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Araraquara nos trilhos do desenvolvimento

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     Além de recolocar a cidade como fundamental ao País do ponto de vista logístico, o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) propiciará o redesenho de sua geografia urbana. A explanação feita pelo prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), refere-se a um dos projetos no município incluídos no plano do Governo Federal: o novo contorno ferroviário. Posicionado fora do perímetro urbano, tal engloba a retirada dos trilhos da região central e sua transferência, bem como do pátio de manobras e oficinas para Tutóia, na zona norte. A ser concluído em dois anos, consumirá em torno de R$ 145 milhões de um total aproximado de R$ 165 milhões previstos no PAC para investimentos em infra-estrutura local.
     Já aprovada pelo DNIT (Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes), com licenças ambientais e licitações realizadas para a sua realização – aguardando homologação de resultados e julgamento de recursos impetrados por empresas concorrentes para seu início –, a idéia de retirada dos trilhos não é nova. Segundo o secretário de Governo de Araraquara, Manoel de Araújo Sobrinho, vem sendo discutida desde os anos 40. Na década de 60, chegou a ser criado bairro com o nome Jardim das Estações, na margem da cidade, para a instalação da estação ferroviária ali. Em 2001, ainda conforme ele, foi feito projeto executivo de novo trecho, o qual foi finalmente inserido neste ano no PAC – com verba do Orçamento da União e sem contrapartida financeira do município.

Impacto urbano
     Na sua ótica, a iniciativa terá como “grande impacto urbano positivo” a ligação do centro com bairros antigos e populosos, como o Vila Xavier, sem a necessidade de viadutos e pontilhões. Segundo informa, com a obra serão liberados “praticamente 1,5 milhão de metros quadrados de área urbana”. Assim, teria solução problema ocasionado pela expansão desordenada do município, fundado em 1817 e que em meados do século XIX viu chegarem as ferrovias. Sobrinho conta que a cidade cresceu no entorno dessas, sem planejamento adequado. Em decorrência, ficou dividida ao meio pelos trilhos.
     O secretário acredita que a obra vai causar revolução urbana. “Teremos grande parque linear composto de empreendimentos imobiliários e a expansão da cidade”, vislumbra. Para conter eventual especulação, ele assegura que têm sido tomados os cuidados a que o município seja ocupado de forma sustentável. Sobrinho aponta também ganhos na qualidade de vida da população, com a minimização de problemas ambientais, como a poluição sonora, e de riscos de acidentes no centro.
     De acordo com o DNIT, circulam diariamente pela região “11 pares de trens, carregados com soja, açúcar e produtos perigosos como álcool, gasolina e óleo diesel, totalizando 11 milhões de toneladas/ano. A expectativa é movimentar 16 milhões em 2010”. Para esse órgão, o traçado ferroviário implantado no século XIX não atende as necessidades operacionais atuais. Com 12km de extensão, o novo, segundo seu coordenador geral de obras ferroviárias, José dos Passos Nogueira, será de última geração, garantindo menor desgaste dos trilhos e rodas do trem, além de maior segurança e economia de combustível. O amplo pátio, em área de 27 hectares, também propiciará, afirma ele, melhores condições de operação.
     De olho no filão, companhias do setor já vêm anunciando nos últimos meses inversões na região. E o aperfeiçoamento da logística local deve despertar interesse ainda maior de investidores para Araraquara, que, como informa Sobrinho, “é importante corredor de exportação”.


Soraya Misleh

 

 

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