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14/03/2016

FNE e Senge-Acre integram expedição para estudar Rio Acre

Cerca de 20 técnicos e especialistas em hidrografia integram uma das maiores viagens que o Sindicato dos Engenheiros do Estado do Acre (Senge-Acre) organizou nos últimos tempos, a Expedição Rio Acre. A iniciativa é em parceria com a Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), o governo do Estado do Acre, além de empresas privadas e entidades da região. A equipe embarcou no início deste mês, em duas embarcações, para a realização de um estudo aprofundado sobre as cheias e as secas do Rio Acre, um dos afluentes do Rio Purus, cuja nascente está localizada a 300 metros de altitude no Peru.


Foto: Divulgação Senge-Acreexpedicao rio acreEquipe da expedição reunida


Desde meados da década de 1990, o Rio Acre vem intensificando eventos extremos de secas (em dezembro, principalmente) e inundações (entre janeiro e maio), colocando em risco a população residente nos bairros situados nas planícies de inundação.  “Vamos tentar buscar soluções para minimizar os impactos. Mas para isso, é preciso fazer um reconhecimento de campo e percorrer todo o leito do rio desde Porto Acre a Assis Brasil”, conta Sebastião Fonseca, presidente do Senge-Acre, que participará dos 10 primeiros dias da viagem, estimada em pelo menos 20 dias.

As cidades que receberão a expedição, além de Porto Acre e Rio Branco, são: Capixaba, Xapuri, Brasiléia, Eptaciolandia, Assis Brasil e Perú, onde está localizada sua nascente. O Rio Acre percorre cerca de 1.190 km de extensão desde a nascente até a foz, desaguando no Purus, na cidade de Boca do Acre (AM). De Rio Branco até a foz, o Rio Acre é considerado a continuação da hidrovia do Purus, apresentando um trecho navegável de 311 km, com profundidade mínima de 0,80 m em grande parte do ano.

A embarcação saiu de Porto Acre no último sábado (5/3), e parou em Rio Branco na manhã de terça-feira (8), para a realização de um ato oficial de saída dos profissionais. Além de representantes do sindicato, também há técnicos da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) e do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC). O projeto também tem a colaboração de hidrólogos, geólogos, engenheiros e pesquisadores do Serviço Geológico do Brasil, do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam).

Também integram a equipe representantes de três empresas privadas que aceitaram o convite dos engenheiros de participarem desta fase de elaboração de projeto.

O coordenador do projeto Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento, Fernando Palmezan, destaca que para a iniciativa ser eficaz, precisará envolver a sociedade, o governo do Acre, o governo federal, via Ministério das Cidades, “que é quem provavelmente vai ter condições de suportar um estudo de maiores dimensões”. “Estamos iniciando o estudo com uma expedição. Mas, seguramente, a solução ainda vai passar por um processo maior de estudos mais específicos e complexos, além de licitação também. Outras empresas podem sugerir outras soluções, podem surgir outras ideiais, outras informações”, adianta Palmezan.

Origem
Fernando Palmezan explica que a ideia da expedição surgiu a partir das discussões do projeto na região: “Foi uma ideia que começou a partir das conversas iniciadas com o projeto Cresce Brasil + Engenharia + Desenvolvimento regional. Isso porque todos os anos a população passa por dois problemas por causa do rio: quando chove muito tem uma super enchente e quando há escassez, há problema de abastecimento já que a água é retirada deste mesmo rio”.

Ao falar do estudo sobre o rio, Palmezan lembra que foi em setembro de 2012 que as discussões se concretizaram dando lugar a um convênio assinado entre FNE e governo do Estado do Acre. “Nesse convênio está definido a atuação da Federação na tentativa de regularizar a vazão do rio. Foi o início de um longo projeto que ainda se estenderá por muitos anos. Aliás, a expedição é apenas um primeiro passo para que outras empresas e iniciativas surjam”, conta o coordenador do Cresce Brasil.

Ainda de acordo com o engenheiro e coordenador do Cresce Brasil, esse primeiro passo é fundamental “para saber exatamente onde é possível construir soluções”. “Se a solução for a construção de uma represa, uma barragem ou se quiser ter aproveitamento hidrelétrico, precisa ver de perto se há condições físicas”, completa.

Depois do convênio assinado, a Secretaria do Meio Ambiente do Estado do Acre divulgou uma nota técnica com um estudo oficial sobre as condições do rio como períodos dos ano que há maior seca e os que têm maiores cheias. Depois disso, houve ainda um evento grande do Cresce Brasil sobre as condições da região Acre, em setembro de 2013. Vale lembrar, ainda, que neste ano o Cresce Brasil prepara uma nova edição, que terá como foco os problemas que afetam as cidades.

O Rio Acre

O Rio Acre foi descoberto por um cearense em 1860, e cinco anos depois, a Real Sociedade Geográfica de Londres enviou uma comissão a cargo do geógrafo William Chandless que explorou todo o seu curso. Atraídos pela grande quantidade de borracha existente nas suas matas ciliares, os cearenses iniciaram sua exploração em 1879 e vinte anos mais tarde o Ministro Plenipotenciário da Bolívia funda Puerto Alonso, para tomar posse da região, mas esta já se encontrava povoada por mais de 30.000 brasileiros, em sua maioria cearenses.

A bacia do Rio Acre situa-se na Amazônia Sul-ocidental, compartilhada pelo departamento peruano de Madre de Dios, os estados brasileiros do Acre e Amazonas e o departamento boliviano de Pando, com aproximadamente 35 mil quilômetros quadrados até sua confluência com o Rio Purus.


Deborah Moreira
Imprensa SEESP




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