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05/10/2021

Ações em defesa do transporte público e da vida

Ayrton Camargo e Silva*

 

O transporte público e a segurança viária são prioridades em Campinas, uma das mais importantes metrópoles do país; e para tornar os deslocamentos mais rápidos e seguros, importantes intervenções estão em pleno andamento.

 

Desde o início da atual gestão foi necessário organizar a operação do transporte coletivo, que apresentava sérios problemas de superlotação, agravados pelos impactos da pandemia. Foi neste cenário que lançamos a Operação “Pé na Calçada”, que marcou um novo tempo para o controle e a qualidade do serviço. 

Iniciada em fevereiro, investiu no monitoramento diário das linhas nas ruas, nos terminais e em pontos de controle, para diagnosticar os problemas e, rapidamente, solucioná-los. Em oito meses, foram mais de 2,2 mil alterações para aumentar a frota, corrigir horários e itinerários, criar novas linhas e retomar outras, que estavam desativadas em razão da queda na demanda de usuários provocada pela pandemia. 

 

Após ordenar a operação, Campinas passou a adotar faixas exclusivas, sobretudo na área central. A cidade, que contava com 19 km de faixas exclusivas, ganhou, mês a mês, novos trechos com prioridade de circulação aos ônibus. Medida que resulta na redução dos tempos das viagens e aumenta a sua competitividade. 

 

Sete importantes vias da região central, consideradas corredores do transporte público, foram escolhidas para priorizar o transporte público. Em curto espaço de tempo, duas avenidas já foram contempladas com a medida: a Av. Júlio de Mesquita e a R. General Osório), beneficiando mais de 54 mil usuários. Outras três vias terão a implantação até dezembro: avenidas Senador Saraiva e Moraes Salles e Rua José Paulino, uma a cada mês. E dois corredores ganharão faixas exclusivas no início do próximo ano (a R. Onze de Agosto e a Av. Orosimbo Maia). De julho deste ano até o início de 2021, serão mais 5,7 km de novas faixas exclusivas.

 

É preciso citar, também, que se encontra em fase final de implantação mais 36,6 km de corredores exclusivos do sistema BRT – Bus Rapid Transit / Transporte Rápido por Ônibus. 

Como o transporte acontece nos ônibus e nos pontos de parada e terminais, os investimentos em infraestrutura também chegaram nesses espaços. Oitenta abrigos de ônibus, mais modernos e confortáveis, foram implantados até aqui e mais 100 serão instalados até o final de 2021. Já os terminais passaram por reformas e ações de zeladoria, destacando-se os terminais Barão Geraldo e Padre Anchieta, além da Estação Amarais, que ainda foi beneficiada com uma ciclovia para a integração com o ônibus. O Terminal Barão Geraldo também ganhou novo bicicletário e interligação com modal cicloviário. Os terminais Vida Nova e Itajaí serão os próximos a receber o projeto. Outros equipamentos como os terminais Central, Itajaí, Vida Nova, Padre Anchieta, Ouro Verde e Mercado foram contemplados com nova iluminação, inclusive externa; e no Central, houve reforço da segurança, com apoio da Guarda Municipal e efetivo de segurança patrimonial da Emdec. 

 

Apostando ainda em modais limpos, o uso da bicicleta foi incentivado de forma integrada com o ônibus. Foram inauguradas três novas ciclovias: Campos Elíseos / Vila Aeroporto, Pirelli / Sírius e Amarais, totalizando mais 12 km para a cidade. Agora, são 78 km de trechos cicloviários. Outros dois novos trechos já estão contratados: Paineiras e Vila União e vão somar mais 10 km neste total. 

 

E os demais deslocamentos (seja por carro, motos ou a pé) receberam atenção, principalmente, sob o olhar da segurança viária. Foi criado um Comitê para acompanhar a acidentalidade na região central e no Campo Grande, uma das áreas com maior risco de acidentes. Com atuação multidisciplinar, o Comitê já realizou ações nos âmbitos da Educação, da Sinalização, da Engenharia de Tráfego e da Fiscalização. Esse Comitê ampliou a presença da fiscalização e das abordagens educativas nas ruas, promoveu a avaliação dos tempos semafóricos nas travessias de mais de 40 cruzamentos e reforçou as medidas de sinalização e engenharia, reduzindo os acidentes.

 

Outro ponto de destaque foi a acessibilidade de pessoas com mobilidade reduzida. Dez cruzamentos da região central receberam semáforos sonoros, acionados por tags (controles individuais) para a travessia de cegos, dando mais autonomia ao segmento. A mobilidade das pessoas com deficiência agora é tema de um programa municipal permanente lançado neste ano. 

 

Campinas intensificou, ainda, a sinalização de suas vias. Foram 86,4 km de vias com nova sinalização de solo (horizontal); 3,5 mil placas implantadas (sinalização vertical); e 15 novos conjuntos semafóricos instalados. Neste aspecto, beneficiando de forma prioritária, o entorno de 15 escolas, de Centros de Saúde e corredores de transportes. 

 

Entre as ações de inovação, o transporte ganhou o Botão “Bela” (Botão de Emergência na Luta contra o Assédio), no aplicativo da Emdec, que busca combater os casos de assédio sexual, com o acionamento da Guarda Municipal, nos ônibus; e a inovação chega agora à Zona Azul, que passará a ser digital, garantindo mais comodidade para quem estacionar no Centro e no Guanabara, área com muitas clínicas médicas. A licitação está em andamento.

 

Todas essas iniciativas buscam fazer de Campinas uma cidade inteligente, não só no aspecto tecnológico, mas na garantia da sustentabilidade, eficiência, qualidade nos deslocamentos e na preservação de vidas.  Cidade inteligente é aquela que, antes de tudo, privilegia o transporte coletivo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

*Ayrton Camargo e Silva é arquiteto pela PUC Campinas, com especialização e mestrado em Planejamento Urbano. Atualmente, é diretor-presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec) e diretor-adjunto de Planejamento e Transportes da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (Aeamesp).

 

 

 

 

 

 

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