Comunicação SEESP
O Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Justiça do Trabalho da 15ª Região (Sindiquinze) elaborou um vídeo para mostrar que a propaganda milionária do Governo Federal não condiz com a verdade sobre o regime previdenciário brasileiro. O material mostra como o discurso governamental, que tenta emplacar a proposta de reforma da Previdência Social (PEC 287/16) junto à população brasileira, tenta colocar nas costas dos servidores públicos um "privilégio" que não existe.
O argumento esconde, segundo o Sindiquinze, o fato de que os trabalhadores dos serviços públicos contribuem com a Previdência durante toda a vida funcional sobre o valor total da folha de pagamento. Enquanto que, no setor privado, os trabalhadores possuem um teto de contribuição.
Além disso, a entidade ressalta que mesmo aposentados os servidores continuam contribuindo e que, na proposta atual, o percentual de tal contribuição deve aumentar.
Confira o vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=mRWHvWafIzU
Mito do déficit
Outro argumento da propaganda do governo é o de que a conta não fecha, que há um déficit na Previdência Social. Entretanto, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência Social, instalada em 26 de abril último para apurar a situação, mostrou que o sistema previdenciário, que faz parte da seguridade social, é superavitário.
O relatório da CPI, divulgado em 6 de novembro, concluiu que empresas privadas devem R$ 450 bilhões à Previdência, e ainda propõe aumentar para R$ 9.370,00 o teto dos benefícios do Regime Geral da Previdência Social (RGPS), que atualmente é de R$ 5.531,31.
“Apesar destas conclusões alarmantes, que desmascaram as teses dos privatistas, a CPI do Senado não teve qualquer destaque na mídia venal”, ressaltou em artigo Altamiro Borges, presidente do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé.
Em entrevista ao jornal da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), a vice-presidente Associação Paulista dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Apafisp), Margarida Lopes de Araújo, sinalizou que a conta apresentada pelo governo para se mostrar o déficit é incorreta porque mostra os gastos com benefícios e programas sociais custeados apenas pela receita da Previdência.
Porém, a “Previdência faz parte da Seguridade Social, que tem por sua vez recolhimento na folha de pagamento do trabalhador, em receitas ou faturamentos, no lucro, em loterias federais e oriundas de importadores de bens e serviços, segundo o artigo 195 da Constituição Federal”, conforme explicou a dirigente da Apafisp.
Dados divulgados pela União e contabilizados pela Associação Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip) mostram que, em 2015, R$683,2 bilhões foram gastos em pagamentos da receita de R$694,4 bi da seguridade marcando como saldo positivo o valor de R$ 11 bilhões.
Comunicação SEESP
Para alguns pode ser mês de férias, mas dezembro também é o mês ideal para se investir na carreira e começar 2018 aprimorando o currículo, valorizando a formação profissional e aumentando as chances de oportunidades no mercado de trabalho.
O programa Engenheiro Empreendedor do SEESP oferece mensalmente cursos como gestão de projetos, licenciamento ambiental, especificação de motores elétricos, consultoria empresarial, gestão de conflitos entre outros. As atividades são abertas a todos profissionais, com preço especial aos associados do sindicato.
>>> Confira aqui a programação de dezembro.
Vale ressaltar que, dependendo do número de inscritos, o cronograma pode sofrer alterações.
Mais informações no setor de Ação Sindical do SEESP:
telefone: (11) 3113-2641
e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Comunicação SEESP*
A startup Stattus4, que há um ano está incubada no Parque Tecnológico de Sorocaba, ficou em terceiro lugar no Prêmio BID-Femsa 2017 (Banco Interamericano de Desenvolvimento com o Fomento Econômico Mexicano), em Buenos Aires, na Argentina, levando para casa o valor de US$ 5.000,00 . A premiação, realizada em 13 e 14 de novembro, reconheceu soluções inovadoras da América Latina e Caribe nas áreas de águas, saneamento e resíduos sólidos.
A Stattus4 desenvolveu um sistema que monitora a rede de abastecimento em tempo real, maximizando as chances de detectar vazamentos de água na rede pública. O Fluid: Sistema de Detecção Automática de Vazamento em Ramais foi o único projeto brasileiro finalista e concorreu com projetos de outras cinco startups do Peru, Chile, Colômbia (dois projetos) e México.
Atualmente, estados e municípios lutam diariamente para detectar os vazamentos de água na rede pública e diminuir a perda milhões de litros, que impacta diretamente nos recursos naturais e no dinheiro público. O problema é que a busca de vazamentos é feita manualmente, por profissionais altamente especializados, chamados geofonistas.
“Em outra empresa desenvolvemos um geofone tradicional, aparelho utilizado usualmente para identificar vazamentos. E aí identificamos a dificuldade que é este trabalho e os riscos que o trabalhador sofre como extensas caminhadas entre as casas no sol quente, cachorros etc.”, conta Marília Lara, sócia fundadora da Stattus4. De acordo com o Instituto Trata Brasil, hoje o País perde, em média, 37% da água coletada por vazamentos nos ramais, ou seja, no encanamento entre a rua e as casas.
O projeto brasileiro “Fluid” é um sistema com sensores que mapeiam vazamentos e enviam os dados para um software, permitindo aos técnicos se dirigirem diretamente para as ruas indicadas. A tecnologia desenvolvida pela startup utiliza Inteligência Artificial para analisar os dados. Segundo Lara, o sensor é uma espécie de ouvido biônico, que são conectados nos cavaletes das casas e, por meio da vibração dos encanamentos, detectam os sons que indicam a probabilidade de haver vazamento.
Com isso, a procura por esses vazamentos deixa de ser manual e toda rede de abastecimento passa a ser monitorada em tempo real, maximizando as chances de encontrar vazamentos e evitar o desperdício de água.
No município de Santa Barbara D’Oeste, o Departamento de Água e Esgoto (Daae), registrava 41% de perda de água. Após a Stattus4 ter aplicado o sistema foram detectados dois vazamentos, sendo que após o conserto de apenas um deles, a perda diminuiu para 18%. As cidades de Sorocaba (SP), Votorantim (SP) e de Itabirito (MG) também já utilizam o sistema premiado.
Para desenvolver a tecnologia, a startup contou com uma equipe formada por engenheiros eletrônicos, matemáticos, cientistas de dados, engenheiro da computação e geofonista. "Nosso próximo passo é focar na comercialização do Fluid, que começou este ano, e abrir contatos para fora do Brasil. A dor de perda (da água) é igual em todos os países e a forma de detectar vazamentos é relativamente parecida com a tradicional", externa Lara.
Incubação
A Hubiz, incubadora do Parque Tecnológico de Sorocaba, oferece apoio para a modelagem da proposta de valor, planejamento de negócios, desenvolvimento tecnológico, estratégica de marketing e vendas, mercado e finanças e difusão da cultura empreendedora.
Em 2016, a Hubiz foi uma das cinco incubadoras brasileiras vencedoras do Prêmio de Incubação e Aceleração de Impacto, promovido pela Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Instituto de Cidadania Empresarial (ICE) e Sebrae.
*Informações de Os2 Comunicação
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A desenvolvedora de software Alterdata tem 96 vagas abertas em 29 cidades brasileiras, incluindo São Paulo. Entre elas, a oportunidade de Programador (Android, Back End, Delphi, Front End Java e Web), é direcionada aos profissionais de superior completo ou cursando na área de Engenharia de Software, Análise de Sistemas e com conhecimento avançado de informática.
O processo seletivo é composto por etapas de análise curricular, entrevista e testes e a contratação é imediata.
Inscrições e informações no site: https://www.alterdata.com.br/contato/trabalhe-conosco
Estágio
A Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) Votorantim está com inscrições abertas para seu Programa de Estágio 2018. São 28 vagas para contrato de até dois anos, com atuação nas cidades Sorocaba e Alumínio.
A oportunidade é direcionada a estudantes de diversos cursos incluindo Engenharia Ambiental, Engenharia de Produção, Engenharia de Materiais, Engenharia de Automação, Engenharia Química, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica e Engenharia Mecatrônica.
Inscrições até: 10/12
Site: www.ciadeestagios.com.br/cba
*Com informações da Alterdata e Companhia de Estágios PPM
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Notícia atualizada em 6 de dezembro, às 11h23
A assessoria de comunicação do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec) informa que o prazo para a inscrição do vestibular do curso Engenharia de Inovação foi prorrogado para o dia 15 de dezembro próximo. A instituição de ensino, mantida pelo SEESP, está oferecendo 40 novas vagas para mais uma turma de graduação (bachalerado), com início no primeiro semestre de 2018.
O processo seletivo acontece em três etapas: a primeira, até dia 8, com inscrições e teste online de Análise de Aptidão Lógica; a nota do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) entra como segunda parte e, a terceira, é uma prova presencial de Análise e Interpretação de Linguagens, incluindo Linguagem Matemática e Produção Textual, realizada na sede do Isitec. Os 20 primeiros colocados do processo seletivo ganham bolsa de 100%.
O curso tem a duração de cinco anos, em período integral. A matriz curricular tem como objetivo o desenvolvimento amplo e eficaz de conhecimentos técnicos, científicos e empresariais, além das atitudes profissionais do futuro engenheiro.
>>> Saiba mais sobre o vestibular e faça sua inscrição aqui.
Projetos em destaque
O Isitec, faculdade pioneira no curso no Brasil, já se destaca quando o assunto é desenvolvimento de projetos para o mundo real, em apenas quatro anos de atuação. Os mais recentes foram cinco soluções propostas pelos estudantes e incubadas pela Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) e Elektro Distribuidora de Energia, durante a primeira edição da Maratona de Inovação do Isitec.
Em fase de implantação, o aplicativo Apprimore também é um relevante projeto desenvolvido pelos alunos do sexto semestre de Engenharia de Inovação com o Núcleo de Inovação Tecnológica Mantiqueira (NIT Mantiqueira). Trata-se de uma cartilha digital sobre propriedade intelectual direcionado aos jovens [link].
Este trabalho diferencial e produtivo do Isitec foi citado como exemplo de formação adequado em estudo realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), em 2015, através da iniciativa Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI). No estudo, foram analisadas as graduações de engenharia de todo o País em comparação as necessidades do mercado de trabalho.
Em entrevista ao jornal da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), o coordenador da MEI Paulo Mól, avalia o plano pedagógico do Isitec como formador do profissional que a indústria precisa [link]. “O instituto tem um modelo de desenvolvimento de graduação com parcerias, com problemáticas reais, isso é trabalhar inovação, a inovação é quando o conhecimento gera valor de mercado”, ele externa.
Para o diretor de graduação do Isitec, José Marques Póvoa, esses resultados são também mérito dos professores e alunos. “Os estudantes conversam sobre projetos em automação e controle, robótica, tecnologia de construções civis, ciências ambientais integradas, engenharia eletroquímica etc. Estou tendo o privilégio de ver esses jovens se esforçando para se tornarem engenheiros e contribuírem com o desenvolvimento do País”, declara Póvoa.
*Com informações do Isitec
Comunicação SEESP*
Diretores do SEESP e do Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec) receberam representantes da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha, na sede do sindicato, na capital paulista, em 9 de novembro, para discorrer sobre o projeto “Quero Trabalhar na Alemanha”.
“Descrevemos o cenário atual de empregos na engenharia nacional, especialidades mais afetadas pelo desemprego e as qualificações dos nossos profissionais para o mercado alemão. A conclusão, de ambas as partes, é de que o projeto será, no momento atual, bem-sucedido”, afirma o diretor do SEESP Nestor Tupinambá.
A proposta do projeto foi colocada em prática em um evento, promovido pela Câmara de Comércio em 10 de novembro último, também na capital, em que foi apresentado seminários e palestras a fim de captar profissionais para o mercado de trabalho alemão. É uma oportunidade para o engenheiro que quer trabalhar fora, e tem conhecimento mínimo do idioma alemão e inglês, conforme explica Tupinambá.
Estiveram presentes também os diretores do SEESP e de Extensão do Isitec, Antonio Octaviano, e Victor Manuel de Almeida Seabra de Vasconcelos, também dirigente da Associação Brasileira de Engenheiros Eletricistas (ABEE-SP).
Foto: Jéssica Silva/ Comunicação SEESP
SEESP, Isitec e Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha representados pelos dirigentes na sede do sindicato em reunião.
Para mais informações sobre vaga deste projeto entre em contato com o setor de Oportunidades e Desenvolvimento Profissional do SEESP.
Comunicação SEESP*
A empresa alemã de produtos químicos como detergentes, cosméticos e adesivos, Henkel, está com inscrições abertas para o programa de estágio 2018. São 20 vagas para diversas áreas, incluindo engenharia, para atuar em São Paulo, Jundiaí e Diadema.
As inscrições vão até 30 de novembro, pelo link: www.ciadeestagios.com.br/henkel
Mais vagas
A área de Oportunidades e Desenvolvimento Profissional do SEESP trabalha com foco na recolocação dos associados no mercado de trabalho. A área é um espaço para o engenheiro repensar sua carreira e ampliar oportunidades, com atendimentos individuais de orientação profissional, análise de currículo e até simulação de entrevista.
Além disso, o setor possui um banco de vagas disponível no site do SEESP. Confira clicando aqui.
*Com informações da Companhia de Estágios PPM
Comunicação SEESP*
No próximo dia 22 de novembro, a Associação de Engenheiros Brasil–Alemanha (VDI-Brasil) promove a nona edição do Dia da Engenharia Brasil-Alemanha, no Villa Blue Tree (Rua Castro Verde, 266 - Jardim Caravelas), na capital paulista. Os associados ao SEESP, em promoção especial, recebem um desconto na inscrição a partir desta quinta-feira (16/11).
O evento conta com uma vasta programação, das 13h30 às 19h30, propondo o debate sobre o papel da engenharia na transformação do País. Estão em pauta assuntos como digitalização e tecnologias disruptivas, empreendedorismo, entre outros.
Desconto promocional
A partir das 10h desta quinta-feira (16/11), os nossos sindicalizados podem utilizar o código DESCONTOASSOCIADOSEESP para realizar a inscrição pagando apenas o valor de R$ 50,00. O código promocional é válido somente das 10h de quinta-feira até às 12h do sábado, 18 de novembro. Após este prazo, o associado terá 10% de desconto no valor integral (R$ 225,00).
Para se inscrever
Acesse o site do 9º Dia da Engenharia Brasil-Alemanha, vá até a tabela de ingressos, na mesma página, e clique em “inserir código promocional”. Após preencher os dados, é necessário clicar em “desconto exclusivo associado SEESP”.
Salientamos que a promoção é válida apenas para os sócios do sindicato. O valor original da inscrição é de R$250,00.
Imagem: Divulgação
*Com informações da VDI-Brasil
Jéssica Silva / Comunicação SEESP
Pensado para profissionais e estudantes que desejam utilizar métodos estruturados na execução de suas obras, os engenheiros civis e professores Antônio Carlos da Costa Valente e Victor Meireles Aires escreveram o livro “Gestão de projetos e Lean Construction – Uma abordagem prática e integrada”.
Os docentes, relata Aires, identificaram uma carência na literatura brasileira voltada ao Lean Construction. “Entendemos que esse conhecimento, quando conectado às boas práticas de gestão de projetos, só tem a contribuir para o desenvolvimento mais assertivo de obras civis, gerando também crescimento profissional aos engenheiros, arquitetos e demais profissionais ligados a gestão de obras”, explica.
Foto: Divulgação
O engenheiro civil explica que o conteúdo da publicação surgiu de um compilado das aulas e cursos de extensão que ele e Valente ministram na Faculdade de Tecnologia (Ftec), no Rio Grande do Sul. O Lean, que teve origem na fábrica da Toyota (Japão), é uma técnica conhecida por propor redução de desperdícios e melhoria contínua, que migrou do automobilismo para outras indústrias convencionais, como a da construção. E é para suprir o gap de publicações nacionais sobre o assunto, voltado à construção civil, que os docentes decidiram escrever a obra.
A proposta da publicação é propiciar gestão mais coordenada dos trabalhos para obter benefícios como o aumento da eficiência dos processos, planejamento integrado, além de redução de desperdícios, melhoria contínua e um melhor resultado final do projeto. Para tanto, a obra busca associar as boas práticas da gestão de projetos, como gerenciamento de escopo, tempo, custos, comunicação, riscos, entre outras, aos princípios, ferramentas e conhecimentos já consolidados da filosofia Lean Construction.
O livro tem lançamento previsto para a primeira quinzena de novembro e estará disponível nas principais livrarias do País e no site da editora Appris: www.editoraappris.com.br
Jornal Engenheiro*
Com a inovação em pauta, o mercado de trabalho está cada vez mais exigente. Já em 2015, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), através da iniciativa Mobilização Empresarial pela Inovação (MEI), publicou um estudo chamado “Fortalecimento das Engenharias” que sinalizava a deficiência entre o que a indústria necessitava e o que as faculdades ofereciam. Nesse contexto, o Instituto Superior de Inovação e Tecnologia (Isitec), mantido pelo SEESP, com o apoio da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE), foi citado como exemplo de formação adequada.
“Para uma nação inovadora, produtiva e desenvolvida, precisamos de pessoas inovadoras”, destaca nesta entrevista ao Engenheiro Paulo Mól, coordenador da MEI e superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), braço da CNI. Para ele, é preciso que cada vez mais faculdades se apoiem em diretrizes voltadas ao fomento da inovação, como as do Isitec, para qualificar os profissionais à indústria transformada pelas novas tecnologias.
Em 2015 a CNI levantou a deficiência entre mercado e faculdade. Como está esse cenário hoje?
O gap ainda existe. Falamos muito em internet das coisas, big data, inteligência artificial e todas essas tecnologias que são disruptivas, que vêm para alterar completamente as relações de trabalho, de produção. Mas o tempo de adaptação da academia, do preparo do professor e do aluno entrar em contato com tudo isso está descompassado. Muitas vezes no último ano de engenharia é que o aluno realmente vai lidar com o mercado de trabalho, ter aplicação da teoria, desenvolver grandes projetos, isso gera dificuldade ao futuro profissional. No Brasil pouco mais da metade de engenheiros atua na indústria. Na Alemanha, por exemplo, a indústria é praticamente formada por engenheiros. Para um país avançar na agenda de inovação, essa interlocução entre academia e empresa é fundamental, é uma convergência de propósitos. A academia precisa voltar seu olhar para os desafios do mercado. O número de engenheiros doutores atuando na produção é ainda menor (1,7%, segundo o estudo), a maioria esmagadora fica nas universidades. Ele pode até atuar na academia, desde que seja com projetos que atendam demandas nas empresas. Muitas vezes as linhas de pesquisas não são direcionadas a geração de empregos, renda e resultados efetivos para o País.
Como o Isitec se destaca nesse ponto?
A inovação é quando o conhecimento gera valor de mercado. O instituto tem um projeto pedagógico modelo de desenvolvimento de graduação com parcerias, com problemáticas reais. Se você cria uma estrutura em que de fato se busca que o conhecimento gere valor de mercado, está conectado com alguma empresa, alguma solução à sociedade, que resulta em um projeto de propostas para que tudo aconteça, isso é muito bem-vindo. É o que as faculdades precisam fazer. Mais importante do que atualizar as grades curriculares, são as diretrizes para o estudo e a aplicação dele para a indústria, para a sociedade, para o País.
Por que é importante defender a bandeira de um país inovador?
Não há país que se coloque bem no mercado mundial sem inovação. Ter o conhecimento e investir em inovação é a garantia para se tornar uma nação competitiva. Mas o Brasil tem um duplo desafio. Enquanto países desenvolvidos estão desafiados apenas à agenda de inovação, o Brasil tem uma agenda inconclusa do passado. Temos questões de infraestrutura, questões educacionais básicas, a agenda do século XX. Há dois anos o PIB (Produto Interno Bruto) está caindo, logo os investimentos também. Dedicamos 1% do PIB em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento), sendo praticamente dividido ao meio entre investimento público e privado. Países desenvolvidos, em média, investem mais de 2%, com a maior parte vinda do setor privado. Mas é preciso que a economia esteja estável e que o Estado alavanque o investimento das empresas. Hoje está muito claro que a agenda de inovação é uma agenda de País e que todos os agentes que compõem a tríplice aliança (Estado, empresa, academia) não estão performando bem. É preciso um empresariado atento a essa agenda, legislações mais claras de fomento a inovação e academia focada no conhecimento aplicável, recurso humano qualificado. Quando se fala em inovação, as pessoas pensam muito na tecnologia em si, em máquinas, equipamentos, laboratórios e esquecem que a parte mais importante são as pessoas por trás da máquina. Um país inovador precisa de pessoas inovadoras.
Como é o profissional que a indústria necessita?
Aquele professor pardal inventor, supercriativo, que se fecha na garagem e faz tudo sozinho está totalmente fora. Os trabalhos hoje requerem time, saber se comunicar, liderar e ser liderado. Ao mesmo tempo, ele precisa ter autonomia e tomada de decisões. Num mundo voltado para big data, para tecnologias de informação, em que os dados estão todos aí, cada vez mais o mercado vai querer profissionais que tenham de fato capacidade de decidir, que consigam raciocinar e se expressar. É também fundamental ter o olhar voltado à solução de problemas, que é um atributo próprio do engenheiro e do profissional inovador, e fluência na língua inglesa, pois projetos tecnológicos são globais. Isso deixou de ser um item desejável e passou a ser mandatório.
Como a CNI contribui para essa formação?
Temos o Senai, que trabalha fortemente com ensino e estrutura profissionalizante. No IEL, trabalhamos com o fortalecimento de habilidades correlatas para o profissional, com cursos voltados a gestão industrial, liderança para inovação, temas que são extremamente importantes para que o profissional possa de fato estar mais bem preparado para as ações que estão sendo requeridas no mercado.
*Por Jéssica Silva. Jornal da FNE, edição 186 / novembro de 2017. Foto: José Paulo Lacerda/CNI
Processo seletivo: O vestibular 2018 para Engenharia de Inovação do Isitec tem inscrições abertas até 8/12. A graduação é totalmente presencial, com possibilidade de bolsa de estudos integral. Faça sua inscrição clicando aqui.