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25/10/2018

Em um país em construção, profissão promissora

 

Soraya Misleh

 

Segundo o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea), atualmente há 444.413 engenheiros civis registrados no País. Apesar do impacto da crise econômica nos últimos anos, a profissão oferece amplas possibilidades de atuação, dada a enorme necessidade de infraestrutura e desenvolvimento nacional. A análise é de Lourenço Alberto Granato, 65 anos, associado ao SEESP. Sócio-proprietário da Casa Seca Impermeabilizações Ltda. e formado na área em junho de 1978 pela Faculdade de Engenharia Industrial e Civil de Itatiba, nesta entrevista em homenagem ao Dia do Engenheiro Civil – 25 de outubro –, ele relata sua larga experiência profissional, fala sobre mercado de trabalho e perspectivas.

 

Lourenço Granato: vasto campo de atuação.

(Foto: Arquivo pessoal)

 

Conte um pouco sobre sua atuação como engenheiro civil.

Desde que me formei até 1982 atuei em projetos na área de saneamento básico, em sistemas de abastecimento de água e de esgoto sanitário, mas também de drenagem, tanto para setores na cidade de São Paulo quanto em municípios do Interior do Estado, como Botucatu, Lins, Rio Claro e outros. Isso até 1982, como engenheiro contratado da empresa Seebla – Serviços de Engenharia Emílio Baumgart. A partir daí, passei a atuar na área de impermeabilização de obras de construção civil, que é o que fazemos na Casa Seca. Posso destacar obras na Linha 4- Amarela do Metrô, em alguns shoppings centers, estádios de futebol como o Allianz Parque e Itaquerão e em muitos prédios residenciais e comerciais de diversas construtoras principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro e algumas em Vitória (ES). Além do Edifício Petrobras, em Santos. Eu trabalhei ainda na subestação de energia de Itaipu, em impermeabilização. Além disso, minha atuação também se dá na área de reformas de impermeabilização em edifícios residenciais e comerciais.

 

Como está o mercado de trabalho hoje?

Muito ruim. A crise econômica obviamente atingiu o mercado de construção civil, que é o nosso principal cliente, inclusive o setor de reformas. Muitos dos moradores em edifícios estão desempregados, com renda reduzida. Em função disso, dificilmente contratam uma reforma de porte, como refazimento de impermeabilização, por exemplo, de um pavimento térreo.

 

E ainda não há uma recuperação?

Não. Está começando de forma muito lenta. Tivemos uma expansão a partir de 2006 e um boom da construção civil sobretudo de 2010 a 2013, mas esse mercado declinou de forma muito abrupta.

 

O SEESP defende a retomada dos milhares de obras públicas paradas, o que dinamizaria a economia e geraria emprego para engenheiros. Como você vê isso?

São milhares de obras públicas paralisadas por falta de investimento do governo e aí não há demanda por serviços de engenharia. Somado a isso, tem-se a crise no mercado de construção de edifícios habitacionais e comerciais e também não há investimento do setor privado porque não há demanda em aquisição de apartamentos e escritórios comerciais. Retomar as obras paralisadas geraria muito emprego, muita demanda de todos os serviços, como em fundação, estruturas de concreto, hidráulica, elétrica, impermeabilização.

 

Quais as áreas de atuação do engenheiro civil?

Ele atua em todos os segmentos de execução de uma obra, desde o início até o final, em várias especialidades. Você tem terraplanagem, estrutura de concreto e fundações, acabamento. Numa obra tem-se a necessidade de um conhecimento técnico para cada tipo de atuação, seja de infraestrutura ou de instalação predial. Por exemplo hidráulica, energia elétrica, impermeabilização, ar-condicionado. Tem-se uma segmentação de especialização na engenharia como na medicina. Então o engenheiro civil tem uma formação técnica, porém vai para um campo da especialização. Ele pode atuar em consultoria, ser empregado de uma construtora para fazer a gestão de um empreendimento, trabalhar como engenheiro residente ou ser contratado por uma das prestadoras de serviços nos vários campos de atuação, por exemplo, para fazer o cálculo estrutural de uma edificação qualquer, na instalação elétrica de prédios comerciais, habitacionais, em obras de infraestrutura. Pode ser também contratado por uma empresa que faça projetos de saneamento básico. Existe um campo enorme de atuação.

 

E quais as perspectivas?

O Brasil é um país ainda em construção. Tem um campo enorme para a engenharia, dada a gigantesca necessidade de infraestrutura. Por exemplo, em saneamento básico a realidade é bastante triste, estamos muito atrasados. Um estudo do Banco Mundial indica que para cada dólar investido em saneamento básico tem-se uma economia de três a quatro em saúde pública. Só que depende de investimento em infraestrutura, seja público ou privado. Depende de uma política de governo.

 

 

 

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