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Editorial – Apesar de tudo, há bons ventos que vêm do Congresso

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A crise política vivida no Brasil,  além de todas as suas consequências práticas negativas, pode ter também um efeito simbólico devastador. É a cristalização da ideia de que a totalidade dos políticos – e consequentemente a própria política –  são agentes nefastos e corruptos.  Na esteira dessa crença, nega-se o papel de instituições que são essenciais a uma democracia, cujo exemplo emblemático é o Congresso Nacional. Ainda que, lamentavelmente, muitos parlamentares estejam implicados em crimes e desvios e não se pautem pelo interesse público ou  pelo compromisso com os cidadãos que lhes confiaram o voto, é preciso que a sociedade tenha clareza de quão fundamental é o Parlamento na representação de seus anseios e preocupações, assim como na determinação dos rumos do País.

A tarefa a ser cumprida é criar regras que possibilitem a eleição de gente séria e disposta a trabalhar pela população e não em benefício próprio.

Enquanto não chegamos a isso, cabe lembrar que há, mesmo em meio a toda disfunção que experimentamos hoje, iniciativas corretas, importantes e muito bem-vindas. Uma delas é a Frente Parlamentar Mista da Engenharia, Infraestrutura e Desenvolvimento Nacional, liderada pelo deputado federal Ronaldo Lessa (PDT-AL) e que tem participação ativa do SEESP e da Federação Nacional dos Engenheiros (FNE). Esse grupo de deputados e senadores, dos mais variados partidos, tem envidado esforços para colocar na pauta das duas casas de lei temas de interesse da nossa categoria e visando a retomada do crescimento econômico. Entre esses, a proposta de carreira pública de Estado para engenheiros, o debate sobre contratação de conteúdo local pelas empresas interessadas em explorar petróleo e gás no Brasil e as 5 mil obras paralisadas que precisam ter andamento.

Na mesma linha e de imensa importância, foi lançada em 21 de junho último a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Soberania Nacional, que tem o deputado Patrus Ananias (PT-MG) como secretário-geral e o senador Roberto Requião (PMDB-PR) como presidente. O objetivo, conforme declaração do parlamentar paranaense, é “reunir não apenas o Congresso, e sim todo o País em defesa dos interesses nacionais”. Segundo divulgado pelo site do Senado, entre as medidas a serem combatidas, Requião lista “a venda de terras para estrangeiros sem qualquer limite, os preços irrisórios do petróleo da camada do pré-sal, a submissão absoluta à globalização financeira, a cessão da base de Alcântara, a desindustrialização, tornando o Brasil mero produtor de commodities minerais e agrícolas, as reformas trabalhista e previdenciária que precarizam os direitos dos trabalhadores”.

Ou seja, é o Congresso emitindo um chamado de agregação e engajamento à sociedade brasileira que precisa se unir em torno de bandeiras que possam tirar o Brasil da grave crise atual. Devemos manter nossa confiança no potencial nacional e buscar os meios de realizá-lo, tendo o fortalecimento da democracia como premissa básica.

 

Eng. Murilo Pinheiro
Presidente

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