suas dificuldades. A engenharia da Embraer é de alta qualidade mesmo!


Neste mês, nos dias 7 e 8, acontece a eleição para representante dos empregados no Conselho de Administração. Por que essa participação é importante?
Quando a Embraer foi privatizada, foi incluída uma cláusula na lei garantindo dois assentos aos trabalhadores. Um que pertence a um clube de investimento dos empregados e outro [cujo ocupante] é eleito pelos empregados diretamente. Essa cadeira é muito importante e estratégica; é a oportunidade de os trabalhadores levarem sua voz à mais alta instância de administração da empresa. Há quem pense “é só uma cadeira”, mas não, é a oportunidade de levarmos os anseios dos empregados a esse contexto. Eu já fui membro do Conselho no período de 2019 a 2021, que foi muito crítico, durante a pandemia. Foi nossa atuação que ajudou a estabelecer regras para lay-off, licença remunerada e até o home office, que estava se iniciando. Defendemos muito fortemente não só a categoria dos engenheiros, mas o conjunto dos empregados. Estou concorrendo agora com uma chapa ampliada: eu como titular e um amigo da planta de Botucatu da área de manufatura, Marcelo Gonçalvez, está junto comigo nessa empreitada com o suplente. É uma 563EntrevistaDestaques2oportunidade muito grande, os engenheiros e todos os trabalhadores da Embraer devem participar, olhar com carinho quem são os candidatos. Nós temos um passado de luta, de defesa dos empregados. No ano passado, foi um marco histórico a negociação de um acordo coletivo completo com a Embraer, e elevamos o teto de reajuste para R$ 14.000,00. Isso nasceu no Conselho de Administração quando eu estava lá, fui defendendo, plantando essa semente, e colhemos no ano passado. E agora temos condições de avançar, defender o fim do teto de reajuste, melhoria na PLR (participação nos lucros e resultados), que precisa ser condizente com o porte da empresa, assim como no Plano de Saúde. São questões que vamos levar ao Conselho. Nossa proposta é valorizar todos os empregados da Embraer.


Como está a mobilização para a campanha salarial 2023 que tem data-base em maio?
No ano passado, como foi o primeiro acordo desde a década de 1990, a discussão foi se alongando e fechou só em agosto, com pagamento retroativo a maio. Neste ano, já fizemos em janeiro uma reunião de planejamento e disparamos um boletim para os engenheiros no qual pedimos que mandem suas demandas. Já estamos montando a pauta. Vamos conseguir estabelecer um acordo que, além de beneficiar os engenheiros, vai servir de referência para as categorias com data-base posterior, é uma grande responsabilidade. Para termos força na negociação, é importante conquistar essa cadeira no Conselho. E ter a mobilização da categoria, a participação é fundamental.

 

Assista à entrevista

 

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