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EDITORIAL - Valorizar os engenheiros brasileiros

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Entre as tarefas a serem cumpridas pelo poder público no Brasil, está o desafio de garantir mobilidade às grandes e médias cidades. Exemplo negativo em qualquer debate sobre o tema, a Capital paulista, juntamente com a Região Metropolitana, está certamente entre os casos mais graves. Os congestionamentos que com frequência atingem marcas alarmantes de até 200km nos horários de pico, aliados à precariedade e insuficiência do transporte público, tornam o ir e vir do cidadão um verdadeiro martírio cotidiano, sem contar a deseconomia que geram. As soluções para esse quadro, que já se tornou dramático, certamente dizem respeito à engenharia e aos seus profissionais especialistas no setor, que vêm há décadas debruçando-se sobre o tema, estudando e propondo soluções. 
O assunto já foi pauta de dezenas de seminários, palestras e debates realizados pelo SEESP, em parceria com outras entidades e com o poder público. A conclusão comum a todas essas discussões é a necessidade de investimentos maciços em transporte de alta e média capacidade, aliados ao avanço tecnológico para garantir segurança, eficiência e conforto ao usuário. Colocar tal proposta em prática esbarra na carência de recursos alegada pelo poder público e/ou em barreiras políticas e burocráticas. 
Em nenhuma dessas ocasiões, alegou-se a falta de know-how dos profissionais brasileiros para desenvolver um sistema de transporte digno da nossa população. Por isso mesmo, causaram profunda estranheza as declarações do vice-governador Guilherme Afif Domingos, publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, em 16 de março último, sobre a necessidade de importar engenheiros para cumprir o plano paulista de expansão do sistema metroferroviário. 
Com essa postura, o vice-governador desmerece o profissional brasileiro, reconhecido internacionalmente pela sua capacidade, inclusive nesse setor. Além disso, atua na contramão do esforço feito para que as oportunidades que a expansão econômica dos últimos anos trouxe sejam aproveitadas pela nossa mão de obra qualificada. Após amargar mais de duas décadas de estagnação, a engenharia do País finalmente volta a ganhar relevância e papel de destaque no desenvolvimento. É hora de valorizá-la.


Eng. Murilo Celso de Campos Pinheiro
Presidente




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