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29/06/2021

Engenheiro de petróleo: atuação no recurso energético mais valioso do mundo

Profissão se insere ao longo da cadeia produtiva dos hidrocarbonetos – da pesquisa à produção.

 

Rosângela Ribeiro Gil
Oportunidades na Engenharia

 

A Engenharia de Petróleo, no Brasil, surgiu, inicialmente, como mestrado e doutorado. Todavia, a área ganha protagonismo com as descobertas, pela Petrobras, de grandes Mariléa editadaMariléa Gomes dos Santos Ribeiro, professora do curso de Engenharia de Petróleo da UFES. Foto: Acervo pessoal.reservas de petróleo na camada pré-sal, em águas ultraprofundas na costa brasileira. A professora de petrofísica de reservatório da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Mariléa Gomes dos Santos Ribeiro,  observa que a graduação está muito ligada às expectativas do mercado mundial do petróleo. “Ela atende às grandes áreas do petróleo – poço, reservatório, geociências, produção e meio ambiente – e o aluno desenvolve as competências e habilidades necessárias para sua atuação como profissional no mundo do petróleo”, diz.

 

Segundo estatísticas do sistema dos conselhos federal e regionais da engenharia (Confea/Creas), o País tem 2.297 formados na área. Para celebrar a data 29 de junho, Dia da Engenharia de Petróleo e Gás, entrevistamos também o estudante Fellipe Augusto, de 27 anos, da UFES, com previsão de conclusão do curso no primeiro semestre de 2022. Para ele, fazer engenharia de petróleo “é a magia de saber explorar um recurso tão importante para a economia mundial. Pode ajudar o país atraindo investidores e empresas que vão gerar emprego, contribuir com a arrecadação de royalties e, consequentemente, com projetos de desenvolvimento e inovação”. O discente aponta que a questão energética é fundamental para o desenvolvimento e, hoje, ganha relevância ainda maior a partir da necessidade de utilizar os recursos naturais de maneira mais sustentável possível. “Nesse sentido, são objetivos do setor atuar com a melhor eficiência energética, investimentos em inovação, segurança e meio ambiente”, relaciona.

 

A docente endossa as palavras de Augusto, afirmando que é quase impossível um profissional na área de petróleo não estar envolvido com a questão da sustentabilidade, “ter foco no desenvolvimento socioeconômico e socioambiental é hoje preocupação não só das empresas, mas dos profissionais”.

 

Premiação
Augusto e os colegas de graduação Gerson Garcia e Maria Eduarda Artuso conquistaram, em maio último, o segundo lugar no concurso “Projeto Campo Adequadamente Regulado – Caro” realizado por diversas instituições e organizações, como a Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo (ABPIP), a Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e Fundação Getúlio Vargas (FGV Energia). Ele fala, com orgulho, do projeto premiado: “O ambiente onshore [em terra] necessita de incentivos e, alinhado ao objetivo do projeto Caro, nossa proposta visou a simplificação regulatória. Com o título “Redução da alíquota de royalties com base no porte da empresa e produção de BSW [Basic Sedments and Water].”

 

O projeto, explica ele, propôs “uma redução de maneira automática para empresas de pequeno e médio porte e uma possível redução para a alíquota mínima para campos que possuem produção de BSW maiores ou igual a 95%. Os benefícios gerados abrangem extensão da vida útil dos campos, extensão do tempo de produção, geração de emprego e renda e extensão do tempo de arrecadação dos royalties o que pode gerar uma arrecadação maior do que a prevista caso não houvesse a concessão do benefício”.

 

Atividades extracurriculares
O estudante Augusto, assim que ingressou na faculdade, já se engajou e foi aprovado no processo seletivo da Empresa Júnior (EJ), chegando a ser diretor vice-presidente. “Foram 500 Felipe Augusto UFESFellipe Augusto, estudante da UFES, conquistou premiação na sua área, em maio último. Foto: Acervo pessoal.três anos em que pude viver momentos extraordinários. Conseguimos resultados surpreendentes para a EJ, como o aumento no número de projetos executados, no faturamento. Ela é a única EJ do estado a apresentar case em evento estadual”, ressalta.

 

Em 2020, Augusto deu mais um passo na sua formação ao ingressar no Portal do Petroleiro, uma página de rede social, criada por estudantes, com o intuito de informar sobre a área de petróleo e gás. Como conhecimento nunca é demais, o discente também participa do evento “Petroleum Day” (PD), de caráter técnico-científico, realizado em parceria com o Centro Acadêmico de Engenharia de Petróleo da UFES. “A atividade é realizada na universidade e tentamos apresentar à comunidade acadêmica uma visão mais prática e atualizada do dia a dia na indústria com palestras e pequenos workshops ministrados por profissionais de diversos setores da indústria”, relaciona.

 

Paralelo a isso, também a partir do ano passado, Augusto se qualificou como bolsista do Programa de Formação de Recursos Humanos (PRH), da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). “Nele, desenvolvo a pesquisa “Análise da influência de sais na estabilidade cinética e reológica de emulsões de petróleo”, cujo objetivo é estudar as diversas vertentes relacionadas à caracterização reológica de petróleos, e sua influência na estabilização cinética das emulsões formadas empregando-se águas com diferentes graus de salinidade”, ensina.

 

Em sala de aula
Ribeiro observa que o objetivo da universidade é garantir a formação de profissionais valorosos e que estejam conscientes das tarefas do mundo atual. Por isso, afirma, em sala de aula “nos valemos de um conjunto de atividades para trabalhar competências comportamentais que se conectam com o respeito, a base das nossas ações nas relações humanas em todos os ambientes de convivência”. Uma dessas atividades, explica, é realizar roda de conversa em grupos com temas da sociedade.

 

Para a docente, as questões comportamentais tendem a ganhar relevância pelas próprias características do desenvolvimento atual baseado na tecnologia, “que não para e está presente inclusive no nosso dia a dia”.

 

Nesse sentido, para ela, o profissional precisa compreender esse futuro intenso de tecnologias e como estas “podem ser tanto positivas quanto ameaçadoras. O comportamento frente a estas mudanças vem da capacidade humana de ser flexível e ter a competência do aprendizado contínuo e ter em si a capacidade de pensar, refletir, criar, questionar”. Na indústria 4.0, ressalta, é fundamental o profissional ter pensamento crítico, inteligência emocional, flexibilidade para poder discernir limites também.

 

Depois da formação
Fellipe Augusto transborda entusiasmo e simpatia em todas as suas respostas e diz “que sonhar grande e sonhar pequeno dá o mesmo trabalho”. Com esse bom argumento, já faz planos para o exercício da profissão: “Eu me imagino em uma grande empresa, não só no quesito tamanho, mas aquela que valoriza o colaborador, que dá oportunidades de crescimento e aprendizagem. Assim posso colocar em prática os ensinamentos da faculdade e as habilidades que possuo e busco desenvolver.”

 

Ele já se programa para, nos próximos meses, estagiar, porque se dedicou antes a finalizar bem todas as disciplinas do curso. “Com isso, posso buscar um estágio em qualquer região, não ficando restrito somente a oportunidades próximas. Será mais um desafio, mas espero conseguir um bom estágio”, planeja.

 

Você sabia que o SEESP oferece:

I - Orientação à carreira
O SEESP mantém a área Oportunidades na Engenharia que atende estudantes e profissionais da área na parte de orientação à carreira, com diversas ações, entre elas: atendimento personalizado (serviço exclusivo para estudantes e profissionais associados ao SEESP) com análise de currículo, orientação de LinkedIn, simulação de entrevista, dicas atuais sobre processos seletivos online e presenciais, elaboração de trilha de carreira e de estudo etc. O setor mantém, ainda, plataforma de divulgação de vagas de estágio e outras oportunidades; cadastro de autônomos; conteúdos atualizados sobre mercado de trabalho; noções gerais de redação e português.  Para auxiliar estudantes e engenheiros na hora de formatação do currículo, também tem o Mapa da profissão, com informações de legislação, mercado, palavras-chave para cada modalidade da engenharia etc..

II - Associação para os estudantes
O estudante de Engenharia também pode se associar ao SEESP e usufruir de diversos benefícios, inclusive de desconto na mensalidade da faculdade, caso esta seja conveniada ao sindicato. Saiba mais aqui.


III - Núcleo Jovem Engenheiro
Foi criado um espaço bem bacana para os estudantes e recém-formados na área para discutir questões específicas. É o Núcleo Jovem Engenheiro, saiba como participar, clicando aqui.

 

Raio-X da Engenharia de Petróleo

Carga mínima: 3600h

Integralização: 5 anos

Estágio – Obrigatório (Lei 11.788/2008)

Perfil do profissional
Atua na elaboração de estudos, projetos e especificações na área de produção petrolífera. Em sua atividade desenvolve projetos nos diversos segmentos da cadeia produtiva do petróleo, mais especificamente os relacionados à pesquisa de novas jazidas e à produção de petróleo e gás natural; atuando desde a realização dos estudos geológicos iniciais, passando pela perfuração de poços, e pelas operações de produção, transporte e processamento primário do petróleo e do gás. Coordena e supervisiona equipes de trabalho, realiza estudos de viabilidade técnico-econômica, executa e fiscaliza obras e serviços técnicos e efetua vistorias, perícias e avaliações, emitindo laudos e pareceres técnicos. Em sua atuação, considera a ética, a segurança e os impactos socioambientais.

Temas abordados na formação
Ciência dos Materiais; Instrumentação; Físico-química; Química Orgânica; Processos de Transferência de Calor, Massa e Quantidade de Movimento; Termodinâmica; Mineralogia e Petrologia; Geologia Dinâmica e Estratigráfica; Geofísica; Geoprocessamento; Elementos de Construção de Máquinas; Mecânica dos Solos; Mecânica de Fluidos; Mecânica de Rochas; Mecânica da Produção de Petróleo; Caracterização Tecnológica de Matérias Primas Minerais; Modelagem Matemática de Reservatórios; Balanços Materiais e Energéticos; Pesquisa Mineral; Propriedades dos Fluidos Derivados do Petróleo; Engenharia de Reservatórios; Engenharia de Perfuração; Completação e Estimulação de Poços; Produção de Óleo e Gás; Sistemas Oceânicos; Engenharia Ambiental; Matemática; Física; Química; Ética e Meio Ambiente; Ergonomia e Segurança do Trabalho; Relações Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS).
Ambientes de atuação
O Engenheiro de Petróleo atua em empresas de pesquisa e produção de petróleo, nos locais de produção e de processamento; em empresas fornecedoras da indústria petrolífera; em órgão regulador da atividade petrolífera; em empresas e laboratórios de pesquisa científica e tecnológica. Também pode atuar de forma autônoma, em empresa própria ou prestando consultoria.

Piso salarial
A engenharia, independente da modalidade, é uma profissão que tem piso salarial definido pela Lei 4.950-A/66.

Fonte: Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação

 

 

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