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29/04/2015

Opinião - Um livro valioso

Aconteceu no dia 28 de abril último, no auditório da Faculdade de Saúde Pública, o lançamento, com direito a autógrafos, do livro, Análises do Trabalho – Escritos Escolhidos, da doutora Leda Leal Ferreira, editora Fabrefactum.

São 428 páginas que reproduzem uma série de textos e de pesquisas, conferências, palestras e ensaios de Leda ao longo de sua carreira. Criadora da Análise Coletiva do Trabalho e funcionária por 30 anos da Fundacentro, até se aposentar, ela manteve em toda a sua vida uma ética pessoal voltada para a realização científica, o respeito ao trabalhador e à trabalhadora e a correção com que tratava cada um de seus colegas.

Que lhe retribuíram, porque todos os 21 textos escolhidos são apresentados por um deles, formando um conjunto que enriquece a já rica coleção dos textos da autora. É uma antologia e um repositório de amizade, até mesmo daqueles que comparecem sem apresentar nenhum de seus escritos.

Um professor de Harvard, estudioso do México e do trabalho, John Womack Jr insurgia-se há quase dez anos contra o desprezo que a academia passara a dedicar ao tema do trabalho e, recenseando o número de aquisições da biblioteca de sua universidade que era “18 vezes mais sobre sexo que sobre trabalho industrial e um terço a mais sobre pornografia que sobre trabalho industrial”, considerava um absurdo perder-se o interesse de estudar a atividade necessária para que ocorra qualquer outra atividade humana.

Em toda a sua trajetória intelectual, desde o projeto de pesquisa apresentado no 13º Congresso Nacional de Prevenção dos Acidentes do Trabalho, em 1974, até a palestra no seminário municipal de saúde dos servidores da cidade de São Paulo, em 2006 (ambos fazendo parte da antologia), Leda defendeu a centralidade do trabalho e dos trabalhadores e trabalhadoras, sejam eles pilotos de avião, petroleiros, cortadores de cana, pescadores de lagostas ou professores e a necessidade de se compreender como trabalham, como se relacionam, como falam sobre suas experiências e como resistem, com seus sindicatos, para manter sua importância e dignidade.

A doutora Leda é mãe dos meus dois filhos.

 

 

* por João Guilherme Vargas Netto, consultor sindical

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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